Meu nome é José Walter Feitosa da Mota, nasci em Aracaju, Estado do Sergipe. Minha data de nascimento é 15 de fevereiro de 1953.
Comecei minha vida embarcado nos navios. Aconteceu um acidente em minha mão esquerda, que causou a perda óssea; aconteceu uma mudança do quadro de mar. Fiquei quatro anos acidentado, com cuidados médicos numa clínica em Botafogo. Ao voltar à atividade de trabalho, falei à administração do RH [Recursos Humanos] do Edise [Edifício Sede] que, devido a morar em Teresópolis, gostaria muito de vir para a Reduc [Refinaria Duque de Caxias]. Passava sempre em frente à Refinaria, fui tomando esse amor, esse carinho pela Refinaria. Decidi fazer o pedido de transferência, na certeza de que seria um desafio na minha vida e hoje me sinto muito feliz. A Reduc é uma casa maravilhosa de se trabalhar, onde tem pessoas maravilhosas, amigos, pessoas que sempre correm atrás para o seu melhor.
Cheguei aqui logo que me recuperei do acidente, em novembro de 2002. Passei por uma experiência dois anos, para depois tornar a transferência definitiva em 2004. Já estou chegando próximo há oito anos na refinaria.
Cheguei na Petrobras como eletricista de manutenção, para embarcar nos navios. Fiquei embarcado, viajando, durante três anos, tanto no Brasil como em alguns países fora. No dia que estava programado para receber o seguro da Petrobras... São pessoas de outros países que vêm fazer uma vistoria e olhar como se encontra a manutenção, o que os profissionais estão realizando nos navios para que isso esteja bem, fazem anotações e é um ato de muita responsabilidade. Foi quando aconteceu o acidente. Eu acompanhava esse grupo de pessoas de fora e recebi o prontuário de uma máquina que eu tenho um grande conhecimento. Eu sabia que ela estava parada e aconteceu que uma válvula não descomprimiu. Esse equipamento que dá a partida; chamamos de motor auxiliar, é acoplado com o gerador de energia elétrica para o navio, para...
Continuar leituraMeu nome é José Walter Feitosa da Mota, nasci em Aracaju, Estado do Sergipe. Minha data de nascimento é 15 de fevereiro de 1953.
Comecei minha vida embarcado nos navios. Aconteceu um acidente em minha mão esquerda, que causou a perda óssea; aconteceu uma mudança do quadro de mar. Fiquei quatro anos acidentado, com cuidados médicos numa clínica em Botafogo. Ao voltar à atividade de trabalho, falei à administração do RH [Recursos Humanos] do Edise [Edifício Sede] que, devido a morar em Teresópolis, gostaria muito de vir para a Reduc [Refinaria Duque de Caxias]. Passava sempre em frente à Refinaria, fui tomando esse amor, esse carinho pela Refinaria. Decidi fazer o pedido de transferência, na certeza de que seria um desafio na minha vida e hoje me sinto muito feliz. A Reduc é uma casa maravilhosa de se trabalhar, onde tem pessoas maravilhosas, amigos, pessoas que sempre correm atrás para o seu melhor.
Cheguei aqui logo que me recuperei do acidente, em novembro de 2002. Passei por uma experiência dois anos, para depois tornar a transferência definitiva em 2004. Já estou chegando próximo há oito anos na refinaria.
Cheguei na Petrobras como eletricista de manutenção, para embarcar nos navios. Fiquei embarcado, viajando, durante três anos, tanto no Brasil como em alguns países fora. No dia que estava programado para receber o seguro da Petrobras... São pessoas de outros países que vêm fazer uma vistoria e olhar como se encontra a manutenção, o que os profissionais estão realizando nos navios para que isso esteja bem, fazem anotações e é um ato de muita responsabilidade. Foi quando aconteceu o acidente. Eu acompanhava esse grupo de pessoas de fora e recebi o prontuário de uma máquina que eu tenho um grande conhecimento. Eu sabia que ela estava parada e aconteceu que uma válvula não descomprimiu. Esse equipamento que dá a partida; chamamos de motor auxiliar, é acoplado com o gerador de energia elétrica para o navio, para alimentação de vários equipamentos: bombas, radares, tudo de elétrica a bordo do navio. Essa válvula não descomprimiu e foi o suficiente para que eu mostrasse aos profissionais do seguro; o motor deu a engrenagem, um motor pequeno, mas de uma potência, de uma proporção muito veloz. Aconteceu o acidente no meu dedo que esfacelou a parte óssea, houve perda de 20 centímetros de nervo, porque enrolou na engrenagem. Houve pedido de emergência, que foi muito rápido. Isso foi na refinaria de Salvador, Madre de Deus, uma cidadezinha próxima. O pessoal da medicina chegou rápido, me levaram para o hospital, me prepararam, colocaram no avião, vim fazer a cirurgia em Botafogo, aonde foi todo o aparato de construção da mão. Foram cinco cirurgias. Após a cirurgia ficava sempre seis meses de fisioterapia. Uma cirurgia, seis meses de fisioterapia. Isso deu mais ou menos quatro anos e seis meses, até que ficasse bom.
Cada pessoa tem sua vontade de querer progredir. Antes de vir para a Petrobras já viajava para todos os países, mas tinha uma vontade grande de estudar. Tem seis anos que me formei bacharel em direito. Consegui, com a mudança, parar de viajar. Antes passei pela Marinha de Guerra, fiquei lá três anos, me formei na Escola Técnica da Marinha de Guerra, após essa formação, passei a viajar para empresas particulares de transporte, viajei em duas, na Frota Oceânica Brasileira e na Companhia de Navegação Aliança. Sou um privilegiado: achava bom o emprego, mas ao mesmo tempo, ficava querendo progredir. Só que a parte de cultura, a escola, eu não tinha. Mas sou privilegiado, porque conheci países do mundo inteiro: quatro anos no Japão, quatro anos no Canadá, América, México, quatro anos na Europa, fazendo quase todas as cidades, se ficaram, foram poucas para se conhecer. Isso antes de entrar na Petrobras. Filipinas, China... Um lugar muito difícil das pessoas irem como a Ilha de Malta, conheci e guardei na mente.
A primeira cidade que conheci foi Filadélfia, não me esqueço, o Elton John estava no auge e, no dia que cheguei teve um show ao ar livre. Ficou na minha mente guardado. Fiquei viajando durante muito tempo.
Numas férias viajei para Aracaju, na mesma semana que cheguei, estava escrito no jornal: concurso para o Banco do Estado de Sergipe. O concurso era em pouco tempo: se inscrevia para daqui a sete dias fazer a prova. Me inscrevi e dei a sorte de passar no concurso, na minha área: técnico de eletricidade. Passaram mais três comigo, para ficar responsável pelo CPD [Centro de Processamento de Dados] do Banco do Estado. Logo após, estudando, me inscrevi no concurso da Petrobras. Passei na prova e fui chamado em 1993 para ingressar na Petrobras, já embarcado em um navio. Voltei aos navios, mas já com o intuito de um dia conseguir sair, ficar no quadro de terra; fazer curso superior. Foi quando me inscrevi na área de direito, passei, conclui o curso, falta concluir a pós-graduação. Nesse momento estou passando um pouco de dificuldade – casado, pai de três filhos Mateus, Lucas e Jade –, estou dando uma parada, porque é um pouquinho difícil. Não estou reclamando, porque estou empregado, graças a Deus. Mas com certeza vou fazer a pós-graduação, assim que melhorar a situação.
Me interesso por duas coisas: área trabalhista e área cível. Por enquanto faço algumas ações. Não assino, tem um colega meu, trabalhamos juntos, ele assina para mim. São ações trabalhistas pequenas, que não têm complicações. No final, uma vitória é dar aquilo que o cliente está querendo.
Desde que cheguei aqui, sempre estive na área de Manutenção Elétrica. Quando você está no quadro de terra é um pouco diferente de embarque. Quando você está embarcado, é o único que tem a bordo do navio, só tem um eletricista para tomar conta de mais ou menos 600 equipamentos. Esses equipamentos são elétricos, bombas que dependem de motores elétricos, como um motor auxiliar que depende de um gerador. Aqui é diferente. Atuo mais dentro da área de Manutenção Elétrica, mas ela parece mais uma parte administrativa do que aquilo que você pensaria que estaria atuando. É uma área que eu gosto, adoro a parte de elétrica. É uma coisa que estudo muito. Dentro do meu setor, sou o fiscal de área e de contratos. Contratos é o seguinte: a empresa contratada chega, faço a analise do que é certo, porque tudo tem que estar certo no contrato. Também ajo na área de fiscalização, por exemplo, quando vocês precisaram da parte elétrica eu vim olhar, para depois acionar o profissional contratado. Primeiro venho aqui, faço a avaliação e depois chamo o eletricista contratado e passo para ele: “vamos fazer isso assim, assim, assim. No quadro elétrico, eles me passaram que é tanto de potência”. Faço um cálculo na parte elétrica para ver o que vai ser preciso usar, qual quadro elétrico me dá essa condição, para que eu possa deixar a empresa que vai atuar no trabalho tranquila.
Existe um setor, o SOP/IF [Suporte Operacional/Infra-estrutura]. Aonde temos supervisor, coordenador, gerente setorial e gerente um, que é a pessoa que assina, junto com a gerência setorial, o que é preciso para concluir o pagamento de empresas.
Atendo toda a Refinaria, o SOP, a área civil que chamamos, é a área de iluminação do restaurante, dos escritórios, da recepção aqui na frente, toda área civil. Desde a entrada da Reduc, até o final, que são as unidades. Nas unidades, quando precisa a troca de lâmpadas, de tomadas, interruptores, fica na minha responsabilidade. O colega faz o pedido, o setor informa através de um documento, a abertura de nota. Essa nota gera um número de ordem; o numero de ordem gera um documento de análise de risco; análise de risco transforma em documento final, que é o PT [Parecer Técnico], que dá a segurança ao profissional. Para qualquer coisa que venha a acontecer, a fiscalização de segurança e da saúde vai chegar, procurando logo: “tem a PT, foi feita a PT?”, Isso, no final, não causa problema para mim, que sou o fiscal de área.
A parte de produção eu conheço bem de antes. O exemplo que dou é o seguinte: a refinaria é uma área com maior extensão do que quando você está a bordo do navio ou de uma plataforma, só que tem os mesmos equipamentos que se encontram aqui. Conheço sistemas de caldeiras, bombas de carga e descarga: bombas de água, de refrigeração de água, bombas de óleo lubrificante, bombas de óleo diesel, enfim, a definição é grande. Só que quando você olha para uma plataforma, o tamanho aqui é imenso, mas quase tudo que tem aqui, você encontra dentro de uma praça de máquina no navio e na plataforma. Essa área de operação eu conheço. Não que aqui trabalhe junto à operação, porque sou fiscal de um setor que é responsável pela área de melhoramento, de embelezamento da refinaria. O SOP representa o seguinte: jardins; a melhoria de pintura de auditório; do restaurante; de vestiário; das ruas e dos lagos da refinaria. Isso é o SOP. A parte de operação já é uma parte que você estaria nas unidades: Unidade 1250, que produz os tipos de gasolina; Unidade 2200 que produz outros tipos de produtos. As pessoas que estão nessas unidades, integradas à operação, são operadores. Eu estou na parte de melhoria da refinaria, na parte civil.
O SOP tem seu grupo de engenheiros, que partindo da parte administrativa tanto da parte civil, como a parte de jardinagem, cria o projeto, entrega para a contratada e a contratada realiza alguns reparos pequenos. O SOP não atua muito numa construção de grande extensão. Tem um agora, justamente a criação dos bancos, que está sendo feito aqui na frente, foi feito um novo posto muito bonito. Foi criado pelos engenheiros do SOP. Nesse projeto estão presentes quase todos os profissionais. Muita vezes sou chamado para fazer a parte de elétrica. Por exemplo, agora fui chamado para fazer a alimentação elétrica, a ligação das cubas de alimentação, de todas as tomadas e de interruptores. Essas demandas são criadas no projeto das melhorias de construções de órgãos do SOP, para servir às unidades que vão surgindo.
Gosto muito do meu trabalho. É um grande presente na minha vida atuar nessa área e, pensando em fazer sempre o melhor, para que a Petrobras esteja sempre se representando de forma adequada no mercado tanto nacional como internacional, como uma empresa que dá oportunidade para todos aqueles que querem evoluir. Faz parte da minha vida querer sempre evoluir.
Nós morávamos no Flamengo, a família foi cada um desenvolvendo o seu lado. Teve um tempo que estudávamos cada um sua atividade: o meu irmão fazia arquitetura – hoje já mudou para Saquarema, está lá quase há 20 anos, o Marcos da Mota; minha irmã fez serviço social na PUC [Pontifícia Universidade Católica] e teve que ir para Cuiabá, Mato Grosso, desenvolver; meu irmão, que é clinico geral, está em Teresópolis. A minha ida para Teresópolis foi por causa dele, ele ficava sozinho lá e passei uma época que eu fiquei sozinho no apartamento no Flamengo. Nesse tempo que morava no Flamengo, fazia questão de conhecer alguns lugares. Aos sábados e aos domingos, eu perguntava aonde é que ficava a Tijuca? Chegou uma hora que perguntei: “onde fica Caxias?” Caxias, conheci da seguinte maneira: quando estava na Marinha de Guerra, meus colegas vieram morar em Caxias, tinha aquela coisa da juventude, de aniversário. O convite surgiu e vim conhecer Caxias através de meus colegas da Marinha. Naquela época, Caxias não tinha uma beleza como a que tem hoje. Logo que conheci, fiquei um pouco assim: “não venho mais aqui”, mas o tempo foi passando e hoje Caxias é uma potência. Já visitei a Faculdade de Caxias, uso o médico, a minha fisioterapeuta é daqui de Caxias, uma pessoa maravilhosa, a Doutora Rosângela, que atua dentro da Reduc. Caxias é uma cidade muito importante para o Estado do Rio de Janeiro, é uma cidade voltada para a parte cultural como também oferece área de nível superior e escolas técnicas. Com o incentivo da própria Petrobras, hoje tem escola técnica o Cefet [Centro Federal de Educação Tecnológica], o Senai [Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial], órgãos importantes para aqueles que querem melhorar. Todos profissionais da Reduc grande parte estuda na escola técnica, no Senai e a própria Petrobras que incentiva.
A Reduc atua em quase toda a área, tanto na faculdade, na parte de nível superior, como na escola técnica, como no Senai, até mesmo na área da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros. A Petrobras tem sempre um lado presente. Como também na parte de creche. A Petrobras dá oportunidade para trabalhar dentro da refinaria e eles progredirem, procurar sempre a escola para melhorar. A Petrobras exige que o profissional sempre procure estudar porque a Petrobras está mudando. A Reduc está mudando através da Petrobras e para trabalhar dentro da Reduc, tem que existir um grau de estudo. Acabou o tempo de primeiro grau, segundo grau, a Petrobras já há muito tempo entrou na área técnica e eles vão melhorando, com o incentivo da Petrobras.
A Refinaria Duque de Caxias sofreu uma mudança muito espantosa. Tudo hoje aqui é bonito, está muito lindo. Através do meu setor, com incentivo da Petrobras, claro, a Refinaria Duque de Caxias hoje é um dos cartões postais mais representativos de todas as unidades da Petrobras. Unidade que falo é São Paulo, Minas, Salvador, Curitiba. A Reduc tem uma presença, tanto na parte das suas construções, que está caminhando cada vez mais para melhoria, como agora nós estamos melhorando o setor de sinalizações, melhoria tanto na parte de asfalto, como nos sinais. A refinaria tem um cartão postal que não deixa a desejar. Nessa parte, tanto de jardinagem, como de melhoria para o empregado, parte interna. Às vezes as pessoas não vêem o banheiro, o seu setor de trabalho, mesas, cadeiras, o restaurante. Houve a troca de equipamentos, mesas novas, alimentação com qualidade muito boa. O transporte atendendo de forma adequada tanto aos visitantes, como aos empregados; a parte de vistoria, que é muito importante, onde você tem a lavanderia interna que faz a entrega da sua roupa suja para lavagem. Tudo isso melhorou muito. Como também melhorou a preocupação na parte de operação. Hoje, qualquer pessoa pode andar na nossa área, visitando as unidades nos processamento de produtos, a refinaria, e ver que não tem nada que deixe a desejar. Tudo em perfeitas condições, tudo bem pintado. A preocupação da troca, de reparos de tubulação velhas para tubulações modernas, com mais segurança. Um produto mais rígido para que não aconteça nenhum tipo de acidente e de vazamento de óleo na refinaria ou na Baía da Guanabara. Hoje a Petrobras tem como um espelho grande a Refinaria Duque de Caxias.
Procuro sempre chegar de forma simples e dar a entender que quero ter abertura para essa pessoa. O “bom-dia”, em primeiro lugar. Às vezes encontro pessoas tímidas, que não se abrem. Faço meu lado psicológico: “cheguei dei o bom-dia a essa pessoa, espero que ele fale, se não falar também, eu não estou criticando”, uso o meu lado psicológico, o tipo dele é esse. Mas tenho amizade com todas as pessoas aqui, falo com todas, não tenho nenhum tipo de inimizade. Não procuro olhar o lado negativo nem uso o meu lado para levar vantagem. Uso o meu lado normal, para ter todos como amigos. Isso também me deixa feliz. Em todo canto que chego, em todas as unidades, todos me conhecem, falam comigo abertamente. Como procuro dar do meu lado em primeiro lugar, oferecer o meu lado a essa pessoa para que possa adquirir aquilo que estou querendo, que é um atendimento legal e uma comunicação aberta. Essa é a minha forma de ser aqui dentro da Petrobras.
Durante o trabalho, sempre acontecem os risos, as nossas brincadeiras, de forma que não atinja a dignidade dos colegas. Gosto mais de ouvir a brincadeira da pessoa. Procuro ficar um pouco mais quieto. De repente, eu posso brincar com as pessoas e errar; quando brinco com as pessoas, procuro palavras que não sejam negativas. Os colegas mais brincalhões que me lembro: tem um no setor que chama Marins. Esse é o mais brincalhão da turma, brinca de forma adequada, tranqüila.
A história que tenho para contar foi em outra empresa em que estive, a Frota Oceânica Brasileira. Eu fazia as viagens para o Japão.
Foi assim: Já fazia um ano e meio que viajava para o Japão. Um dos equipamentos que pertencia a minha área de manutenção quebrou e alguém não me preparou que eu ia receber um grupo de técnicos japoneses. Eu estava lá no meu local de trabalho quando o microfone soou “béééééémm” O meu superior mandando me apresentar – nós chamamos de portal que recebe as pessoas, a recepção do navio. Naquele momento, quando cheguei, tinha quatro japoneses, no início dei bom-dia e baixei a cabeça, eles sempre usam isso. Dei bom-dia, apertei a mão de cada um e só me lembro que falei que o meu nome era Walter. Eles entenderam “Uálter”, um repetiu: “Uálter, Uálter” eles falando em japonês comigo, dando várias explicações e eu cai no riso, porque achei aquele momento engraçado. Eu falando português e eles falando comigo em japonês. Não tinha ninguém do meu lado para falar e perguntar se eles falavam outra língua. O que aconteceu: eles estavam brincando comigo. De repente um falou para mim: “pára de rir, rapaz” (risos). “Uai, você fala português? Porque não me falou logo” “Nós somos japoneses, mesmo, mas falamos um pouco de português” “Ah, tudo bem Então, agora vai ser fácil pra mim”.
Sou aquela pessoa que falo pouco, somente quando as pessoas perguntam qual é o meu nível, sou obrigado a falar que tenho nível superior. Um dos profissionais humildes da área próxima da Petrobras, falou que estava com um problema para a separação. Falei para ele: “olha, em primeiro lugar, bom advogado não procura separar o casal. O bom advogado procura primeiro usar o seu lado psicológico pra procurar ver se dá pra você reconciliar”. Falei para ele que ele ficaria entre 30 ou 60 dias fazendo com que a minha palavra, o meu conselho, palavras que saem de mim pra ele, para que ele reconheça o erro, se foi um erro fatal e se pode haver uma conciliação. “Se você tiver filho esse é o meu entendimento pra você. Se você não tiver filho, eu posso até aceitar a sua separação”, ele falou pra mim que tem um filho: “então, vai ser difícil fazer sua separação, assim, de imediato.” Continuo com ele. Ele vem falar comigo. Posso dizer que estou conseguindo. Tenho certeza que ele vai voltar pra esposa. Ele colocou o erro, não é fatal, ele falou: “você está certo.” Quando ele falou, senti segurança da parte dele que vai voltar. Já houve vários outros profissionais também que me procuraram para vários tipos de pedidos, eu falo sincero: “não abraço essa sua área, não, tá?” Como são pessoas que não são bem remuneradas, eu digo: “procure a nossa justiça gratuita, nós temos um posto nas universidades, é só você chegar lá e falar que quer ir procurar na área jurídica. Lá vai ter um colega meu, que é advogado, se formou e vai pegar essa causa sua, não precisa gastar dinheiro na área jurídica e o juiz vai atender a ele e a você da mesma forma que o juiz atende a um advogado com 30, 40 anos”.
Ser petroleiro, eu considero como a bandeira do nosso país. Não desprezando empresas importantes. Muitos querem estar na Receita Federal, no Banco Central e dentro da Justiça. Gosto da minha área de direito, acho bonita, mas a Petrobras, para mim, realmente é o meu mundo maravilhoso. Eu aprecio três coisas na natureza: as borboletas coloridas, os colibris, os beija-flores e a Petrobras. Para me dar sustentação a minha esposa, a meu filho, a minha mãe – meu pai morreu – aos meus irmãos, aos meus amigos, quando precisam de mim. Às vezes, acho que me prejudico um pouco, porque nós, como empregados da Petrobras, temos certas coisas que temos que nos precaver. Às vezes, estou no meu local de trabalho quando recebo um telefonema que alguém aqui na refinaria quer falar comigo. Eu nem conheço, mas ele me conhece. São as pessoas contratadas. Fico indeciso se vou atender ou se não vou. Não é que eu não queira atender, mas não podemos nos expor a todo momento, porque, às vezes, você se complica. Me faz mal quando não vou, digo assim: “tenho que ir”, passa o dia: “olha, não vou, hoje não, mas amanhã você vem que eu venho falar, eu venho atender a você”. Ele vai pedir emprego. Diz que saiu de uma empresa e quer se empregar em outra. Não tem nada que “acate” a sua dignidade, mas há momentos que você não pode atender. A Petrobras para mim é isso, tanto serve a mim, como serve a todos os brasileiros. A Petrobras é um mundo colorido de alegria. Foi ela que me deu não o curso de direito, mas dei o meu esforço, ela me deu o importante que foi as mensalidades através do meu trabalho. Dei o meu trabalho, ela me remunerou, como continua me remunerando. É uma casa maravilhosa. É uma história que vou guardar para sempre na minha vida.
Não digo que gostei, digo que foi maravilhoso Se pudessem trazer todos os empregados, seria a coisa melhor do mundo. Posso deixar vocês aqui dando os parabéns a todos porque foi a entrevista mais importante que já fiz dentro da Petróleo Brasileiro – Petrobras. Sempre digo o seguinte: “a Petrobras é maravilhosa”, cada empresa tem suas falhas, mas é isso que sempre quis na Petrobras: o empregado ser chamado, com pessoas capacitadas como vocês fazendo perguntas: “a sua vida como é que está?” Para mim foi importante. Só tenho que agradecer a vocês, e a Petróleo Brasileiro por essa oportunidade, que realmente vou guardar e comentar com os meus amigos. Vou chegar em casa hoje e falar para a minha esposa, para o meu filho que fui entrevistado. Vou guardar essa data na minha agenda.
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