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História
Por: Jorge Amaro de Souza Borges, 19 de março de 2024

Do quilombo ao parlamento

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Do quilombo ao parlamento

Do quilombo ao parlamento

Jorge Amaro de Souza Borges

Em 1978, era o ano que eu nascia na comunidade quilombola dos Teixeiras, em Mostardas, litoral médio do Rio Grande do Sul no meio do luto, pois a primeira filha de minha mãe havia ido ao óbito ainda pequena. O primeiro ato após o meu nascimento foi correr então para a Igreja São Luiz Rei para que meus tios Pedrinho e Nena, escolhidos como padrinhos me batizassem pelas mãos do Padre Simão Moser, um austríaco que ficou anos na nossa paróquia (inclusive é o único com os restos mortais na Igreja). A foto (Imagem 01) do batizado é emblemática porque é a única que tenho com a minha mãe.

Naquela época, éramos conhecidos como município da estrada do inferno, dada a então ausência de pavimentação naquela que ainda hoje é a única forma de acesso à região entre Capivari do Sul e São José do Norte, a continuidade da BR 101, considerando que, geograficamente, de um lado está o Oceano Atlântico e, do outro, a Laguna dos Patos, um istmo de terras conhecida como península selvagem.

Mostardas, possui três comunidades quilombolas: além de Teixeiras, há a de Casca e a Beco dos Colodianos. Se havia barreiras do ponto de vista do acesso de uma forma geral, as comunidades negras eram certamente as mais vulneráveis.

No início dos anos 80, meu avô materno, Ernesto Chaves de Souza, conhecido como Totóca, veio a falecer e, com isso, minha avó, Josefa Francisca, acabou vendendo nossas terras e fomos morar na zona urbana da cidade, uma ilusão da época, que a cidade era melhor. E o campo, principalmente os pequenos, não possuíam nenhum tipo de política para sua permanência nas propriedades. Minha mãe, dona Marli Miguelina, e meu pai, Baltazar Soares, foram precursores com outras famílias, do início da Vila Norte, bairro que se formou a partir de famílias de pequenos agricultores e quilombolas que, por conta do êxodo rural, voltaram-se para as cidades.

A Vila, na época, não...

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