Almir Monteiro Martins mora no quilômetro 17 da comunidade Boa Vista, sentido Campo Verde. Ele chegou à região em 1982 e conta: Quando cheguei aqui, o colégio era muito carente. Era coberto de palha, tinha parede só na frente e estava tão desgastado que desabou. Depois disso, a comunidade se reuniu para construir uma outra escola, de madeira. Ele também lembra que, naquela época, era difícil de ganhar dinheiro. O trabalho era carregar cargas nos animais, como burros, cavalos e jumentos. Não tinha estrada para carros, só um caminho estreito por onde passavam apenas pessoas e animais. Já a comunidade, além da escola precária, tinha uma igreja, uma usina de arroz e um poço de onde se tirava a água com gangorra. As estradas, quando passaram a existir, não tinham pontes, os moradores tiveram que fazer uma vaquinha para construir uma ponte manualmente. Era um sacrifício para quem morava por essas redondezas, ele conta. Ainda nos anos 1980, a escola deixou de funcionar e os moradores começaram a querer ir embora para a cidade. Seu Almir lembra: Fizemos uma reunião com antigos moradores para resgatar a escola e a comunidade. No ano seguinte, começamos a distribuir terrenos e chácaras para quem tivesse filho e quisesse morar na Boa Vista. O resultado do movimento dos moradores foi o desenvolvimento local. Hoje, há escola com boa infraestrutura, estrada por onde passam carros grandes e pequenos, bares, várias igrejas católicas e evangélicas. Ao rememorar o passado, seu Almir, um homem de coragem, que passou por muitas dificuldades, fica ao mesmo tempo feliz e emocionado, pois acha muito bom poder dividir sua história de vida com a comunidade e compartilhar as aventuras que viveu. Almir é agricultor e pai de família. Vive na comunidade Boa Vista há 40 anos.