Meu nome completo é Veridiane Galvão Fonseca. Eu nasci no dia 21 de novembro do ano 2000, tenho 24 anos atualmente e sou natural da cidade de Guarapuava, na região Centro-Sul do estado do Paraná.
Eu acho que minha história com a cultura começou meio por acaso, mas foi dessas coincidências que mudam a gente. Lá no ensino fundamental, tinha uma professora de português, a Cláudia. Toda semana, ela levava uma bacia cheia de livros pra sala sim, uma bacia mesmo. E a gente era “obrigado” a escolher um, ler e fazer um resumo. Valia nota, então não tinha escapatória. Mas, no meio dessa obrigação, eu acabei me apaixonando pela leitura.
Tinha também meu irmão mais velho, o Juliano. Ele é cinco anos mais velho que eu, e eu o via lendo, guardando livros no guarda-roupa... Achava aquilo o máximo. Então, fui pegando gosto: lia um livro, depois ia procurar o filme. Me interessava por tudo que era indicado ao Oscar, como se isso deixasse as histórias mais importantes. Achava que eu era super conceitual.
Até criei um Instagram, escrevia resumos, fazia umas artes no Canva tudo meio rústico, sabe? Mas era com carinho. Queria que mais gente tivesse acesso à cultura, mesmo sem grana para comprar livros ou pagar plataformas. Hoje em dia, penso que talvez ninguém pare para ler quatro parágrafos no Instagram, mas eu tenho orgulho. Fiz com o coração, tudo no Word, revisando vírgula por vírgula.
Minha vida foi mudando, claro. Saí de Guarapuava, onde nasci e vivi até os 22, e vim pra Turvo, morar com meu namorado. A gente se conheceu quase que por um cruzamento de caminhos: nos vimos uma vez, depois começamos a nos seguir nas redes. Eu curtia os stories dele pra ver se me notava. Reagi a uma publicação... e pronto, a conversa começou. Fui eu que dei o primeiro passo, admito.
Hoje moramos numa área rural, um pedacinho de mato com estrada de chão. É bonito, sabe? Mas também é desafiador. Sinto falta da família, da cidade, do mercado perto, da...
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Meu nome completo é Veridiane Galvão Fonseca. Eu nasci no dia 21 de novembro do ano 2000, tenho 24 anos atualmente e sou natural da cidade de Guarapuava, na região Centro-Sul do estado do Paraná.
Eu acho que minha história com a cultura começou meio por acaso, mas foi dessas coincidências que mudam a gente. Lá no ensino fundamental, tinha uma professora de português, a Cláudia. Toda semana, ela levava uma bacia cheia de livros pra sala sim, uma bacia mesmo. E a gente era “obrigado” a escolher um, ler e fazer um resumo. Valia nota, então não tinha escapatória. Mas, no meio dessa obrigação, eu acabei me apaixonando pela leitura.
Tinha também meu irmão mais velho, o Juliano. Ele é cinco anos mais velho que eu, e eu o via lendo, guardando livros no guarda-roupa... Achava aquilo o máximo. Então, fui pegando gosto: lia um livro, depois ia procurar o filme. Me interessava por tudo que era indicado ao Oscar, como se isso deixasse as histórias mais importantes. Achava que eu era super conceitual.
Até criei um Instagram, escrevia resumos, fazia umas artes no Canva tudo meio rústico, sabe? Mas era com carinho. Queria que mais gente tivesse acesso à cultura, mesmo sem grana para comprar livros ou pagar plataformas. Hoje em dia, penso que talvez ninguém pare para ler quatro parágrafos no Instagram, mas eu tenho orgulho. Fiz com o coração, tudo no Word, revisando vírgula por vírgula.
Minha vida foi mudando, claro. Saí de Guarapuava, onde nasci e vivi até os 22, e vim pra Turvo, morar com meu namorado. A gente se conheceu quase que por um cruzamento de caminhos: nos vimos uma vez, depois começamos a nos seguir nas redes. Eu curtia os stories dele pra ver se me notava. Reagi a uma publicação... e pronto, a conversa começou. Fui eu que dei o primeiro passo, admito.
Hoje moramos numa área rural, um pedacinho de mato com estrada de chão. É bonito, sabe? Mas também é desafiador. Sinto falta da família, da cidade, do mercado perto, da farmácia na esquina. E, às vezes, até do asfalto.
Mas aqui eu vivo algo que nunca imaginei: trabalho com turismo de base comunitária, recebo gente do Brasil todo, de fora também. A gente apresenta a beleza do lugar, as histórias da comunidade quilombola Campinas dos Morenos, do povo Guarani, o sítio arqueológico… é muito rico. E é lindo ver gente saindo das cidades grandes pra vir conhecer esse nosso pedacinho de mundo.
Eu nunca pensei que fosse trabalhar com turismo. Nem com cultura, do jeito que tô agora. Mas tudo foi se encaixando. Me inscrevi meio sem querer no projeto de formação de Agentes de Cultura Viva. Uma amiga mandou o edital, e eu tava dentro da faixa etária. Me inscrevi sem esperar muito e, quando vi, tava selecionada.
A primeira roda de histórias que organizei foi um marco. Eu que captei os participantes, organizei tudo e conduzi a conversa. Fiquei insegura, pensando: Será que as pessoas entenderam? Mas, no final, deu tudo certo. Escutar histórias de vida é uma experiência muito rica. A gente cresce junto.
Hoje eu sigo sonhando. Tenho vários sonhos; eles mudam com o tempo. Mas um deles persiste: fazer as coisas com propósito. Quero trabalhar com o que eu acredito, e sinto que comunicar, escutar e cuidar fazem parte disso. Talvez eu ainda vá pra Psicologia… quem sabe? Sigo construindo.
Falar isso tudo em voz alta, contar minha história assim, é quase como me escutar de verdade. Dá até uma sensação de encontro com quem eu sou. Foi muito especial.
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