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História
Personagem: Wanderley Rodak
Por: Museu da Pessoa, 8 de abril de 2016

Fazendo nossa história no Brás

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Fazendo nossa história no Brás

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São Paulo ficava com cara de uma cidade europeia com o bonde. Se a gente olhar São Paulo que cresceu desordenadamente, ela foi feita pra ser uma cidade europeia. No meio do caminho desistiram e falaram: “Não, vamos fazer uma cidade americana”. Ficou uma cidade sem forma definida. É linda a arquitetura de São Paulo mas ela é estranha porque é tudo misturado. Fizeram pra ser uma cidade europeia e depois queriam fazer uma cidade americana. No fim não ficou nem de um jeito e nem do outro. Acho que no começo, fim dos 800 e início dos 900 se idealizou uma cidade: “Vamos criar uma cidade europeia no meio dos rios”. Se pudesse até usar os rios como meio de transporte. Depois lá pelos anos 30 resolveram: “Não, vamos mudar, vamos fazer uma cidade americana criando edifícios altos, muito vidro, sem beleza estética”. Porque se você olha os prédios antigos do centro da cidade, a arquitetura, é uma coisa maravilhosa. Era uma cidade europeia, uma cidade italiana, espanhola, portuguesa. Depois começaram a levantar prédios de vidro, criar avenidas largas, esqueceram os rios, os rios viraram depósito de lixo, jogaram todo lixo pra dentro do rio. E aquilo que serviria pra meio de transporte fluvial se tornou um depósito de lixo. E esqueceram disso tudo, foram fazendo avenidas largas, criaram uma cidade pros carros, quiseram dar força pra indústria automobilística, fizeram a cidade ser uma cidade que tivesse fluxos. Se destruiu tanta coisa bonita através desse pensamento. Dos anos 30 até os anos 70 quanta coisa não foi destruída? Passavam por cima de tudo, edifícios históricos, não queriam nem saber, iam derrubando tudo. Você vê o próprio Brás. O Brás onde morava muita gente, onde existiam muitas casas. O Brás foi um bairro que foi, quem morava no Brás? Eram chácaras. A cidade de São Paulo simbolizava só o centro da cidade, a Praça da Sé e as ruas adjacentes. Quando se deu a abolição da...

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Dados de acervo

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P/1 – Primeiro obrigado pela sua presença e pelo tempo, obrigado mesmo. Você me fala o seu nome completo, o local e data de nascimento.

R – Meu nome é Wanderley Rodak, eu nasci no dia primeiro de abril de 1959 no bairro do Brás.

P/1 – No bairro do Brás.

R – Nasci no Brás.

P/1 – Onde no Brás você nasceu?

R – Eu nasci numa rua chamada rua Capitão Faustino de Lima, que é uma rua paralela à rua da Figueira, fica entre a rua da Figueira e a rua Carneiro Leão.

P/1 – Você nasceu no hospital?

R – Eu nasci no hospital, ali na Brigadeiro Luiz Antônio, mas minha família sempre morou no Brás. Então eu nasci no Bixiga mas só no hospital porque me criei no Brás, né?

P/1 – Entendi. Fala pra mim o nome do seu pai, local e data de nascimento dele, se você se lembrar.

R – Sim. Meu pai se chamava João Rodak, ele nasceu em Beirute, no Líbano, no dia 29 de setembro de 1925.

P/1 – Nasceu em Beirute.

R – Em Beirute.

P/1 – E como era lá? Ele falou para você como era o país, como foi a infância dele?

R – Então, o meu pai era uma pessoa bem divertida e ele veio com três anos pra morar aqui no Brás. E ele só nasceu em Beirute porque o meu avô era da República da Moldávia, do principado da Moldávia na verdade, e a minha avó era da Armênia. Então ele só nasceu lá por uma circunstância e veio com três anos morar no Brás, numa rua que só morava napolitano. Então meu pai, se você conversasse com ele, você pensava que estava falando com um italiano porque ele era um napolitano, pouco falava o árabe, falava mais italiano do que o árabe.

P/1 – E como é essa história do seu avô e da sua avó? Foi uma circunstância porque eles andavam muito pelo Oriente Médio?

R – A família da minha avó foi dizimada pelo império turco em Yerevan, na Armênia, e ela ficou sozinha no mundo. Ela estava no campo, era criança, quando ela voltou a casa dela tinha sido incendiada com os pais e os irmãos dentro. Porque...

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