Me chamo Marewi Juruna. Nasci na cidade e perdi meu pai ainda pequeno. Foi minha mãe que cuidou de mim com força e coragem.
Cresci, estudei na cidade e, depois de terminar os estudos, voltei para minha aldeia, para estar junto do meu povo.
Fiz um curso de audiovisual e de jornalismo. Hoje, uso esse conhecimento como uma ferramenta de luta.
Luto pelo meu território, pelos direitos dos povos indígenas e pela valorização da nossa cultura.
A voz do meu povo, dos mais velhos e da floresta vive em mim. E sigo em frente com a missão de proteger, registrar e fortalecer tudo o que somos.
Mas até agora, as coisas não têm sido fáceis pra mim.
Tenho um filho pequeno que depende de mim. Estou desempregado, enfrentando muitas dificuldades, mas sigo firme, com fé e coragem.
Mesmo com tantos desafios, não desisto. Já pedi ajuda muitas vezes, mas quase ninguém me ajudava. E aprendi a não me abalar quando as pessoas não querem estender a mão.
Hoje, além do meu filho, cuido da minha mãe e também da minha avó, que já é idosa. Faço o possível por elas, com amor e responsabilidade, mesmo com poucos recursos.
A vida não é simples, mas minha luta é verdadeira.
Sou indígena, comunicador, pai, filho e neto.
E sigo lutando — pela minha família, pela minha cultura, pela floresta e pelo meu povo.