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Por: Museu da Pessoa, 7 de novembro de 2013

Em terras além mar

Esta história contém:

Em terras além mar

Meu nome é Clarisse Diniz e Paiva, nasci em 30 de março de 1933, numa aldeia muito pequena de Portugal chamada Vila Meã, concelho do Carregal do Sal, distrito de Viseu, que fica na Beira Alta, perto da Serra da Estrela. Meus pais trabalhavam no campo, minha mãe era de casa, do lar, mas também ajudava meu pai no campo. Nós éramos sete irmãos, eu sou a mais velha de sete irmãos. Eu ajudei a criar meus irmãos. Eu ajudei a criar, fui à escola, tudo, depois comecei a trabalhar muito novinha. Quando eu saí da escola, com 12 anos, eu já comecei a trabalhar pra ajudar em casa, porque nós éramos uma família pobre. No tempo de semear milho era milho, no tempo de semear cevada era cevada. Cada tempo tem uma temporada de plantação de sementes pra gente semear na terra pra nascer. O milho, tudo isso. Plantávamos cebola, batata, tudo. Tempo da vindima, tempo de podar as videiras. Primeiro podavam as videiras, depois as videiras iam crescendo, as raminhas iam nascendo, tinha que sulfatar as videiras, com a bomba nas costas e fazia assim pra sulfatar. Depois chegava o tempo das vindimas, a gente pegava os cachos, carregava aqueles cachos na cabeça com uma cesta, levar para o lagar, pra formar vinho. Então cada época do ano em Portugal tem uma coisa pra fazer. Eu carreguei muito coisa na cabeça. Muita, muita, muita. Eu era novinha, saí da escola com 12 anos, eu já comecei a trabalhar. Fazia tudo, meu amor. Fazia tudo. Até as pessoas diziam pra minha mãe: “Ana, cuidado com a tua filha, que ela é muito nova, ela pode se machucar, pode estragar a coluna”. Mas eu gostava. Sempre gostei de trabalho. E sempre gostei do serviço, de trabalhar. Sempre, graças a Deus. Sempre teve isso comigo. Então tu carregavas coisa na cabeça. Quando comecei a pensar em trabalhar mais para ganhar a vida, foi nessa época que meu tio falou assim pra mim se eu queria vir com eles para o Brasil. Aí eu falei: “Ah, tio, vou, mas eu tenho que ir lá e falar com...

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P/1 – Então primeiro, Clarisse, vou te pedir pra falar pra gente seu nome completo, data e local de nascimento.

R – Meu nome é Clarisse Diniz Paiva, 30 do três de 1933, eu nasci numa aldeia de Portugal, uma aldeia muito pequena chamada Vila Meã, concelho do Carregal do Sal, distrito de Viseu, que fica na Beira Alta de Portugal, perto da Serra da Estrela.

P/1 – Tá certo. Agora o nome dos seus pais. Se você souber também data e local de nascimento deles, nome completo.

R – Sei. Sei. O nome da minha mãe se chamava Ana Nunes Gomes, o meu pai se chamava André Diniz, nascidos na mesma aldeia, nascidos em Vila Meã, mesmo concelho, Carregal do Sal, e mesmo distrito de Viseu, lá de Portugal, uma aldeia pequena lá de Portugal.

P/1 – E o que seus pais faziam, Clarisse, lá em Portugal?

R – Meus pais trabalhavam no campo, tanto a minha mãe... Minha mãe era de casa, do lar, mas também ajudava meu pai no campo.

P/1 – E você tem irmãos?

R – Sim.

P/1 – Qual o nome completo dos seus irmãos?

R – Nós éramos sete irmãos, eu sou a mais velha de sete irmãos. Eu ajudei a criar meus irmãos. Eu ajudei a criar, fui à escola, tudo, depois comecei a trabalhar muito novinha. Quando eu saí da escola, com 12 anos, eu já comecei a trabalhar pra ajudar em casa, porque nós éramos uma família pobre.

P/1 – E qual o nome dos seus irmãos?

R – Então, meu irmão mais velho chamava José, uma Maria Isabel, outro Francisco, outro Américo, minha irmã chama Maria do Carmo, a Maria Isabel eu já falei. E eu. Éramos sete. Ah, e Joaquim.

P/1 – Joaquim.

R – É. Joaquim.

P/1 – Quais eram os costumes da sua família, Clarisse?

R – Os nomes?

P/1 – Os costumes. Como era o cotidiano de vocês? O que vocês faziam dentro de casa? O que era hábito da família?

R – Olha, minha filha, como lá é uma aldeia pequena de Portugal, onde a gente cresceu, então é o seguinte, a gente vivia no campo. Vivia no campo. A gente em casa fazia...

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