O ambiente escolar foi desde cedo muito importante para mim. Era bom estar ali, pois sempre me foi dito que a escola poderia ser transformadora de futuros.Estudei durante toda minha vida na escola pública, e assim, compreendo de fato seu papel na vida dos menos favorecidos. Fui uma aluna muito esforçada nos estudos e levava a escola em primeiro lugar. Não gostava de faltar as aulas nos dias chuvosos -como as crianças geralmente faziam- e tirava boas notas desde os tempos do Ensino Fundamental I. Lembro-me da querida e saudosa tia Vane, professora com quem tive a oportunidade aprender e conviver três anos consecutivos (da primeira à antiga terceira série do Fundamental I). Tia Vane era uma senhora idosa, solteira e sem filhos quando fui sua aluna no ano de 1999. Ela tinha uma relação muito carinhosa comigo e sempre escrevia palavras de incentivo e carinho em bilhetinhos. Ao lado da alfabetização feita na escola, minha prima mais velha e eu brincávamos de escolinha, sendo ela a professora e eu a aluna. Eu passava tardes inteiras brincando e ali dei os primeiros passos na alfabetização. Acredito que tudo isso potencializou minha relação com tudo que envolvia a escola. Quando fui para o Ensino Fundamental II, minha mãe não conseguiu vaga na escola tida como a melhor para eu prosseguir nos estudos. Ela ia quase todos os dias conversar com a diretora para me conceder uma vaga enquanto eu ia frequentando a escola que fui direcionada a frequentar. Essa escola municipal desejada ficava localizada na entrada de uma comunidade no bairro da Penha e os meus melhores amigos conseguiram vaga nela. A busca por tal colégio era tremenda e o método escolhido para o fornecimento de vagas fora o sorteio. Eu não consegui ser aluna daquela escola através da sorte. Contudo, depois do primeiro bimestre, certa vez meu telefone tocou e era uma amiga que estudou comigo na época do Fundamental I dizendo que tinha uma vaga porque uma aluna ia mudar de bairro. Fiquei...
Continuar leituraO ambiente escolar foi desde cedo muito importante para mim. Era bom estar ali, pois sempre me foi dito que a escola poderia ser transformadora de futuros.Estudei durante toda minha vida na escola pública, e assim, compreendo de fato seu papel na vida dos menos favorecidos. Fui uma aluna muito esforçada nos estudos e levava a escola em primeiro lugar. Não gostava de faltar as aulas nos dias chuvosos -como as crianças geralmente faziam- e tirava boas notas desde os tempos do Ensino Fundamental I. Lembro-me da querida e saudosa tia Vane, professora com quem tive a oportunidade aprender e conviver três anos consecutivos (da primeira à antiga terceira série do Fundamental I). Tia Vane era uma senhora idosa, solteira e sem filhos quando fui sua aluna no ano de 1999. Ela tinha uma relação muito carinhosa comigo e sempre escrevia palavras de incentivo e carinho em bilhetinhos. Ao lado da alfabetização feita na escola, minha prima mais velha e eu brincávamos de escolinha, sendo ela a professora e eu a aluna. Eu passava tardes inteiras brincando e ali dei os primeiros passos na alfabetização. Acredito que tudo isso potencializou minha relação com tudo que envolvia a escola. Quando fui para o Ensino Fundamental II, minha mãe não conseguiu vaga na escola tida como a melhor para eu prosseguir nos estudos. Ela ia quase todos os dias conversar com a diretora para me conceder uma vaga enquanto eu ia frequentando a escola que fui direcionada a frequentar. Essa escola municipal desejada ficava localizada na entrada de uma comunidade no bairro da Penha e os meus melhores amigos conseguiram vaga nela. A busca por tal colégio era tremenda e o método escolhido para o fornecimento de vagas fora o sorteio. Eu não consegui ser aluna daquela escola através da sorte. Contudo, depois do primeiro bimestre, certa vez meu telefone tocou e era uma amiga que estudou comigo na época do Fundamental I dizendo que tinha uma vaga porque uma aluna ia mudar de bairro. Fiquei imensamente feliz por estudar na escola tida como a melhor dentro do conjunto de escolas públicas do bairro e ainda por estar ao lado de amigos. Aquela era a melhor escola do meu mundo. Essa escola mudou minha vida. Logo nos primeiros dias adorei os professores e tive que me esforçar para estudar os conteúdos que já tinham sido dados. Me esforcei e consegui acompanhar muito bem. Foi neste ano de 2003 que conheci um professor de História da antiga quinta série que marcou minha vida. Ele era um professor jovem, inteligente e carinhoso. Ele era a sensação da escola por ser bonito também. Nos quatro anos que estive no Ensino Fundamental II, ele foi meu professor de História por três anos. Ele era (e ainda é) incrível. Dava aulas de modo engajado e apaixonado pela disciplina. Dava para perceber isso na sua maneira de explicar os conteúdos. Ele tinha o hábito de escrever sempre um bilhete nas provas dos alunos. Até os que tiravam notas medianas recebiam palavras de incentivo. Eu sempre gabaritava as provas ou no mínimo tirava um 8.5. Ele foi percebendo meu interesse pela História na medida em que eu fazia perguntas, era participativa nos trabalhos e conversava com ele sobre a matéria após as aulas. Ele sempre dizia que eu seria uma excelente historiadora caso optasse por tal carreira. Confesso que acabei desenvolvendo um "amor platônico" por ele. Acho que era coisa de adolescente que admirava ao extremo o professor e isso se refletia também no amor pela disciplina.
Queria ser como ele e dar aulas como as dele. Foi aí que comecei a nutrir a ideia de me tornar professora de História, tendo em vista todo meu histórico de amor pela escola e as doces experiências com as professoras da alfabetização. Fui estudar numa escola estadual conveniada ao CEFET/RJ no Ensino Médio e meu desejo foi mais uma vez concretizado. Na formação técnica optei em fazer Turismo (curso mais próximo das Ciências Humanas e da própria História até então). Ajudava minhas amigas que tinham dificuldades na disciplina nos períodos de provas e na cerimônia de coleção de grau do terceiro ano elaboraram um trecho para cada formando. O meu dizia: "nossa futura historiadora"
Passei para o desejado curso de História e conheci um mundo totalmente novo. Como graduanda do Instituto de História eu gostaria de guardar de diversos momentos, mas escolho um que sempre me recordo e conto: meu primeiro dia como graduanda que entrou na faculdade remanejada do segundo para o primeiro semestre e que entrou na turma com um mês depois. Neste dia de "boas vindas" soube que teria que fazer uma prova no dia seguinte. Entrei em pânico, mas decide estudar durante toda noite e madrugada para realizar aquela prova. Deixei claro que tinha chegado no dia anterior na faculdade e no fim das contas tirei um nota acima da média. Não foi nenhuma prova excelente, mas esse é um momento que me marcou. A partir daquele primeiro dia compreendi que teria me esforçar ao máximo naquela caminhada. Como qualquer ser humano, tive momentos ruins e um tanto desagradáveis, mas não optaria por esquecê-los. Esse é o caso da minha primeira e única reprovação em uma disciplina eletiva. Esses momentos serviram para tirar lições e busco vê-los como experiência e crescimento em busca do amadurecimento acadêmico. Hoje com 22 anos estou na reta final desta caminhada e sei que é só o início, pois quero estudar sempre. O estudo nos dá vida, apesar das dificuldades que surgem nessa caminha enquanto aprendiz ou aluno. Quero ser professora e como docente em formação considero que uma aula inovadora é aquela que consegue dialogar com a realidade do aluno e fazê-lo sujeito do processo de ensino-aprendizagem. Poderia incluir aqui o uso de recursos como o celular dos alunos para fins didáticos, por exemplo. De modo geral, acho que para uma aula ser atraente o aluno tem que se sentir tocado e participar do que está sendo ensinado.
Eu utilizo cotidianamente recursos digitais. É bem verdade que minha internet não é a de melhor qualidade, mas pelo celular e de casa sempre estou utilizando redes sociais, acessando e-mails e buscando informação em sites de pesquisa que possam me ajudar em algo. Já houve casos de eu utilizar internet da faculdade por conta da minha estar ruim no momento. Na maioria das vezes, acesso de casa e do meu celular.
Acredito que a minha formação em História possui um pouco de correlação com a utilização de recursos tecnológicos. Não é nada muito complexo, mas lembro-me de fazer uma disciplina com temática da Educação no próprio Instituto de História com uma professora da casa e ter desenvolvido um trabalho em grupo sobre uso de novas tecnologias da informação e ensino de História. Nós procuramos explorar o tema ressaltando exemplos de professores da Educação Básica que utilizam a internet para otimizar o ensino. Uma frase marcante que lembro até hoje foi a de Circe Bittencourt, autora lida para a execução do trabalho, que afirmava que informação não é formação. Assim, cabe sempre a atuação do professor em lidar com a multiplicidade de conteúdos da internet e transformá-los em formação. Isso ficou guardado. E é bem verdade que cada vez mais estamos buscando os textos e artigos disponíveis na internet para economizar na xerox e por ser de fácil acesso. Na construção de pesquisas e trabalhos esta é uma ferramento muito presente.
As tecnologias digitais estão mudando as formas de acesso do passado na minha opinião. Hoje podemos acessar arquivos digitais. Isso é um ganho para o ofício do historiador e para o professor que pode utilizar fontes digitalizadas em suas aulas. Nesse sentido, acredito ser necessário o uso de tecnologias em sala de aula. Não basta ter somente sala de informática fechada a sete chaves. Os alunos precisam usufruir desse bem e o governo deve fornecer internet e aparelhos de qualidade. Não se deve proibir algo que está cada vez mais presente. É necessário fazer um bom uso didático destes recursos.
Como futura historiadora, penso que inevitavelmente informações tendam a circular via web. Não sei como elas poderão ficar para a posteridade enquanto fontes do passado. Uma excelente possibilidade que a internet nos traz é o encurtamento das distâncias. Hoje podemos estudar diferentes contextos sócio-históricos a partir de seu uso. Podemos acessar fontes confiáveis, alcançadas através da pesquisa, e conhecer sociedades diversas, seus modos de vida e práticas desconhecidas por nós. Tomando como exemplo minha formação, não tive nenhuma discussão acerca de arquivo, matrimônio e memória em diálogo com o debate digital, nem na formação no bacharel e nem na licenciatura. Desta forma posso sintetizar minha escrita dizendo que o diálogo da Universidade com a temática tecnológica é insuficiente.
Na minha experiência enquanto licencianda posso afirmar que a utilização de recursos digitais não é ampla. Dos dois professores que acompanho, apenas um utiliza muito bem os recursos digitais disponíveis. Um exemplo desse uso foi em uma atividade em grupo em que o professor solicitou que os alunos buscassem na internet, através dos seus próprios aparelhos de celular, significados de determinadas palavras. Esse mesmo professor utiliza um blog criado pelos licenciandos cujo objetivo é disponibilizar os recursos utilizados em aula, como vídeos, filmes e imagens.
Meu contato com os recursos digitais foi um tanto tardio. Tive meu primeiro computador com acesso à internet de má qualidade aos 15 anos. Hoje tenho 22 anos e ainda não possuo uma internet excelente e isso, em certos momentos, é uma problemática. Enquanto aluna, somente no ensino médio (2007-2009) pude ver a utilização de data-show para projetar filmes e vídeos e isso deu com frequência na escola técnica que possuía mais recursos. Na minha escola do ensino fundamental, nos anos de 2003 a 2006, havia apenas duas salas com televisão de Dvd. Nesse sentido, posso descrever minhas aulas na educação básica no que tange aos recursos tecnológicos como regular, pois esta utilização de dava esporadicamente. Somente no CEFET/RJ pude ver uma maior utilização e é aqui que possuo uma boa lembrança. Pude conhecer diversos filmes com temáticas diversas que a professora nos proporcionou.
Por fim, posso dizer que tenho muitas expectativas como futura professora de História. Espero não reproduzir, na medida do meu esforço, esse modelo tão arcaico de aula e essa visão de aluno que nada sabe. Quero dialogar com a realidade do meu educando, fazê-lo sujeito das atividades que serão propostas e tentar proporcionar meios para que ele reflita acerca do meio em que está inserido. Quero cultivar sonhos assim como um dia fizeram comigo. Quero encorajá-los a construir um futuro melhor onde a Educação seja um caminho para tal. Não posso deixar de falar acerca da valorização da carreira docente. Espero que o professor seja melhor remunerado e tenha meios para prosseguir numa formação continuada e tenha também espaço para planejamento de suas atividades.
Ainda no âmbito da formação na Universidade, creio ser fundamental mais aulas de dialoguem com o futuro que iremos enfrentar. Uma ideia que tenho é que a prática de ensino seja espaço para estarmos em diferentes contextos educacionais: não só na escola estadual ou no colégio de aplicação, mas ao invés disto estejamos um pouco em cada uma destas realidades de ensino de História. Gostaria também que a formação do bacharel e da licenciatura não fossem mundos tão distantes. Seria ótimo se tivéssemos contato com os professores de Prática de Ensino e suas linhas de pesquisa e projetos desenvolvidos antes de chegarmos ao fim da graduação no momento de fazer a prática de Ensino em História. Um maior diálogo deve ocorrer para uma melhor formação dos futuros professores.
Acredito que a profissão docente deve ser ainda mais valorizada frente ao mundo tecnológico que vivemos. O papel do professor é de fundamental função no sentido da formação do aluno que lida com uma gama de informações virtuais sobre qualquer assunto, sendo esta informação em muitos casos de péssima qualidade. O professor deve ser capacitado para utilizar essas novas mídias digitais e ter recursos de qualidade para utilizá-las em sala de aula. Esse é um dos grandes desafios, bem como saber fazer uma escolha correta e sábia dos recursos a serem utilizados que possam ajudar no ensino. O uso das tecnologias deve fomentar a participação do aluno. Nesse sentido, o recurso não deve substituir a fala ou atuação do professor. Antes, deve proporcionar meios para que o conteúdo trabalhado se transforme em um aprendizado significativo.
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