Facebook Informações Ir direto ao conteúdo
História
Por: Museu da Pessoa, 27 de fevereiro de 2022

Era assim que nós vivia

Esta história contém:

Era assim que nós vivia

Vídeo

Era assim que nós vivia

Eu nasci aqui pro rumo do Naja, eu não sou daqui não. Nós morava lá, minha mãe, meu pai morreu lá. Diz que morreu né!? Mas não morreu não, foi Pajé que matou. Nós vivia lá no meio dos caraíbas, mais minha mãe. Como o pessoal lá tava morrendo, diz que o Pajé tava matando o pessoal de lá, um parente nosso mandou buscar minha mãe, ai nos viemos pra cá. Aqui era muito mato, tinha capelão, cantana , muito veado. Mas os mais velhos abriram a mão para os caraíbas botaram roça, daí o mato foi se acabando. Aqui não tem mais veado, porque foi espantada a caça tudinho.

A minha mãe morreu aqui, e eu tô aqui também junto com meus filhos, porque aqui é tudo minha família que mora aqui.

Nesse tempo o índio não tinha salário, a vida do índio era quebrando coco todo dia. Sabe que horas o índio ia comer? Umas quatro horas da madrugada. Era assim, quando não era no Tirirical a gente ia vender coco. Hoje em dia a vida é boa, tem esse salário, Bolsa Família. Nessa que eu cheguei aqui do Areião, não tinha luz, não tinha água pra nós. As vezes nós ia lavar roupa era no rio aqui chamado lagordo. Não sabia que horas chegava, de tarde, daí ia fazer cumê levava farinha, as vezes não era farinha era arroz, aí levava para as criança.

Nesse tempo não tinha nem caraíba amigado com Tenetehara, os pai proibia, só Tenetehara. Porque diz que Tenetehara ia se amisturar com caraíba, e como certo que tá tudo misturado, ninguém sabe qual é caraíba, diz que é Tenetehara, mas não entende mais não. Cantar todo mundo canta, mas a linguagem ninguém fala não. Eu tenho dito pros meus menino, todo meus filho aqui entendi o que estou falando pra eles. Tem um caçula, que as vezes eu brigo com ele, tu tem que saber Tenetehara eu quanto eu tô viva, eu tô falando a linguagem, não deixe não.

Eu andava escondida do pajé, aqui mesmo tinha muito pajé. Se tu comendo alguma coisa por ai, era escondido, tu vestia uma...

Continuar leitura

Dados de acervo

O Museu da Pessoa está em constante melhoria de sua plataforma. Caso perceba algum erro nesta página, ou caso sinta falta de alguma informação nesta história, entre em contato conosco através do email atendimento@museudapessoa.org.

fechar

Denunciar história de vida

Para a manutenção de um ambiente saudável e de respeito a todos os que usam a plataforma do Museu da Pessoa, contamos com sua ajuda para evitar violações a nossa política de acesso e uso.

Caso tenha notado nesta história conteúdos que incitem a prática de crimes, violência, racismo, xenofobia, homofobia ou preconceito de qualquer tipo, calúnias, injúrias, difamação ou caso tenha se sentido pessoalmente ofendido por algo presente na história, utilize o campo abaixo para fazer sua denúncia.

O conteúdo não é removido automaticamente após a denúncia. Ele será analisado pela equipe do Museu da Pessoa e, caso seja comprovada a acusação, a história será retirada do ar.

Informações

    fechar

    Sugerir edição em conteúdo de história de vida

    Caso você tenha notado erros no preenchimento de dados, escreva abaixo qual informação está errada e a correção necessária.

    Analisaremos o seu pedido e, caso seja confirmado o erro, avançaremos com a edição.

    Informações

      fechar

      Licenciamento

      Os conteúdos presentes no acervo do Museu da Pessoa podem ser utilizados exclusivamente para fins culturais e acadêmicos, mediante o cumprimento das normas presentes em nossa política de acesso e uso.

      Caso tenha interesse em licenciar algum conteúdo, entre em contato com atendimento@museudapessoa.org.

      fechar

      Reivindicar titularidade

      Caso deseje reivindicar a titularidade deste personagem (“esse sou eu!”),  nos envie uma justificativa para o email atendimento@museudapessoa.org explicando o porque da sua solicitação. A partir do seu contato, a área de Museologia do Museu da Pessoa te retornará e avançará com o atendimento.