Quando jovem, eu não tinha muitas opções com que ficar enquanto meus pais trabalhavam. Com isso, aos nove anos, frequentava diariamente a casa dos meus tios e tias durante a ausência dos meus pais.
Certa vez, nas férias, fui ao amanhecer com minha mãe para a casa da minha tia Sara. Fomos de ônibus, demorou cerca de 20 minutos para chegarmos lá, estava frio; por isso estávamos agasalhados . Quando chegamos lá havia um grande nevoeiro da portaria até sua torre, entramos em seu bloco, fomos até o elevador e subimos até o sexto andar, onde minha tia estava nos esperando na porta, minha mãe a cumprimentou, em seguida beijou –me enquanto se despedia de mim.
Entrei em casa, ao mesmo tempo que tirava meus agasalhos, minha tia sentou –se no sofá, dizendo que eu podia colocar minhas roupas em um “puff” que havia ali perto, fiz isso, em seguida juntei-me à ela no sofá. A medida que ficava ali com minha tia, sentia-me sonolento, havia acordado cedo, em férias. Percebi que ver o comandante Hamilton pilotando um avião as 7:30 da manhã, não seria a coisa mais interessante há se fazer , minha tia perceberá isso,então, chamou meu nome enquanto estava prestes a dormir, e me disse que caso quisesse, eu poderia deitar na cama dela e dormir, naquele momento, juntei todas as minhas energias, fui correndo até o quarto e me joguei na cama como o homem aranha prestes a pular de um prédio para salvar meu sono.
Dormi um curto período(até 12:00). Fui acordado com a minha tia gritando meu nome para almoçarmos, era massa com galinha, estava ótimo, repeti algumas vezes. Após o termino do almoço, novamente fui até o sofá, sentei, mas dessa vez não era o comandante Hamilton, mas sim alguém gritando: ”...corta pra mim Persivaldo, corta pra mim”. Mais uma vez , entediado. Ao perceber meu tédio, olhei pela janela e vi um céu aberto, um sol que lacrimejava meus olhos em reflexo a janela, reparei bem, e que não muito longe dali, tinha...
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Quando jovem, eu não tinha muitas opções com que ficar enquanto meus pais trabalhavam. Com isso, aos nove anos, frequentava diariamente a casa dos meus tios e tias durante a ausência dos meus pais.
Certa vez, nas férias, fui ao amanhecer com minha mãe para a casa da minha tia Sara. Fomos de ônibus, demorou cerca de 20 minutos para chegarmos lá, estava frio; por isso estávamos agasalhados . Quando chegamos lá havia um grande nevoeiro da portaria até sua torre, entramos em seu bloco, fomos até o elevador e subimos até o sexto andar, onde minha tia estava nos esperando na porta, minha mãe a cumprimentou, em seguida beijou –me enquanto se despedia de mim.
Entrei em casa, ao mesmo tempo que tirava meus agasalhos, minha tia sentou –se no sofá, dizendo que eu podia colocar minhas roupas em um “puff” que havia ali perto, fiz isso, em seguida juntei-me à ela no sofá. A medida que ficava ali com minha tia, sentia-me sonolento, havia acordado cedo, em férias. Percebi que ver o comandante Hamilton pilotando um avião as 7:30 da manhã, não seria a coisa mais interessante há se fazer , minha tia perceberá isso,então, chamou meu nome enquanto estava prestes a dormir, e me disse que caso quisesse, eu poderia deitar na cama dela e dormir, naquele momento, juntei todas as minhas energias, fui correndo até o quarto e me joguei na cama como o homem aranha prestes a pular de um prédio para salvar meu sono.
Dormi um curto período(até 12:00). Fui acordado com a minha tia gritando meu nome para almoçarmos, era massa com galinha, estava ótimo, repeti algumas vezes. Após o termino do almoço, novamente fui até o sofá, sentei, mas dessa vez não era o comandante Hamilton, mas sim alguém gritando: ”...corta pra mim Persivaldo, corta pra mim”. Mais uma vez , entediado. Ao perceber meu tédio, olhei pela janela e vi um céu aberto, um sol que lacrimejava meus olhos em reflexo a janela, reparei bem, e que não muito longe dali, tinha amigos meus jogando em uma quadra de futebol ali perto. Com isso, fui até minha tia e a perguntei se pudera sair para a rua, ela deixou, não havia sido a primeira vez que faria isso, por isso não houve problemas.
Na quadra, estávamos em cerca de cinco a seis pessoas, o jogo estava correndo bem, divertido e emocionante. Até que o portão se abre, ecoando um barulho não alto o suficiente para que parássemos o futebol, mas atrativo o bastante para olharmos enquanto jogávamos. No portão entram três pessoas, uma garota loira que aparentava ter a minha idade, sua pequena irmã alguns anos mais nova e o Zoom.
Zoom era um garoto cerca de três a quatro anos mais velho que eu, e que frequentemente implicava comigo, seu apelido era esse, pois ele era quase tão rápido quanto os outros que andavam com ele (com exceção minha), ele não era meu amigo, mas sim meu “rival”, havia uma disputa (nada amigável) entre nós para sabermos quem é o mais rápido.
Zoom entrará no jogo, permanecendo em paz durante alguns minutos, ele estava me marcando o jogo inteiro, dando diversos jogos de corpo, que me fizeram cair algumas vezes, porém não costumo me irritar com facilidade, por isso levantava e continuava a jogar. Em um lance, eu estava dentro da área do gol, prestes a chutar, quando de repente, Zoom aparece me dando um carrinho evidentemente nocivo, mesmo eu estando na área do gol, e sendo claramente pênalti, insisti que fosse, porém ninguém ousou a contrariar Zoom, seguindo o jogo e perdendo um possível gol, fiquei irritado porém não o suficiente para perder a cabeça. Naquele mesmo jogo, após muitas e muitas faltas “não cobradas”, estava com a bola, simplesmente correndo pelo campo, Zoom aparece pelas minhas costas, e me empurra no chão com seu corpo. Naquele momento já não estava sã, não conseguia mais esconder minha raiva e indignação por ele, mas mesmo assim, continuei o jogo
Ali estava eu, correndo na lateral do campo, beirando a travessia entre seu fim externo a sua entrada, corria para frente, para antecipar o passe de um amigo que estava com a bola, estava a alguns metros da bola, prestes a pega-la, quando de repente, sem ao menos tocar na bola, sou impulsionado pelas costas e acabo sendo jogado no chão, ralando com o joelho até parte de fora da quadra.
Sem tempo de sentir meu joelho ralado, uma vez que olhei pra trás e vi Zoom, me encarando com desdém agindo como se nada tivesse acontecido, enquanto gritava repetidas vezes em tom de deboche, olhando pra mim e dizendo: “LEVANTA! que não foi nada; levanta! que não foi NADA”. Me levantei abruptamente, respirei fundo enquanto olhava para os olhos dele, juntei toda a minha raiva; gritei da forma mais grave que consegui, arriscando-me ao falar um palavrão (costume que nunca tive) , ecoando um misto entre um choro que Zoom nunca veria pelo meu ego, e uma raiva inconsistente que tremulava minha voz ao falar um palavrão que nunca disse: “QUAL É A PORRA DO SEU PROBLEMA COMIGO?”, disse eu, enquanto o empurrava para longe de mim. Diante isso Zoom começou a me xingar de coisas que mal prestei atenção pela raiva que estava sentindo, em seguida me empurrando. Com isso, me aproximei de Zoom novamente, fechei meu punho, ganhei impulso e dei-lhe um soco de baixo para cima na sua mandíbula. No mesmo momento me arrependendo dessa decisão.
Zoom retribui o soco, porém consigo esquivar uma parte mínima do meu rosto, fazendo que seu punho tocasse apenas minha bochecha. E mais uma vez dou outro soco em Zoom, e no mesmo momento após o impacto decido mostrar como sou superior a ele, como faço isso? correndo. Da quadra até o portão, estava a garota loira. O portão estava entreaberto, porém à medida que me aproximava dele, a garota fechará rapidamente fazendo com que ele ficasse totalmente fechado, do tempo que estava indo até ele. Com isso, ao estar perto dele, pulei com meu pé para cima dele, derrubando a garota no chão pelo portão.
Ainda correndo, olho pra trás e vejo o zoom, que continuará correndo até eu parar no centro do prédio, onde havia uma pracinha ali perto. Fiquei lá, Zoom chegou mais uma vez tentando me bater, me agarrou pela camisa, porém eu já não queria brigar, por isso falei pra ele que já tínhamos nos resolvidos, porém ele não escutou, e continuou tentando me bater. Ao tentar me agarrar, eu o peguei pela camisa, e dei uma rasteira nele, fazendo com que ele caísse no chão, ainda com mais raiva me dizendo: “AGORA TU TA MORTO”. Porém não queria mais brigar, então sai correndo de novo, mas dessa vez fui até a portaria para procurar ajuda de algum adulto, Zoom me alcança e começa a me bater enquanto tento segura-lo para que ele parasse, não agindo efeito, entretanto, entre alguns socos e outros, ele me derruba no chão, fazendo que eu perca o controle da situação. Estávamos no asfalto, Zoom me bateu diversas vezes até que o porteiro percebesse e viesse separar a briga. O porteiro venho e separou Zoom de mim, mandando ele embora, e eu só estava preocupado em fazer minha tia pagar alguma multa. O porteiro me acompanhou até o apartamento da minha tia, enquanto falava que estava tudo bem e Zoom era encrenqueiro. O porteiro percebeu que estava quase chorando, porém decidi que não choraria e não tinha o porque chorar. O porteiro me largou na porta da minha tia e disse que um menino havia brigado comigo, mas que estava tudo bem. Minha tia contrariou dizendo que eu não era dessas coisas. Minha mãe que estava a 5 minutos de chegar, me viu com o rosto arranhado, e por isso me levou até o Burger King, dizendo que estava feliz comigo que tentei apaziguar a situação independente do que teria acontecido.
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