Memória dos Trabalhadores da Bacia de Campos
Depoimento de Elizabeth da Silva Pavie
Entrevistada por Morgana Maselli (P/1)
Campos, 02 de julho de 2008
Realização Instituto Museu da Pessoa.Net
Entrevista n° PETRO_CB466
Transcrito por Michelle de Oliveira Alencar
P/1 – Elizabeth, eu vou pedir, começar pedindo pra você se identificar dizendo o seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.
R – Meu nome é Elizabeth da Silva Pavie. Em Campos dos Goytacazes. E minha data de nascimento é 23 do três de 49.
P/1 – A senhora tava me contando ali fora que o seu marido era trabalhador da Petrobras.
R – É, o meu marido era instrumentista da Petrobras, sou uma das primeiras turmas do PP de Moraes.
P/1 – Como era o nome dele?
R – Ney da Silva Pavie, falecido.
P/1 – Então conta um pouco da história que você sabe do trabalho dele.
R – O trabalho dele na época foi assim muito gratificante porque nós estávamos, ele estava desempregado e conseguiu essa vaga. Ele se dedicou muito, foi pra Vitória no início, depois veio pra Macaé, aí ficou lotado em Macaé e trabalhava no mar a 14 por 14, entendeu? Ele tinha muito orgulho de pertencer a Petrobras, sempre se manifestou nesse sentido, entendeu? Muito preocupado sempre em fazer o melhor, se deu muito bem, graças a Deus. Hoje tudo, é pena ele não tá aqui pra ver o fruto de tudo aquilo que ele construiu. Apesar de muitas vezes, né, quando chegava as festas de natal, dia de ano tinha que embarcar, mas ele foi, ia com todo carinho, com toda a atenção, ele tinha. Sofreu um acidente lá, não resta a menor dúvida, né, quando eu falei da Plataforma de Enchova. Mas mesmo assim ele tinha, não deixou de voltar pro mar, ele tinha chance de ficar na terra mas ele queria voltar pro mar, que ele dizia que gostava do mar e que ele ali se sentia muito bem compensado. E ele tinha muito orgulho de pertencer a Petrobras, isso que ele entrou em 76...
P/1 – Bem no iniciozinho, né, daqui da Bacia...
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Memória dos Trabalhadores da Bacia de Campos
Depoimento de Elizabeth da Silva Pavie
Entrevistada por Morgana Maselli (P/1)
Campos, 02 de julho de 2008
Realização Instituto Museu da Pessoa.Net
Entrevista n° PETRO_CB466
Transcrito por Michelle de Oliveira Alencar
P/1 – Elizabeth, eu vou pedir, começar pedindo pra você se identificar dizendo o seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.
R – Meu nome é Elizabeth da Silva Pavie. Em Campos dos Goytacazes. E minha data de nascimento é 23 do três de 49.
P/1 – A senhora tava me contando ali fora que o seu marido era trabalhador da Petrobras.
R – É, o meu marido era instrumentista da Petrobras, sou uma das primeiras turmas do PP de Moraes.
P/1 – Como era o nome dele?
R – Ney da Silva Pavie, falecido.
P/1 – Então conta um pouco da história que você sabe do trabalho dele.
R – O trabalho dele na época foi assim muito gratificante porque nós estávamos, ele estava desempregado e conseguiu essa vaga. Ele se dedicou muito, foi pra Vitória no início, depois veio pra Macaé, aí ficou lotado em Macaé e trabalhava no mar a 14 por 14, entendeu? Ele tinha muito orgulho de pertencer a Petrobras, sempre se manifestou nesse sentido, entendeu? Muito preocupado sempre em fazer o melhor, se deu muito bem, graças a Deus. Hoje tudo, é pena ele não tá aqui pra ver o fruto de tudo aquilo que ele construiu. Apesar de muitas vezes, né, quando chegava as festas de natal, dia de ano tinha que embarcar, mas ele foi, ia com todo carinho, com toda a atenção, ele tinha. Sofreu um acidente lá, não resta a menor dúvida, né, quando eu falei da Plataforma de Enchova. Mas mesmo assim ele tinha, não deixou de voltar pro mar, ele tinha chance de ficar na terra mas ele queria voltar pro mar, que ele dizia que gostava do mar e que ele ali se sentia muito bem compensado. E ele tinha muito orgulho de pertencer a Petrobras, isso que ele entrou em 76...
P/1 – Bem no iniciozinho, né, daqui da Bacia de Campos...
R – É, ele entrou em 76 e ficou até 91, aí ele se aposentou, ficou cinco anos aposentado, depois que ele veio a falecer. Mas eu hoje agradeço a Deus pela aquela chance dele ter entrado na Petrobras por tudo que a gente, que eu consegui da vida foi graças a Petrobras.
P/1 – Como que era pra senhora o tempo que ele tava embarcando?
R – Quando ele embarcava era aquele momento assim: a saudade, né, orando muito pra que tudo corresse bem com ele e com todos lá no mar, né, que tinha que pegar aquele helicóptero, né, e ficar lá aquele tempo. Mas tentei criar os dois filhos, nunca liguei pra lá pra reclamar de nada, se um filho tava doente, mesmo que naquela época o meio de comunicação era bem difícil, né, ele só vinha saber o que acontecia com as crianças, comigo quando ele chegava em terra. E também a minha preocupação de não preocupá-lo, né, que ele tava lá trabalhando e eu tentar fazer o máximo aqui.
P/1 – A senhora lembra assim dos lugares que ele trabalhou, das plataformas?
R – Olha, eu sei que ele trabalhou na Enchova, (Sherning ?), Marlim, Marlem.
P/1 – As primeiras mesmo, né?
R – É, (Sherning ?), Marlim, ele trabalhou um bom tempo lá. E no PP de Moraes que ele trabalhou também no início.
P/1 – E como você se sente, como a senhora sente o seu marido tendo participado, trabalhando tanto tempo numa empresa que hoje é uma das maiores do país?
R – Olha, eu sinceramente eu sinto orgulho, entendeu, dele ter participado e dele não tá aqui hoje pra ver como que a Petrobras a cada dia que passa é um orgulho nacional, entendeu? E o sonho dele foi realizado, como eu te falei, que ele o sonho dele era um dos filhos se formar engenheiro, e há dois anos atrás o meu filho entrou na Petrobras, se formou engenheiro, é um dos engenheiros da Petrobras.
P/1 – E o seu filho hoje trabalha onde?
R – Macaé.
P/1 – Ele é engenheiro civil? Engenheiro...
R – Ele é engenheiro de negócio de produção, eu acho.
P/1 – Engenheiro de produção.
R – É, produção. E o outro é fisioterapeuta.
P/1 – Legal. E o que a senhora acha desse nosso projeto aqui, dona Elizabeth, de contar a história da Bacia de Campos pela memória dos trabalhadores?
R – Sim, eu acho muito importante, entendeu? Eu acho até que a memória dele, desses, a memória daqueles que foram, né, que tem vários colegas dele que foram e dos que estão vivos deveria ser bem ressaltada mesmo, porque um bom alicerce, se a Petrobras hoje tem um bom alicerce é porque começou com boas pessoas, né? Se ela hoje tem, tá, como se diz, colhendo os frutos é porque tiveram pessoas boas e honestas que trabalhou nisso.
P/1 – A gente tá concluindo, a senhora quer contar mais alguma coisa?
R – Não, eu só peço agora que, como se diz, que cada dia que passa se os governantes olhe pra Petrobras cada vez mais com bons olhos para o futuro dos jovens, né, que estão aí não perder a chance que nós estamos tendo hoje.
P/1 – Então tá bom, dona Elizabeth, muito obrigada.
R – Tá.
FIM DA ENTREVISTA
Nomes e palavras com grafia em dúvida:
(Sherning ?), pág. 02
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