TEXTO COLETIVO SOBRE A ENTREVISTA ELABORADO PELOS ALUNOS DO 4° TERMO DA SUPLÊNCIA I – PROF. JOSÉ GERALDO _ “ PARTICIPANTES DO PROJETO MEMÓRIA LOCAL NA ESCOLA “.
No dia treze de setembro de dois mil e seis, nós alunos do 4º Termo, entrevistamos o Sr. Antonio Ramos Pereira, 74 anos, nascido no Rio Casca, Minas Gerais, que falou muitas coisas interessantes sobre sua infância e juventude, sobre sua família, seu trabalho e principalmente sobre o bairro, pois reside aqui há 45 anos.
O Sr. Antonio nos disse que sua infância foi muito boa, tinha muitos colegas, brincava de bola, constantemente. Na juventude tinha uma vida sossegada, pois naquela época não se falava e nem havia drogas, e, essa palavra era usada para coisas que não prestava (por ex: O vaso caiu e quebrou). Jogue essa droga no lixo (vaso). Seus pais eram rígidos, mas não eram bravos, não deixavam sair e exigiam muito respeito.
“ Nunca fui namorador” _ disse ele , conheci, namorei, casei-me e estamos juntos até hoje. Temos seis filhos,(um administrador de Empresas, um professor, um caminhoneiro, um agente de cargas (no aeroporto) e duas filhas que são do lar). Namorar só podia pegar na mão; a moça tinha que ser virgem para se casar. Os casais não brigavam.
Hoje, tudo mudou, as meninas engravidam muito cedo, na maioria das vezes assumem o filho sozinha. Acho que as mulheres devem se valorizar e se preservar mais.
Em 1960, vim para São Paulo, a procura de trabalho, pois, lá trabalhava na roça, plantando milho, feijão, arroz, mandioca, enfim, de tudo.
Em 1961, mudei para São Miguel Paulista, gostei e estou até hoje. Trabalhei na Cia Nitro Química apenas seis meses, devido a soda, fui obrigado a pedir demissão, mas antes, conheci o sr. Antonio Ermírio de Morais, homem simples e bom .
Posteriormente fui trabalhar em açougue.
Aqui, no Jardim Helena, a situação era precária, pegávamos água no poço, tomávamos banho de bacia,...
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TEXTO COLETIVO SOBRE A ENTREVISTA ELABORADO PELOS ALUNOS DO 4° TERMO DA SUPLÊNCIA I – PROF. JOSÉ GERALDO _ “ PARTICIPANTES DO PROJETO MEMÓRIA LOCAL NA ESCOLA “.
No dia treze de setembro de dois mil e seis, nós alunos do 4º Termo, entrevistamos o Sr. Antonio Ramos Pereira, 74 anos, nascido no Rio Casca, Minas Gerais, que falou muitas coisas interessantes sobre sua infância e juventude, sobre sua família, seu trabalho e principalmente sobre o bairro, pois reside aqui há 45 anos.
O Sr. Antonio nos disse que sua infância foi muito boa, tinha muitos colegas, brincava de bola, constantemente. Na juventude tinha uma vida sossegada, pois naquela época não se falava e nem havia drogas, e, essa palavra era usada para coisas que não prestava (por ex: O vaso caiu e quebrou). Jogue essa droga no lixo (vaso). Seus pais eram rígidos, mas não eram bravos, não deixavam sair e exigiam muito respeito.
“ Nunca fui namorador” _ disse ele , conheci, namorei, casei-me e estamos juntos até hoje. Temos seis filhos,(um administrador de Empresas, um professor, um caminhoneiro, um agente de cargas (no aeroporto) e duas filhas que são do lar). Namorar só podia pegar na mão; a moça tinha que ser virgem para se casar. Os casais não brigavam.
Hoje, tudo mudou, as meninas engravidam muito cedo, na maioria das vezes assumem o filho sozinha. Acho que as mulheres devem se valorizar e se preservar mais.
Em 1960, vim para São Paulo, a procura de trabalho, pois, lá trabalhava na roça, plantando milho, feijão, arroz, mandioca, enfim, de tudo.
Em 1961, mudei para São Miguel Paulista, gostei e estou até hoje. Trabalhei na Cia Nitro Química apenas seis meses, devido a soda, fui obrigado a pedir demissão, mas antes, conheci o sr. Antonio Ermírio de Morais, homem simples e bom .
Posteriormente fui trabalhar em açougue.
Aqui, no Jardim Helena, a situação era precária, pegávamos água no poço, tomávamos banho de bacia, as casas eram de madeira, quando chovia, alagava tudo. Tinha muitas valetas. O Rio Tietê, que fica aqui bem próximo, era limpo e dava para pescar. O desenvolvimento era lento, não havia lojas, farmácias, hospitais, supermercados, escolas, posto de saúde, posto de gasolina, padarias, creches, asfalto etc. As crianças estudavam na única escola pública que havia, chamada Dr. Diogo de Faria. Hoje, tudo mudou, o bairro não é mais aquele, parece até uma cidade grande, temos quase de tudo, falta ainda um hospital público, limpeza do Rio Tietê, que é o nosso patrimônio, Bancos, Universidades, etc.
Enfim, em nosso bairro, hoje, há de tudo, lojas, farmácias, carros, mercados, padarias, ônibus, escolas, postos de gasolina, posto de saúde e muitas pessoas pra lá e pra cá.
Fico feliz por estar aqui falando de mim, do nosso bairro, de como era e de como é hoje.
Eu me sinto realizado, conquistei minha casa própria, carros, sou aposentado e vivo tranqüilamente.
Espero que o bairro, a cidade, se desenvolva mais e mais, que haja fábricas para que nossos filhos, netos e pessoas em geral possam trabalhar e ter uma vida digna.
O sr.Antonio encerrou a entrevista com a seguinte frase:
“NÃO TENHAM TRISTEZA, SOMENTE ALEGRIAS”.
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