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Por: Museu da Pessoa, 24 de maio de 2024

Formamos um círculo na unidade e na diversidade. Vamos dançar e celebrar a memória!

Esta história contém:

Formamos um círculo na unidade e na diversidade. Vamos dançar e celebrar a memória!

Vídeo

I. A família, um núcleo de transmissão espiritual

• Boubacar Ndiaye: uma árvore e suas raízes

Me chamo Boubacar Ndiaye, sou griot. Assim que pronuncio meu sobrenome, penso e agradeço ao meu primeiro ancestral, há sete séculos. Estou aqui diante de vocês como uma árvore, com suas raízes — sem elas, a árvore não se sustenta em pé.

Graças a duas mães, não senti a ausência de um pai. Ele era polígamo, tinha duas esposas. As duas eram amigas antes de se tornarem co-esposas. Quando eu tinha seis anos, ele partiu para a terra dos ancestrais, deixando cerca de trinta filhos.

Na minha casa, não há porta. No pátio, está sempre cheio de crianças. Yaï Nabou é minha segunda mãe. Seu olhar nos seguia por todo lado, ela tinha um poder sobre nós, porque era ela quem mantinha uma ligação com o mundo dos gênios, dos marabus. Tudo que ela transmitia era a parte espiritual, a parte da exigência, a parte Baye Fall, que é um pouco como o sufismo do Senegal, através de cantos. Yaï Fatou é minha primeira mãe. Com uma voz de pássaro, ela nunca nos repreendia. Brincávamos com ela, mas não se podia tocar em seu pescoço, se não ela entrava em transe. Ela era uma força estranha e só sua garrafa de água misturada com gris-gris (amuleto de proteção) podia acalmá-la. Ela também entrava em transe quando recebia bruscamente uma boa ou uma má notícia. Era sempre preciso passar por Yaï Fatou, só ela sabia como contar-lhe as notícias.

• Baichère Mbaye: Histórias através da percussão

Me chamo Baichère Mbaye. Sou artista, músico, compositor e autor, nascido em Dakar. Atualmente vivo em Toulouse. Sou griot por parte de pai e mãe. O que mais me interessa na percussão é, sobretudo, a percussão espiritual. Compartilhar a alma da percussão me permite transmiti-la aos outros à minha frente.

Meu pai era griot, cantor espiritual. Na família griot, um percussionista, contador de histórias, dançarino, cantor, é um griot...

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Projeto Conte Sua História

Entrevista com Boubacar Ndiaye (R/1) e Mbaye Papa De Thialaw (R/2)

Entrevistado por Karen Worcman (P/1) e Jonas Samaúma (P/2)

São Paulo, 24 de maio de 2024

Entrevista nº PCSH_HV1399

Revisão: Nataniel Torres

[Tradução da transcrição da entrevista do francês para o português]

P/1 - Em geral, para começar, eu faço um convite à pessoa - às pessoas - para fazer uma viagem até a primeira memória que você tem. Então, se fecharmos os olhos e respirarmos, e fizermos nossa memória viajar, procuramos essa primeira memória da nossa vida. Essa memória pode ser algo em ______, em toques ou palavras, mas vamos até ela. Deixamos a memória entrar, nos conectamos com essa memória, nos sentimos dentro dela. Pensamos se há outros sons nesse momento. Se há outros sentimentos. Tentamos estar lá. Como se fôssemos um bebê, talvez. Em um momento muito originário. Assim que nos encontramos lá, tentamos passear por essa memória, ver o que ela nos provoca como sentimento. É uma boa sensação? É uma angústia? O que nos vem quando estamos dentro dessa memória? E, lentamente, suavemente, muito suavemente, saímos desse momento e voltamos suavemente para nossa vida agora, no Brasil. Do Brasil, para o festival; do festival para o Museu da Pessoa; a casa, sua chegada aqui, nossa conversa, nossa imagem faz toda essa viagem para entrar nesses estúdios. Ajustamos coisas, as luzes, estamos sentados, vemos o quarto dos estúdios. E, quando quiser, quando essa memória que viajou até lá e veio até aqui, no momento que você quiser, pode abrir os olhos, e começamos. Bem, gostaria de convidá-los a dizer novamente seus nomes, cada um. De onde vocês vêm, onde nasceram? E podemos juntos contar um pouco dessa memória do seu primeiro momento na vida.

R/1 - Eu me chamo Boubacar. Meu sobrenome é Ndiaye. Sou griot, e assim que pronuncio meu sobrenome, isso me faz pensar e agradecer ao meu primeiro ancestral de sete séculos atrás. Ele...

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