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História
Personagem: Hipamaali Baniwa
Por: Museu da Pessoa, 2 de julho de 2021

Indigenizar esse processo

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Indigenizar esse processo

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A gente se autodenomina Medzeniako, os povos baniwa estão em tribos na fronteira aqui no Amazonas, Venezuela e Colômbia, município São Gabriel da Cachoeira, onde os povos se encontram. A minha primeira lembrança é uma roça grande, dos meus pais, e a gente indo atrás de mandioca, mas a roça ainda não estava madura, e eu lembro da minha mãe dizendo assim, “é melhor a gente ter isso do que não ter”.

Saí da comunidade cedo, foi para estudar, eu já tinha meus irmãos mais velhos na cidade estudando na escola Pamaáli, e fomos nesse ritmo assim. Porque ir para escola? Nós tínhamos dois irmãos que tinham ensino fundamental, essas pessoas a comunidade escolhe para ser nossos professores, alfabetizar os irmãos mais novos dentro da comunidade.

As mulheres sempre estiveram no apoio mesmo de preparar comida, mas também ao mesmo tempo tem uma questão dentro das mulheres baniwa, que elas que falam para o homem falar daquele jeito, elas que preparam o discurso, tanto para decidir, para levantar uma questão, elas sempre estiveram pela voz dos homens até hoje. Somente este ano a associação lá da minha região, conseguiu eleger a primeira mulher na associação. As mulheres ao mesmo tempo que elas sempre estiveram presentes mas, também elas sempre foram muito silenciadas, não no sentido de não estar falando mas, elas falavam através dos maridos, dos filhos. Elas têm um papel político muito importante nesse sentido de debate, de levantar as pautas. A gente não quer que nossos filhos passem necessidades na cidade, por isso a gente quer uma escola nossa, esse formato da escola Pamaáli da minha região. É muito da ideia das mulheres, da pauta delas. A gente está em torno de 15, 20 mulheres baniwa que estão professoras na comunidade.

Fomos sim colonizados, mas a gente está no processo de falar nós por nós, tanto na escrita, tanto em trazer essas narrativas de experiência, de vivência. Todo dia morre um de nós, e essa morte...

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Projeto: Indígena pela Terra e Vida

Entrevista de Braulina Aurora

Entrevistado por Jonas Samaúma e Idjahure Kadiwel

Local: entrevista concedida pelo Zoom

Data: 2 de julho de 2021

Realização: Museu da Pessoa

Código da entrevista: ARMIND_HV003

Transcrição: Lidiane Ramos

0:10

P/1- Braulina, bem vinda nessa entrevista, eu gostaria de estar te perguntando primeiro o seu nome completo, e o lugar onde você nasceu?

R - Hipamaalhe, sou Braulina Aurora, em baniwa meu nome é Hipamaalhe, sou da comunidade Tucumã Rupitá do Médio Rio Içana, terra indígena demarcada Alto Rio Negro.

0:50

P/1 - Braulina, em geral, quando a gente entrevista uma pessoa não indígena, a gente só pergunta direto da vida dela, mas eu gostaria de perguntar antes de você começar contando sua vida, de você contar um pouquinho da trajetória do seu povo, o que você sabe da trajetória do seu povo?

R - Meu povo...a gente se autodenomina Medzeniako, os povos baniwa estão em tribos na fronteira aqui no Amazonas, Venezuela e Colômbia, município São Gabriel da Cachoeira, município onde os povos se encontram, lá nós temos a sede da instituição indígena, que representa os povos indígenas mas, os baniwa estão espalhados na margem do Rio Içana, somos mais de 93 comunidades indígenas, somos falante da língua indígena baniwa, e somos divididos entre clãs, eu sou do clã Waliperedakenai, e no Rio Içana tem isso, e também tem o hohodene, tem várias assim divisões, e na nossa mitologia, o surgimento dos povos baniwa lá tem um lugar sagrado que é Apuí Cachoeira, que em baniwa se chama hipana, de lá que veio o surgimento de sermos seres humanos na mitologia, antes o mundo era algo que não existiam pessoas, subentende que a partir do surgimento dos primeiros seres, nós temos o nosso próprio Deus que podemos assim traduzir para o português, que é a questão da nossa espiritualidade começa de lá também, nós temos essa relação espiritual tanto com seres, desde o nosso...

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