Francisco Luiz Dias de Souza nasceu em Santa Cruz, Pernambuco, cresceu no sertão onde a falta de chuva e pobreza marcou seus primeiros anos de vida. Sua infância, além da simplicidade, foi repleta de afeto pela sua família, as lembranças dos avós, tios, irmãos e a figura do avô, que era um líder da comunidade. “Naquela época era muito difícil por conta da região em que a gente morava, era uma região muito seca, aqui no nordeste não chove muito”.
Ainda pequeno, a família de Francisco decide se mudar para Petrolina em busca por melhor qualidade de vida, já que no interior faltavam escolas e recursos. Entre vários desafios, Francisco começa os estudos só aos 11 anos, guarda com carinho a memória da professora Nice Guimarães, que o acolheu com empatia e carinho. “Por ser muito pobre, a gente não tinha condições de comprar o mínimo, né? Uma roupa... Não tinha condições de comprar um caderno, foi difícil, muito difícil. A primeira vez que eu fui na escola, já tinha 11 anos de idade. Eu não tive acesso à educação no tempo hábil, no tempo ideal. Eu já tinha a idade bem avançada, tanto eu quanto os meus 4 irmãos” relata sobre o primeiro contato com a escola.
A vida adulta de Francisco foi marcada por resistência e reinvenção. Trabalhou desde cedo para ajudar a família, inclusive carregando blocos de cimento para auxiliar um dos seus irmãos. Serviu ao Exército aos 18 anos e, mais tarde, formou-se em Administração, impulsionado por oportunidades de trabalho. Mesmo com sonho de ser advogado, seguiu na área administrativa, mas nunca abandonou o desejo de um dia cursar Direito para "dar voz aos necessitados". Sua história profissional inclui viagens pelo Brasil e experiências em grandes empresas, sempre guiado pela crença de que a educação transforma vidas. “Através da educação, eu consegui ir além das possibilidades dos meus pais. Eu consegui emprego bom, eu consegui trabalhar nas melhores empresas desse...
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Francisco Luiz Dias de Souza nasceu em Santa Cruz, Pernambuco, cresceu no sertão onde a falta de chuva e pobreza marcou seus primeiros anos de vida. Sua infância, além da simplicidade, foi repleta de afeto pela sua família, as lembranças dos avós, tios, irmãos e a figura do avô, que era um líder da comunidade. “Naquela época era muito difícil por conta da região em que a gente morava, era uma região muito seca, aqui no nordeste não chove muito”.
Ainda pequeno, a família de Francisco decide se mudar para Petrolina em busca por melhor qualidade de vida, já que no interior faltavam escolas e recursos. Entre vários desafios, Francisco começa os estudos só aos 11 anos, guarda com carinho a memória da professora Nice Guimarães, que o acolheu com empatia e carinho. “Por ser muito pobre, a gente não tinha condições de comprar o mínimo, né? Uma roupa... Não tinha condições de comprar um caderno, foi difícil, muito difícil. A primeira vez que eu fui na escola, já tinha 11 anos de idade. Eu não tive acesso à educação no tempo hábil, no tempo ideal. Eu já tinha a idade bem avançada, tanto eu quanto os meus 4 irmãos” relata sobre o primeiro contato com a escola.
A vida adulta de Francisco foi marcada por resistência e reinvenção. Trabalhou desde cedo para ajudar a família, inclusive carregando blocos de cimento para auxiliar um dos seus irmãos. Serviu ao Exército aos 18 anos e, mais tarde, formou-se em Administração, impulsionado por oportunidades de trabalho. Mesmo com sonho de ser advogado, seguiu na área administrativa, mas nunca abandonou o desejo de um dia cursar Direito para "dar voz aos necessitados". Sua história profissional inclui viagens pelo Brasil e experiências em grandes empresas, sempre guiado pela crença de que a educação transforma vidas. “Através da educação, eu consegui ir além das possibilidades dos meus pais. Eu consegui emprego bom, eu consegui trabalhar nas melhores empresas desse país. Eu consegui viajar e conhecer o Brasil através do meu estudo, porque os melhores empregos que eu tive, surgiram através dos estudos.”
A perda do filho em um acidente de trânsito em 2014 levou Francisco a querer ajudar as pessoas da sua comunidade. Tornou-se líder comunitário, palestrante sobre segurança no trânsito e conselheiro de saúde em Petrolina, defendendo políticas públicas para diabéticos, abraçou essa causa após se tornar representante da única associação de Diabetes em Pernambuco. Hoje, trabalha como funcionário da Secretaria de Saúde e Conselheiro de Saúde. Seus projetos de esporte e cultura buscam levar conscientização e mudar a vida dos jovens.
“Eu me preocupo muito com a juventude aqui de minha comunidade, porque aqui, infelizmente, eles têm muito acesso a drogas. E através do esporte e da cultura, a gente consegue libertar algumas crianças, alguns jovens desse mundão aí que é perverso.”
Além disso, Francisco é um dos sócios do projeto Memorial Sertanejo em Santa Cruz, onde ajuda sua amiga Luzia a preservar a identidade nordestina e resgatar suas próprias raízes, como as memórias da infância na caatinga e as tradições do pífano e do violeiro. “O Memorial Sertanejo tá dando outra vida à nossa terra, outro reconhecimento à nossa terra, porque quando o pessoal de fora vai pra lá, geralmente, na volta, ele leva mais um. Isso é a história de Santa Cruz sendo contada.” conta com carinho sobre o projeto Memorial Sertanejo.
Nos dias atuais, Francisco planeja realizar o sonho adiado e retornar aos estudos no Direito. Reconhece erros do passado como largar os estudos devido ao trabalho, mas mantém a esperança de que seu legado inspire outros. “Eu sou uma pessoa triste pelo sofrimento da perda de meu filho, mas sou uma pessoa que não desiste. Estou pronto para lutar, estou pronto para buscar novos conhecimentos, inclusive pretendo voltar aos estudos, vou fazer minha faculdade de Direito.” Para ele, a memória, seja a do filho, da terra natal ou das lutas coletivas, é combustível para seguir em frente. Seu conselho aos jovens: "Estude, não desista, lute, persista.” Com projetos como o Memorial Sertanejo e as atividades comunitárias, Francisco prova que resgatar o passado é essencial para construir um futuro mais justo.
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