P - Nós vamos começar com uma pergunta tradicional, que é o seu nome completo, local e data de nascimento. R - O meu nome é Jackson Joacir de Braga, eu moro em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, nasci no dia 10 de julho de 1964. P - E como é essa região onde você trabalha, onde você vive? R - A nossa região é de uma cultura muito forte italiana, é um povo muito voltado ao trabalho, é uma região fria, a região conhecida como "a região da uva", tem a conhecida festa da uva. É uma região muito boa, uma cidade que não é grande, não é pequena, tudo que você precisa tem lá. É uma cidade que à noite você não tem vida noturna intensa, porque o pessoal trabalha nas grandes empresas que lá estão, e chegou a noite, terminou o horário de escola, acabou. As pessoas ainda param para o almoço ao meio-dia, fecha tudo, vamos almoçar. P - E você entrou no Aché quando? R - Eu entrei no Aché no dia 4 de outubro de 1987. P - Antes disso você já tinha trabalhado em outras coisas? R - Eu trabalhei, aos 14 anos eu comecei a trabalhar como empacotador. Depois eu fiquei seis meses nessa empresa e passei a trabalhar com meu pai. Trabalhei sete anos como fotógrafo. E depois o local onde a gente tinha o estúdio, a gente teve que entregar a sala, e eu tinha o sonho de ser representante. E naquela época existia uma cultura que a porta de entrada para o ramo era o Aché. E realmente era verdade. Se passasse pelo Aché tinha vaga em qualquer outro laboratório. Mas o Aché naquela época era usado só como trampolim. Então, tendo esse sonho, o meu cunhado trabalhava numa outra companhia, e um dia surgiu uma vaga. E eu fiz o que eu pude e o que não pude para conquistar essa vaga. E ela me foi dada. No dia 4, então, de outubro, eu comecei a trabalhar no Aché. O Aché na época, ele tinha um curso que tinha que fazer, como hoje ainda tem. Mas naquela época, quando eu fui fazer o curso, era numa sala muito quente, 35, 38 graus, o...
Continuar leituraP - Nós vamos começar com uma pergunta tradicional, que é o seu nome completo, local e data de nascimento. R - O meu nome é Jackson Joacir de Braga, eu moro em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, nasci no dia 10 de julho de 1964. P - E como é essa região onde você trabalha, onde você vive? R - A nossa região é de uma cultura muito forte italiana, é um povo muito voltado ao trabalho, é uma região fria, a região conhecida como "a região da uva", tem a conhecida festa da uva. É uma região muito boa, uma cidade que não é grande, não é pequena, tudo que você precisa tem lá. É uma cidade que à noite você não tem vida noturna intensa, porque o pessoal trabalha nas grandes empresas que lá estão, e chegou a noite, terminou o horário de escola, acabou. As pessoas ainda param para o almoço ao meio-dia, fecha tudo, vamos almoçar. P - E você entrou no Aché quando? R - Eu entrei no Aché no dia 4 de outubro de 1987. P - Antes disso você já tinha trabalhado em outras coisas? R - Eu trabalhei, aos 14 anos eu comecei a trabalhar como empacotador. Depois eu fiquei seis meses nessa empresa e passei a trabalhar com meu pai. Trabalhei sete anos como fotógrafo. E depois o local onde a gente tinha o estúdio, a gente teve que entregar a sala, e eu tinha o sonho de ser representante. E naquela época existia uma cultura que a porta de entrada para o ramo era o Aché. E realmente era verdade. Se passasse pelo Aché tinha vaga em qualquer outro laboratório. Mas o Aché naquela época era usado só como trampolim. Então, tendo esse sonho, o meu cunhado trabalhava numa outra companhia, e um dia surgiu uma vaga. E eu fiz o que eu pude e o que não pude para conquistar essa vaga. E ela me foi dada. No dia 4, então, de outubro, eu comecei a trabalhar no Aché. O Aché na época, ele tinha um curso que tinha que fazer, como hoje ainda tem. Mas naquela época, quando eu fui fazer o curso, era numa sala muito quente, 35, 38 graus, o instrutor era o André, me lembro ainda hoje. E o André era uma pessoa que tinha um conhecimento muito grande do manual de produtos, sabia tudo sobre os produtos do Aché. Mas não tinha muita paciência para passar aquele conhecimento dele para nós. Eu não me esqueço até hoje que ia fazendo duas vezes a mesma pergunta, e quando fui fazer a terceira, não tinha entendido aquele mecanismo de ação, veio a resposta e atrás um apagador do quadro. Aí eu me defendi, e ele me disse: "Está perguntando demais." P - As pessoas ficavam assustadas então? R - De certa forma sim, porque o Aché tinha um ritmo muito forte, era uma empresa que já tinha uma parte do caminho andado, hoje ela já está com 35 anos, mas não existia, assim, uma valorização do ensino como deve ser. Então, era assim: "Tu vai lá, decora, e vai para o campo." Tu não tinha muita liberdade para pensar. Era passado o que a empresa queria e tu tinha que fazer exatamente igual. Tanto é que nas reuniões, quando nós íamos para as reuniões, a literatura era dada na íntegra. Chegou uma época de nós termos, assim, um representante começava dando a literatura, o gerente mandava parar, o outro representante continuava exatamente onde ele parou. Era uma coisa, assim, decorada, era um verdadeiro papagaio. E é o que a gente fazia. Então, era bastante difícil, assustava um pouco, no começo assustava. Mas depois a gente ia aprendendo e conhecendo, era o sistema na época empregado. P - Você se lembra dos primeiros dias de trabalho em campo, das visitações, algum caso curioso? R - Me lembro. Eu tinha uma facilidade e tenho de decorar. E aí torna um pouco mais difícil para ti entender. Então, hoje está mudando isso. Então, para mim até não foi muito difícil. O primeiro médico, eu me esqueço o nome dele agora, mas foi lá em Bento Gonçalves. Que eu cheguei, não enxergava médico, não enxergava nada, abri a literatura e falei tudo aquilo que eu tinha na cabeça decorado, assim, de carreirinha. Uma palavra atrás da outra, fechei e "Quero ir embora daqui" Eu não sabia o que ia acontecer. Essa foi a minha primeira propaganda. Mas logo em seguida eu peguei o jeito, e a gente acaba gostando desse trabalho, e começa a desenvolver um trabalho diferenciado. Muito bom. Foi bem interessante. Agora, a primeira propaganda, mão suada, isso não adianta. (risos) P - Você tem algum fato pitoresco com médico, alguma situação...? R - Lá da época? P - Ou mais recente. R - Isso. O que eu vou te dizer, assim, de um caso pitoresco da minha época? Certa vez um gerente, ele chegou em um médico, aquele tipo de médico que ele gostava, era doutor Antônio, de Nova Prata. Esse doutor, a coisa que ele mais gostava era sabatinar novos representantes. E uma vez chegou um colega nosso, o nome dele era Pissaia, ele ficou pouco tempo no ramo e saiu. Ele estava com o gerente hoje, ele continua na Companhia, o gerente Miot, uma pessoa maravilhosa, aprendi muito com ele, e o gerente Miot junto com o Pissaia na frente do médico para fazer propaganda. Aí o médico olhou para ele: "Olha, um gurizinho novo Vamos ver como ele está de curso hoje" E aí o Pissaia era uma pessoa muito "o que eu penso eu faço, não sei se é certo ou errado, eu vou fazer aquilo que eu penso." E o doutor começou a sabatinar, quer dizer, ele fazia a primeira pergunta, que era lógica: "O que tem aí dentro? Que produto?" E ele entrava para umas perguntas que tu não está aí para isso. Teu objetivo é propagar um produto, uma marca, e não vender conhecimento técnico-científico para o médico, ele sempre vai ter maior que o nosso. E aí o Pissaia olhou para o doutor, esse meu colega, eu estava lá também, olhou para o gerente e disse assim: "Sabe de uma coisa? Eu não sei o que eu estou fazendo aqui, doutor. Me deram essa pasta, me deram esses remédios e disseram que era para a gente entregar para o senhor. Mas o senhor está querendo saber demais. Sabe o que o senhor faz? O senhor conversa aqui com o meu supervisor, que ele vai lhe explicar tudo direitinho. E eu estou indo embora." E pegou, virou as costas e foi embora. O doutor: "É brincadeira, moço, volta aqui" "Não, eu não sei o que eu estou fazendo aqui. Tchau para vocês." E foi embora mesmo. Então foi uma coisa interessante, porque são situações que você passa na propaganda, que ficam marcadas. Foi uma coisa, assim, que gravou bastante, gravou muito naquela época. P - E você entrou na década de 80, você lembra do transporte que você usava, da maneira como você se vestia? Houve alguma alteração de lá para cá? R - Olha, aquela época era assim: o carro era por nossa conta, existia uma ajuda de custo. A Empresa Aché, eu que entrei e pude voltar, é uma empresa assim: o que ela promete ela cumpre, na risca. Só que naquela época ela não podia prometer muita coisa. Não podia, estava numa fase de crescimento. Então a gente botava o carro da gente. Aprendi muito de mecânica Carro velho, a gente não tinha condições de ter um carro melhor, então vira e mexe, tu estava emendando um cabo na estrada, tu estava, vamos dizer assim, tendo que parar e pedir ajuda para quem passava, para te ajudar. Isso aconteceu comigo. Chegar em casa com o acelerador amarrado, de estragar o carro... Eu me lembro uma vez, nós saíamos de manhã cedo de Vacaria, uma temperatura de zero graus, cruzando os campos para chegar a Bom Jesus. São 75 quilômetros mais ou menos, aproximadamente, tudo branco. E na época o ponto de encontro, famoso ponto de encontro do Aché, era às sete e meia no local de trabalho. Então você saía de Vacaria para Bom Jesus cedinho, para estar lá às sete e meia, eram 75 quilômetros, uma hora e pouco, você tinha que fazer em uma hora e meia. Então levantava de madrugada, e ia num linguajar lá da região campeira “quebrando geada”, “quebrando gelo”. Mas era branco. Quem vê aquilo É uma pena não ter uma máquina fotográfica mesmo e gravar aquilo. Então era difícil, a gente saía cedo, o carro estragava, e numa dessas viagens o carro estragou lá. Eu tive que pedir ajuda por lá, não deu para vir. Então, realmente, o começo no Aché a gente fazia... mas só que sempre tinha um amor por essa empresa. Ela tem... na cultura dela, quem entra no Aché, eu acredito, assim, que muitos saíram, e hoje pode até ver aquilo lá como uma boa experiência. Porque existe, assim, uma paixão por essa empresa. É uma empresa que te cativa bastante, isso é uma verdade. Eu nunca me esqueço, a nossa despesa também de alimentação era uma ajuda de custo. Hoje está muito bom. Mas naquela época era uma ajuda de custo que não dava para comer, assim, à vontade. E eu me lembro uma vez, a gente fez uma volta de Vacaria também indo a Davisse com Ibiraiaras, e você parava na volta em Lagoa Vermelha. Só que você tinha que estar lá cedinho e fazer toda essa volta, você chegava em Lagoa Vermelha, era quase uma hora da tarde, e já estava pegando o médico da tarde, não dava tempo para a gente se alimentar. Então eu me lembro que naquela época a gente estava comendo um pastel e tomando uma Coca-cola. E aí os colegas vieram, que não era assim. Mas, assim, realmente não tinha para fazer grandes festas, mas para se manter tinha. E o pessoal veio gozar da gente: "Poxa, o Aché agora está pagando Coca-cola e pastel?" E aquilo ficou, uma coisa, assim, o Aché era visto como um porão, quem estava lá era um coitado, e que aquela empresa nunca ia sair dessa vidinha que tinha. Só que ela saiu disso, foi lá para a cobertura, quando eles acordaram o Aché estava na cobertura, com humildade, simplicidade e muito trabalho. É uma empresa de muito trabalho, mas um trabalho com amor, com carinho, que a gente faz com gosto. P - Qual você acha que é o diferencial do propagandista do Aché em relação aos outros laboratórios? R - Eu acredito que a diferença está, em primeiro lugar, na maneira como se faz. A gente vai no médico, porque a gente tem um produto que acredita, confia naquele produto, estudamos o produto, sabemos que o produto é bom. E nós não vamos lá no médico para fazer um trabalho que no final do mês vai receber um salário. E o Aché, sempre nós ganhamos, de certa forma, pelo que a gente produz. Então, assim, nós vamos lá para o médico para vender um produto que funciona, que é bom, é isso que a gente vai fazer. E a gente acredita. E hoje, mais do que nunca, nós temos uma gerência aberta, uma supervisão aberta, que sabe entender os nossos erros e nos ajudar a mudar, enfim, a achar o caminho. E a gente vendo as outras companhias, que eram, assim, muito "Ôba, ôba, a coisa é fácil" No final do mês vende igual, não te preocupa com isso. Então o Aché de certa forma tinha um profissionalismo. Só que meio forte para a gente ser posto em prática meio forçado. Mas é o que se sabia na época. Então, a diferença que eu vejo é essa. A gente vai lá para vender um produto acreditando naquele produto. E realmente o Aché tem produtos bons, consagrados. Então, esse é o diferencial, a pegada, o amor com que a gente faz a coisa. P - E você saiu do Aché e depois retornou. Você contaria para a gente um pouco como é que foi esse teu período de saída, o teu retorno, por que voltou? R - Eu trabalhei no Aché em 87 e tinha uma época muito grande... existiam as mudanças, mas era uma repressão muito grande. Então, existia, assim, a gente até lembra disso como história. Não para falar da época, mas existia na época até uma falta de respeito com o representante. Era pai de família que estava lá, e era tratado como um gurizão, um guri que tinha que ser xingado pelo pai mesmo. E aquilo lá eu sentia porque, claro, existia lá 25 pessoas, uma diferente da outra, mas você ia para o campo trabalhar, você ia para o campo para vender o produto, sustentar tua família. Tu tem falhas. Então, você ia para a reunião, e a coisa chegou, foi ficando pesado. Ficando pesado, não existia, assim, mais ambiente, na minha maneira de ver. E surgiu na época a oportunidade, porque tu fica até pelo salário, porque você precisa. Mas na época surgiu uma oportunidade de eu entrar na GM do Brasil. Eu via aquela oportunidade, não sabia se era melhor para mim. Sair do Aché para uma outra empresa, nunca tinha, assim, aquele desejo muito grande de fazer isso. Aí surgiu essa oportunidade, eu abracei. Então, quando você vai de uma empresa para outra tem o conto de fadas. Lá é bom, uma maravilha, lá é uma coisa jóia, tu vai ter isso, isso, aquilo. E eu fui com uma proposta, e essa proposta não se concretizou. Mas eu fui para trabalhar em Caxias, só em Caxias. Aí o que acontece? Eu entro lá, há uma mudança, o mercado já começava a ter mais mudanças. A mudança maior veio mais adiante, a abertura de mercado. E aí, em vez de eu trabalhar somente em Caxias, eu tive que ir para Novo Hamburgo. Depois, em vez de trabalhar só em Caxias e Novo Hamburgo, eu tive que ir trabalhar em Porto Alegre e Vale dos Sinos. Era a Scotch Brite Produtos, e só eu que tinha na região, e tinha que fazer. E aí eu fiquei longe da família. Eu saía de manhã cedo às seis horas da manhã, voltava às nove da noite da sexta-feira. E como a gente sempre prezou e vai prezar sempre a família, como uma instituição que deve ser preservada, eu não aguentava ficar longe dos filhos e da esposa. Aí chegou a oportunidade de arrumar um outro negócio lá e eu pedi as contas. Até hoje, graças a Deus, eu nunca fui mandado embora de empresa. Eu pedi as contas e voltei para Caxias, mais um negócio que não deu certo. Aí, fiquei na mão. Fiquei na mão... E o Aché tem essa peculiaridade, de pegar o representante, alguém que está lá meio de lado, sabe? A maioria das histórias de quem entrou no Aché, ele estava ganhando muito pouco, ele estava muito ruim, e foi dado uma oportunidade. O Aché é uma empresa de oportunidades. Então, eu sei que o gerente Miot, que era meu supervisor, tinha me admitido, ele agora me liga me readmitindo. Mas ele liga pedindo se eu quero entrar no Aché. Eu disse para ele: "Olha, Miot..." Eu até estranhei, porque eu estava trabalhando, fazendo um bico, numa empresa, porque eu nunca corri de trabalho, a gente quer sempre o melhor. E ele entrou em contato comigo por telefone, ele soube que eu queria entrar através de um colega chamado Jorge, o Jorge Correia, e o Miot me ligou. Eu disse: "Mas que Miot é esse?" Ele disse assim: "O Miot, o teu ex-supervisor, agora eu sou gerente." Eu disse: "Poxa, esse Miot eu conheço. Então é do Aché?" "É isso mesmo." Isso era 11 horas da manhã. À meia hora da tarde eu entrei em contato com ele, às quatro horas eu estava em Porto Alegre, e às oito horas do outro dia eu estava já fazendo uma reciclagem dentro do Aché, já bem melhor do que a primeira que eu tinha feito, uma coisa já bem mais humana. E aí eu fui readmitido, só que eu já era ex-funcionário, e a empresa na época não aceitava ex-funcionário. Já estava o seu Colber aqui no Sul. Então, o que aconteceu? O meu nome foi para São Paulo, bateu nos computadores, disseram: "Não, demite, esse não pode ter. Ex-funcionário não, essa gente não serve. Só que o gerente Miot, ele sempre foi muito arrojado, mas muito humano, competente. Ele disse: "Não, eu quero esse representante." E, se eu não me engano, na época, ou eles admitiam, e isso era dia 4 de outubro de 1994, se não me falha a memória, se eles não readmitissem ou admitissem alguém naquela época, só depois de janeiro, depois das férias. Ele disse: "Esse me serve." Então, o que veio para ele de retorno, que a gente soube, houve uma discussão, a gente soube muito pouco sobre isso, mas é que o que acontecesse comigo quem ia pagar era ele, gerente Miot. E eu peguei essa segunda oportunidade que o Aché me deu, que para mim, assim, foi a coisa mais importante da minha vida até hoje... não foi nem tanto a primeira. A primeira foi uma experiência maravilhosa, mas a segunda oportunidade que o Aché me deu, foi assim, o que gravou na minha vida. Eu estou no Aché hoje, eu tenho certeza que eu saio do Aché ou aposentado, ou se eu partir daqui para uma melhor. Senão, é o emprego que eu vou trabalhar até o fim. P - E o que você acha dessa idéia do Aché estar criando essa oportunidade de você contar a sua história? R - Olha, a gente está aqui até sentido de não ter registrado, de marcado mais coisas que aconteceram. Porque quem trabalhava naquela época, interiorzão, que fazia muitos lugares, até você chegar em um rio, tinha que dar uma volta tremenda porque estava cheio dágua, não dava para passar, isso tem que ser resgatado. Porque muitas vezes a pessoa chega no Aché, vê o Aché, pensa assim: "É uma empresa poderosa." Mas é uma empresa que foi feita de muito suor, muita lágrima e muito trabalho. Então, eu acredito que é muito importante, o Aché hoje está com uma visão aberta, uma visão bonita. A seriedade, a pegada na hora de fazer o trabalho, de obter o resultado com qualidade, com determinação, isso não vai mudar nunca dentro do Aché e não pode mudar. Hoje o Aché, eu vejo isso, no campo a gente sabe disso, antigamente se dizia assim: "O Aché é trampolim." Hoje tem gente de outras empresas querendo voltar a trabalhar no Aché, ou querendo uma oportunidade no Aché. Então, assim, tudo que o Aché conseguiu foi muito sofrido. Ele, claro, mudou muita coisa que tinha que ser mudada, mas a determinação, a vontade, a garra, o Aché não vai perder nunca, isso de forma nenhuma. E é importante o que ele está fazendo. Peço desculpas de não termos registrado coisas maravilhosas que aconteceram. Teve um caso muito interessante, um caso que aconteceu na época, junto com o supervisor, na época, Miot. Tinha esse Jorge Correia, rapaz maravilhoso, uma pessoa muito boa, muito alegre, e nós nos reuníamos todas as sextas-feiras na casa do gerente Miot, que era num bairro até difícil de Caxias, a gente brinca com ele: "Quem te viu e quem te vê, não é, Miot?" E a gente ia lá num porãozinho, de um lado estavam fazendo “tortéi”, do outro lado estavam lavando roupa, e tinha um porãozinho lá, tinha uma fábrica de massa junto com uma lavanderia e uma reunião do Aché. E nós estávamos lá. Era aonde se reunia para entregar os relatórios, o material, todas as sextas-feiras no final de tarde. E aconteceu uma coisa interessante, porque o Miot sempre nos cativou, quem conhece o Miot... porque existe às vezes coisas que falam de um e de outro, mas quem conhece o Miot... é uma pessoa que cativa. Ele ficou muito contente, porque o pessoal ia para lá, e aí ele começou um dia a levar um refrigerante, um picadinho, tal. E esse rapaz Jorginho sempre levava, levava lá. E o Miot disse assim: "Poxa, o pessoal agora entendeu o espírito, é união, é um happy hour." Mas de repente, um dia ele passa na frente da flamberia, e aí ele chega e diz para ele o dono da flamberia: "Senhor Miot?" "Sim." "Eu não sei, mas eu queria ver, a gente precisa acertar aquela continha que o senhor tem aqui." Aí o supervisor, o Miot disse: "Mas eu? Conta? Eu não compro nada fiado aí" "Não, o seu funcionário, aquele moreninho, baixinho, muito comunicativo, ele passa aí na sexta-feira, e está tudo no seu nome." "Ah, está bom. Então depois eu passo para acertar." Então foi uma coisa interessante, porque, assim, existia fatos no meio da gente que hoje a gente devia ter narrado tudo isso e gravado. E o Miot chegou e disse assim: "Então, quer dizer que a festa é toda por minha conta, né? Além de tomar o meu whisky, tomar a minha cerveja, o picadinho, pão, sou eu que pago?" Então era muito divertido. Apesar de ser duro, pela situação, eu venho de um grupo de pessoas que é apaixonada, até por aquela época, que tem saudade hoje. Mas a mudança em termos de profissionalização, isso é inevitável. Isso aconteceu e foi muito bom. Por isso eu digo, assim, esse registro para mim é uma oportunidade de dizer para quem está me ouvindo agora: o Aché me deu uma oportunidade muito boa, me concedeu uma segunda oportunidade que eu não vou largar nunca. E eu quero dizer para quem está me ouvindo e vendo que vale a pena apostar e investir no Aché. Eu sempre digo assim: a gente não pode ouvir o que os outros falam por aí. A gente tem que estar aqui dentro e ter amor por isso que faz. O Aché é uma empresa que dá oportunidades para o ser humano crescer, ter dignidade, sustentar a família. Hoje a gente tem, assim, está aqui trabalhando, estamos aqui há uma semana de curso, mas lá em Caxias do Sul eu tenho uma família amparada por uma gama de vantagens que o Aché dá. Que é uma assistência médica extraordinária, isso não tem o que pague, que ele dá total para a família. Então, uma empresa que te dá uma estrutura de família, e tu mantém a tua família muito bem, trabalhando no Aché. Então, dá gosto trabalhar no Aché e vale a pena continuar. P - Muito obrigada.
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