Entrevistadora Então, Paulo. Seja bem-vindo ao núcleo do Museu da Pessoa do Colégio Pedro II. Eu queria que você falasse um pouco sobre você. Seu nome, idade, onde você nasceu, um pouco da sua formação e família. Entrevistado Paulo Paulo Rubens de Souza Valente. Nascido em 3 dezembro. De 1942. Me formei em administração. E sou também professor de administração. Os termos hoje já são um pouquinho diferentes. [risos] Já não é assim, professor de administração. Dei aula no município, no estado. E faculdade. E fui diretor de escola municipal, e de CIEPs também. Nasci no Rio de Janeiro, no Engenho Novo, numa casa. O médico foi à minha casa, numa vila. Onde ali são as minhas primeiras lembranças, dos meus amigos, das 7 casas existentes na vila. Fui muito feliz e sou muito feliz. Sou casado, tenho 2 filhos. Entrei para o Colégio Pedro II em 1956. Entrevistadora Paulo, fala um pouco dessa sua infância. Entrevistado Paulo A minha infância foi maravilhosa. Porque Depois de Aos 9 anos, eu fui morar em Irajá. Meu pai conseguiu, naquela época, EAPC, EAPI, EAPM. E com um conhecimento dele, que ele trabalhava em farmácia, era gerente de farmácia naquela época, que chamava-se é o oficial de farmácia hoje. Ele era um médico. Sem, sem Diploma, sem faculdade. Porque eles têm uma experiência, né, muito grande. E eu mudei para Irajá. E lá em Irajá no No conjunto habitacional, era à vontade na rua, mais à vontade ainda do que no Engenho Novo, que no Engenho Novo ainda tinha o trânsito. Lá não, não tinha, então para morar, eu vivia na rua, pode-se dizer. Além do horário da escola. Até uma coisa interessante, que a escola que eu estudei depois, a minha professora, que eu fiz normal, inicialmente, a professora de prática me convidou para ser secretário, quando ela foi dirigir a escola do município. Depois disso, eu vim, passei pro Pedro II, vim morar de novo no Engenho Novo, com a minha avó e uma tia, professora,...
Continuar leituraEntrevistadora Então, Paulo. Seja bem-vindo ao núcleo do Museu da Pessoa do Colégio Pedro II. Eu queria que você falasse um pouco sobre você. Seu nome, idade, onde você nasceu, um pouco da sua formação e família. Entrevistado Paulo Paulo Rubens de Souza Valente. Nascido em 3 dezembro. De 1942. Me formei em administração. E sou também professor de administração. Os termos hoje já são um pouquinho diferentes. [risos] Já não é assim, professor de administração. Dei aula no município, no estado. E faculdade. E fui diretor de escola municipal, e de CIEPs também. Nasci no Rio de Janeiro, no Engenho Novo, numa casa. O médico foi à minha casa, numa vila. Onde ali são as minhas primeiras lembranças, dos meus amigos, das 7 casas existentes na vila. Fui muito feliz e sou muito feliz. Sou casado, tenho 2 filhos. Entrei para o Colégio Pedro II em 1956. Entrevistadora Paulo, fala um pouco dessa sua infância. Entrevistado Paulo A minha infância foi maravilhosa. Porque Depois de Aos 9 anos, eu fui morar em Irajá. Meu pai conseguiu, naquela época, EAPC, EAPI, EAPM. E com um conhecimento dele, que ele trabalhava em farmácia, era gerente de farmácia naquela época, que chamava-se é o oficial de farmácia hoje. Ele era um médico. Sem, sem Diploma, sem faculdade. Porque eles têm uma experiência, né, muito grande. E eu mudei para Irajá. E lá em Irajá no No conjunto habitacional, era à vontade na rua, mais à vontade ainda do que no Engenho Novo, que no Engenho Novo ainda tinha o trânsito. Lá não, não tinha, então para morar, eu vivia na rua, pode-se dizer. Além do horário da escola. Até uma coisa interessante, que a escola que eu estudei depois, a minha professora, que eu fiz normal, inicialmente, a professora de prática me convidou para ser secretário, quando ela foi dirigir a escola do município. Depois disso, eu vim, passei pro Pedro II, vim morar de novo no Engenho Novo, com a minha avó e uma tia, professora, foi diretora de escola, também, ela. Acabei, ia aos fins de semanas, sábado, domingo, e ia para a minha casa, lá em Irajá. Entrevistadora Em Irajá você morava com seus pais? Entrevistado Paulo Com meus pais. Entrevistadora Tinha irmãos? Entrevistado Paulo Tinham dois Irmãos, a minha irmã ainda viva hoje e um irmão que faleceu cedo. é Acabei ficando porque, começando outros amigos, as menininhas. Então acabava ficando os meus pais é que vinham me visitar, ao invés de eu voltar para a minha casa lá em Irajá. E, ao passar pro Colégio Pedro II, 1956, de uma família grande, neto mais velho. 6 tios, então eu, eu usufrui desses 6 tios. E da minha avó, também. Quer dizer, tive A partir dali, minha mãe diz, já dizia, que quando eu entrei pro Pedro II deixei de ser o filho mais educado dela. Eu não entendi bem porque até hoje não entendo A Mirinha, a Miriam sabe disso. Eu sempre fui muito disciplinado. E 1956, um ano marcante. Entrevistadora Foi o ano da sua entrada no Pedro II? Entrevistado Paulo O ano da minha entrada no Pedro II. Entrevistadora E como foi isso, foi uma escolha? Entrevistado Paulo Eu Eu passei para Eu passei primeiro para o colégio Visconde Cairú, que era do município. Fiz também prova para o Colégio Militar. Mas houve um problema naquele concurso, na prova de Geografia, e eles fizeram uma nova prova. Nessa segunda prova, eu não fui aprovado. Só mais tarde é que hoje, principalmente. é que eu entendi que foi a melhor coisa que aconteceu. Uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida, porque eu não estaria lá hoje, estaria preso ou morto. Não vou dizer o motivo [risos]. E no Visconde de Cairú, cheguei a frequentar 15 dias, mas aí saiu o resultado do colégio, não é? E aí começava em março. é que geralmente começava as aulas. O resultado saía mais tarde. Quando saiu o resultado do Colégio Pedro II, bem mais próximo até da casa da minha avó, onde eu estava, onde eu ficaria, eu não tive a menor dúvida. Porque eu já também via os alunos do colégio Pedro segundo, já sabia das histórias morando ali perto, estando ali perto, minha avó ali perto. E fui pro Colégio Pedro II. Uma coisa que eu até hoje acho muito bom. Nem todas, àquela época seções, hoje campi, né, campus hoje. é, eu fui para o primeiro M. Eu, a minha média foi 8,75. Eu fui junto com outro colega maravilhoso, Sérgio. O 22o colocado. Aí, a partir dali, a minha mãe disse que eu mudei. Mas eu fui para o primeiro M, não fui para o primeiro A. Depois, como professor, como diretor, eu achei isso melhor ainda. Entrevistadora Explica pra gente o que seria essa denominação. Entrevistado Paulo Das turmas, né. Começava de manhã com as meninas que eram pela manhã, primeiro A, primeiro B e primeiro C. E à tarde, a sequência. Entrevistadora à tarde eram os rapazes? Entrevistado Paulo à tarde eram os rapazes. Aquela época, só tínhamos nós mesmo, depois, mais tarde, foi Aconteceu o crepúsculo na época foi, se não me engano, foi com Juscelino Kubitschek, em que o colégio açambarcou, digamos assim, com muito mais alunos os excedentes, os pais fizeram um movimento. Os excedentes foi quando, em 1957, Maracangalha Entrevistadora Tijuca, né? Entrevistado Paulo Tijuca [risos]. Maracangalha, porque nós já apelidamos, né. E surgiu Tijuca. O Juscelino depois comprou do colégio Felisberto de Menezes. Ele comprou o prédio, né? E nas outras seções também naquela época seções, também pegaram mais alunos e pegaram no crepúsculo, que começava, se não me engano, às 5:00 da tarde e ia até às 8. Aí começou também a A partir daí, talvez 60,61 a mistura já dos meninos e meninas, para nossa graça, as meninas passaram a estudar à tarde também. Depois, até, em 62 passamos a Pra estudar à noite. Me adiantei um pouquinho aí só pra. Quer dizer, aí eu fui para o primeiro M com 8,75 e aí a mistura, não tinha aquela questão porque tirou 5, tirou. Eu achei ótimo porque éramos todos iguais no Colégio Pedro II. Não existia diferença nenhuma, nenhuma, nenhuma, se houvesse, acontecesse, nós mesmos, os outros chamariam a atenção. A única coisa que a gente não podia fazer muito era com a questão dos trotes, que não eram tão violentos. Existe o trote, a medição com palitinho da quadra. Aí terminávamos de medir a Quadra. Claro que Tava errado. Então, tinha que medir de novo. Aí vinha uns poucos violentos. E alguns que reagiam e os que reagiam, às vezes sofriam um certo castigo. Mas eu, por sorte, pequenininho, tive várias proteções, então meu trote E inclusive, existia uma Brincadeira chamada garrafão. Que era exercida, que jogávamos, que brincávamos na Quadra de vôlei, que era uma Quadra descoberta onde hoje, lá na seção norte, no Engenho Novo, tem um prédio que foi construído, um prédio onde tem a biblioteca e um ginásio esportivo. E eu brincava na primeira série, eu já brincava Depois também analisando, pensando que me aliviavam, apesar de que existe um trecho em que não havia condição de, de ser aliviado porque terminava, tocava o sinal do recreio, em quem estava no garrafão tinha que sair correndo até os fundos do, do prédio. E nesse trajeto existe um corredor polonês. Ficavam aqueles lá esperando aquele último e passava e ia levando [risos] Aí, mas fazer o pequenininho folgado e depois ouvir que eu era protegido ali também, né, pelo meu tamanho. Entrevistadora Vocês faziam por livre e espontânea vontade? Entrava nesse garrafão, ou eram obrigados? Entrevistado- Paulo Por livre e espontânea vontade. E de um modo [risos] Professores A maioria para mim, excelentes Eu estava até falando aqui antes. Que no primeiro M eram 33 alunos. Eu adorava francês nessa época. Ou melhor, adorava a professora de francês. Nós a admirávamos. Professora Raquel, inesquecível, linda. E nós ali, naquela primeira série, garotinhos ainda. Ficávamos embevecidos. A minha primeira cola foi com o professor Jurussei Veiga, de Geografia, e aqui no braço. Até hoje eu ainda me lembro de alguma coisa, da Nimbus, das nuvens, foi a primeira cola. Isso não, isso não era para ter sido falado, não é? [risos] Entrevistadora Foi pego, colando? Entrevistado-Paulo Não, não, eu expert. E já ali já tínhamos aquele amor pelo colégio, porque inclusive já cantávamos o hino com o professor Mero Dornelas, que era autor do Na Pavuna, que fazia Que corrigia as letras do Noel Rosa. Professor de música. Que frequentava os nossos encontros até falecer. E ali, já Encontramos excelentes professores. O professor Medeiros, inclusive, chegou a ser diretor, naquela época, chamava-se assim, se não me engano, administrador da seção norte, de português. E depois viemos tendo Nesse trajeto, tivemos vários professores muito bons. Alguns, só 3, que eu tenho uma certa reação. Porque não é com aquela questão do aluno. Ah.. Porque que diz assim: O professor me reprovou. Não, naquela eu Realmente fui reprovado por essas 3 professoras, em francês, e 11 disciplinas naquela época para fazer apenas a diferença de, naquele tempo, o de hoje, eram 11 disciplinas, com trabalhos manuais, música, Francês, inglês, latim, e português, matemática, história. Quer dizer, fiquei 8 anos no colégio, mas não me trouxe nenhum problema psicológico, não, mas uma certa reação, ainda até agora, eu estou até citando, falando [risos], ainda não consegui per. Guardar. Mas foram 8 anos maravilhosos. Fui para o Grêmio. Participar ali. Tinha as mesas ping-pong, tinha as mesas de xadrez, damas. E bailes, Festa Junina. Eram 3 bailes. Mais o dos calouros. Era mais ou menos em março, abril. Festa Junina em julho. Porque nós fazíamos no primeiro sábado de julho para evitar a concorrência, porque em julho, quase naquela época, quase não existia Festa Junina em julho. E em novembro, o baile da coroação da rainha do Grêmio. Rainha do Grêmio, rainha e princesas. Elas vendiam os votos e Eram bonitas, de um modo geral, mas precisavam para ser a rainha e as princesas vender os votos mais, né, porque era uma arrecadação para o Grêmio, para poder pagar os conjuntos. E eram conjuntos daqueles conjuntos da época, realmente já famosos com o Steve Bernard, para quem é antigo, o conjunto Dó-Ré-Mi. Foi em 1960, tá até num caderno de atas, que a viúva de um, Ovídio Guillon, que foi um diretor, um dos diretores, com que eu aprendi muito. Porque os diretores nos ensinavam. O pessoal do científico. Nós precisávamos pagar os Todas as despesas e que também Colocávamos os meninos, de vez em quando colocávamos Aí eu já estou me colocando já na diretoria eleita, porque era uma democracia, pedindo doações. Para que nós pudéssemos vender, para arrecadar, para poder pagar ao Steve Bernard, por exemplo, em 1961, eu ainda não estava na diretoria. E o Steve Bernard, inclusive, disse: Não, não há problema. Vocês pagam depois que terminar. E nós fizemos uma vaquinha e arrecadamos um bom dinheiro para o pessoal, porque davam voluntariamente, e também os bichos. Os bichos eram os prim Da primeira série. Era bicho, primeira série ginasial, eram os nossos Eram os bichos. Na segunda série era o bicho enfeitado. Não podia dar trote ainda, só a partir da terceira série é que é Ficava livre e já podia dar trote. Entrevistadora E como se chamavam os da terceira série? Entrevistado Paulo Na terceira série, já eram os alunos, já eram os alunos. E, inclusive, arrecadávamos também, vendendo para os bichos, chaveiros, flâmulas. Era importante, né, essa nossa Entrevistadora Era o material estandartizado, com o símbolo do Pedro II? Entrevistado Paulo é, era, que pena que eu Não trouxe. Eu ainda tenho algumas flâmulas lá. Eram comemorativas. Baile dos calouros, então tinha flâmula do baile dos calouros. Da rainha, festa Junina, e vem fazer um chaveiro. E é essa a nossa arrecadação, também nos campeonatos, de futebol de salão, de vôlei, de dama. Pagava a inscrição. Para ser sócio do Grêmio no início do ano, também se pagava uma taxa. Porque nós gastávamos, por dia éramos 13 já em 1963, onde já eu já fui, já estava como diretor eleito, 12 bolas, uma dúzia de bolas de ping-pong por dia. Entrevistadora Eram quebradas no uso? Entrevistado Paulo No uso. Porque era o dia inteiro. Eu tinha aluno que chegava mais cedo. As meninas um pouco menos, mas mesmo assim tinha alunas que saíam mais tarde. Iam embora mais tarde. Na hora do Recreio, então, as mesas ficavam lotadas. Uma das mesas, evidentemente, era da diretoria. Tínhamos uma ajuda, uma coisa maravilhosa do senhor Jorge Chiaia. Depois, sua filha também, as 2 filhas estudaram no colégio. E o Edgar que depois ficou no lugar do senhor Jorge quando o senhor Jorge faleceu, dono da papelaria e ele nos dava, quer dizer, nos dava, nos fornecia todo o material. Nós mandávamos um do ginásio lá buscar. E pagávamos depois como arrecadássemos, no caso. Em 1963, quando nós fizemos, eu não me lembro exatamente, não sei onde serve, fizeram Acho que era cruzeiros. 2000 cruzeiros, que arrecadamos aí, um grupo de diretores, choramos junto. Quando tivemos o dinheiro e pagamos ao Seu Jorge, já é que nós devíamos 1200 cruzeiros ao Seu Jorge. é. Que uniu O grêmio viveu graças ao Seu Jorge. Entrevistadora Uma grande ajuda, não é? Entrevistado Paulo ô Sem ele não teríamos condições. Entrevistadora Paulo, fala um pouco da atividade política do grêmio na época, porque essa parte que você tá falando é da parte das festas. Como que era a participação política de vocês nesse período? Entrevistado Paulo Bom, tínhamos Dos 2 lados, digamos assim. Naquela época vamos colocar mais direita à esquerda. Mas não é Nós discutíamos, brigávamos, né, na discussão. Mas continuávamos juntos. E a diretoria do Grêmio não era escolhida partidariamente. Nem por politicamente, sim. Participávamos dos Congressos da AMES. Em 62 e 63 participamos. Não sabíamos ainda. Naquela época, não imaginávamos que já estávamos sendo vigiados. Um dos primeiros congressos, o congresso de 62, foi no sindicato dos metalúrgicos, na rua Daniele. E o de 63 foi no colégio Vieira Viana. Troquei o nome do colégio. Ferreira Viana. Ferreira Viana, exato. E ali discutíamos muito, inclusive a grande diferença, quer dizer, a grande discussão era, de um modo geral, entre os colégios públicos e os colégios particulares. Eles eram mais para a direita, e nós éramos uma mistura. Já no Congresso de 62, nós tivemos uma grande luta, porque é evidente, ele mente, eles queriam eles, eles quando a gente se falou, eles é tudo pelo pessoal do colégio particular e das escolas das escolas normais também, a maioria. Quem é ia representar era mais de direita. E nós, que sempre dissemos e dizemos ainda hoje. Porque eu entrei em 56 e nunca mais saí do Colégio Pedro II. Nós somos eternos alunos. E ali, nós, que dizíamos sempre que éramos um só, e somos. Nos tornamos 5 que naquela época, éramos 5,4 sessões, e o internato. E, logicamente, eles não queriam porque nós somos 5. Nós teríamos 5 5, 25 votos. Comum só teríamos apenas 5. Então, foi uma discussão inicial que eles não queriam, mas nós, logicamente, colégio Pedro II vencemos. E tínhamos as discussões. Mas o nosso presidente de 63, por exemplo, o pai era de quase Extrema direita. E ele, logicamente, também seguia o pai, mas éramos amigos. éramos os amigos e até hoje somos amigos. E continuamos. Pode-se dizer, os bailes, porque todo final de ano nós tínhamos até não nos emprestarem mais o nosso prédio lá do Engenho Novo, da sessão norte para nós ainda é hoje, e aqui também. A feijoada também foi proibida. Mas vai voltar. Se Deus quiser, vai voltar. Fazíamos, durante 33 anos, nós fizemos o churrasco no Engenho Novo. E o Antônio Lopes, presidente da associação. Organizando aqui a feijoada né, aliás, uma pessoa maravilhosa. Como ajudou o colégio, como ajudou! Final do ano, ele fazia, ele fazia de graça. Ele fazia gratuitamente, ele fazia os diplomas, ele fazia. Principalmente, eu sei de Porque eu ia visitava muito ele no trabalho. O Dimuro agradecia ele, professor Dimuro né, colega nosso. Ele Merecia uma sala, um nome aqui em São Cristóvão, que era que foi o internato, também não é, o internato tinha uma gráfica, lá em cima. Tinha uma gráfica. E onde nós imprimíamos os nossos jornais. As nossas seções, da seção norte era Chama. Tinha um, o nosso jornal, que era Chama e imprimíamos aqui no internato. Entrevistadora Tinha um tabloide desses que tinha poesia, tinha artigos. Eu inclusive fiquei muito impressionada com a qualidade dos artigos. Artigos críticos na época, artigos literários. Entrevistado Paulo Exatamente. Lá na seção norte também tivemos um grupo que fez uma revista de ciências. Foram 11. Eu até vou tentar pegar essa revista com um Emprestado com um colega, com um amigo. E revista de ciência, um deles até era, um maestro Internacional, Ricardo Tacuchian. E Foram 11 números. E naquela época, então, como nós, hoje, no nosso livro, né, Ao Pedro II Tudo ou Nada Memórias do Cotidiano, a dificuldade para imprimir Porque era uma muito difícil. Já naquela época, já era difícil. Foram eles, 11. Se 11 não é um pouco menos. Que conseguiram o patrocínio para imprimir essas revistas. Tenho 1, 2 colegas que ainda têm, acho que os 11 números. Entrevistadora E era uma produção acadêmica espontânea, dos estudantes. Entrevistado Paulo. Ah, espontânea. E existia uma coisa, também. Diretores, não se metiam ou quando se metiam, recebiam um não. Aí era uma guerra, era uma briga. Uma vez o professor Roberto Acioly suspendeu a diretoria eleita, que a diretoria do Grêmio era eleita, era democraticamente eleita. E o professor Roberto Acioly suspendeu. Não lembro exatamente agora porquê. Os 5 diretores eleitos, só que não houve mais aula. Porque houve a greve. Houve a greve onde quem quisesse entrar, entrava. Só que não haveria aula, porque os professores, a maioria eram ex-alunos e a gente sabe que diziam assim; melhor você ir para casa. Os inspetores também diziam, para os pais, inclusive, que entravam mais os mais novos. E houve em 63, não, 61. Houve uma greve onde 92 ou 3 entraram, ao que nós dissemos: Pode entrar. Tem problema não. Só que seu filho vai ficar marcado. Quer dizer, era uma questão democrática. Eles entravam e saíam porque os lá dentro eram aconselhados a não ficar. Porque realmente não ficariam tão marcados assim. Mas os pais aí começaram a raciocinar, pensavam: Não é melhor levar para casa? Tivemos em 63, uma confusão muito grande. No dia 13 de novembro de 1963. A Polícia Militar nos atacou. Então nós chamamos a guerra do Pedro II com a polícia militar. Os colegas da Tijuca, porque no final do ano, o último dia de aula, nós fazíamos um Carnaval na Rua Barão do Bom Retiro. Era o famoso Carnaval na Barão do Bom Retiro onde o trânsito era complicadíssimo, né, era complicado ao extremo. Naquela época, época dos bondes era bonde e tinha o lotação, que eram menor, né, o ônibus menor, e nós fazemos ali na rua porque tínhamos Nós tínhamos uma charanga chamada Soluço da Pulga. Foi o Ovídio Guillon quem colocou esse nome. E No dia 13 Não, foi no último dia de aula. 13 de novembro de 63. O pessoal da Tijuca e o pessoal do internato, que era aqui, também e da sede, centro, iam para lá no Carnaval, que nós fazíamos na rua Temos fotografias, inclusive. Dessa de 61, principalmente. Nisso que eles chegaram, cometeram alguns errinhos, por exemplo, entrar na padaria e pegar sorvetes, picolé na padaria. Evidentemente, sem pagar. Disso aí, pessoal, os comerciantes, e moradores mesmo, tinha um general que morava em frente, chamaram a PM. A PM, mal comandada, quis entrar no colégio. Além de já de começar, o pessoal correu, fugiu para dentro do colégio. Eles queriam entrar e nós não permitimos. Desse não permitir a coisa começou a complicar. E eles começaram a mandar bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. As bombas, Algumas.., muitas, nós devolvemos. Algumas queimaram as mãos, porque elas esquentavam. E pedras também, que tinha muitas pedras ali no Jardim da seção norte. Aí a coisa complicou bastante. Alguns colegas chegaram a ser preso. Depois foram responder, e foram absolvidos. Evidentemente. Eu inclusive fui servir junto com outros de testemunha, mas é até nos dispensaram. Só um que era menor, que ficou tendo que ir Lá, algumas vezes. No dia seguinte, 14 de novembro, a irmã da Cristina, né, colega nossa, entrou correndo no colégio, já tinham, naquele dia 15, mais ou menos 15 colegas, infelizmente, eu não estava. Cheguei um pouquinho depois. Conversando com o professor Totó, diretor, Tomás Neto, que nós chamávamos de Totó, o professor Tomás Neto, que era o diretor, sobre o problema acontecido e sobre o baile da coroação da rainha, que aconteceria em 30 de novembro, aí já estávamos já acertando, não é? Quando a irmã da Cristina faz sal Entrou correndo, ia para avisar que um bonde Lins, 75, era o número, tanto o motor quanto o reboque, estava lotado, super lotado de alunos do colégio militar. Que vieram para invadir o colégio e invadiram, quebraram o letreiro, inclusive, eu tinha uma letra. Perdi, lamento. E entraram atacando. O pessoal que estava lá, os colegas. Entrevistadora Mas tinha um motivo para esse ato? Entrevistado Paulo Tinha. Uma começou na Tijuca, Maracangalha, né, como nós chamávamos. Na coluna, na seção Tijuca, um atrito entre o colégio militar, em frente, porque não, nós não queríamos que eles mexessem, que eles mexessem com as nossas a colegas, com as nossas meninas. E lá eles tiveram um atrito. Nisso, quando ele vieram, na véspera, no dia do último dia de aula, eles mexeram, implicaram, com aluno do colégio militar que estava chegando. Estava indo para casa, ali, andando na Rua Barão de Bom Retiro. Mas no dia seguinte eles resolveram ir às forras, ele deve ter chegado lá e falado e ele vieram nos atacar. Só que esses 15, um deu a ideia. Peraí, quando eles entraram, foram para cima. Para varanda, no segundo andar. E um deu a ideia. Espera aí: Vamos pegar as garrafas da cantina. De vidro E começaram a arremessar. Aí foi pegando, não foi falado, eu tenho fotografias. Tem um recorte de jornal, isso que eu trouxe no outro dia. Um quebrou a perna, um teve a perna quebrada, do Colégio Militar, e outros saíram feridos. Os 500 heróis expulsaram no nosso colégio e saíram correndo. Lógico que eu vou nos vangloriar, não é? Entrevistadora Você fazia parte desses 500? Entrevistado Paulo Eu não estava nesses 500. Esse é uma das minhas, talvez a minha única mágoa, ou a outra da reprovação também. Mas eu fui injustiçado. Mas quando cheguei e nós estávamos lá, participando da solução com o diretor. Na véspera, o professor Acioli chegou a ir lá porque era o general Mendes de Morais, não. Era o general que tinha sido o diretor daqui. Pode ser? Daqui a pouco eu lembro Diretor da seção da Tijuca e depois foi diretor, naquele ano, era diretor do Colégio militar. Colégio Militar, inclusive, teve que pagar um milhão de cruzeiros do que eles quebraram lá. Chegaram a quebrar vidro da portaria. E nisso aí, houve o acerto, acordo, entre os diretores. 2 professores do Colégio Pedro II. O professor José Roberto Accioly, não é? E foi chamado o exército. Nós dissemos para professor na véspera, na briga com a polícia militar: Professor Tomaz Neto chama, liga para Polícia do Exército, pra que eles venham. Foi quando, depois de muito tempo. Que eles chegaram bem tarde, porque a polícia militar só se retirou às 20:00. E pais, mães foram lá. Apavoradíssimos buscar os seus filhos, suas filhas. E foi uma guerra. Alguns, como eu já disse, alguns queimaram mão. No dia seguinte a polícia do exército ficou lá com o carro deles, caminhão dele. Choque. Ficou durante alguns vários dias lá. Também temos até uma fotografia nesse choque. E nesse dia temos fotografias onde 2, vou revelar um segredo. Foi presidente até do sindicato dos professores, depois né, lógico, e o outro, Vestiram uma camisa, rasgaram a metade, cada um colocou metade da camisa e os jornais fotografaram. Porque sendo que um inspetor confirmou que realmente tinham sido rasgados pelos alunos do colégio militar. Aquela camisa eu estava lá porque nós estamos preparando já o Grêmio para a festa, para o baile. Está fotografado, está registrado, mas não, aquela camisa foi rasgada e colocada de forma. Porque nós fomos vítimas. Entrevistadora E com relação aos colegas, você ainda apresenta amizade dessa época, tem contato? Fala um pouco sobre isso. Tem alguém que tenha seguido com você? Entrevistado Paulo Sim, sim, sim. Antes da pandemia, nós fazíamos o encontro de inverno, o encontro da Primavera e o encontro de fim de ano. O encontro de fim de ano, no colégio. Antes de ser proibido por um dirigente do colégio. Não o encontro, porque nós fizemos na casa de um casarão de um amigo. De 2 anos depois, quer dizer, mais de 2 anos. E era a sessão do prédio. Tomamos o máximo cuidado possível, para que não pudéssemos ser proibidos, mas acabamos sendo. Houve ano em que chegaram aí 350 colegas. Os encontros, repetimos as amizades, lembrávamos o que conversávamos. Ríamos muito, chorávamos pelas perdas, que agora estão muito grandes. Porque a nossa faixa etária já está num certo ponto. E continuamos com as reuniões das quartas, quartas-feiras. Ou em 1975, mais ou menos, um grupo de veteranos e de ex-alunos resolveu fazer uma reunião, encontro mensais. E o local escolhido era o sindicato dos engenheiros. Mas ao chegarem lá, a sala estava fechada. E não se encontrou a chave, ou não quiseram dar a chave. Então eles fizeram o que? Desceram, foram se reunir onde nós estamos acostumados no Engenho Novo a fazer, no Paisano, que era um restaurante na Avenida Rio Branco. E a partir dessa, era uma quarta quarta-feira do mês. Então sendo a quarta quarta-feira, passou-se a se fazer toda a quarta quarta-feira do mês, não à última, porque é mês de 5, né? Toda quarta quarta-feira que nós fazemos até hoje. Paramos apenas durante a pandemia e nos reunimos até hoje. Alguns já subiram, já se foram, já foram para o Pedro II da eternidade. Onde, baseado numa poesia de um colega, Amauri aa Silva Fernandes, que foi colega, foi inspetor, também. E continuamos fazendo assim e continuamos nos encontrando. Há uma renovação. Alguns, mais veteranos, ainda comparecem. E fazemos questão aí, inclusive com um que também já faleceu, eu acertei com ele que até nós irmos embora continuaria acontecendo, nem que fosse um só, nem que eu fosse sozinho. E quer dizer, continuamos, voltaríamos ao encontro do meio do ano e já voltamos. O deste ano, talvez em Porque o caso da Copa do Mundo vem até 18 de dezembro, deveriam fazer em janeiro, que parece, pelo menos, há uma esperança de que poderemos fazer novamente, que nos será permitido pela nova reitora. Será permitido, os prédios serão cedidos, a feijoada aqui, que lá no Engenho Novo, o churrasco no dia seguinte, que é no primeiro sábado, geralmente no primeiro sábado de dezembro e no segundo, e o nós lá no Engenho Novo, no primeiro, logo a seguir, no domingo seguinte. Entrevistadora Mantiveram a tradição Entrevistado Paulo Mantivemos a tradição. Entrevistadora Paulo, você ajudou muito, e ajudou na organização e participou também da publicação de 4 volumes do livro Tudo ou Nada. Como foi essa participação? Como você se sentiu, o que que isso representa pra você? Entrevistado Paulo Bom, como eu e Mirinha achamos e dizemos, pra ficar, essas nossas histórias, pra que alguém pegue, e a Esperança nossa, minha e da Mirinha, e da Cristina também, que tá agora também entrando no é que as bibliotecas dos campi tenham esses volumes e para que fique essas histórias fiquem como exemplo, ou não, para os alunos, para os alunos. E para todos que peguem isso aí para saberem das nossas histórias, de como nós fomos Colégio Pedro II, o padrão e o democrático. Quer dizer, e foi uma luta. Foram 7 anos para que este primeiro volume saísse. Reuniões na minha casa, inclusive de um de grupos. Foram 7 anos porque a questão, logicamente, dinheiro. E nós vendemos para poder publicar. O segundo, terceiro o quarto, agora estamos já numa edição. Ir pra gráfica daqui a pouco, quando tivemos um dinheiro para poder pagar a todos os serviços. E Num volume 5. Porque já estamos com todas as histórias ou quase todas as histórias esperando que se chegar mais alguma, a gente aceita. Entrevistadora Paulo, de uma forma geral, comparando esse Pedro II da sua juventude, e de todas essas histórias que estão narradas no livro Tudo ou Nada, e, no Pedro II atual, que diferença te bate como importante pra ser ressaltada? Entrevistado Paulo Eu acho que, como todo o ensino brasileiro, deu uma queda, caiu um pouco. Então eu acho que há uma necessidade de, me parece que, pela experiência, inclusive dessa nova leitura, pelo que eu li na biografia dela, acredito que ela está com boa intenção. Há também uma questão da questão dinheiro, porque não está chegando a verba. Pelo que eu leio, pelo que eu sei, não está chegando verba para o colégio Pedro II, infelizmente, tristemente, isso logicamente atrapalha, porque não é apenas o professor na sala de aula que recebe. A merendeira recebe, todo serviço, luz, gás, de tudo isso. E parece que está havendo um, certo Vamos chamar de má vontade. Quer dizer, faltar também um dinheiro. Não podemos crucificar o reitor pura e simplesmente. Acho que muita Acho que o partidarismo também não deve entrar. E espero que todos, parece até que já melhorou mais um pouquinho e houve a questão da pandemia que atrapalhou também, não é? E logicamente, eu não. Eu não sei, não posso falar dos professores, mas acredito que, pelo menos eu for falar do município do estado onde eu trabalhei. Essa preparação, logicamente, o ensino brasileiro cai e o professor também cai. O colégio, sei que pelo menos ainda faz um Uma seleção, boa seleção. Pelo menos sobre esse aspecto os professores ainda estão bem, a maioria que seja. Eu acho que o maior problema, eu acho que é esse. Entrevistadora O escritor Nelson Rodrigues, a gente sabe, que ele lamentava não ter sido um aluno do Pedro II, e ele sempre afirmava em seus textos que o aluno do Pedro II era alegre, era aquele que chamava a atenção ao passar na rua. Você lembra de alguma situação muito engraçada da sua juventude que você tenha vivido no Pedro II? Entrevistado Paulo Eu vou tentar. Será que eu vou conseguir lembrar alguma coisa engraçada é? A gente tem coisas engraçadas demais, que eu, bom, eu vou tentar. Nós tínhamos nas vésperas. Aí, nas vésperas dos bailes, nós ficamos lá de madrugada. é a justificativa para a direção que era para arrumar, e realmente arrumávamos o salão e o nosso salão era um ginásio esportivo. Era imenso. Cabiam treze mesas. Era um ginásio esportivo e cabiam umas 50 mesas, só para dar uma noção. Mais 50 mesas nos bailes. Ganhamos inclusive o [inaudível]. é, estava começando a toalha de plástico. Eles nos deram, ficou lindo, mas, a coisa engraçada: nós fazíamos de madrugada, porque nós levávamos 2 garrafas também. Os líquidos, que eu não vou dizer que líquidos, levamos 2 garrafas e evidentemente ficávamos um pouquinho mais empolgados. Nós fazíamos o futebol de salão na Quadra que dava de frente para a rua. Era uma Quadra ainda descoberta de cimento. Os com cuecas e os, dizer que não é sem cueca? Mas a gente dizia que era com cuecas e sem cuecas ali na frente, morava em frente ao general. E, logicamente fazemos um barulho, então logicamente eu acho que isso é uma das coisas só, mas só mesmo vendo, só mesmo o que tu Mas imaginem. Não eram sem cuecas, não. Mas eram de cueca, realmente. Entrevistadora E vocês jogavam durante a madrugada? Entrevistado Paulo Jogávamos durante a madrugada e já com os refletores acesos e, logicamente, depois, até inclusive, uma ficava numa das casas de frente, o professor, o Luís Dimuro foi morar numa dessas casas. Quando foi, era meu, foi meu bicho. O Dimuro foi meu bicho. Mas só vendo mesmo, mas imaginem. Como pode ter acontecido. Agora, é muitas e muitas histórias, algumas incontáveis ainda aconteceram. Entrevistadora Paulo, depois do Colégio Pedro II, como que ficou sua vida? Você constituiu família, teve filhos? Essa tradição do Pedro II continuou na sua vida? Entrevistado Paulo Uma prima, que reclamava comigo, inclusive, porque eu mandava ela pra casa quando eu sabia que ia acontecer alguma coisa, algum entreveiro, algum problema. Ela sempre reclamou, até falecer ela reclamava. Eu fiz curso normal. Fiz curso normal. Comecei, dei aula durante Dois anos, cheguei a dar aula no primário, naquela época era chamado primário. Entrevistadora Era no instituto de Educação? Entrevistado Paulo Não, eu fiz na escola normal Carmela Dutra, lá em Madureira. Depois, fiz administração, professor de administração. Dei aula também em faculdade, dei aula em segundo grau, e em, depois em Ensino Médio, e fui diretor de escola, fui diretor de CIEP, como já falei Casei, dois filhos, um casal. Entrevistadora Algum estudou no Pedro II? Entrevistado Paulo Não, não quiseram. Eu disse até pra eles: olha, por enquanto tenho dinheiro pra pagar um colégio particular, se não tiver vocês não vão. Era o professor Foi antes do professor Choeri. Entrevistadora Foi Tito Urbano? Entrevistado Paulo Não, foi Tito Urbano não. Entrevistadora Professora Maria Amélia. Entrevistado Paulo Não, professora Maria Amélia não. Ele foi secretário de administração do Estado. Fugiu o nome dele agora. Entrevistadora Chediack? Entrevistado Paulo Não. Professor Chediack, não. Pô, fugiu o nome. Entrevistadora Foi Diretor Geral do Colégio? Entrevistado Paulo Foi diretor geral. Eu e minha prima até viemos aqui conversar com ele, que ela trabalhava com ele lá na secretaria. Pô, fugiu o nome, completamente. Alguns nomes, não sei porque estão fugindo [risos]. Deve ser o tempo [risos]. E Até hoje, vivo no Colégio Pedro II, né. Nesses nossos encontros, nesses nossos livros, nessas lidas, dessas histórias. A gente tem as emoções. Acho uma semelhança sempre muito semelhante às novas, de forma, cada um com a sua vivência, não é? Mas aa maioria das histórias são muito semelhantes ao que nós vivemos. Lógico que de acordo com o tempo, não? De agora. Entrevistadora Tem algo que você se orgulha de ter realizado na sua vida? Entrevistado Paulo [Suspira] Eu me orgulho de muita coisa Eu me orgulho da minha vida. é meu orgulho, de ter conquistado, a minha esposa, por exemplo. Ter conquistado a minha esposa, me orgulha muito Entrevistadora E essa realização tem alguma ligação com o Colégio Pedro II? Entrevistado Paulo Essa minha realização? Olha, eu comecei a questão da administração, por exemplo, eu comecei no clube de rua, que nós temos lá no Engenho Novo e continuei no Grêmio do colégio Pedro II. Eu aprendi muito no colégio com os professores e com os colegas, que nós aprendemos e depois passamos a fazer, como, também, colocando a garotada do ginásio para serem subdiretores. Ali, também, foram também aprendendo e como eu fui aprendendo. Entrevistadora Essa própria organização do Grêmio já era uma aula de administração. Entrevistado Paulo Eu aprendi muito ali. Mas muito, muito, muito mesmo. Entrevistadora Bom, você gostaria de dizer mais alguma coisa, falar sobre algum assunto que nós não tenhamos abordado nessa entrevista? Entrevistado Paulo Eu vou até repetir. Bom, o professor que eu vou citar, que eu tenho que citar, o professor Renato Azevedo, de História. Eu o admiro demais, como muitos outros, mas teria que citar vários, né. Mas professor Renato, pra mim foi e Sr. Sales, chefe de disciplina, e os inspetores, importantíssimos. Entrevistadora Tem alguma situação que envolva algum inspetor que você queira focar? Entrevistado Paulo De algum inspetor? Entrevistadora é. Por que que eles foram importantes? Entrevistado Paulo Porque eles nos ensinaram . Eles não apenas foram aqueles que nos colocavam Colocavam de castigo, na disciplina, mas eles nos ensinavam. Sr. Silva, por exemplo, dizia pra gente: Não saltem. foi contado agora há pouco por um colega, fui lembrado Não saltem do bonde andando, não peguem o bonde andando, porque vocês podem, né? O risco que era. Sr. Sales nos suspendia, nos botava lá de castigo até mais tarde, mas era uma pessoa espetacular. Só fomos perceber isso no científico. Professor Pompílio da Hora, outro que também vivia, na hora do intervalo, à noite já, que em 62 passamos a estudar à noite. Esse ensino, que tão colocando agora, esse novo ensino médio, esse novo ensino médio começou em 62, que nós escolhíamos as nossas disciplinas, a nossa área. Fui para uma área, eu fui para outra e E já dentro do clássico do científico é já existe, passou a existir já, a medicina, arquitetura, engenharia. Já encaminhamento. Já nós escolhemos aquelas disciplinas, já diminuiu o número de disciplinas. Quer dizer, então esse novo ensino médio de agora já existiu e lá em 62 e passamos a estudar à noite. E o professor Pompílio, por exemplo, saía com a gente para lanchar com a gente. Que exemplo de professores Eram muito humanitários, muito humanitários, digamos assim. Alguns a gente tinha aquela reação contrária, né? Mas eles sempre eram voltados para que nós aprendêssemos e nos ensinava também sobre a vida. A maioria se dedicava a nos ensinar, não apenas aquela informação da disciplina, mas também sobre a vida. O professor Renato, então, no dia do da morte do Kennedy, presidente, a sala dele ficou super lotada, porque os de outras salas vieram para assistir o que ele ia falar naquele dia, não é? E o que ele falou para nós sobre a morte do Kennedy foi para nós, naquele momento, uma coisa espetacular, maravilhosa. Porque o professor Renato era Ele tinha um vozeirão. Não, não me lembro assim, exatamente, mas não, não vou conseguir resumir, mais falando do porquê de Porque daquilo, de toda a história que ela já existia. Estava Cuba ali, todo o problema com Cuba, essa coisa toda, quer dizer, que ele e do próprio povo americano. Para tentar resumir alguma coisa. Do porquê aconteceu e como aconteceu. Importantíssimo, é democrático. Entrevistadora Pra gente encerrar, fala pra gente três palavras que pra você resumam o Colégio Pedro II. Entrevistado Paulo Padrão, importantíssimo. Democrático. Amizade. Só queria colocar esse espetacular trabalho de documentação, de história, feito por vocês. é elogiável, maravilhoso, é um Que prazer, de estar aqui podendo passar e não me importando se estou passando bem ou mal. O importante é passar. Entendeu? Essa nossa história E que, que eu espero, que continue, e eu acho que está continuando, por essa garotada que aí está.
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