O meu nome é Jose Carlos Della Vedova da Ribeira Dantas. Eu nasci aqui no Rio de Janeiro em 24 de maio de 1958. Eu sou formado em Administração de Empresas e fiz o curso de pedagogia também. GUAPIMIRIM Eu mudei para Guapimirim em 1998 por uma questão de qualidade de vida. Eu tenho uma empresa de eventos, a Conexão Eventos, e tenho o sítio "Dedo de Deus", que é um sítio em Guapimirim para a realização de eventos. Comecei lá com um galpão da Conexão Eventos, um galpão de cenografia, e a partir daí era só para ter o galpão, mas com a proximidade do Rio de Janeiro, acabei morando lá em Guapimirim. A Conexão Eventos é uma empresa de projetos culturais, socioambientais e esportivos. Eu até fiquei muito feliz porque a gente ganhou um prêmio de melhor evento artístico cultura nacional, em 2007. A Academia Brasileira de Eventos nos escolheu como melhor evento artístico cultural do Brasil. Eu criei a oficina cultural da praça vôlei Brasil para eventos junto com o vôlei de praia, com o Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia, mas com uma área de entretenimento, lazer e cultura, junto com o campeonato. Então desde 2000, rodamos, durante sete anos, 16 capitais brasileiras. Mas também fizemos várias interiorizações, não só nas capitais. Em São Paulo fomos para Santos, São José do Rio Preto, Campinas, Curitiba e Londrina. No Tocantins fomos para Palmas, no Pará, para Belém, e Manaus também. Tinha oficinas culturais para crianças, oficinas de reciclagem, de teatro, música, gincana, uma praça de brinquedos radicais, cama elástica, muro de escalada, tirolesa. Uma visita de três mil pessoas por dia. Nós acompanhávamos os jogos. A proposta era exatamente de unir a cultura junto com esporte. Abordávamos também a questão da conscientização, da educação ambiental, da reciclagem. Tinha brinquedoteca, oficinas de teatro, música, era muito rico. Foi um trabalho bastante gratificante. Eu trabalhei neste evento de 2000 até...
Continuar leituraO meu nome é Jose Carlos Della Vedova da Ribeira Dantas. Eu nasci aqui no Rio de Janeiro em 24 de maio de 1958. Eu sou formado em Administração de Empresas e fiz o curso de pedagogia também. GUAPIMIRIM Eu mudei para Guapimirim em 1998 por uma questão de qualidade de vida. Eu tenho uma empresa de eventos, a Conexão Eventos, e tenho o sítio "Dedo de Deus", que é um sítio em Guapimirim para a realização de eventos. Comecei lá com um galpão da Conexão Eventos, um galpão de cenografia, e a partir daí era só para ter o galpão, mas com a proximidade do Rio de Janeiro, acabei morando lá em Guapimirim. A Conexão Eventos é uma empresa de projetos culturais, socioambientais e esportivos. Eu até fiquei muito feliz porque a gente ganhou um prêmio de melhor evento artístico cultura nacional, em 2007. A Academia Brasileira de Eventos nos escolheu como melhor evento artístico cultural do Brasil. Eu criei a oficina cultural da praça vôlei Brasil para eventos junto com o vôlei de praia, com o Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia, mas com uma área de entretenimento, lazer e cultura, junto com o campeonato. Então desde 2000, rodamos, durante sete anos, 16 capitais brasileiras. Mas também fizemos várias interiorizações, não só nas capitais. Em São Paulo fomos para Santos, São José do Rio Preto, Campinas, Curitiba e Londrina. No Tocantins fomos para Palmas, no Pará, para Belém, e Manaus também. Tinha oficinas culturais para crianças, oficinas de reciclagem, de teatro, música, gincana, uma praça de brinquedos radicais, cama elástica, muro de escalada, tirolesa. Uma visita de três mil pessoas por dia. Nós acompanhávamos os jogos. A proposta era exatamente de unir a cultura junto com esporte. Abordávamos também a questão da conscientização, da educação ambiental, da reciclagem. Tinha brinquedoteca, oficinas de teatro, música, era muito rico. Foi um trabalho bastante gratificante. Eu trabalhei neste evento de 2000 até 2006. Eu na realidade fui eleito membro do Fórum da Agenda 21 Comperj como representante do segundo setor, o setor privado. Eu tenho essa empresa, a Conexão Eventos e o sítio Dedo de Deus lá em Guapimirim, que é um sítio de lazer e cultura, um hotel fazenda, um sítio para eventos culturais e religiosos. Eu, na realidade, fui um dos pioneiros, fui contactado pelo ISER [Instituto de Estudos da Religião] e desde dezembro de 2007 eu participo, a primeira reunião da Agenda 21 do segundo setor foi inclusive lá no Sítio Dedo de Deus. Ali começou esse processo de reuniões mensais. Já estamos há dois anos juntos, quer dizer, vai completar em dezembro. Em Guapimirim não existia nada e até foi um trabalho bastante dinâmico e enriquecedor, mas difícil também, principalmente na minha parte, no segundo setor, ninguém sabia o que era Eco 92 e Agenda 21. Guapimirim tem 50 mil habitantes, é uma cidade pequena. Até sobre o próprio Comperj eu tive que fazer um trabalho de base para falar do que se tratava. Num primeiro momento as pessoas tinham um interesse imediato, não pensavam a longo prazo. Na questão da sustentabilidade sempre há os que dizem: "Há alguma concorrência, alguma coisa? Qual é o meu benefício próprio?". É muito de ficar olhando o umbigo, uma coisa imediatista, um desconhecimento total da questão do que é o desenvolvimento sustentável, Agenda 21. Eu já conhecia a proposta da Agenda 21 pelo meu histórico de vida, porque de 1985 até 1992 eu participei do Projeto Saúde e Alegria na Amazônia. Fui o coordenador, vice-coordenador geral e administrador do projeto. Um amigo meu, médico sanitarista, me convocou. Ele foi a Santarém na Amazônia e detectou que havia uma carência de noções básicas de higiene, de saúde. Ele montou esse projeto Saúde e Alegria, que é um projeto ribeirinho de desenvolvimento comunitário, multidisciplinar. Eu morei esse tempo todo lá, durante todos esses anos. A gente implantava exatamente a Agenda 21, a questão toda do desenvolvimento comunitário junto às comunidades ribeirinhas. Eu tenho conhecimento de causa dessa história e é até uma luta meio pessoal, quer dizer, como ambientalista, como ecologista, eu sou ligado a essas questões socioambientais. Por conta disso eu fui convidado para esse trabalho de mobilização em Guapimirim. A Márcia Gama, que trabalhou comigo na Amazônia que me ligou. O ISER foi uma das quatro ONG’s contratadas para realizar esse processo da Agenda 21. Dada a nossa ligação lá no trabalho na Amazônia, ela imediatamente me comunicou: "Olha, Zé, vai ter o processo da Agenda 21 em Guapimirim". Eu comecei exatamente com ela. Eu fiz visitação de porta em porta, de empresa em empresa, tem poucas indústrias lá, enfim, do comércio geral de lá. Fui de porta em porta convocando para as reuniões, tentando fazer todo um trabalho de sensibilização do que vem a ser a Agenda 21, o pólo petroquímico da Petrobras, etc. Começamos primeiro no Sítio Dedo de Deus e depois numa ONG que nos cedeu o espaço, o Instituto TecnoArte, da Maria Emília, uma das coordenadoras do Fórum também e uma pessoa bastante atuante no município. As reuniões passaram a ser na TecnoArte. Sempre com convocação, com carro de som que a gente contratava, tentando sensibilizar ao máximo. A adesão no início foi muito difícil. Uma parte, eu acho, que foi até por questão de desconhecimento de causa e problema até do próprio governo no nosso município de Guapimirim, que apesar de ser um governo de continuidade, antes das eleições teve uma certa resistência do primeiro setor no envolvimento da Agenda 21. Só nas últimas reuniões, quando a gente estava já no trabalho de consolidação das oficinas em Rio Bonito, é que efetivamente o primeiro setor compareceu. Mas já na fase final de todo o processo de diagnóstico da Agenda 21, de levantamento dos dados e etc. Foi uma resistência muito grande do primeiro setor e isso eu acho que dificultou muito também adesão do segundo setor. Mas agora, atualmente, até o secretário de estado esteve em Rio Bonito, numa das oficinas de consolidação. Agora está caminhando, estamos sentindo uma unidade muito grande, a intersecção do poder público com o Fórum está sendo uma coisa bastante positiva. No Fórum nós estamos criando grupos temáticos. Foi feito um regimento interno com 28 membros, sete representantes de cada setor e eu sou um dos coordenadores de um dos GT’s de turismo, educação e cultura. A gente está criando grupos temáticos porque é uma abordagem grande, são muitas demandas. Eu estou coordenando um dos setores. Nós já estamos numa fase de intersecção, de unidade, procuramos em geral aqueles que temos afinidade, vivência etc. Porque é um trabalho voluntário e aí cada um vai se identificando com aquele tema. Ultimamente temos trabalhado com quatro grupos de trabalho: inclusão social, geração de emprego e renda; comunicação e divulgação do processo da Agenda 21; educação e cultura; e saneamento, que para nós são as quatro prioridades emergenciais. A gente elencou esses quatro grupos de trabalho e os membros do Fórum se dividiram por afinidade ou por experiência própria. Guapimirim é um município muito rico. Temos 75% de área preservada, temos a APA [Área de Proteção Ambiental] de Guapimirim, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, com a sua sub-sede etc. Acho que 80% da mata atlântica é preservada, é um município riquíssimo em termos de recursos naturais. Como é um município pequeno, com 50 mil habitantes, e dada a proximidade com o Comperj, aliás, é muito próximo à Guapimirim, eu acho que o empreendimento trará benefícios enormes em termos gerais, mas o nosso medo maior é a questão da “favelização”, todas as coisas que vêm junto com o progresso, para não acontecer como em Macaé que houve um boom na cidade. Queremos um desenvolvimento sustentável do município. A preocupação imediata do município, até pela carência, é pela questão de geração de emprego e renda. O município tem 28% mais ou menos da população economicamente ativa e tem uma carência muito grande. A nossa preocupação maior nesse início do Comperj é a questão da inclusão social, de geração de empregos para o próprio município nesse processo todo, desde a terraplanagem, na construção civil, que eu acho que é até uma vocação da população. Nós não temos universidades, escolas, quer dizer, não é uma mão de obra qualificada. Então nessa parte de implantação das obras do pólo petroquímico da Petrobras poderia se aproveitar essa mão de obra local, que já tem uma vocação nata para isso. Existe o orçamento participativo do governo e nós estamos lá como vigilantes, atentos à questão da aplicação dos recursos etc. Tem a educação e cultura e saneamento também. Criamos esses grupos de trabalho para nos unirmos ao poder público como parceiros, a fim de ter um controle principalmente financeiro-orçamentário da aplicação dos recursos nesses pontos que elencamos vindo desses diagnósticos. Queremos que os recursos vindos dos royalties do Comperj sejam aplicados nessas prioridades apontadas após os diagnósticos do município. As demandas dos setores são próximas. O Fórum é muito rico porque tem essa união. O segundo setor é formado pelo pequeno comércio e o setor de turismo. Nossa vocação maior seria a questão do turismo. Temos poucas empresas, temos a Klabin. É uma cidade em desenvolvimento, ela é até muito nova. Ela separou de Magé, a emancipação foi em 1990. É um município ainda embrionário. A gente tem 19 anos. Foi uma riqueza enorme, foi fantástica a questão da Petrobras ter essa assessoria das ONG’s, os consultores, eu acho que isso foi um passo fundamental para a conscientização e criação da Agenda 21. Mas desde o início do Fórum, que dizer, desde que houve as primeiras reuniões faltou da parte da Petrobras a questão da divulgação do que vem a ser a Agenda 21. Faltou divulgar isso para a população local, junto às escolas, enfim. A única falha que eu vejo foi essa questão da divulgação da própria Agenda 21. Um dos pontos cruciais é a questão da divulgação da Agenda 21, para ter uma apropriação definitiva e a participação da comunidade como um todo nesse processo. Cada um de nós está fazendo a sua parte, visitamos escolas, eu continuo visitando empresas e divulgando, mas fica muito incipiente essa divulgação. Acho que precisava ter uma aplicação maciça de divulgação da Agenda 21 para que a própria comunidade como um todo, a população, se aproprie disso para dar continuidade aos trabalhos. A gente sempre procura trazer um convidado, um técnico de um determinado setor ou um ambientalista ou um político, enfim, sempre tem um convidado nas reuniões do Fórum pra abrir esse leque de trocas, de intercâmbio de informações. Nós já criamos o regimento interno, temos um projeto de lei da implantação da Agenda 21 e estamos agora buscando a parceria do Primeiro Setor: o poder público municipal. A partir do diagnóstico das potencialidades do município e problemas cruciais nós criamos esses grupos temáticos. Elencamos por prioridade dentre os 40 quesitos do plano de ação do Guapimirim. COMPERJ Quando soube da vinda do Comperj primeiro veio uma preocupação. É uma questão ótima, da vinda de recursos de um grande pólo petroquímico, do desenvolvimento do município. Isso traz recursos que certamente vai ampliar o leque de ofertas, de geração de renda do próprio município, mas ao mesmo tempo o medo dessas questões da “favelização”, da migração da população de outros municípios e o problema da falta de saneamento, são as preocupações que vem junto com essa grande indústria. Macaé passou por um processo parecido, com problemas de drogas, “favelização”, enfim, da migração de outras populações, além do impacto ambiental, já que é uma indústria petroquímica. Nós sempre fazemos uma divulgação grande para ter uma maior participação da população. Temos várias associações de moradores na cidade, nós convidamos todo mundo. Nós temos um regimento interno, mas não temos uma entidade ainda. Não tem uma questão de recursos próprios para se manter, somos todos voluntários, queremos conseguir espaços em jornais locais, enfim. Estamos criando um website, para fazer o máximo de divulgação possível junto à população, para que cada vez mais aja uma maior adesão, para que as pessoas se apropriem realmente dessa idéia. AGENDA 21 COMPERJ O ISER é a ONG responsável pelo segundo setor. Foi fundamental a existência dessas ONG’s, sem elas nós não conseguiríamos criar esse processo da Agenda 21. Foi riquíssimo o trabalho e já na fase final todos se juntaram em Rio Bonito. Quando primeiro era setorizado, a gente fez um diagnóstico de potencialidades por setor e depois juntamos todos nas oficinas de consolidação em Rio Bonito, promovidas pela Petrobras, e aí já com a participação de todas as ONG’s. Tivemos uma assessoria fantástica, com uma qualidade excelente de atendimento e capacitação das pessoas. Das consultorias que a própria Petrobras nos possibilitou, eu destacaria a professora Lucinda, que veio de Campinas. Eu acho que tem um processo mais ou menos conhecido lá em Campinas. Foi uma consultoria irreparável e sem elas a gente não teria conseguido chegar nesse processo atual. Em Campinas eles estão em outro estágio, já passaram dessa questão da Agenda 21. Tem um pólo petroquímico lá, está me falhando o nome agora do pólo petroquímico... Já estamos vislumbrando como a gente pode chagar lá, como construir. Se a gente somar esforços, nos unirmos poderemos chegar lá também Umas das coisas difíceis do Fórum é que as pessoas vêm com certa expectativa, exigem da gente uma atuação como se fôssemos governo: "Olha, já estão passando caminhões na porta do bairro e nós não temos calçadas, as ruas não estão asfaltadas." Como se o Fórum fosse um executor, fosse o próprio governo municipal. Nos cobram muitas ações e de curto prazo, como se nós fôssemos solucionar todos os problemas da região. As pessoas pensam muito a curto prazo. Eu acho que é um processo de médio e longo prazo. Claro que algumas ações de curto prazo possam ser implantadas, mas não tem esse imediatismo todo. No meu bairro, que se chama Vale das Pedrinhas, tem uma estrada que foi recentemente asfaltada, já temos um afluxo enorme de caminhões dessas obras. As ruas não estão asfaltadas e já tem esse afluxo de caminhões. Quer dizer, já começam os problemas pontuais dessa questão do fluxo de caminhões. No comércio ainda não temos esse impacto. Ainda não Ainda está começando esse processo. Uma coisa rica é que houve essa interação com o poder público. A gente está criando o Conselho Municipal de Segurança, o Conselho Municipal de Saúde etc. Vamos agora ter uma reunião com a Câmara de Vereadores, para que nós tenhamos o controle em geral das ações do município, do poder público junto à população. GUAPIMIRIM Guapimirim é do núcleo principal do pólo Comperj. É área de influência direta do Comperj. Realmente é bem próximo do Comperj, é o núcleo mesmo da área. Dos 15 municípios Guapimirim é um dos quatro do entorno do Comperj, um dos mais próximos. Na cidade temos a APA de Guapimirim, o Parque Nacional, é um impacto muito grande. A gente está começando a ter uma troca de informações com outros municípios. Nós criamos o Fórum Agenda 21 Guapimirim. Eu mesmo criei um site, um blogue: www.agenda21guapimirim.blogspot.com A gente está participando da Rebal, a Rede Brasileira de Agendas 21 Locais. Nova Friburgo já teve Agenda 21 publicada, porque havia um Fundo Nacional do Meio Ambiente. Estamos começando a ter essa troca, esse intercâmbio de informações entre os Fóruns dos municípios vizinhos, do entorno do Comperj, que são 15 municípios. Temos alguns municípios como Guapimirim com um índice de desenvolvimento humano muito baixo, com precariedades enormes de saneamento, educação e cultura. Então a gente tem trocado mais informações com esses municípios, que têm realmente essa proximidade com o Comperj e com a precariedade das questões públicas como saneamento, educação, cultura, geração de renda, principalmente, inclusão social. A criação do blogue foi uma iniciativa própria, eu o criei para explicar tudo, por uma questão de informação, de acesso, para as pessoas entenderem o que é a Agenda 21, o que é o processo, divulgando as reuniões setoriais, par ser um embrião de informações na Internet. Criei um Orkut também "Agenda 21 Guapimirim", enfim, estamos tentando, apesar da precariedade... Nós criamos o Google Groups, onde temos uma troca de informações. É muito legal porque é uma audiência pública, um ou outro está sempre dando alertas e trazendo informações não só de pontos negativos ou críticos, como também vislumbrando o que a gente pode alcançar ou trazer recurso para o município, como a questão da digitalização, virar uma cidade digital. Em Guapimirim não tem nada da Petrobras, mas o Ricardo Ferraz e vários membros da própria Petrobras que estiveram presentes disponibilizaram telefones e e-mails. Acho que temos um contato bastante próximo. Ele sempre foi muito aberto e colocou à disposição e-mail, telefone celular, telefones da própria Petrobras etc.. Eu sinto que podemos ter um futuro promissor. Não queremos um desenvolvimento desordenado. Eu pelo menos acredito no porvir. Dado o processo da Agenda 21 nós estamos antenados, em alerta. A gente tenta se apropriar realmente do processo e de mobilizar a sociedade como um todo, de tentar dentro dos nossos parcos recursos monitorar essa questão da aplicação de verbas junto ao poder público. Meu engajamento é tanto pela questão ambiental como também pela educação e cultura. Minha mãe era cantora lírica e separou-se do meu pai muito nova e montou uma escola. Eu morava dentro de uma escola, uma escola pequena, particular, e desde o início eu comecei a trabalhar com educação. Isso fazia parte do meu meio. Aqui no Rio de Janeiro eu montei uma das primeiras creches do Rio de Janeiro e fui um dos criadores e fundadores da Associação Brasileira de Creches. Depois, junto ao Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino fundamos também o Centro Brasileiro de Teatro para Infância e Juventude. A Associação de Moradores de Botafogo era também dentro da minha escola. Eu sempre me preocupei com essa questão do todo, de associações. A questão ambiental também. Eu sempre ia à Nova Friburgo porque eu tinha um sítio lá, eu sempre fui ligado à natureza. Depois eu tive essa vivência na Amazônia, onde eu tive essa grata sorte de participar da implantação desse projeto Saúde e Alegria, que é um projeto modelo de socioambiental e até de integração das comunidades no seu próprio desenvolvimento. É um projeto multidisciplinar, ele abrange a questão da educação, saúde, a parte agrícola, geração e renda com mulheres e jovens. Éramos 32 profissionais de várias áreas: médicos, agrônomos, professores, técnicos agrícola, veterinário, enfermeiros. Nós tínhamos um barco e íamos visitando as comunidades. Ficávamos uma semana em cada comunidade e começamos abordando a questão do desenvolvimento local e criando agentes locais de desenvolvimento comunitário, agentes de saúde, de educação, mulheres etc. Hoje é um projeto que atende a mais de 30 mil pessoas, é um projeto consagrado, que já ganhou vários prêmios. Foi muito importante para mim ter essa iniciação no Saúde e Alegria. Voltando para cá, eu passei a trabalhar também com projetos socioambientais, como foi a questão da Praça Vôlei Brasil. Tínhamos oficinas de reciclagem, confecção de brinquedos com sucata e oficinas de teatro. É sempre uma coisa ligada, de juntar a questão cultural, ambiental e educacional. Eu gostaria que a Petrobras continuasse com esse apoio das ONG’s. O Fórum se sente meio órfão, porque acabou o processo e o que é que advém daí. A gente queria realmente ter um canal de troca do projeto, um canal de comunicação. E acho fantástico e tive esse privilégio de ser escolhido. Nós estamos voluntariamente nos apropriando das idéias e é um registro de todo esse processo, que foi muito rico, de bastante troca, de intercâmbio de informações. Realmente eu acho importante sempre o cidadão local se apropriar de todo o processo, com uma atuação efetiva, participativa. Muito obrigado
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