Ekixali Enoti Olayalali Ehasanaha Holi - Contato com comida dos brancosSobre nascimento
Fala nome dele e conta que quando ele nasceu a mãe sentiu muita dor, foram para rio Camarari, daí ele nasceu, era de madrugada. Diz que duas pessoas queriam pegar ele para criar, mas a avó dele não queria dar. Mas depois a avó resolveu dar, e ele foi adotado por outra família que deu nome pra ele e depois acabaram mudando.
Sobre plantação
Diz que nesse lugar o solo era muito bom, por isso que eles resolveram ficar por lá mesmo. Conta que o avô plantou amendoim e quando o amendoim ficou bom eles colheram e o avô fez pra ele bem gostoso. Fala bastante sobre plantação, sobre os alimentos que eles plantavam para comer.
Sobre os amigos
Conta que avô não queria que tivesse amigos, ele gostava de sair com seus amigos para brincar, caçar, mas o avô não gostava, mesmo assim ele saía escondido. Nesse tempo ele já era um menino.
Sobre o trabalho na roça
Conta que quando iam fazer o trabalho na roça eles levavam as redes e os papagaios para não queimar aldeia.
Sobre chegada dos Cinta-larga
Fala sobre as lembranças que tem de pequeno quando Vicente (Kiwixi) levou os Cinta-larga para a aldeia. Eles estavam curiosos, porque os Cinta-larga eram tipo inimigos. Diz que saíram para caçar junto para alimentar os Cinta-larga. Fala que ele era criança e achava que só existiam os Enawenê nesse território, mas daí viu que tinham outros. Ele viu as flechas do Cinta-larga, ficou impressionado como era bonita e afiada. Os Cinta-larga matavam macaco e outros bichos que os Enawenê não matavam.
Doenças dos brancos.
Sobre casamento
Conta que ele era ainda criança quando os pais de uma menina escolheram ele para casar com ela. Mas quando ele cresceu um pouco, um cacique, pai de outra menina, também escolheu ele para casar com a filha e ele casou com ela.
Sobre falecimento do avô
Conta que o avô morreu na cidade, em Juína, por causa de um furúnculo....
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Ekixali Enoti Olayalali Ehasanaha Holi - Contato com comida dos brancos
Sobre nascimento
Fala nome dele e conta que quando ele nasceu a mãe sentiu muita dor, foram para rio Camarari, daí ele nasceu, era de madrugada. Diz que duas pessoas queriam pegar ele para criar, mas a avó dele não queria dar. Mas depois a avó resolveu dar, e ele foi adotado por outra família que deu nome pra ele e depois acabaram mudando.
Sobre plantação
Diz que nesse lugar o solo era muito bom, por isso que eles resolveram ficar por lá mesmo. Conta que o avô plantou amendoim e quando o amendoim ficou bom eles colheram e o avô fez pra ele bem gostoso. Fala bastante sobre plantação, sobre os alimentos que eles plantavam para comer.
Sobre os amigos
Conta que avô não queria que tivesse amigos, ele gostava de sair com seus amigos para brincar, caçar, mas o avô não gostava, mesmo assim ele saía escondido. Nesse tempo ele já era um menino.
Sobre o trabalho na roça
Conta que quando iam fazer o trabalho na roça eles levavam as redes e os papagaios para não queimar aldeia.
Sobre chegada dos Cinta-larga
Fala sobre as lembranças que tem de pequeno quando Vicente (Kiwixi) levou os Cinta-larga para a aldeia. Eles estavam curiosos, porque os Cinta-larga eram tipo inimigos. Diz que saíram para caçar junto para alimentar os Cinta-larga. Fala que ele era criança e achava que só existiam os Enawenê nesse território, mas daí viu que tinham outros. Ele viu as flechas do Cinta-larga, ficou impressionado como era bonita e afiada. Os Cinta-larga matavam macaco e outros bichos que os Enawenê não matavam.
Doenças dos brancos.
Sobre casamento
Conta que ele era ainda criança quando os pais de uma menina escolheram ele para casar com ela. Mas quando ele cresceu um pouco, um cacique, pai de outra menina, também escolheu ele para casar com a filha e ele casou com ela.
Sobre falecimento do avô
Conta que o avô morreu na cidade, em Juína, por causa de um furúnculo. Colocaram ele no caixão e voltaram para a aldeia para enterrá-lo.
Sobre casamento novamente
Fala que quando ele ficou jovem uma outra menina queria casar com ele, mas ele não quis porque já estava esperando a filha do cacique crescer (a que já estava escolhida para ele). Ele esperou bastante tempo até ela ficar moça, nesse meio tempo ele quis casar com outra, mas seu avô não deixou. Diz que mudaram de aldeia e a menina menstruou, daí casou com ela.
Sobre chegada dos brancos
Conta como era a vida antes, não tinha barco, nem motor, era só de canoa. Aí chegaram alguns brancos e trouxeram muitas coisas, alimentos como arroz, açúcar, as comidas do branco. Eles gostaram muito, gostaram do açúcar, ficaram se perguntando do que era feito, pensaram que era feito de areia.
Quando ele foi passar um tempo trabalhando na cidade com o branco
Conta que um branco, que apareceu na junto com um Pareci, tal de Frederico, quis levar Dalokwalise, Maitahõ e Ameru com ele para a cidade para trabalharem, e eles foram mesmo. Ficaram um tempo na casa dele, aprenderam a andar de bicicleta, aprenderam como era o tempo dos brancos, o que era semana, mês, porque eles trabalhavam vários dias e descansavam dois dias, no começo não entendiam. O branco também falava que eles podiam namorar mulher branca, que era só pagar pra elas, eles não entendiam. Falava que se eles fossem pra namorar as brancas, era pra tomar banho, ficar bem cheiroso, bem bonito, arrumado.
Quando foram na boate na cidade
Tomaram banho, se arrumaram e foram. Chegando lá tinha muitas mulheres, gordas, magras, de todo tipo. Maitahõ não tinha medo, queria ficar com as brancas. Ele mesmo (Dalokwalise) tinha medo, falava pro Maitahõ que os brancos tinham muitas doenças, que ele ia ficar doente ficando com as brancas. Frederico, o Pareci, falou que se eles quisessem ficar com alguma ele pagava, e Maitahô foi. Dalokwalise se perguntou como Maitahõ ia conseguir ficar com as mulheres sem falar português. Quando Maitahõ voltou estava com a boca toda borrada de batom, com cheiro de perfume da mulher, e falou que tinha sido muito bom, que não ia morrer de doença não, mulher estava muito cheirosa.
Andanças entre a aldeia/acampamento e retorno pra cidade
Voltaram pra aldeia, passaram dois dias, foram pra acampamento e depois retornaram pra cidade. Maitahõ comeu carne de porco, carne de boi (que os Enawene não comem). Também cortou o cabelo curto. Comprou relógio, mas não sabia ver as horas. Perguntavam pra ele as horas e ele não sabia dizer, apenas erguia a mão. Depois de uns dias todos cortaram os cabelos. Ficaram 2 meses, depois voltaram para a aldeia, porque a avó dele mandou voltar e o Pareci ficou com medo, porque disse que a avó dele tinha veneno e podia matá-lo se eles não voltassem. Então receberam o pagamento, compraram roupas e retornaram. Eles não sabiam muito bem o valor do dinheiro e das coisas.
O cacique ficou bravo com eles porque tinham cortado o cabelo, os parentes também ficaram bravos. Pouco tempo depois que voltou, teve o primeiro filho.
Conta quando o primeiro filho nasceu e a avó colocou o nome dele. Ele ficou muito feliz, o bebê era bem grande, bem gordinho, bem bonito.
Depois que o primeiro filho nasceu ele e esposa começaram se desentender, ele ficou com muito ciúmes e foi embora. Mas depois de uns dias mulher buscou ele de volta. Ele pensou, refletiu que tinha que voltar e ficar para ajudar a cuidar dos filhos. Depois disso tiveram vários outros filhos.
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