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História
Personagem:
Por: , 22 de agosto de 2019

Janaína Machado - Mulher, rap e educação

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Janaína Machado - Mulher, rap e educação

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Quando eu fui para a sétima, oitava série, eu comecei a me envolver com o rap. Eu estudei sempre em escola pública, e aí eu passei a ser vista, percebida, de uma outra forma. Acho que isso está muito ligado ao hip hop, quando o rap em São Paulo começou a ganhar um certo fôlego. Eu comecei a perceber que os adolescentes negros passaram a ter outro tipo de experiência no espaço escolar. Estou falando do quê? Estou me referindo aos anos 90. No final da década de 90, com os Racionais já muito respeitados entre vários rappers, eu comecei a perceber que o olhar do outro sobre mim mudou, e igualmente a minha forma de encarar o mundo. Conhecer sobre o hip hop me deu um tipo de autoridade que é um respeito que acaba até te protegendo, é uma outra forma mesmo de relação com o mundo, acho que mudou muito, e isso foi fortalecendo. É claro, isso com 13 para 14 anos de idade, no ensino médio, não, no ensino médio eu já tinha um grupo de rap, o Saruê Zambi.

No período que estávamos na ativa, cantando, fizemos vários shows. Eu lembro de dois deles que foram bem significativos. Um foi na praça do Jaçanã, eu ainda era estudante do ensino médio. O bairro tem uma festa tradicional, que é o aniversário, e é comemorado religiosamente todos os anos. Eu não lembro se foi nos 130 anos, mas era uma data como essa, e assim, era uma festa grande no Jaçanã, que sempre levava bandas conhecidas, obviamente, os Demônios da Garoa iam todo ano, porque eram eles que levavam o nome Jaçanã para o país inteiro. Eu lembro que nós tocamos nesse palco do Jaçanã e foi ótimo porque era um período que no bairro já estávamos conhecidas, então, antes de entrar, era todo mundo assim, estava uma multidão ali, todo mundo gritando “Saruê Zambi, Saruê, Saruê”. Foi simbólico por conta de que era um marco, o aniversário do bairro, e na mesma praça que os Racionais fizeram um show também. Os Racionais tocaram lá e nós também!

O outro show...

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Dados de acervo

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Projeto Memórias da Zona Norte

Depoimento de Janaína Machado

Entrevistado por Danilo Pera, Luiz Fernando, Roseli Flori

São Paulo, 22/08/2019

PCSH_HV_792

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Fernanda Regina Ferreira

P/1 – Primeiramente, gostaria que você se apresentasse, qual o seu nome, local e data de nascimento?

R – Meu nome é Janaína, Janaína Maria Machado, nascida em Belo Horizonte, no dia 26 de junho de 1979.

P/1 – Você lembra da casa onde você passou sua infância, como era o bairro, a cidade, como foi isso?

R – Minha memória é muito, em Belo Horizonte, assim, fragmentos de Belo Horizonte e boa parte do tempo em São Paulo. Vivi em Belo Horizonte entre quatro e cinco anos de idade, mas tenho recordações do dia da mudança, ainda me lembro disso, se eu não tiver enganada, eu me lembro do meu batizado, porque eu batizei grande, assim, já era uma criança grande. BH era cheio, né? Um espaço cheio, né? Eu morava na casa da minha avó, mãe do meu pai, no mesmo território, era um espaço cheio, assim, muitas crianças da mesma idade que eu, da idade das minhas irmãs, nós somos quatro, é uma família, minimamente, grande, são quatro irmãs. Eu lembro que era um quintal com muitos primos. Aqui em São Paulo, quando eu mudo para cá, acho que em 85... É, que eu passo estudar, eu começo estudar aqui. Em 85, eu acho que morei em dois espaços que eu lembro, de forma bem rápida, bem esporádica mesmo, menos de três anos em cada um desses lugares, e depois no Jaçanã, ali no Jova Rural, por 20 anos exatos, 20 anos certinhos. Agora, esses 10 anos já em um momento mais maduro da vida, né? Ainda na Zona Norte na Serra da Cantareira, ainda na mesma região, região de Jaçanã, Tremembé, então, acho que boa parte da minha vida, na cidade de São Paulo, sempre foi na Zona Norte, sempre no distrito de Jaçanã, Jaçanã, Tremembé.

P/1 – Você contou um pouquinho da casa da sua vó, você tem alguma lembrança boa que...

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