MARlene, mãe do MAR. Oceanos !
Amor das águas, nas memórias, pelas
marés.
Quintais! redutos sagrados onde se
guarda a vida, onde se colecionam
tesouros, ao chão e sob a terra,
submersos ou flutuando no espaço.
Hoje, sou viajante no tempo,
abandonei o corpo que não me coube,
o nome que não me pertencia,
minh\'alma agora navega pelo mar em
direção ao horizonte.
Profundezas abisais, cantos escuros,
silêncio penumbrico, mas não há
solidão! A tristeza e a saudade
conversam com o passado, são irmãs,
se entre olham resenhando emoções
que um dia esteve posta sobre a mesa.
Haviam estrelas no fundo do MAR...
Objetos seriados do cotidiano.
Busco no silêncio e na ausência,
emoções aprisionadas, traduzidas em
formas e materialidades, me interesa os
segredos perdidos de viveres.
Consigo imaginar cores, formas,
desgastes, corrosões, fruto do que
sentiram e do que são.
Mães, são todas estrelas! E quando se
vão?
Vida e morte são passagens pelo
tempo. Memórias, são fabulações da
eternidade que possuem mecanismos
próprios para sobreviver, se adaptam
ao ambiente, se fortalecem no
cotidiano.
As ficções que fotografo (des)tecem
formas para além da matéria, elas
imprimem seu desejo de liberdade.
Ressoam como um radar
identificando outros lares, outros
poemas, outras constelações.
Partindo da idéia de semeadura por
bons afetos, me foi dado um
ensinamento que dizia: não existe
cedo ou tarde, quando tratamos de
tempo. Nem lugar, nem obstáculos. O
processo está nele mesmo, trabalhe!
Nesse instante. Compus mantas e
cobertores de tinta e areia, preenchi
a porcelana com água colorida,
coloquei-a frente a chama de uma
vela, modulei a luz e estive a frente
do Sol para dizer o que tenho feito e
do que tenho vivido ao buscar no
passado alguma fenda que me
permita restaurar memórias.
Algumas fronteiras não existem mais,
objetos, fotografia, pintura,
modelagem pictórica, mesas de
processos...
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MARlene, mãe do MAR. Oceanos !
Amor das águas, nas memórias, pelas
marés.
Quintais! redutos sagrados onde se
guarda a vida, onde se colecionam
tesouros, ao chão e sob a terra,
submersos ou flutuando no espaço.
Hoje, sou viajante no tempo,
abandonei o corpo que não me coube,
o nome que não me pertencia,
minh\'alma agora navega pelo mar em
direção ao horizonte.
Profundezas abisais, cantos escuros,
silêncio penumbrico, mas não há
solidão! A tristeza e a saudade
conversam com o passado, são irmãs,
se entre olham resenhando emoções
que um dia esteve posta sobre a mesa.
Haviam estrelas no fundo do MAR...
Objetos seriados do cotidiano.
Busco no silêncio e na ausência,
emoções aprisionadas, traduzidas em
formas e materialidades, me interesa os
segredos perdidos de viveres.
Consigo imaginar cores, formas,
desgastes, corrosões, fruto do que
sentiram e do que são.
Mães, são todas estrelas! E quando se
vão?
Vida e morte são passagens pelo
tempo. Memórias, são fabulações da
eternidade que possuem mecanismos
próprios para sobreviver, se adaptam
ao ambiente, se fortalecem no
cotidiano.
As ficções que fotografo (des)tecem
formas para além da matéria, elas
imprimem seu desejo de liberdade.
Ressoam como um radar
identificando outros lares, outros
poemas, outras constelações.
Partindo da idéia de semeadura por
bons afetos, me foi dado um
ensinamento que dizia: não existe
cedo ou tarde, quando tratamos de
tempo. Nem lugar, nem obstáculos. O
processo está nele mesmo, trabalhe!
Nesse instante. Compus mantas e
cobertores de tinta e areia, preenchi
a porcelana com água colorida,
coloquei-a frente a chama de uma
vela, modulei a luz e estive a frente
do Sol para dizer o que tenho feito e
do que tenho vivido ao buscar no
passado alguma fenda que me
permita restaurar memórias.
Algumas fronteiras não existem mais,
objetos, fotografia, pintura,
modelagem pictórica, mesas de
processos ou instalações.
Busquei a compreensão de elementos
que desconhecia. A luz tornou-se
movente e plural penetrando a louça.
Revelou, gradativamente, imagens
justapostas, circular, e estelares. Não
como as que constelam o céu, em
noites escuras, mas enquanto jóias,
que estavam soterradas em meu
quintal, em mares nunca ante
navegados, e que como fósseis
sagrados. Agora flutuam!
Sou Josemar Blures de Souza Dias, 36 anos, virginiano, soteropolitano, brasileiro. Conhecido artisticamente como: MAR. Estudante do Doutorado na Escola de Belas Artes - EBA, em seu Programa de Pós - Graduação em Artes Visuais -
PPGAV, da Universidade Federal da Bahia - UFBA. Filho de Dona Marlene Pereira de Souza e José Nivaldo Dias, tem seis irmãos. É
pai de Sofia Blures e tempos depois se refaz, recebendo o pequeno Akin Blures, fruto de uma nova história.
Artista desde 2003, teve contato com linguagens distintas nas Artes Visuais. Hoje pesquisa e produz baseando seu processo criativo nas relações entre Objeto, tempo, memória, e ficção. A fotografia é sua linguagem de exercício, por vezes tencionando as fronteiras da imagem, ao expandir a materialidade que compõe
em suas cenas e cenografias.
Um artista pesquisador posto a prova, que busca no passado uma segunda chance para reinventar o que havia se perdido, figurando imagens que não são deste
tempo, que só podem existir no amanhã. As matérias-primas que reúne compõem um cenário não linear de sentidos e de existência, se compõem em seu processo artístico e se remodelam para continuarem vivas.
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