Era uma quarta feira do ano de 1977, não me lembro do dia nem do mês, só me lembro que estava na 2ª série.
A escola onde estudava iria participar do Programa Domingo no Parque, apresentado pelo Silvio Santos, minha irmã mais velha, era muito estudiosa e sempre tirava boas notas, por isso havia sido escolhida para participar de uma das atividades onde os alunos tinham que responder várias perguntas de conhecimentos gerais que valiam muitos pontos para a escola e eu ia simplesmente assistir ao programa no auditório.
Minha mãe nos produziu muito bem, afinal, suas filhas apareceriam na televisão. Eu vestia uma jardineira vermelha com uma cacharrel branca. Na época, TV à cores era um privilégio de poucos e meu pai havia comprado a nossa não fazia muito tempo.
Chegamos no auditório bem cedo, e eu como era bem baixinha, fiquei nas primeiras fileiras, bem ao centro.
O programa começou e eu fiquei atenta a todos os detalhes, tudo era mágico Mas ao mesmo tempo fui desvendando muitas coisas que aconteciam nos bastidores e que faziam tudo acontecer direitinho.
O próximo quadro a ser gravado era o da cabine do “Sim” ou “Não”. O apresentador escolhia uma criança para entrar em um foguete, e começava a oferecer uma série de prêmios, alguns bons e outros ruins, ao final das ofertas, a criança poderia levar para casa o objeto de sua última escolha.
Silvio Santos entra no palco e a gravação inicia. Ele olha para o auditório, aponta e fala:
- Essa menininha de macacão vermelho, venha até aqui.
Eu logo lembrei que estava de macacão vermelho mas não podia acreditar que era eu quem ele havia escolhido. Fiquei sem ar e paralisada, uma coleguinha que estava ao meu lado saiu correndo e ele falou:
- Não, a menina de macacão vermelho.
Eu fui até ele, ele era um homem muito alto, chamou sua assistente de palco que me colocou na cabine, com um fone de ouvido enorme onde eu ouvia uma musica muito alta que me deixou um pouco tonta. A orientação...
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Era uma quarta feira do ano de 1977, não me lembro do dia nem do mês, só me lembro que estava na 2ª série.
A escola onde estudava iria participar do Programa Domingo no Parque, apresentado pelo Silvio Santos, minha irmã mais velha, era muito estudiosa e sempre tirava boas notas, por isso havia sido escolhida para participar de uma das atividades onde os alunos tinham que responder várias perguntas de conhecimentos gerais que valiam muitos pontos para a escola e eu ia simplesmente assistir ao programa no auditório.
Minha mãe nos produziu muito bem, afinal, suas filhas apareceriam na televisão. Eu vestia uma jardineira vermelha com uma cacharrel branca. Na época, TV à cores era um privilégio de poucos e meu pai havia comprado a nossa não fazia muito tempo.
Chegamos no auditório bem cedo, e eu como era bem baixinha, fiquei nas primeiras fileiras, bem ao centro.
O programa começou e eu fiquei atenta a todos os detalhes, tudo era mágico Mas ao mesmo tempo fui desvendando muitas coisas que aconteciam nos bastidores e que faziam tudo acontecer direitinho.
O próximo quadro a ser gravado era o da cabine do “Sim” ou “Não”. O apresentador escolhia uma criança para entrar em um foguete, e começava a oferecer uma série de prêmios, alguns bons e outros ruins, ao final das ofertas, a criança poderia levar para casa o objeto de sua última escolha.
Silvio Santos entra no palco e a gravação inicia. Ele olha para o auditório, aponta e fala:
- Essa menininha de macacão vermelho, venha até aqui.
Eu logo lembrei que estava de macacão vermelho mas não podia acreditar que era eu quem ele havia escolhido. Fiquei sem ar e paralisada, uma coleguinha que estava ao meu lado saiu correndo e ele falou:
- Não, a menina de macacão vermelho.
Eu fui até ele, ele era um homem muito alto, chamou sua assistente de palco que me colocou na cabine, com um fone de ouvido enorme onde eu ouvia uma musica muito alta que me deixou um pouco tonta. A orientação que recebi era de falar sim ou não todas as vezes que a luz vermelha que estava à minha frente acendesse, já que a partir daquele momento não ouviria mais a voz do apresentador. Tinha também uma placa bem grande à frente da cabine o que me impedia de ver as outras pessoas.
A luz acendeu 05 vezes. Primeiro respondi não, depois sim, não mais duas vezes e no final...sim. Fiquei com a última oferta. Não me lembro de todas as coisas que me foram oferecidas mas das duas vezes que respondi sim não me esquecerei jamais, no primeiro sim, aceitei uma TV a cores que mantive até a última oferta, e troquei a TV por um abacaxi de plástico. Não fiquei com o prêmio escolhido pois quando o prêmio era muito ruim, trocavam por um prêmio de consolação. Passou uma semana e recebi na escola um jogo de montar, mas meu tênis “Montreal”, dado na época a todos os participantes, não chegou, a diretora disse que não tinha meu número.
Ah... minha irmã acabou não participando da prova pois a diretora da escola no momento final colocou sua filha no lugar. A escola perdeu essa prova e eu adoro acreditar que se minha irmã tivesse participado nossa escola seria a grande vencedora daquele domingo.
O abacaxi de plástico não recebi, mas a lembrança dele ficará comigo para sempre.
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