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História
Por: Museu da Pessoa, 3 de maio de 2016

Histórias do Mercadão

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Histórias do Mercadão

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Meu nome é Hugo Rosário Saporito, nascido no dia vinte e nove de abril de 1924, São Paulo. Meu pai? Era Francesco Saverio Saporito. Nasceu na Itália. Minha mãe se chamava Angelina Giapetta Saporito. Meu pai veio para cá com 15 anos. Na Itália, ele não tinha praticamente o que comer, naquele tempo. Você imagina que… nem sei o ano que ele nasceu. Então, ele mais um amigo dele com 15 anos, vieram para o Brasil.

Foi uma viagem de terceira classe ou qualquer coisa assim. Eles não tinham condição e ele veio quando tinha 16, 17 anos, que ele ficou aqui na casa desse amigo que o pai dele já estava morando aqui, então eles vieram junto, mas estavam morando aqui, aí ele começou a trabalhar. Naquele tempo, São Paulo não tinha luz elétrica nas ruas, era lampião a gás, então, ele de noite ascendia o lampião e de manhã, apagava o lampião, era um emprego já que ele tinha. Depois, quando era sete, oito horas da manhã, não sei que horas eram, naquele tempo, tinham os balaios grandes, redondos, que o pessoal punha aqui para vender, então, ele enchia de frango, de ovos e saía para vender na rua isso aí, porque São Paulo era desse tamanho, né, São Paulo era… para você ter ideia, eu nasci na rua Quirino de Andrade, no centro da cidade, não tinha maternidade, nasci em casa, normal e ele começou a trabalhar… e foi indo assim. Em São Paulo tinha mercadinho, não tinha mercadão, tinha mercadinho só. Mercadinho que vendia todos os gêneros alimentícios e ele foi trabalhar no mercadinho numa firma que eu não me lembro o nome. Como o meu pai foi muito inteligente, graças a Deus, aí ele foi trabalhar no mercado. Depois de um determinado tempo, ele alugou um box no mercadinho, para ele sozinho. Era no Anhangabaú. Mercadinho Anhangabaú, chamava. E aí, em 1933, foi inaugurado o Mercadão e ele tinha direito a um box porque ele já era do mercado. E ele ficou com um box no Mercadão. Mas naquele tempo, o Mercadão não tinha...

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Dados de acervo

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P/1 – Hugo, só para deixar registrado, você fala pra mim o seu nome completo, local e data de nascimento?

R – Hugo Rosário Saporito.

P/1 – Em que data o senhor nasceu?

R – Vinte e nove de abril de 1924.

P/1 – Em São Paulo?

R – São Paulo.

P/1 – E qual que é o nome do seu pai inteiro?

R – Meu pai? Era Francesco Saverio Saporito.

P/1 – Ele nasceu onde?

R – Na Itália.

P/1 – Em que cidade da Itália ele nasceu?

R – Calábria.

P/1 – E a sua mãe, qual que é o nome dela?

R – Minha mãe italiana, também, mas veio de lá com cinco anos, praticamente, ficou brasileira, né?

P/1 – Qual que é o nome inteiro dela?

R – Angelina Giapetta Saporito.

P/1 – E o seu pai contava como que era na Itália a vida dele? O quê que eles faziam lá?

R – Meu pai veio para cá com 15 anos. Na Itália, ele não tinha praticamente o que comer, naquele tempo. Você imagina que… nem sei o ano que ele nasceu. Então, ele mais um amigo dele com 15 anos, vieram para o Brasil.

P/1 – Porque não tinha nada lá para fazer, né?

R – Não tinha nada para fazer.

P/1 – Eles vieram de navio para cá?

R – De navio. Navio e sei lá onde.

P/1 – Ele não falou pra você como foi a viagem, então?

R – Não. Foi uma viagem de terceira classe, qualquer coisa. Eles não tinham condição, eu vim aqui contar história e depois, você corta o que quiser. E naquele tempo, São Paulo, ele veio quando tinha 16, 17 anos, que ele ficou aqui na casa desse amigo que o pai desse amigo dele já estava morando aqui, eles vieram junto, mas estavam morando aqui, aí ele começou a trabalhar, naquele tempo, São Paulo não tinha luz elétrica nas ruas, era lampião a gás, então, ele de noite ascendia o lampião e de manhã, apagava o lampião, era um emprego já que ele tinha. Depois, quando eram sete, oito horas da manhã, não sei que horas eram, naquele tempo, tinham os balaios grandes, redondos, que o pessoal punha aqui para vender, então,...

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