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Personagem: patrícia rosas
Por: patrícia rosas, 15 de fevereiro de 2024

Catadora de sonhos: a menina que vivia no lixão, agora é professora efetiva de uma universidade

Esta história contém:

Catadora de sonhos: a menina que vivia no lixão, agora é professora efetiva de uma universidade

Nasci em Campina Grande, na Paraíba, em 15 de março de 1983, sou a terceira de uma prole de dez filhos, oriundos de uma realidade socioeconômica pobre. Meus pais, Ivan Rosas (pedreiro) e Maria do Carmo Silva (empregada doméstica), tiveram de abdicar da educação formal, optando pelo trabalho precoce.

Cresci num ambiente com pouco letramento; não havia livros e a leitura não era parte da rotina familiar. Foi na escola a minha primeira experiência com a leitura e os livros. A realidade de enfrentar tais dificuldades desde cedo moldou minha determinação em superar as limitações impostas pela falta de oportunidades na educação.

Quando pequena, vivi em um bairro carente, desprovido de saneamento básico e eletricidade, enfrentando diariamente as dificuldades de uma infraestrutura precária. As ruas poeirentas eram testemunhas das lutas diárias de nossa comunidade, enquanto a ausência de serviços básicos nos impunha desafios constantes.

O lixão

Nos anos 90, por falta de moradia, morei no maior lixão a céu aberto da cidade de Campina Grande, sob a lona preta, o sol forte e o mau cheiro. Durante anos, catei osso no lixo para vender e comprar comida. Além do lixão, trabalhei em olaria, no roçado, em abatedouro, dentre outras atividades em busca de sustento. Embora estivesse vivendo em situação de vulnerabilidade social, encontrei na escola um lugar de pouso, de segurança e de futuro.

Sonho da infância

Foi na escola Municipal Luiz Cambeba que me encantei pela docência, inspirada por minha primeira professora, Rosa. Eu vinha do lixão, e aquele mau cheiro do aterro estava impregnado em mim. Eram horas e horas mergulhada nos resíduos, catando comida, brinquedos, roupas e utensílios para casa. Ao chegar à escola, a professora me abraçava na porta, e seu perfume impregnava minha roupa. Foi nesse momento que surgiu a certeza em mim: \\\\\\\"Eu quero ser professora para ter esse cheiro de perfume\\\\\\\". Assim, desde os primeiros...

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