Nome do Projeto: Memória Petrobras
Depoimento de: Ignácia de Padua
Entrevistado por - Dayse Arosa e Eliana Santos
Local da gravação: Betim, MG
Data: 26/08/2004
Realização Museu da Pessoa
Código do Depoente: PETRO_CB488
Transcrito por Flávia Penna
P/1 - Bom dia!
R - Bom dia!
P/1 - Bom, para começar a gente gostaria que a Senhora falasse o seu nome completo, sua data de nascimento e local que a Senhora nasceu.
R - Meu nome é Ignácia Luiza Costa Pinto de Pádua. Eu nasci em 11 de outubro de 1945, em lavras, Minas Gerais, sul de Minas.
P/1 - Como a Senhora gosta de ser chamada?
R - Ig. É o apelido que eu ganhei aqui na Refinaria.
P/1 - Está bom, Ig. Você podia falar para a gente como que foi antes de entrar na Petrobras, como que foi essa entrada?
R - Bom, eu vivia a minha vida toda no interior, né? Até que eu casei, descasei, e o interior não ficou muito legal para mim. Aí eu tive que procurar um emprego; eu estava fazendo curso superior e fui parar no Rio de Janeiro, certo? Não sei porque; não tinha muito a ver comigo. Mas eu acabei indo para o Rio e surgiu a oportunidade de fazer o concurso para a Petrobras. Eu fiz, para auxiliar de escritório e entrei no dia 25 de outubro de 1976 e fiquei alocada na sede, no Departamento Industrial, Depin, ex-Depin, hoje é _______.
P/1 - No Rio mesmo?
R - No Rio mesmo. Fiquei lá até início de 79, quando em vim embora. Surgiu uma vaga aqui na Refinaria. Eu tinha vontade de voltar para o interior, né, para cá, para Minas. Porque o Rio é lindo mas não tinha muito a ver comigo. Eu nasci em fazenda, fui criada em fazenda, então não tinha muito a ver com a minha pessoa. Aí surgiu uma chance, eu consegui essa vaga, e consegui a vaga exatamente no local que eu queria, que era na área de treinamento de pessoal, o antigo Setor de Treinamento, o antigo Setor de Treinamento que hoje é o Recursos Humanos. Nós éramos um setor a parte. Aí eu vim para cá no dia da mentira: No dia 1º de abril...
Continuar leituraNome do Projeto: Memória Petrobras
Depoimento de: Ignácia de Padua
Entrevistado por - Dayse Arosa e Eliana Santos
Local da gravação: Betim, MG
Data: 26/08/2004
Realização Museu da Pessoa
Código do Depoente: PETRO_CB488
Transcrito por Flávia Penna
P/1 - Bom dia!
R - Bom dia!
P/1 - Bom, para começar a gente gostaria que a Senhora falasse o seu nome completo, sua data de nascimento e local que a Senhora nasceu.
R - Meu nome é Ignácia Luiza Costa Pinto de Pádua. Eu nasci em 11 de outubro de 1945, em lavras, Minas Gerais, sul de Minas.
P/1 - Como a Senhora gosta de ser chamada?
R - Ig. É o apelido que eu ganhei aqui na Refinaria.
P/1 - Está bom, Ig. Você podia falar para a gente como que foi antes de entrar na Petrobras, como que foi essa entrada?
R - Bom, eu vivia a minha vida toda no interior, né? Até que eu casei, descasei, e o interior não ficou muito legal para mim. Aí eu tive que procurar um emprego; eu estava fazendo curso superior e fui parar no Rio de Janeiro, certo? Não sei porque; não tinha muito a ver comigo. Mas eu acabei indo para o Rio e surgiu a oportunidade de fazer o concurso para a Petrobras. Eu fiz, para auxiliar de escritório e entrei no dia 25 de outubro de 1976 e fiquei alocada na sede, no Departamento Industrial, Depin, ex-Depin, hoje é _______.
P/1 - No Rio mesmo?
R - No Rio mesmo. Fiquei lá até início de 79, quando em vim embora. Surgiu uma vaga aqui na Refinaria. Eu tinha vontade de voltar para o interior, né, para cá, para Minas. Porque o Rio é lindo mas não tinha muito a ver comigo. Eu nasci em fazenda, fui criada em fazenda, então não tinha muito a ver com a minha pessoa. Aí surgiu uma chance, eu consegui essa vaga, e consegui a vaga exatamente no local que eu queria, que era na área de treinamento de pessoal, o antigo Setor de Treinamento, o antigo Setor de Treinamento que hoje é o Recursos Humanos. Nós éramos um setor a parte. Aí eu vim para cá no dia da mentira: No dia 1º de abril de1979 (risos) eu desembarquei na Regap. O meu chefe na época falou que eu era uma mentira. De brincadeira lógico, ele era super brincalhão, gente boa à beça, Odorico. Mas aí eu falei: “Não, realmente cheguei no dia da mentira, mas não é para ser uma mentira; eu vou ser uma realidade na Regap”. E estou aí até hoje.
P/1 – E você pode falar mais um pouquinho como que era o trabalho da Senhora lá no Rio e como que é agora aqui em Minas?
R – No Rio, eu era auxiliar de escritório. Comecei a fazer toda atividade de auxiliar de escritório, junto com a equipe toda da área de pessoal que na verdade lidava com a área de treinamento. Mas eu ainda não mexia com treinamento. Então, era uma auxiliar de escritório. Eu comecei a ajudar, dar um apoio, na época, para uma administradora que cuidava do mapa de reposição gerencial, que é uma parte de treinamento dos gerentes e dos futuros gerentes. Era uma espécie, assim de: se um dia um se aposentar, já tem aquele segundo para substituir. Então eu comecei gostar de treinamento. Antes eu fazia tarefas de datilografia – naquela época ainda era datilografia – e aí eu comecei gostar e surgiu essa vaga na área de treinamento, eu pedi para vir e consegui. Agora, hoje, lógico, depois de quase 28 anos – eu vou fazer 28 anos de Companhia – eu, com o treinamento, com a capacitação que a Empresa proporcionou para mim, com o meu curso de Filosofia Pura , que eu sou licenciada, eu tenho o início de Administração de Empresas, que eu não terminei por circunstâncias pessoais de vida, e eu tenho Mestrado em Administração Rural, que eu não defendi a tese porque meu pai morreu na época e me desestruturou um pouco, entendeu? Então, eu com cursos, participação em congressos, que a Companhia proporcionou, hoje sou uma coordenadora de treinamento, não me considero coordenadora. Eu falo que eu sou uma pessoa que ajudo, certo, as áreas que eu coordeno a buscar uma capacitação, uma qualificação. Eu sou uma facilitora. Não gosto muito desse termo de Coordenadora, eu não me sinto muito coordenadora. Eu sou mais uma pessoa que ajudo no que for preciso; se precisar de um treinamento, eu vou, dou todo o apoio possível e necessário, entendeu? Então, hoje eu trabalho na área de Recursos Humanos, nunca saí do Treinamento, nunca tive vontade. Adoro, porque é a área que me proporcionou conviver com pessoas. Tanto é que eu conheço 85, 90% da Refinaria, quase todos por nome. Então, isso para mim é muito bom.
P/1 – Pode falar para a gente alguma lembrança marcante que a Senhora tem da Empresa?
R – Da Empresa?
P/1 – Da Petrobras. Alguma história interessante da sua vivência ou da história da Empresa que a Senhora conheça...
R – Tem fatos que até nem gostaria de mencionar, que me marcou, emocionou muito, que foram os acidentes tiveram que não foi legal para a Companhia.
P/1 – E alguma coisa engraçada assim, de convivência? Porque a Senhora conhece tanta gente aqui, não é? Deve ter alguma história engraçada para contar...
R - Não. Quando eu vim para a Regap, na época da construção dela, eu cheguei, assim, muito tímida, né. Quer dizer, no meu início de Refinaria, era muito acanhada. Eu era uma auxiliar de escritório, demorei a ir para ajudante, então por umas determinadas coisas aí, né, eu não participava muito não. Eu desempenhava o meu trabalho, minhas tarefas, estava aqui constantemente, mas eu não...Eu lembro de casos que me contavam aqui na Regap, né?
P/1 – Conta um desse para a gente?
R – Ah...
P/1 - Não lembra de nenhum caso assim.
R – Eu lembro de uma fase boa da minha vida, que foi marcante, essa foi, de Refinaria. Na época a gente estava ampliando as unidades de craqueamento e destilação e eu participei muito disso na elaboração, na digitação dos manuais de operação dessas novas unidades. Então, isso para mim foi uma coisa muito gratificante, né, porque o pessoal fazia os manuais técnicos. Ainda existe até hoje, eu consegui guardar alguns exemplares. Quer dizer, na datilografia mesmo, sem muito recurso, a gente conseguia fazer aqueles símbolos, colava o esquema, o diagrama, o fluxo do processo. Ficava um trabalho legal. Foi muito bom para mim. E isso me marcou muito. Tanto é que eu tenho ainda guardados esses manuais até hoje.
P/1 – Quando a senhor veio trabalhar aqui, haviam muitas mulheres na Refinaria?
R – Não. Poucas.
P/1 – E como era isso? Essa relação? Ser uma minoria, foi tranqüilo?
R - Para mim nunca foi problema, porque eu cheguei como carioca, sem ser carioca, né? Vim do Rio de Janeiro, acharam que eu era carioca. Eu jogava truco, e jogo, porque eu sou mineira, né? Eu me lembro que eu não convivia muito. Era um grupo pequeno de mulheres mas eu ficava muito mais aqui com as minhas colegas. Porque era só o chefe da época e dois colegas, e as outras duas eram mulheres. Eu me lembro que na era de almoço eu ia jogar truco e não ia almoçar, certo? Então eu tive mais convivência com os homens. Depois, eu passei a jogar peteca. Porque eu era jogadora de vôlei, então eu jogava peteca na hora de almoço com homem. As moças não usavam jogar peteca aqui. Tanto é que, da minha época, quem realmente jogava peteca, tinha cinco mulheres que começaram a jogar peteca, entre elas, eu. E eu participava de campeonato aqui interno, lá fora... Então nós éramos uma minoria que participava. Eu não era muito, como eu não sou até hoje, continuo não sendo, uma pessoa que... eu conheço, convivo com todo mundo mas não sou de grupinhos, entendeu? Eu não vou almoçar. Até hoje eu não almocei. Por causa da peteca, eu deixei de almoçar, eu acostumei. Então, na hora do meu almoço eu fico trabalhando. É opção minha, vontade minha. Se me mandar parar, eu sou capaz de não parar porque eu gosto. Eu faço minhas coisas particulares na hora do almoço. E eu não fico circulando. Eu circulo pouco, na verdade. Apareço pouco. Adoro trabalhar por trás dos bastidores. Não gosto de aparecer.
P/1 – A Senhora se recorda de mais alguma coisa importante aqui na Regap?
R – Na inauguração da Unidade de Coque, a ampliação dessa unidade que eu participei na ajuda dos manuais. Que mais? Ah, a Regap tem vários fatos... A participação nossa nas olimpíadas, nos jogos do jubileu que a turma daqui ganhou; as pessoas que passaram na Regap, que deixaram saudade... Não gosto de falar. (choro)
P/1 – Mas em termos de Petrobras, da história, porque a gente conhece, a sociedade conhece a Petrobras. O que é que a Senhora destacaria da Empresa? Qual é a impressão dessa Empresa?
R – Ah! Poxa! Eu acho que é a melhor Empresa que tem. Eu sou apaixonada por ela. E acho que...(choro) Você vai cortar isso, não vai isso aí não. Embora eu tenha saído do interior, eu hoje me considero uma petroleira mesmo, tá? No dia que eu sair daqui eu acho que eu vou deixar um pouqinho da minha vida aqui (choro). Eu estou quase saindo. Não vou demorar não. Eu acho que vai ser muito difícil para mim. Ganhei amizade, ganhei respeito das pessoas aqui. Adoro! Para mim não é o menor problema sair de casa, acordar cedo, às 15 para as 6 da manhã, venho trabalhar com o maior prazer. O dia para mim passa extremamente light. Não é um peso para mim, entendeu? E eu me orgulho muito de ser uma petroleira. Faço questão de falar que eu sou petroleira. Acho que a Empresa é grande, é bonita, tem um papel social importantíssimo; é a maior Empresa do Brasil, é uma Empresa séria, pelo o que eu conheço da Petrobras, é uma Empresa séria e não permito que falem dela, não gosto. É a minha Empresa. Eu não me considero uma empregada, a Petrobras é minha também. Eu não estou aqui porque eu tenho um contrato de trabalho. Eu estou aqui porque eu gosto do que eu faço, gosto de onde eu trabalho, gosto da convivência com as pessoas, atuo numa área ótima, que me permite isso. Talvez se eu estivesse numa outra área eu teria uma outra opinião. Mas como eu lido com pessoas, com gente e a minha área permite isso, então para mim é muito bom. Só espero não ter sair...Vou ter que sair um dia, claro! Estou ficando velha, mas...(choro) foi bom! Sabe aquelas coisas que você fala assim: “valeu!”
P/1 – E a Senhora é filiada ao Sindicato?
R – Sou.
P/1 – E qual é a importância, se a Senhora é, provavelmente porque é uma coisa importante, então porque, desde quando, sempre foi?
R – Sempre fui filiada desde que eu cheguei a Regap, no Rio não. Desde de 79. Eu me integrei ao Sindicato, nunca participei, mas acho que ele tem um papel importantíssimo que é exatamente congregar os anseios, levar para a Companhia, representar a gente junto a Companhia. E pedir, tentar manter o equilíbrio entre o que a Companhia pode e o que os empregados precisam, visando sempre o bem da Companhia. Acho que ele tem um papel importantíssimo.
P/1 – Como é que a Senhora vê essa relação entre o Sindicato e a Petrobras? Nesses anos, como é que tem sido essa relação? O que mudou, o que ficou igual?
R – Mudou muito, viu, mudou muito. Eu percebia antes que existia muito os opostos, tá? Então o negócio é contestar, o outro é negar. Reivindicar, negar. Reivindicar, negar. Hoje, não. Hoje, tanto a Empresa vê a necessidade de sentar e o Sindicato de sentar junto, negociar e buscar o que é melhor para o empregado e para a Companhia, claro. Porque não tem jeito de ter uma coisa só boa para a Companhia e prejudicar o empregado. Porque, no fundo, quem faz a Companhia somos nós. Isso não resta a menor dúvida, né? Eu acho que está numa fase muito boa. E tomara que cresça bem mais. Eu acho que a gente está evoluindo muito. Os dois lados estão evoluindo. O Sindicato evoluiu muito, mas a Companhia também evoluiu.
P/1 – A Senhora se lembra de algum movimento do Sindicato importante, que tenha se destacado nessa trajetória, nessa relação com a Petrobras, ou algum movimento da Petrobras também em direção ao Sindicato, significativo?
R – Esses movimentos que o Sindicato faz em defesa do monopólio, agora que ele está fazendo contra as essas – saiu outro dia no boletim - as concessões. Acho que isso é defesa do Patrimônio. E acho que todo mundo tem, eu como cidadã brasileira tenho receio de que a Empresa passe, na época, a gente tinha muito receio de que quebrasse o monopólio e a Petrobras virasse uma coisa diferente do que ela é, do papel dela, da importância dela. Mas, graças a Deus ela está tomando rumos que não é o que a gente estava preocupado em si, sabe? Eu acho que o Sindicato tem esse papel de fazer esses movimentos, inclusive de engrandecer a Empresa também, claro, de lutar junto. Se a Empresa tiver que reivindicar alguma coisa, que o Sindicato reivindique junto com ela também.
P/1 – Queria que a Senhora falasse um pouquinho o que achou de ter dado essa entrevista e como vê a sua participação na história da Empresa, o que as pessoas vão saber a partir disso.
R – Depois queria, você faz uma correção aí, porque quando eu falei que eu fui pro Rio, me deu um lapso aqui. Mas na verdade porque eu fui para o Rio? Porque eu casei, formei e vim terminar de formar em Belo Horizonte, de normal. E aí eu voltei para a fazenda. Eu trabalhei com meu pai 11 anos na fazenda. Quer dizer, eu não esperava, eu passava aqui na frente, vindo passear em Belo Horizonte e via construindo a Regap. Nunca imaginei que eu viria para cá, né, que eu ia entrar dentro da Refinaria. Aí eu fiquei com meu pai e ficaria, a gente às vezes não pensa nisso, que a vida às vezes dá uns tombos na gente. Aí ele faleceu e de repente eu me vi sem pé nem cabeça. Tanto é que eu parei meu mestrado em Administração Rural, que eu estava fazendo, e fui para o Rio de Janeiro, por algumas conveniências da minha família. São Paulo eu não podia, por causa de clima, eu era asmática, fiquei com uma bronquite, vivia gripada. Em Belo Horizonte também a família não queria que eu viesse. Aí eu fui para o Rio. Mas eu nunca tinha ido ao Rio de Janeiro. Aí é que eu entrei na Petrobras. Quer dizer, a minha vida mesmo profissional é a Companhia. Eu trabalhei num colégio, mas trabalhei pouco tempo, num Colégio da Rede Ferroviária Federal, na secretaria do colégio, mas trabalhei um ano e pouco. Aí eu fui embora para a fazenda. E morei na fazenda, na roça mesmo. Trabalhava na roça, ajudando meu pai. A gente tem uma fazenda no sul de Minas aqui, que existe até hoje. Então é essa a retificação, porque eu entrei na Companhia, porque eu fui para o Rio, e aí aconteceu. Foi exatamente: meu pai faleceu e um ano quase depois eu saí de Lavras e fui para o Rio. Agora, acrescentando, coisa boa que a Regap me deu, dentro do que eu vou guardar de lembrança é as pessoas que estão na Regap. Eu sou Presidente da Cooperativa dos Petroleiros de Minas Gerais. Devo a confiança que o pessoal colocou em mim e me elegeu. Acho que posso falar isso também porque a Coopetro, que é a cooperativa faz parte da Regap, ela nasceu com pessoas que eram da Refinaria, empregados da Regap, e 25 pessoas que criaram essa cooperativa, há 33 anos atrás. Eu estou lá desde 1995. Vou para lá todo dia depois que eu saio daqui. A gente tem um trabalho legal, junto com a Regap, com a Petrobras, inclusive a gente tem uma concessão de desconto em folha dado pela Companhia na época para essas pessoas que fundaram a Coopetro. Então acho que isso é uma coisa muito legal. Hoje a gente faz um trabalho bem legal. A Gerência da Refinaria conhece o nosso trabalho, conhece a Coopetro. A gente tem entrada aqui.
P/2 – É bacana isso ficar registrado, porque a Senhora acha que é muito importante estar trazendo isso para a gente, não é?
R – Sim. Porque inclusive a Cooperativa só existe aqui, tá?
P/2 – Qual é a função dessa Cooperativa?
R – Ela é a Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Petroleiros do Estado de Minas Gerais. Então, a gente capitaliza através de cota e empresta o dinheiro a juros baixíssimos. Ajuda as pessoas, faz um trabalho de monitoramento financeiro. É muito legal. Nós temos uma sede, e a gente tem o respaldo da própria Petrobras, porque nós temos desconto em folha. Temos um código na folha de pagamento que é da Coopetro.
P/2 – Queria então que a Senhora terminasse dizendo para gente como é que foi essa entrevista.
R – Foi bom! Foi muito bom!
P/2 - Se a Senhora gostou, e o que significa isso para a Petrobras, do seu ponto de vista.
R – Essa entrevista?
P/2 – É essa entrevista.
R – Olha, que ela lembre de mim, eu acho importante, tá? Eu acho que a Companhia está dando importância às pessoas, aos empregados dela, sabe? E que a gente também é gente. E que nós é construímos isso que está aí. Foram eles e nós que construíram e os futuros que virão e irão dar continuidade a essa Companhia. Foi muito bom. Eu estou me sentindo importante. Não sou muito disso. Parece até contraditório, porque eu disse na entrevista que eu não sou muito de aparecer, mas eu acho que tudo tem um momento. Eu sou uma pessoa que estou com 28 anos de Refinaria, então acho que a gente pode ter alguma coisa, né? A turma minha, que eu falo da minha época, a maioria já saiu, todo mundo já aposentou. Eu estou ainda. São poucos que estão ainda aí daquela época. Mas eu estou convivendo com novas gerações da Regap, estou ajudando a formar esse pessoal, coordenando os cursos de formação de operador. E além de tudo mais eu faço parte do Grupo de Certificação Profissional, da Manutenção e da Produção. Eu sou a representante do R.H. junto a esse grupo que participa do Projeto de Certificação da Companhia. Então, eu acho muito bom, acho que está na hora de eu falar. Embora eu não goste muito, mas é legal.
P/1 - Que bom que nós fomos privilegiados, então.
R – E desculpa a emoção, tá?
P/1 - Imagina!
P/2 – Muito obrigado! Sua entrevista foi ótima para a gente.
R - Só espero que você não deixe eu chorando aí, porque pega mal à beça, tá? É porque eu também estou meio emotiva porque amanhã...(choro) foi o dia que Papai morreu então eu fico...(choro)
P/2 – Sua entrevista foi maravilhosa. Gostaríamos de agradecer muita
R – O mês de agosto não é legal para mim, sabe? Foi um mês que deixou muita marca. Ela morreu novo, cedo, pegou a gente assim, tanto é que eu, aliás eu não, a minha família toda ficou meio perdida porque ele era ponto de apoio nosso. Um homem simples, roceiro, mas legal.
P/1 e P/2 – Ig, obrigada.
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