Sonhei que estava em uma parque de diversões, era parecido com o da Universal Studios na Flórida, estávamos passeando eu e meu marido e de repente percebemos uma movimentação das pessoas que pareciam estar fugindo, isso foi aumentando e não apavoramos e começamos a fugir também, não sabíamos do quê. Na medida em que corríamos, algumas pessoas eram atacadas, por algum tipo de projétil, não dava para ver de onde vinha, se era um ataque aéreo ou o quê. Mas as pessoas que eram atingidas começavam a ter sintomas imediatos de uma virose, ficamos apavorados e gritei para meu marido, estão injetando algo, estão espalhando algum patógeno, procurava desesperadamente por um abrigo, uma proteção. Acordei quando estava sendo atingida. Cheguei a fazer um barulho ao acordar, porque no sonho eu estava gritando de pavor.
Que associações você faz entre seu sonho e o momento de pandemia?
Penso que a associação é bastante explícita, mas o sentimento de pavor de algo que nos atinge de uma forma em que não temos como localizar e ver a ameaça, essa invisibilidade e indeterminação de um foco de contágio possível nos faz sentir como pessoas que fogem de algo sem saber que direção tomar, como se proteger. Esse pavor que senti no sonho é um pavor que sentimos no dia a dia da pandemia, mas que vamos abafando para seguir nosso cotidiano, dar sequência para atividades, trabalho, a vida. De certo modo me parece que meu sonho expressa esses sentimentos abafados, esse pavor silenciado, no final do sonho eu queria gritar mesmo. Esse grito que calo todos os dias para levantar, tomar café, trabalhar, namorar meu marido, viver a vida. A pandemia é essa sombra que paira sobre nós, o tempo todo, e vamos tentando encontrar brechas de luz.