Capítulo I - Apresentando-se
No dia 15 de dezembro de 1957, nasce Elenice Sangali Pimenta. Natural de Santa Barbara do Rio Pardo, localizado no Estado de São Paulo, região Sudeste.
Local próximo à Barra Bonita, onde existe uma eclusa, represa munida de comportas que se podem levantar ou abaixar, construída num rio de águas cristalinas, nele há um desnível semelhante a um elevador que permite a passagem de barcos para o outro nível do rio.
Capítulo 2 – Origens
Seu pai Elizeu Sangali nasceu na Itália e sua mãe Erminia Correa Sangali em Jaú. Conheceram-se na cidade de Águas de Santa Bárbara e ali se casaram em 30 de março de 1942. Constituiram uma família tendo sete filhos: Elenir Sangali (1943), Ermelinda Sangali (1947), Érico Sangali (1949), Elenice Sangali(1957) e Elizete Aparecida Correa Sangali (1960). Dois faleceram após o nascimento.
Seu pai nasceu num país que geograficamente parece com uma bota, nasceu praticamente na ponta dela, Sernália. Imigrante honesto e trabalhador, veio ao Brasil em busca de melhor condição de vida.
Seu nome era para ser Estela, mas no ano em que nasceu uma jovem chamada Elenice ganhou uma corrida de carro. Ela foi a primeira mulher a participar de uma corrida. Em homenagem a esta italiana, ela recebeu esse nome.
Capítulo 3 – Infância
Na infância brincou muito de argila, pulou corda, corrida, de escolinha, escritório, jogo de xícaras, jogou futebol, mas gostava muito do balanço que seu pai fez com cordas amarradas numa árvore com um pneu como assento. Balançava, balançava..., pegava bastante impulso, via a vizinhança e pulava, às vezes se machucava facilmente. Nada se igualava ao tampar o ralo do banheiro, deixar encher o máximo de água e imaginar-se nadar em uma piscina, mas infelizmente nem sempre isso era possível, pois no terreno em que morava tinham mais três casas e havia apenas um banheiro que era dividido com todos.
Adorava ir ao escritório onde sua irmã...
Continuar leituraCapítulo I - Apresentando-se
No dia 15 de dezembro de 1957, nasce Elenice Sangali Pimenta. Natural de Santa Barbara do Rio Pardo, localizado no Estado de São Paulo, região Sudeste.
Local próximo à Barra Bonita, onde existe uma eclusa, represa munida de comportas que se podem levantar ou abaixar, construída num rio de águas cristalinas, nele há um desnível semelhante a um elevador que permite a passagem de barcos para o outro nível do rio.
Capítulo 2 – Origens
Seu pai Elizeu Sangali nasceu na Itália e sua mãe Erminia Correa Sangali em Jaú. Conheceram-se na cidade de Águas de Santa Bárbara e ali se casaram em 30 de março de 1942. Constituiram uma família tendo sete filhos: Elenir Sangali (1943), Ermelinda Sangali (1947), Érico Sangali (1949), Elenice Sangali(1957) e Elizete Aparecida Correa Sangali (1960). Dois faleceram após o nascimento.
Seu pai nasceu num país que geograficamente parece com uma bota, nasceu praticamente na ponta dela, Sernália. Imigrante honesto e trabalhador, veio ao Brasil em busca de melhor condição de vida.
Seu nome era para ser Estela, mas no ano em que nasceu uma jovem chamada Elenice ganhou uma corrida de carro. Ela foi a primeira mulher a participar de uma corrida. Em homenagem a esta italiana, ela recebeu esse nome.
Capítulo 3 – Infância
Na infância brincou muito de argila, pulou corda, corrida, de escolinha, escritório, jogo de xícaras, jogou futebol, mas gostava muito do balanço que seu pai fez com cordas amarradas numa árvore com um pneu como assento. Balançava, balançava..., pegava bastante impulso, via a vizinhança e pulava, às vezes se machucava facilmente. Nada se igualava ao tampar o ralo do banheiro, deixar encher o máximo de água e imaginar-se nadar em uma piscina, mas infelizmente nem sempre isso era possível, pois no terreno em que morava tinham mais três casas e havia apenas um banheiro que era dividido com todos.
Adorava ir ao escritório onde sua irmã trabalhava, lá ficava brincando na cadeira giratória e com os papeis que ela lhe dava. Também ajudava o seu irmão a vender limão na feira, ela ajudava a limpá-los.
Era vizinha de uma família japonesa e vivia pegando bonecas emprestadas para tirar fotos, seus pais eram muito pobres e não tinham condições de presentear os filhos com brinquedos.
Sua história começou a mudar quando seu pai ganhou um prêmio na loteria no valor de CR$ 700,oo (setecentos cruzeiros) e pode comprar a casa própria da família. Até então se mudava frequentemente. Lembra-se de três casas. Nas duas primeiras tinha um poço para tirar água e de vez em quando ele era aprofundado, então brincava com a argila. Na primeira tinha um balanço pendurado em uma árvore. Na segunda tinha apenas um banheiro para três famílias, não tinha chuveiro, por isso tomavam banho em uma bacia grande de alumínio. A outra era um sobrado onde brincava de fazer comidinha colocando arroz, feijão para cozinhar no Sol. A casa nova tinha apenas três cômodos e o banheiro ficava fora da casa. O pai era pedreiro e com a ajuda dos filhos construiu mais um quarto.
Foi para a escola aos sete anos, ano em que seu pai ganhou o prêmio. Sua primeira professora foi sua mãe, era comum os pais ensinarem os filhos, naquela época não havia Ensino infantil.
Lembra-se que com dez anos foi à Igreja, durante a missa olhou para o lado e percebeu que uma moça segurava o folheto de música ao contrário, chegou a conclusão de tratar-se de uma pessoa analfabeta (que não sabe ler), decidiu convidá-la para ir à sua casa e assim ensiná-la, talvez tenha nascido aí o desejo de ensinar.
Capítulo 4- Adolescência
Sempre foi dedicada aos estudos, ao fazer o exame exigido na época para fazer o que hoje chamamos de 5º ano, passou com médias nove, uma excelente nota.
Era necessário ajudar no sustento da família, por isso começou a trabalhar com catorze anos, até então tentava ajudar o pai no trabalho pegando na enxada, mas infelizmente cortou o pé num destes dias de trabalho.
Seu primeiro trabalho foi como datilógrafa numa fábrica de balança. Trabalhava no escritório, no departamento de vendas.
Trabalhou também na Telesp, Empresa responsável pela telefonia, no qual datilografava contas telefônicas.
Exerceu várias profissões chegou ser secretária de um cardiologista num consultório médico.
Aventurou-se como empresária, teve uma empresa de transportes. Fazia mudanças, carregava o peso que fosse necessário e nessa época dirigia uma perua, mas o desejo de ajudar e de ensinar ainda estava lá dentro dela aguardando o momento certo para sair.
Capítulo 5- Namoro e casamento
Começou a namorar com dezesseis anos, conheceram-se no trabalho. Depois ele foi trabalhar no metrô. Gelson de Almeida Pimenta dirigia um carrão, um fusca. Assim namoraram durante três anos.
A família dele era católica, então ele conseguiu levar um padre em seu noivado por intermédio de seu tio, algo muito chique naquele momento.
Casou-se no dia vinte e um de maio, conhecido como o mês das noivas, e foram morar num aconchegante apartamento.
Capítulo 6- Tornando-se mãe
A experiência de ser mãe, para ela, é inexplicável. Depois de seis anos de casamento, teve o seu primeiro, filho Ricardo de Almeida Pimenta (1983).
A alegria de tornar-se mãe teve o seu momento de tristeza. Ainda na maternidade ao receber o bebê para amamentar, soube que seu filho havia quebrado o braço no berçário.
Seu segundo filho nasceu quando ela tinha vinte e nove anos, Fabio de Almeida Pimenta (1986) chorava muito, não gostava de dormir. Quando não estava chorando, estava brincando e quando não estava brincando, estava chorando
Brincavam muito, teve uma época que ela não trabalhava e isso facilitava que ela brincasse com eles e pudesse acompanhar o seu crescimento.
Algo que marcou a vida de seus filhos foi uma apresentação de tango na escola. A diretora preocupou-se em abrir e fechar as cortina e assim ninguém recorda-se das danças, mas de suas palavras: “Abra a cortina, fecha a cortina, abra a cortina, fecha a cortina...”
Capítulo 7 - Carreira profissional
Em 1991 surge a oportunidade de cursar o Magistério, formando-se professora em 1997.
Iniciou no mesmo ano sua carreira em Indaiatuba, na EMEI Nizio Vieira.
Durante o recreio reparou que a aluna Franciele, ficava quieta num canto porque não sabia pular corda. Passou a pular juntamente com ela. Dentro de pouco tempo ficou impressionada ao ver Franciele pular corda sozinha.
Nesta mesma escola ocorreu a Festa do Folclore, ela teve o privilégio de recepcionar o Grupo da Festa do Divino. Eles pediam licença para entrar, cantaram muitas canções e encantaram o público com sua cultura.
Certa vez foi levar uma menina que estava com dor de dente para casa. Samara morava muito distante da escola, próximo onde hoje está localizada a empresa Toyota. Naquela época as ruas não eram asfaltadas e durante o trajeto seu carro quebrou. A professora Glaucimara fez-lhe companhia, até às 21horas, quando o guincho chegou para socorrê-la.
Trabalhou na escola Francisco Lucinda Bueno, lá conheceu Ícaro um garoto que falava que tinha dois pais, ele convivia com o pai biológico e o padrasto. Ele lhe presenteou com um anel que usa orgulhosamente até hoje.
Trabalhou nessa escola até o mês de julho quando foi chamada para atuar como coordenadora nas creches. Ver a dificuldade daquelas famílias tendo que levantar cedo para que os pais pudessem trabalhar a fez refletir sobre a sua própria família.
Atuou na creche Esmeralda, lá se aproximou de funcionários que tiveram perdas familiares.
Voltou para a Educação Infantil na EMEI Carlos Aldrovandi. Logo notou a dificuldade que as crianças tinham em chegar à escola. Muitos moravam próximo a Campinas, outros vinham de charrete e seus pais aguardavam o término das aulas para retornar a sua casa.
Vendo essa situação batalhou para conseguir um transporte escolar. Certo dia, quando retornava do almoço, viu o ônibus parado em frente a escola, decidiu ir com ele para entregar as crianças. Notou que ao chegar nas casas os pais as aguardavam com grande felicidade, porque seus filhos puderam ir e voltar da escola com dignidade.
Até hoje encontra uma de suas primeiras alunas, Mariana que trabalha num comércio no Jardim Morada do Sol. Ela faz questão de chamá-la de professora.
Capítulo 8 - Indaiatuba, um lugar bom para viver
O esposo trabalhava na empresa Igaratiba ,que foi transferida para a cidade de Elias Fausto.
Vieram conhecer a cidade e a acharam pacata demais, já que estavam acostumados com a cidade de São Paulo.
Um dos funcionários da empresa morava na cidade de Indaiatuba e tinha uma casa para alugar, vieram conhecer o local e em janeiro de 1995 mudaram-se definitivamente.
A casa ficava na última Rua da Vila Suíça e fazia limite com uma fazenda de uvas. As pessoas aproveitavam e colhiam uvas quando passavam pela rua.
Estava acostumada com o trânsito agitado de São Paulo e demorou para se acostumar com a nova realidade. Era comum acordar cedo e deparar-se com vacas, cavalos, cobras, sapos, aranhas, corujas. Isso causava muito medo, era necessário pedir ajuda aos vizinhos para conseguir sair de casa.
Não tinha carro, nem telefone, por isso usava o telefone público que ficava a quatro quarteirões de sua casa. Morria de medo das corujas que sobrevoavam enquanto fazia os telefonemas.
Gostava do leite fresco que o senhor Ademir trazia todos os dias pela manhã, era só deixar a vasilha na porta de casa que ele fazia a troca.
Naquela época faltava muita água e energia, era só ameaçar chover que logo a energia elétrica era cortada.
Sentia-se incomodada com os moradores locais, parecia que eles não gostavam das pessoas vindas da cidade de São Paulo. Bastava entrar em algum comércio para começarem a observá-la.
Certa vez decidiu ir ao cinema com os filhos e a sogra, saíram atrasados. Solicitou que entrassem enquanto procurava uma vaga para estacionar o carro. Ficou surpresa ao entrar no local e perceber que só tinha a sua família lá.
Lembra-se que a Avenida Engenheiro Fabio Barnabé não existia, então era necessário dar a volta pela Avenida Francisco de Paula Leite para ir e vir do trabalho.
Antigamente o comércio fechava às dezoito horas durante a semana e ao meio-dia aos sábados, não abrindo aos domingos. Hoje temos Supermercados que ficam abertos até as vinte e duas horas, finais de semana e feriados.
As fazendas foram loteadas dando lugar a casas, o trânsito está cada vez mais movimentado.
Gosta da organização do município, pois não vê tantos moradores de rua, e da arborização, mas acredita que seria bom ter maior investimento na área da saúde.
Capítulo 9 - Relacionando-se com animais
Não é apaixonada por animais já que alguns lhe causam medo.
Quando criança morava em uma casa pequena e dividia o espaço do quintal com mais três casas, por isso não teve animais de estimação durante a sua infância.
Ao casar-se foi morar em um pequeno apartamento o que a impossibilitava de ter animais. Quando os filhos nasceram desejaram ter um animalzinho em casa, decidiu comprar uns pintinhos na feira e criá-los. Os animais cresceram e viraram galos bem bonitos, então os levou para a casa da sua tia que morava na cidade de Valinhos.
Com a transferência do marido para a empresa Igaratiba na cidade de Elias Fausto tiveram que mudar para a cidade de Indaiatuba. Os filhos não gostaram nada da ideia, para convencê-los prometeu um cachorro.
Sua prima criava cachorros e lhe deu um rasque siberiano. No início foi aquela alegria, mas com o passar do tempo o filhote começou a “comer o sofá, a estante...”, só queria dormir na cama com ela e não a deixava ir ao trabalho, desamarrava o cadarço do seu tênis para impedi-la de sair. Ele era peludão e muito bonito, mas como lhe deu muito trabalho decidiu devolvê-lo à sua prima.
Ao mudar para a cidade de Indaiatuba tinha como vizinha uma senhora que gostava tanto de animais que cuidava de todos que apareciam na rua. Como tinha muito mato por perto era comum as pessoas jogarem gatos, cachorros e os abandonarem ali.
Certa vez apareceu uma cachorra e Dona Cida pediu que ela tomasse conta daquele animal, que recebeu o nome de Tiba. Em uma semana de convivência a cachorra fugiu devido a cerca de sua casa ser baixa. Sentiu-se aliviada, porém a vizinha veio logo devolvê-la. Colocou uma tela em seu portão impedindo que ela fugisse novamente.
Cuidar de Tiba foi uma verdadeira lição de vida. Ela estava prenha e logo teve nove filhotes. Ver a dedicação daquele animal com os seus filhotes era tocante, o instinto maternal, o “amor de mãe", sua lealdade para com os membros de sua família, o carinho e aprendizagem que a experiência proporcionou aos seus dois filhos.
Tiba viveu muitos anos ainda e teve muitos filhotes, vindo a falecer bem velhinha.
Hoje possui a Rubi, uma vernese a qual ama de paixão.
Gosta dos animais que teve, mas aqueles que lhe causaram medo como rato, coruja, sapo e cobra, destes ela não gosta não.
Capítulo 10 - Sonhos, realizações e projetos
Sente que seus sonhos foram realizados, já que nunca foi uma pessoa vaidosa.
Está prestes a encerrar a sua carreira profissional para dedicar-se à família, pois os filhos moram em outro estado, um em Londrina e o outro em Florianópolis, e no momento cuida da saúde da irmã que passou a morar com ela neste ano.
O fato de pegar fotografias da família a fez chorar muito, pois alguns membros já não estão entre nós, porém deixaram marcas e uma história que pretende resgatar. Reuniu familiares e propôs que fizessem um resgate na memória, reunissem informações deixando vir a tona muitas lembranças para compor o livro da família que terá continuidade a cada geração, pois serão guardiões incumbidos de registrar os fatos.
Em busca de sua história um primo viajou recentemente para a Itália para pesquisar um pouco sobre seus antepassados.
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