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Por: Museu da Pessoa, 1 de novembro de 2013

Freguês dos Correios

Esta história contém:

Freguês dos Correios

Minha mãe e meu pai são daqui mesmo, do Ceará. Minha mãe do interior, de São Benedito, acho que o meu pai assim eu não tenho muita informação sobre de onde que ele é, mas eu acho que ele era daqui mesmo da capital. Aí ela veio pra cá, conheceu-o, aquela velha história. Aí a gente foi morar num bairro próximo que eu moro atual agora, que é no Bom Sucesso e de lá eu estou até hoje. Vinte, trinta anos morando no mesmo bairro, lá é a periferia de Fortaleza. Lá é bom, não tem confusão, trânsito calmo... Minha infância foi assim a melhor que uma criança pode ter sido. Apanhei da minha mãe. Eu era um terror. São três, minha irmã mais nova, Michele, eu sou o do meio e o meu irmão mais velho. Se qualquer um de nós dois fizesse alguma coisa quem ia levar a culpa é meu irmão mais velho. Meu irmão era o mais calmo, quem era a ovelha negra da família? Aí, meu amigo, se eu fizesse qualquer coisa de errado minha mãe ia lá e... Eu passava o dia soltando raia. Amanhecia, não tinha nada pra fazer, menino, ia lá com a minha raiazinha, passava um cerolzinho, colocava no ar e ficava... Chegava pra soltar raia umas dez horas da manhã, chegava em casa cinco, quatro, cinco horas. O dia todinho. Magro, preto, no sol. Aí minha mãe pegava chegava: “Gleidson, vamos pra casa, vamos pra casa, vamos pra casa...” “Não, mãe, vou já. Vou já, vou já, vou já...”. E nesse vou já ela: “Pois fique que eu vou chamar a polícia pra você”. Porque não pode soltar raia, né? Passar cerol na linha nem nada. Aí eu: “Tá certo”. Cara, questão assim de dez minutos lá vem um meninozinho correndo: “Gleidson, Gleidson, lá vem uma viatura da polícia”. Eu pá, enrolei minha linha e corri pra casa. A polícia chegou lá: “Rapaz, soltando raia aqui que não sei o que...”. E eu já estava em casa, né? Todo me tremendo. Roubava manga, sabe como é que é, né? Criança não podia ver um...

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Dados de acervo

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P/1 – Gleidson, então primeiro eu queria agradecer você por dar um pouquinho aí do seu tempo pra gente.

R – É uma honra.

P/1 – É aquilo que eu te falei. Obrigado. É um bate-papo, tá? Por uma questão de identificação do vídeo, eu queria que você falasse o seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.

R – Meu nome é Antônio Gleidson da Silva Roque. Nasci em 11 de junho de 1983 aqui em Fortaleza, Ceará.

P/1 – Fortaleza mesmo.

R – Isso.

P/1 – Gleidson, fala uma coisa, antes de entrar na sua história pessoalmente, queria que você falasse um pouco dos seus pais, a sua família, o nome deles, de onde eles vieram, que eles são daqui, né?

R – Cara, minha mãe e meu pai são todos os dois daqui mesmo, do Ceará. Minha mãe do interior, de São Benedito, acho que o meu pai assim eu não tenho muita informação sobre de onde que ele é, mas eu acho que ele era daqui mesmo da capital. Aí ela veio pra cá, conheceu-o, aquela velha história. Aí a gente foi morar num bairro próximo que eu moro atual agora, que é no Bom Sucesso e de lá eu to até hoje. Vinte, 30 anos morando no mesmo bairro.

P/1 – Sua mãe veio pra cá já pro Bom Sucesso? Não entendi.

R – Não. Ela veio do interior de São Francisco pra cá, pra Fortaleza e ficou lá nesse bairro.

P/1 – Você também ficou lá? Morou lá um tempo.

R – Isso. Eu to lá até hoje.

P/1 – Como que era o...

R – Bom Sucesso.

P/1 – Então, ela já veio pra Bom Sucesso então?

R – Isso. Isso.

P/1 – Ah, entendi. Conta um pouco como é que era esse bairro aí.

R – Cara, lá é a periferia de Fortaleza. Lá é bom, não tem confusão, trânsito calmo. Não é essas coisas toda, não, mas é um local bom de se viver, né?

P/1 – Mas mudou muito de quando você era criança pra hoje?

R – Cara, mudou, mudou, mudou. Mais em relação a trânsito. O trânsito tá caótico aí. Fortaleza tá crescendo demais, tanto carro quanto moto. De alguns anos pra...

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