Sou Marly Ferreira nome de batismo, Marlye meu nome artístico. Natural de Volta Redonda, Estado do Rio de Janeiro. Na década de 40, os meus pais vieram para trabalhar na cidade que estava em construção ao redor da maior Companhia Siderúrgica da América Latina. Minha mãe Ormezinda Ferreira veio de Ponte Nova - MG e o meu pai Marcionílio dos Santos, de São Gonçalo - RJ. Aqui em VR se conheceram e constituíram a família.
A empresa de meu pai cresceu muito e sua família também, mas meu pai tinha uma queda por arrumar mulheres fora de casa e minha mãe sempre descobria a nova filial. Depois de muitas brigas, meu pai resolveu sair de casa, deixando a mulher e seis filhos para trás. Passado algumas semanas que ele havia se ausentado, mamãe percebe que estar grávida. Não poderia ter mais uma boca para comer, então pede socorro a parteira, para que a ajudasse a fazer a menstruação descer. Dias de expectativas, e em vão as garrafadas tomadas.
Então a parteira lhe disse que precisava fazer um procedimento de introdução de sonda, para expulsão do embrião, não tinha como falhar. Na semana seguinte minha mãe foi até a casa da parteira, para fazer o tal procedimento, mas quando estava na metade do caminho, ela teve uma experiência sobrenatural, uma voz lhe disse: Se me tirar você virá comigo, ela escutou mais duas vezes: se me tirar virá comigo.
Mamãe voltou para casa e sete meses depois Marly nasceu, no dia 26 de Abril de 1957.
A narrativa não para por aqui, foram anos e mais anos mamãe sustentando a família, fazendo doces, lavando roupas para fora e empreendendo como feirante. O que dificultava a situação é que a caçula, rapa do tacho e atrevida, queria ser professora ou artista.
E o gosto pela leitura era grande; não tinha livro, pegava na biblioteca pública, arrumava emprestado, comprava no sebo, e assim a filha de sete meses, foi vencendo, concluiu Primário,...
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Sou Marly Ferreira nome de batismo, Marlye meu nome artístico. Natural de Volta Redonda, Estado do Rio de Janeiro. Na década de 40, os meus pais vieram para trabalhar na cidade que estava em construção ao redor da maior Companhia Siderúrgica da América Latina. Minha mãe Ormezinda Ferreira veio de Ponte Nova - MG e o meu pai Marcionílio dos Santos, de São Gonçalo - RJ. Aqui em VR se conheceram e constituíram a família.
A empresa de meu pai cresceu muito e sua família também, mas meu pai tinha uma queda por arrumar mulheres fora de casa e minha mãe sempre descobria a nova filial. Depois de muitas brigas, meu pai resolveu sair de casa, deixando a mulher e seis filhos para trás. Passado algumas semanas que ele havia se ausentado, mamãe percebe que estar grávida. Não poderia ter mais uma boca para comer, então pede socorro a parteira, para que a ajudasse a fazer a menstruação descer. Dias de expectativas, e em vão as garrafadas tomadas.
Então a parteira lhe disse que precisava fazer um procedimento de introdução de sonda, para expulsão do embrião, não tinha como falhar. Na semana seguinte minha mãe foi até a casa da parteira, para fazer o tal procedimento, mas quando estava na metade do caminho, ela teve uma experiência sobrenatural, uma voz lhe disse: Se me tirar você virá comigo, ela escutou mais duas vezes: se me tirar virá comigo.
Mamãe voltou para casa e sete meses depois Marly nasceu, no dia 26 de Abril de 1957.
A narrativa não para por aqui, foram anos e mais anos mamãe sustentando a família, fazendo doces, lavando roupas para fora e empreendendo como feirante. O que dificultava a situação é que a caçula, rapa do tacho e atrevida, queria ser professora ou artista.
E o gosto pela leitura era grande; não tinha livro, pegava na biblioteca pública, arrumava emprestado, comprava no sebo, e assim a filha de sete meses, foi vencendo, concluiu Primário, Ginásio, Científico e até a Faculdade. Professora, sim senhora, dizia mamãe toda orgulhosa para as comadres, e vizinhas. E lá estava eu com o canudo na mão, Licenciatura Plena de Ciências Físicas e Biológicas.
Depois da Faculdade veio o casamento e os filhos começaram a chegar, mas o outro sonho de ser artista ainda estava latente, pois ficou engavetado por muitos anos, até que meus cinco filhos cresceram e se encaminharam na vida. Então após o falecimento de mamãe com mais de noventa anos publiquei a sua trajetória de Mulher Guerreira, no livro intitulado \"Recordar, trazendo de volta ao coração\". Retirei da gaveta os meus poemas e as minhas composições, e com o advento da Internet apresentei-os ao mundo.
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