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Por: Melissa Osterlund, 30 de maio de 2023

Histórias de vida de duas estudantes do ProEJA

Esta história contém:

>> Olá! Gostaria de enviar a história de vida de duas estudantes de ProEJA, formandas do Curso Técnico em Comércio Integrado ao Ensino Médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) Campus Rolante. Sou professora delas de Língua Portuguesa e Literatura. Trabalhamos em aula com a exposição \\\\\\\\\\\\\\\"Histórias que pulsam: o que essas vivências despertam em você?\\\\\\\\\\\\\\\", que encontrei no site do Museu da Pessoa. Elas adoraram conhecer o Museu virtualmente! Muito obrigada!<<

Texto da estudante Silvana Reis:

\\\\\\\\\\\\\\\"Um dos momentos que me marcou muito foi a separação dos meus pais. Eu tinha mais ou menos 7 anos quando eles se separaram.

Outro marco foi quando aos 14 anos saí de casa e fui morar na casa de pessoas que pra mim eram estranhas, pois eu nunca tinha saído de casa.

O que também me marcou muito foi o dia em que me casei, foi o dia mais bonito, fui eu que junto de pessoas consegui organizar cada detalhe da cerimônia e da festa.

Outro marco foi quando engravidei do meu primeiro filho, que foi planejado, amado e muito esperado. Também me marcou muito quando engravidei pela terceira vez, e no quinto mês de gestação descobri que eram gêmeos, no oitavo mês descobri que era um casal, e veio a minha menina, Hadassa.

Já faz mais ou menos 6 meses que minha irmã não fala comigo por causa do meu pai. Ela queria que eu levasse ele pra minha casa, mas eu não tenho lugar pra ele dormir, porque ele tem alzheimer.

Resolvi voltar a estudar por causa do meu filho mais velho, passei a ver o mundo de outra forma porque aprendi a me impor, diante de uma crise familiar, a dizer “não” pras pessoas, quando não gosto de alguma coisa que me machuca. E também por mim mesma, vi se abrirem novos horizontes. Hoje consigo decidir o que eu quero sem depender de ninguém.

Família pra mim é tudo, meus pais, marido e filhos que amo de paixão e faço tudo o que posso para estarmos sempre juntos. Também a minha querida sogra, com a sabedoria de seus 90 anos de vida, ela é muito sábia ao dar um conselho, pra ela, família é tudo e sou muito grata pelos conselhos que ela me deu.\\\\\\\\\\\\\\\"

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Texto da estudante Sinara da Silva Lazzaretti:

\\\\\\\\\\\\\\\"Lembranças no meu presente

Aos 19 anos casei com um jovem de 23 anos. Desse casamento, tive dois filhos. Aos 21 anos descobri minha primeira gestação… Medos, inseguranças, alegria e incertezas. Nove meses se passaram e o grande dia chegou: no dia 26 de abril, nasce Luis HEnrique, com 4,330kg e 52,5 centímetros, o menino que veio me encher de alegria e me ensinar a ser mãe.

Três anos e meio se passaram e a novidade chegou para a alegria de todos, a gestação do segundo filho. Uma gestação que me deixou na expectativa de saber qual seria o sexo do “baby”. Ao completar oito meses, descobri que seria mais um menino, para completar minha vida.

João Vitor nasceu dia 23 de dezembro, com 4,300kg e 52 centímetros, cheio de beleza e ternura. Com meus filhos, aprendi o valor da vida e o amor incondicional e passei a dar mais valor aos meus pais. O valor que aprendi com o amor dos meus filhos e fez fortalecer em 2012, quando meu pai descobriu que tinha câncer. Ele fez um tratamento durante dois anos, mas quando começou a ficar debilitado e não levantando mais da cama, larguei tudo e fui ajudar minha mãe e cuidar dele.

Cada sorriso, cada piada, cada detalhe, lembro com carinho dos dias difíceis, mas ele deixou sua marca registrada. Todos esses 90 dias foram para eu entender que a vida é apenas uma passagem e o dia de sua partida marcaria para sempre nossas vidas: 21 de dezembro de 2014. Providenciar tudo, papéis no hospital, papéis na funerária e escolher o caixão, confesso, não foi fácil.

Naquele momento tive que aprender a viver sem ele e lembrar dos momentos bons, apenas. Nossas vidas foram transformadas ao longo do tempo e, dois anos após tudo isso, minha mãe sofre um acidente, ficando internada 22 dias no hospital de Campo Bom, com o fêmur quebrado e tendo que colocar uma prótese por causa da rejeição e esperar por mais uma troca, porque o corpo não aceitou o material.

Depois desse acidente ela teve sua vida modificada e deixou coisas que amava fazer. Apesar de todo sofrimento dela, sempre estive apoiando e ajudando quando ela mais precisou e dói não ter o mesmo amor correspondido.

Hoje sou grata por ter pessoas que demonstram o amor sincero, além de meus filhos, minha esposa Patricia, que entrou na minha vida há três anos, uma pessoa que se dedica à família e demonstra seu amor diariamente com atitudes. Patricia me mostrou um lado da vida que eu não conhecia e me fez sentir mulher.

Bianca é uma jovem dedicada, uma amiga parceira que tem um futuro brilhante, sempre carinhosa comigo e sua mãe. Sempre se esforça para dar seu melhor, um amor de pessoa. Igor entrou na minha vida e me fez relembrar meus filhos na sua idade, por dar amor e carinho, menino inteligente e elevado. Bianca e Igor me tratam como uma segunda mãe, filhos que o coração acolheu.

Hoje minha família é formada por seis pessoas, pessoas que eu amo, eles são a base para o meu fortalecimento e crescimento. Foram eles que me apoiaram e me apoiam para continuar meus estudos, pois voltei a estudar depois de 22 anos fora de uma escola. Hoje, 4 anos após o retorno, me sinto feliz e sonho com um futuro melhor.

Hoje o tão falado TCC não se tornou meu rival, e sim meu orgulho da formatura.\\\\\\\\\\\\\\\"

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Palavras-chave: família, estudos, vida

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