Nesse período tive dois amores, o Soró, um pastor alemão, lindo, que o meu pai nos deu, ele sim foi meu maior amigo, falávamos a mesma língua, ele me esperava na esquina de casa, eu dormia sobre ele, falava com ele, e quando eu estava triste, ele parece que sentia, e ficava mais carinho, mas isso eu acho que todos os animais sentem, pois eles continuam fazendo isso. Mas ele me entendia, nós éramos cumprisses, crescemos juntos. Ou outro foi um rapazinho que conheci, o Chapado, Valter, e me apaixonei por ele, mas não fui a única, ele era bem mais velho que eu, tinha 16 anos, para eles era uma diferença imensa, mas eu era grande e não aparentava ter dez anos, mas uns quinze, ai a Tatá e a Tula e Eliane combinaram de ver quem o conquistaria, e eu só assistindo sem dizer nada, só contava para Ge e Fá;
A Eliane, começou namorar com ele, e eu fiquei arrasada, foram quase um ano de amor platônico.E acho que no fundo todos sabiam que eu gostava dele, inclusive ele. Um dia ele falou para uma amiga de sala que achava o meu seio bonito, eu não usava sutiam, não sei se gostei do elogio, mas pelo menos ele tinha me enxergado, ai outro dia inventei motivo para ir ao supermercado onde ele trabalhava como açougueiro, e chegando lá ele ficou brincando com a Fabiana, chamando ela para namorar, mas ela falou porque você não namora com a Mirian, e ele respondeu, que eu era muito criança para ele, quem sabe se eu crescesse, E minha resposta foi imediata, quem tiver que gostar de mim vai ter que gostar de mim como sou, não mudar para ninguém.
Fiquei arrasada, e a Tula me incentivou arrumar um namorado para passar ciúmes nele. No final de semana seguinte eu aceitei dançar com o pica, um rapaz da turma do chapado, e ele me beijo, meu primeiro beijo, e eu detestei, no inicio tive até nojo, ele tem aqueles beijos molhados, horríveis.
Mas precisava passar ciúmes, então nada melhor que alguém da turma dele. E o Pica me chamou para ir ao cinema numa quinta...
Continuar leituraNesse período tive dois amores, o Soró, um pastor alemão, lindo, que o meu pai nos deu, ele sim foi meu maior amigo, falávamos a mesma língua, ele me esperava na esquina de casa, eu dormia sobre ele, falava com ele, e quando eu estava triste, ele parece que sentia, e ficava mais carinho, mas isso eu acho que todos os animais sentem, pois eles continuam fazendo isso. Mas ele me entendia, nós éramos cumprisses, crescemos juntos. Ou outro foi um rapazinho que conheci, o Chapado, Valter, e me apaixonei por ele, mas não fui a única, ele era bem mais velho que eu, tinha 16 anos, para eles era uma diferença imensa, mas eu era grande e não aparentava ter dez anos, mas uns quinze, ai a Tatá e a Tula e Eliane combinaram de ver quem o conquistaria, e eu só assistindo sem dizer nada, só contava para Ge e Fá;
A Eliane, começou namorar com ele, e eu fiquei arrasada, foram quase um ano de amor platônico.E acho que no fundo todos sabiam que eu gostava dele, inclusive ele. Um dia ele falou para uma amiga de sala que achava o meu seio bonito, eu não usava sutiam, não sei se gostei do elogio, mas pelo menos ele tinha me enxergado, ai outro dia inventei motivo para ir ao supermercado onde ele trabalhava como açougueiro, e chegando lá ele ficou brincando com a Fabiana, chamando ela para namorar, mas ela falou porque você não namora com a Mirian, e ele respondeu, que eu era muito criança para ele, quem sabe se eu crescesse, E minha resposta foi imediata, quem tiver que gostar de mim vai ter que gostar de mim como sou, não mudar para ninguém.
Fiquei arrasada, e a Tula me incentivou arrumar um namorado para passar ciúmes nele. No final de semana seguinte eu aceitei dançar com o pica, um rapaz da turma do chapado, e ele me beijo, meu primeiro beijo, e eu detestei, no inicio tive até nojo, ele tem aqueles beijos molhados, horríveis.
Mas precisava passar ciúmes, então nada melhor que alguém da turma dele. E o Pica me chamou para ir ao cinema numa quinta feira, e eu topei. Fomos, eu a Tula e as meninas, e quando sai do cinema, a Tula ficou botando fogo, e o Pica acabou me pedindo para namorar. E eu aceitei.
No domingo dia de encontrar o Chapado, fomos para AEC, e na seleção discoteca, continuamos como sempre dançando, e eu sempre perto dele, quando começou a seleção lenta, o Pica tinha decido, e o chapado pediu que eu segurasse sua cerveja, ai não sei o que ele fez, que derrubou em mim, ai ele veio me secando, ajoelhou nos meus pés, e foi limpando minhas pernas, disse que não precisava, mas não adiantou, ai ele perguntou, você gosta de mim, não gosta? Nisso o pica apareceu, e eu levantei e respondi, porque não pergunta para o meu namorado? Ele muito surpreso, perguntou com quem estava namorando eu respondi com o Pica. Ai o pica chegou e ele falou se é verdade então se beijão. E nós nos beijamos, e eu pensei, ta dando certo.
Burrice minha, foram oito meses de namoro, em que o pica me exibia tipo olha a namoradinha que eu arrumei, só tem onze anos, e eu cada vez mais longe do chapado.
E para piorar, o meu grande sonho de ser uma campeã olímpica de natação também foi destruído, pelos famosos chinelos dos irmãos. Com a famosa falta de cuidados com os nossos pertences, minha mãe se estressou, e deu nos uma boa surra, fez minha tia voltar ao pole debaixo de chuva para procurar mais um dos muitos chinelos que deixávamos para trás, e nos proibiu de continuarmos na natação. E ai foram quatro os fatores que marcaram minha vida, todos na mesma época, dias ou meses de diferença, um Osni, e o sonambulismo dele, outro o distanciamento do chapado, e o que me marcaria para o resto da vida, a morte de meu amigo Soró, ele morreu no dia 29 de novembro, causa, doença desconhecida, e um sonho adiado de ser campeã olímpica de natação, não sei se por emoção ou falta de natação tive uma crise de asma, e sem saber que sofri disso, entrei de madrugada no chuveiro frio, e como conseqüência contrai uma bronquite asmática. Dizem que a asma tem conseqüência emocional, mas eu nunca tinha ficado muito tempo sem nadar, aquela seria a primeira vez, então pode ser que estava sobre controle porque eu nadava, mas nunca saberei, sei que nunca mais fui a mesma. E que mesmo morto há mais de quinze anos, O soro é lembrança constante em minha vida, eu ainda uso o termo, “é mais fácil falar com o Soro”, quando sou contrariada, como se quisesse dizer, mesmo morto ele ainda me ouve melhor, me entende melhor, e faz o que peço. Tenho sérios problemas de confiança e nunca me tornei uma campeã olímpica de natação. Tive uma segunda chance é verdade, implorei com o Bola tempos depois para entrar para a equipe de natação de Franca, e me esforçava ao Maximo, nadava todos os dias, pelo menos 3 mil metros, mas apesar do amor pelo esporte, não deslizava bem, até ganhei alguns campeonatos, mas nada alem dos pequenos campeonatos locais.
Quando ao meu primeiro namorado, Talmo era o seu nome, com certeza a Tula gostava mais dele que eu, e teve vários episódios que não sei se ele queria me seduzir, ou se queria que eu terminasse, em um deles fomos para uma festa da escola, e ele veio me contar que descobriu que uma ex namorada estava grávida de nove meses dele, ele agiu como se tivesse arrasado, achando que eu colocaria um fim ali mesmo, ai eu o consolei, disse para ele assumir a criança, que não tinha culpa pelos deslizes do pai, e ele reagiu:
_ Nossa não esperava que você reagisse tão bem, obrigado – e me agarrou,. Neste dia tive dificuldade de segurar sua mão, e ele insistia na dificuldade que ele enfrentava com a abstinência, depois disso todas às vezes era difícil, conte-lo. No dia dos namorados ele me deu um anel lindo de brilhante, um chuverinho, lindo mesmo, e verdadeiro, ai eu resolvi estudar a noite, e ele disse que não ia deixar, a minha resposta foi, você não manda em mim, e assim fui levando e o Valter acabou indo embora de Franca, ai eu já não tinha mais motivos pra continuar com o Pica, e apenas parei de freqüentar os lugares que ele freqüentava.
Quando finalmente resolvi voltar na AEC, ele pediu para minha tia pedir o anel, eu disse que não devolveria, mas ele agiu como se eu tivesse lhe dando um grande golpe, me virei ranquei o anel do dedo e joguei na cara dele, e sai. E a minha amiga Ge acabou se apaixonando por ele. Eu dei a maior força para eles ficarem juntos, mas ele não quis. E em outras ocasiões que nos encontramos em um ônibus de escursão e o pessoal cantou uma musica, e ele acompanhou, como se cantasse para eu ouvir, o que acabou marcando a nossa história. A Musica uma sertaneja, não tenho certeza, mas acho que é do marciano ou coisa assim,, acho que a letra dizia, “ Muito prazer em revela você esta bonita, muito elegante mais jovem, tão cheia de vida, eu ainda fala de flores e declamo o seu nome, mesmo os meus dedos me traem e dizem o seu telefone, É minha cara, mudei minha cara, mas por dentro eu não mudo, o sentimentos não para, a doença não sara, seu amor ainda é tudo .Daquele momento até hoje esperei você, daquele maldito momento até hoje só você, eu sei que o culpado de não ter você sou eu, e esse medo terrível de amar outra vez é meu. “
Mas claro isso não mexeu comigo, ao contrario, nunca me senti tão bem, tive a certeza que estava fazendo uma bobeira, e que o melhor que tinha a fazer era seguir o meu coração, e não ir pela cabeça dos outros, minha tia bem que tentou de novo fazer eu namorar mais um rapaz que ela era afim, o testa, mas dessa vez, eu já tinha vontade própria. Ela namorou com o Pica, e claro depois namorou também o Testa, com quem teve dois filhos, Danielly, que mais tarde vem morar conosco, e o Paulinho.
E eu descobrir-me com vontade própria, tornei-me popular, dona de minhas vontades, e algumas vezes da vontade alheia, eu continuava gorda, mas dançava, cantava, e mandava em todo mundo, bem pelo menos eu tentava mandar.
E pior continuava arteira, e infantil, ainda brincava de bonecas, cuidava delas, melhor dizendo, gostava de vê-las lindas, penteadas, e terrível no sentido de competição com os irmãos. Tinha uma égua, pangaré chamada Cena, e era a nossa diversão, até briga na rua por causa dela arrumamos, ela foi roubada, e a encontramos, e o menino disse até que chamaria a policia pra nós, mas não demos nem atenção, ela era nossa mesmo. Certa vez, eu iria levar nossa égua para comer, sentei atrás dela para desamarrá-la, e o Rodolfo decidiu que lhe daria um banho. Ela tinha medo de água e eu estava bem atrás dela, próximo a sua pata. Gritei com ele, mandei parar, dizendo que a égua me daria um coice, mas não adiantou, começamos a discutir, e eu não pensei duas vezes, peguei o balde que colocávamos água para ela, e joguei no Rodolfo, ele caiu no chão gritando, um corte sobre a sobrancelhas, eu monteis na égua e sai a galope para levá-la para comer, desci chorando, ciente que apanharia quando chegasse em casa.
Em seguida vi o meu pai passando correndo feito um louco, com o Rodolfo e a mamãe no carro rumo ao hospital. Ai que chorei mesmo, cheguei em casa deitei na cama da mamãe e dormir chorando.
Quando eles chegaram o Rodolfo foi ao quarto me acordar, tadinho pedindo desculpas, levou 3 ponto sobre a sobrancelhas, e ainda veio pedir desculpas. Lindo, né, meu irmãozinho, nós brigamos muito, mas lá em casa acho difícil falar qualquer coisa de desentendimento, pois brigamos sim, falamos coisas, mas somos super apegados uns nos outros.
Eu continuei na farra, foram três anos só de farra, sem ninguém, só amizade, festas e badalação, eu fugia de todo mundo, dava moral, mas na hora do vamos ver, sai fora.
Nisso eu já estava estudando a noite e, praticava esportes cedo, e trabalhava a tarde e curtia muito a vida, estava me achando, era convencida mesmo, sentia-me a dona do mundo, falava na gíria, praticava esportes na época considerados mascolinos, como jogar futibol, pular rampa de bicicleta, fazer karate, tudo o que era radical eu estava lá, eu era muito agressiva, de férias fomos para uma excursão para Miguelopoles, e lá encontramos o Daniel, já o conhecíamos da escola, mas poucas vezes conversávamos, no entanto passamos o domingo juntos, ele insistia que me venceria na natação, mas apesar de muito apostar, ficávamos sempre empatados.
No final de semana seguinte ele apareceu lá em casa, lembro-me como se fosse hoje ele estava um gato, todo de branco, parecia um jogador de tenês, lindos, os olhos naquele dia estavam mais para o verde, cabelos pretos, óculos escuros, ele fica muito bem quando coloca óculos, destaca, e a Fabiana disse que estava afim dele. Mas todo mundo sabia que a Fabiana gostava do Aguinaldo que era um galinha, e dizia gostar de mim, tanto que fizemos uma aposta, ele garantiu que iria me conquistar, então decidi ajuda-la com o Dane, e mesmo sabendo do amor platônico pelo Gui, eu estava decidida a faze-los namorarem, e ai na virada do ano meu pai deixou eu e a Tula ir para Embaluz, mas o seu Sebastião não deixou as meninas irem, lá encontrei com o Dane e ele me chamou para dançar, e eu aceitei na intenção de falar da fá para ele. Ele perguntou:
-De quem você gosta Mirian?
-De ninguém por enquanto, respondi, por que? -Quantos anos você tem?
-treze anos,...
_ e onde está o seu namorado que eu nunca a vejo com ele?
Respondi que não tinha, e tentando mudar de assunto, perguntei o que ele achava da Fabiana, e ele vinha com outra pergunta sobre mim até que resolveu me colocar na parede:
-Mirian se eu te fazer uma pergunta você jura que não fica com raiva de mim?
-O que foi pode falar?
-Você quer namorar comigo?
-Sabe o que é Dane, eu tenho uma amiga que te adora, e eu não quero magoá-la. Respondi toda sem graça.
-Mas eu gosto tanto de você Mirian, eu sempre gostei de você, do que você está rindo, não acredita,é?
-Não é isso, nós nunca daríamos certo, e outra tem essa minha amiga. Eu não posso fazer isso com ela.
-Quem é ela?
-Eu não posso te contar, ela pediu segredo.
-Então é mentira
-Não é não
-Então me conta, o que custa você me contar?
-E a Fabiana
-Mas ela gosta do Aguinaldo, e se o problema for ela, eu falo com ela.
-O caso não é esse eu sinto como se tivesse traindo a confiança dela, você não entende
-E se eu ti der um tempo para pensar?
-Respirei aliviada e concordei certa de que enrrolaria uma vida para lhe dar uma resposta e ele desistiria.
Fomos sentar, mas ele não saiu do meu lado o tempo todo. E meia hora depois ele perguntou – -E ai já decidiu?
-Calma não é assim eu tenho que pensar melhor
-Ta tão difícil assim decidir?
-Mas Dane tem a Fabiana...
-Se não tivesse ela você aceitaria a namorar comigo?
-Acho que sim
-Então pronto Amanhã você fala com ela, e se não tiver coragem de contar, conto eu, e fim de papo.
Não tive tempo nem de respirar, ele já veio e me beijou, e honestamente eu gostei.
Namoramos durante dois meses, eu até gostava dele, mas ele era muito ciumento e um grude, ficava o dia todo no bar que era de frente a minha casa, com o pretexto de na primeira oportunidade que pintasse ele ia lá me beijar. Sem contar as milhares de vezes que ia em casa com desculpa de brincar com os cachorros só para ficar comigo, foi me sufocando, e eu achei melhor separar-mos. E ele perguntou se podia continuar saindo conosco, e eu concordei, a noite fomos para uma boate, a turma toda, estava tudo bem, até que começou tocar a musica lenta, e ele me chamou para dançar, eu preferi não ir, e ele saiu chorando, acabei indo falar com ele, e voltamos, neste dia, os meus pais estavam viajando, e minhas primas de São Paulo, estavam em Franca, e uma delas ficava com meu amigo, Didi, então fomos para casa, as solteiras foram dormir no quarto de meus pais, e eu e a cris e o Dane e o Didi, ficamos na sala, acabamos pegando no sono, eu o Dane e Lady, minha cachorrinha deitados no sofá grande, e o Didi e Cris no sofá menor, acordamos o dia já estava amanhecendo, nos despedimos e eles foram embora, acho que se algum vizinho viu eles saindo, devem ter pensado bobeira, mas o importante é que eu sei que nós não fizemos nada de mais.
Essa foi uma noite muito agradável, vivíamos a descoberta de dois adolescentes, ele nunca tentou nada, eu nunca precisei segurar a mão dele.
Com ele era diferente do pica, estávamos nos descobrindo junto, e apesar de ter namorado oito meses o pica, sinto como se ele sim fosse o meu primeiro namorado, era gostoso, se não fosse o ciúmes, e o fato dele não trabalhar, isso me matava, eu trabalhava, e minha família sempre fez questão do trabalho, então esse era um defeito que eu nunca aceitaria. E mais um tempo curto de namoro e terminamos.
Continuamos amigos por um tempo, até que ele veio com brincadeira de fazer cócegas em mim e eu não gostei, pedi que parece, mas ele não parou então sai de perto dele, e fui dar uma volta, e Reencontrei o Romildo, desde que tinha me transferido para o período noturno que eu não o via mais, ficamos conversando, ele me chamou para dançar e eu aceitei. Acabamos ficando juntos naquela noite, e com isso perdi a amizade do Dane, que não quis mais falar comigo, e ganhei um novo fã e amigo, Romildo.
No dia seguinte eu e o Romildo saímos de novo, ele quis dançar novamente, mas não quis, disse que era melhor sermos amigos, e ele entendeu o recado, desde daí, fomos amigos companheiro, de estarmos juntos todos os dias quase pelos próximos 15 anos, o Romildo se tornou minha sombra, estávamos sempre juntos, amigos mesmo, eu falava de meus sentimentos, meus rolos, ele sempre ouvia, quando eu começava a namorar ele continuava ali do meu lado, esperando tratava bem meus namorados, mas não desgrudava, isso incomodava a todos, mas eu não dava espaço para ninguém tirar-lo, afinal eu sabia que os namoros não era para sempre, mas a minha amizade com ele era.
Este era outro comportamento meu bem diferente das adolescentes de minha época, todas sempre namoravam achando que seria para sempre, que seria amor eterno, quando acabavam sofriam para caramba, eu não, gostava muito, me entregava, mas sabia que terminaria, e quando isso acontecia eu não sofria, já sabia que ia acontecer, estava preparada.
O Romildo parece que também sabia, e nunca arrumava ninguém, estava sempre sozinho, e sempre me presenteando, me servindo, sabe aquela pessoa pronta para todo obra, o Romildo era assim.
E quanto ao Dane ele resolveu me ignorar pelos próximos meses, e acabou indo embora para casa do tio em Delfinopolis, e eu fiquei sem saber dele pelo menos um ano.
Neste espaço de tempo conheci o Robson, um rapaz tímido e serio do terceiro colegial, ele nem sabia que eu existia, ou melhor, a escola inteira me conhecia, e ele era o único que não fazia questão de ser meu amigo.
Eu o achava lindo, e era cheia de mim, era só falar que tinha um carinha aprontando que eu me achava no direito de conquistá-lo e magoa-lo, só para ter o prazer de dizer que comigo ninguém podia. E olha que eu não tinha o estereotipo de beleza que está no mercado, era bem grande, e nunca fui esbelta, mas neste período também não era gorda, tinha um corpaço bem torneado, mas o meu forte era a popularidade, comunicativa, e super-extrovertida, todos se divertiam comigo.
Mas isso trazia algumas responsabilidades também, eu sempre fui a palhaça do circo, tinha que estar sempre de alto astral, ser legal com todos, e não ter problemas. E com isso me transformei em uma muralha, chorar eu só podia fazer isso no banheiro, longe de todo mundo, até hoje em casa ainda é assim. Tinha o ego super aguçado, e acho que o que mais me chamava a atenção no Robson, era o fato dele não estar nem ai para mim.
Partir para a conquista, puxava conversa, chamava para sair, arrumava pretexto para ficar perto dele. Nos jogos da primavera que era em outra escola, e todos iam de pé, eu aproveitava para estar com ele, tínhamos o habito de andar de braços dados, e eu ia e pegava no braço dele e o Alair, um outro amigo, pegava do outro lado, eu sai fora para ver se conseguia ficar só com ele, mas o Alair nem desconfiava. E nunca acontecia nada, ele parecia estar afim, mas eu era sorrisal, fazia muita festa, mas nunca ficava com ninguém, e quando estava realmente interessada, era mais fácil eu correr.
E para piorar a situação alguém me mostrou uma menina que estudava no período da manhã que era apaixonada por ele, quando a vi, pela primeira vez achei que não seria pario para uma mulher, ela era linda, a garota mais bonita que já tinha visto. Desisti na hora, se ele não tava dando bola para aquele mulherão, eu é que não teria chance mesmo.
E para minha surpresa na semana seguinte, um amigo que estava interessado em minha prima, propôs de irmos eu ele minha prima e o
Robson no cinema, eu adorei a idéia, implorei para minha prima ir conosco, e no final ela não quis ir, e acabamos indo só eu e o Robson, e todo a turma que ficou de longe só espiando.
Se alguém perguntar o que assistimos, eu não sei, e não é porque fizemos alguma coisa não, mas eu mal conseguia respirar ao seu lado, ele gastou mais da metade do filme para pegar na minha mão, e até hoje não sei bem como aconteceu o primeiro beijo, mas combinamos que na escola não ficaríamos juntos, ficávamos só nos fins de semana, e quando alguém perguntava se estávamos namorando eu ficava muito brava, afinal ninguém tinha nada haver com isso, eu dizia, mas na verdade eu não sabia a resposta, ai um dia ele simplesmente respondeu, estamos sim, porque? Adorei saber.
Ele era perfeito, serio, bonito, educado, estudioso, trabalhador, não fumava, não bebia, carinhoso, respeitava o meu espaço, e por tudo isso durou oito meses, mas eu não sabia se gostava dele, ele dizia que me amava, fazia planos de termos filhos, casar. E eu nem conseguia dizer que gostava dele. Seus amigos ficavam me investigando para saber o que eu queria, até que um dia eu conversando com um deles, o que fazia o gênero gatão, e eu brincando disse que se não namorasse com o Robson namoraria com ele.
Pronto, isso foi o suficiente para que o bonitinho fosse encher o ouvido do Robson, dize-lhe que eu iria traí-lo, o Robson veio conversar comigo, e eu lhe contei como aconteceu, e disse, brinquei com ele como já brinquei com muitos amigos, nada de mais, e então resolvemos fazer um pacto de confiança, a partir daquele momento ficou estabelecido que se algum dia por algum motivo um de nós se interessasse por alguém, o outro seria o primeiro, a saber.
O Robson fazia o tipo de gato que todas caiam matando, mas ele era na dele, então eu costumava ver as meninas atacando, e eu dizia para ele, na frente delas, Robson, fulano está te paquerando você ta afim. E ele queria me matar por isso. E eu me divertia. Eu agia como se não tivesse namorado, no sábado sai com os amigos, e só no domingo sai com ele, e nunca ficava só, era eu ele, Romildo, e a turma, Um dia ele perdeu a paciência e perguntou ao Romildo se ele tivesse tão interessado assim em mim, ele saia fora, era só falar, pois ele não desconfiava.
Eu apresentava muitas meninas para o Romildo, mas ele nunca sai com elas, muitas insistiam, mas ele estava sempre sozinho, disponível, para quando eu descobrisse que ele era homem de minha vida.
E eu fingia não saber que era isso que ele queria, e mantinha a amizade, como se nada tivesse acontecendo de errado.
Então com um tempo de namoro, e agüentando até minha prima dar de cima dele, fomos criando mais intimidades, e um dia ele me chamou para entrarmos em um hotel na avenida presidente vargas, eu fique muito brava, na hora minha reação foi, “Espero nunca mais ouvir você falar isso”, e sai, fui conversar com o Romildo, no dia seguinte, encontramos com o pessoal, e eu cumprimentei todo mundo, e olhei para ele e disse, hoje não estou a fim de lhe falar oi. E sai, ele me pediu muitas desculpas depois disso, mas eu era gênio duro, mas continuamos namorar.
Mas ainda existia um problema, eu continuava sem saber se gostava dele, isso porque tinha o Ismael um rapaz que eu nunca conversei, que eu achava lindo, e achava que eu gostava dele.
No meu aniversario de 15 anos, o Robson me deu um urso amo você, e eu disse que foi o Romildo quem deu, e na hora do com quem será os amigos íntimos cantava que era com o Robson, e os amigos menos chegado cantava que era com o Romildo, e eu não sabia o que fazer. Quase puz fogo na festa de tão sem graça.
E minha tia preta percebeu e me chamou para sair com ela, para garantir que eu não estaria namorando, e eu expliquei para o Robson e fui com ela no DA, lá encontrei o Ismael, e ele me chamou para dançar, minha tia tinha sumido com o namorado, e eu estava sozinha, então aceite. E ele obvio, ficou chavecando.
Você aqui sozinha? Cadê os amigos?
Vim com minha tia
E o namorado?
Terminamos. Respondi, mas era mentira.
Mas volta?
Creio que não.
Que bom Sabia que eu sou seu fã?
Mentira, sem nem me via, eu sim via você
É nada, eu sempre ti vi, mas você está sempre rodeada de amigos. É a primeira vez que consigo chegar perto de você?
Mas os meus amigos não Mordem?
Sim, mas ele também não deixa você respirar?
É pode ser.
Ai ele encostou o seu rosto no meu, e ficamos algum tempo em silencio, e ele veio arrastando de vagar sua boca em minha pele. E a musica acabou, falei que teria que ir embora, ele veio me deu três beijinhos e o ultimo na boca, um selinho simples.
Fui embora com o coração dilacerado, descobri naquele momento, que nunca gostei dele, achei ele um bobo, e vi que o meu coração já tinha dono o Robson. Então na segunda feira quebrei todas as regras que tinha imposto para o nosso namoro, e chamei o Robson para conversar, disse que precisava falar com ele depois da aula, e ele concordou.
Quando saímos nos encontramos na pracinha e eu parei próxima a padaria para conversarmos. Estava numa agitação só, e ele insistia para que eu falasse o que estava acontecendo que ele estava ficando apreensivo.
Calma, Robson, não é assim. E difícil falar. Disse
Pode falar, não tenha medo.
Estávamos abraçados, e eu não pensei mais um segundo.
Trai você ontem com o Ismael...
Como assim
Trai, beijei o Ismael,
Beijou?
Sim beijei, eu sempre tive duvidas sobre nós, por causa dele, eu não sabia se gosta de você ou dele, e ai ontem quando sai com minha tia encontrei com ele, ela me deixou sozinha e ele veio conversar comigo e ficamos juntos. Ninguém viu, nunca ninguém vai ficar sabendo, mas eu tinha feito um trato com você, e estou cumprindo, se você quiser largar de mim eu vou entender, mas hoje eu sei de quem eu gosto, Eu gosto de você.
Não sei, acho que preciso de um tempo.
O tempo que você quiser.
Fui embora com o coração na mão, eu estava numa certeza que eu o amava, e se ele não aceitasse voltar comigo, como seria?
Mas fiquei na minha, não nos falamos mais, como era habitual na escola, no sábado sai com as amigas, e no domingo nos encontramos, fiquei o tempo todo próximo dele, mas não conversamos, na lenta resolvemos vir embora, e no ônibus sentamos um do lado do outro, mas não conversamos, descemos na paulo vi, e vim do seu lado em silencio, quando estava quase chegando na esquina de casa ele resolveu quebrar o silencio.
Eu preciso de mais um tempo?
Tudo bem, eu espero o tempo que for necessário.
Tem certeza que você não gosta dele?
Gosto de você. Nunca tive tanta certeza na minha vida.
Paramos na esquina de casa.
Até a semana que vem então.
E veio me dar três beijinhos de despedida,
O toque de sua pele na minha fez o meu coração parar, e em seguida disparar, ele virou o rosto roçando no meu, que eu podia sentia até sua respiração, que também estava ofegante, e no terceiro foi um selinho, o mesmo, tipo que estava gerando a nossa separação, mas que eu não expliquei a ele que foi só isso.
Mas acabamos não resistindo e o selinho virou um beijo apaixonado, e ali ficamos alguns minutos, eu numa felicidade só, conclui, voltamos.
Não dissemos uma só palavra, eu estava radiante, certa que finalmente iria realmente viver um grande amor.
Se ele me fizesse aquele convite de novo para o hotel, dessa vez eu aceitaria, afinal, estava apaixonada.
Os próximos dias foram só paixão. Eu estava feliz como nunca. Nem dava mais bola para as investidas das meninas, nem mesmo de minha prima. Acabei levando ele para sair com a minha tia que estava desconfiando, fomos justo em um dia que ele estava sem dinheiro, mas ele era perfeito, um gentleman, e conquistou minha tia de cara.
Até que teve uma campanha na escola, e duas classes vencedoras ganharia um escursão para miguelopoles. E a classe do Robson e da Minha prima ganhou, ambos insistirão até o ultimo minuto para que eu fosse de bicuda, e se não tivesse vaga no ônibus eu voltava, mas eu preferi não ir.
A tarde quando eles voltaram e eu vi a minha prima, olhei para ela, e fui logo dizendo:
E ai lu me trai bastante você e o Robson.
A resposta dela foi,
Traiu.
A noite saímos e eu nem cheguei perto dele, queria que ele viesse perto de mim, e me contasse, assim como eu fiz com ele. Mas não ele preferiu me evitar, ficamos na praça, e por sorte ou azar não sei, o Ismael apareceu por lá e veio me cumprimentar, conversamos um bom tempo, mas junto com todos, para todo mundo ouvir o que falávamos.
Viemos embora, ele nada, não falou, e nem me beijo.
Eu pensava comigo, ele está se vingando. É bom para eu sentir na pele o que ele sentiu. Mas a diferença era que eu sabia que o meu erro foi dançar umas lentas e dizer que não estava namorando, porque traição mesmo não existiu.
Já no caso dele, ele e a escola inteira viram eles se agarrando, agarrando mesmo, beijos, amassos, e tudo.
Durante uma semana todos vinham me perguntar se nós tínhamos terminado, e eu respondia, porque ele ficou com a lu, não ele estava pagando na mesma moeda.
Só na sexta feira ele me chamou para conversar, e ainda no pátio da escola com os amigos dele e os meus, todos do lado.
Ai ele veio dizer que tinha que me contar algo, e eu falei pode falar.
Calma não é assim. Não é fácil.
Pode falar, eu já sei, que você ficou com a Luciana, e imagino que você só fez isso para se vingar por eu ter ficado com o Ismael, - nisso os amigos dele fizeram um corôo “noo”, mas diferente de você, ninguém viu, ninguém sabia, e outra eu não esperei a escola inteira lhe contar para depois vir ainda no meio de seus amigos para falar, tudo bem. Fazer o que né, eu tenho que entender, eu fiz primeiro.
Não é nada disso Mirian, é que a Luciana pediu para deixar-la contar, e eu deixei. Eu disse que ia falar, mas ela, quis dizer.
Não tudo bem, morre aqui, deixa quieto.
E no final de semana seguinte ficamos juntos como se nada tivesse acontecido.
Mas aquela paixão que eu estava sentindo, agora estava muito ferida, e eu já não sabia mais se eu queria, e pior sabia que era assim que ele se sentia também.
E ai apareceu o Marquinho, um rapaz tão tímido quando o Robson, tão trabalhador quanto, mas com uma vantagem, anônimo, ninguém o conhecia, ele não era o bambam entre as mulheres.
Então ainda namorando com o Robson, comecei a paquerar o Marquinho, passava todo o recreio na sala dele, conversando, escrevendo versos em seu caderno, e sua turma sai uma aula mais cedo que a minha, eu fugia com a turma dele, só para ficarmos conversando.
Quantas vezes o Robson passava e eu estava conversando com ele na esquina de minha casa e eu só falava oi e continuava ali como estava, conversando com o Marquinho. Ele perguntou se o Robson não iria achar ruim, e minha resposta foi, “ Ele não é louco.” E passava horas e horas com o Marquinho, e no final de semana continuava com o Robson, cada vez mais aquela paixão foi se apagando, e acendendo pelo Marquinho. Então resolvi terminar o namoro.
Falei com ele chorando, chorando muito, e ele super tranqüilo perguntou: é por causa daquele rapaz o Marquinho.
Não, não damos mais certo, nos machucamos de mais, não confiamos mais um no outro, nenhum relacionamento sobrevive a falta de confiança;
Era verdade em parte, se eu não tivesse precipitado, se ele não tivesse me traído, eu não teria enxergado o Marquinho, e não teria me apaixonado por ele.
Mas ele não precisava saber disso.
Mas oito meses namorando tinha me tornado de certa forma dependente de companhia, e apesar de ainda sair com todos os amigos, eu sentia falta dele, então tive algumas recaídas, ficávamos juntos, até o dia em que ele na intenção de ficar comigo a qualquer custo, tomou me um pano de prato, que levei com um prato de salgado que levei a um festa de amigo invisível, e falou que só me entregaria se eu o beijasse.
Eu fiz graça, estava afim, mas banquei a difícil, e ele se doeu, me entregou o pano e foi embora, não nos falamos mais, até hoje.
Eu mais uma vez estaria fadada a perder mais um amigo por conta de bobeira, e até hoje, gostaria de lhe contar a verdade sobre o Ismael, contar-lhe que eu nunca lhe trai de fato, que foi um selinho, nada alem disso. E que quando eu lhe contei, tinha a esperança de começar do zero, e não magoa-lo, mas duvido que consiga, ele casou com uma amiga de minha sala, que era apaixonada por ele, e a garota linda, de quem falei que era fã dele, se tornou minha amiga, e foi ela quem mais respeitou o meu namoro com ele, ela nunca fez ou agiu de forma a dar entender que estava afim dele, só quando conversávamos, ela dizia, gosto muito dele, não faça isso, ou faça aquilo.
E durante muitos anos antes dele namorar minha amiga, eu fiz amizade com outras garotas que ele namorou, e ele ficava muito bravo com elas, por falar comigo, dizia para elas onde já se viu, depois de tudo o que aconteceu entre nós você fazer amizade com essa garota, é o fim.
Acho que isso fez muito a diferença quando ele começou a namorar minha amiga de sala, ela diferente das demais, passou a me ignorar, e até hoje eles não me cumprimenta.
Como sou encanada com musicas, não posso deixar de registrar uma que mesmo nunca tendo ouvido junto dele, deveria ter cantado para ele na época, a musica do Roupa Nova, “Mais uma chance”, Eu nunca fui um cara legal com ninguém, com nada,nem comigo, você sempre foi e é a minha saída.Eu mentia para viver a minha verdade, e fingia não saber o que fazer,sei, foi sem querer, sim, ti fiz chorar, e quando tudo estava tão bem, mesmo assim procurei por alguém e te enganava pensando que era o maior, sei, usei você. sim, ti magoei de mais, o tempo passa e tudo é vazio, e o sonho parte nas águas de um rio, e de que adianta o céu, si não tenho você, ei me da mais uma chance, seja como for, eu vou mudar o mundo para voltar a ser o teu amor, rei me da mais uma chance, quero teu perdão, ser de novo uma criança, roubar teu coração.
Ela vai com certeza alem do que fiz, mas é linda, e eu realmente devo desculpas para o Robson, éramos adolescentes, sem juízo, mas eu o fiz sofrer, e ele era um cara legal de mais, para eu fazer isso com ele. Acho que o meu destino é esse, encontrar príncipes encantados, que a maioria das mulheres em sã consciência procura, e eu dispenso.
Quanto ao Marquinho, nossa, fiquei muitos anos investindo, cheguei a lhe mandar uma carta anônima, e depois pedir para ele deixar eu ler, como se não fosse eu, mas ele não deixou, e isso fez eu gostar mais dele ainda, um dia surgiu uma oportunidade de nos beijar, estava na sala escrevendo versos em seu caderno, e ele chegou, e perguntou o que eu estava fazendo. E veio como se fosse ler, como se não estivesse cansado de saber o que eu fazia ali. O seu rosto ficou muito próximo do meu, pude sentir sua respiração no meu rosto, e quando fui alcançar sua boca, uma amigo entrou na sala e falou “Hanhan”, ficamos bem sem graça, e aquele beijo nunca aconteceu, continuamos conversando, e como ele era baixinho todo mundo falava que ia fazer um banquinho para ele. Mas estava no fim do ano, e no ano seguinte eu voltei a estudar pela manhã.
E ai quase não nos víamos, e um dia fui a noite para visita-los, eu tinha brigado com minha amiga Badia, e neste dia fui fazer as pazes, e Marquinho estudava na sala dela, então começamos conversar, ela pediu desculpas, e eu aceitei, ai ela contou-me que tinha contado para o Marquinho que fui eu quem tinha lhe enviado aquela carta no ano passado. Nisso ele estava subindo. Meu coração disparou, ele chegou perto de nós, e ela piorou muito a situação, falou, vou deixá-los sozinhos, pois vocês têm muito que conversar.
Fiquei super sem graça, então como que para me defender, falei
Desculpa Marquinho eu só estava brincando.
Ele olhou para o lado viu a professora subindo e disse, preciso entrar, a professora chegou.
Virou e saiu, e mais uma vez perdi um amigo, ele não falou mais comigo, e olha que eu implorei, perguntava o que tinha feito, e ele respondia secamente nada.
Então fale comigo,
E ele respondia, mas eu estou conversando, mas não conversava mais, mal me cumprimentava, e eu sofria por isso, nunca pensei que sentiria tanta a falta de alguém, que até então era apenas o meu amigo, Chamávamos de Marquinho ursinho, por causa do olhar, do jeito, mas ele simplesmente me ignorava, logo ele começou a namorar, e ouvi dias de vê-lo fazendo coisas que nunca imaginei ver, coisa boba, como guspir para cima para ver onde vai cair, brincadeiras idiotas, que não era do seu feitio, veio a decepção, a tristeza por ele não querer nada comigo. Ficou uma ectógnata para o resto de minha vida, será que ele aproveitou o meu momento de bobeira para se livrar de mim, ou achou realmente que eu brinquei com os sentimentos dele? Não sei, essa vai ser mais uma coisa que vou morrer sem saber. Durante muito tempo eu sonhei com o beijo que não aconteceu, mas nunca fui de ficar choramingando, ou pestanejando pelo não acontecido, sentia a falta dele, queria que ele me procurasse, e perguntasse, porque brincou comigo, que eu responderia que não brinquei, que estava me defendendo, me protegendo, mas isso não aconteceu, e eu me sentia culpada, triste, e analisando a situação real, como ele poderia ficar com uma pessoa que mesmo tendo namorado, não poupou esforços para ficar com ele, não respeitava o sentimento do outro, e ficava horas com ele na esquina conversando com todos vendo, e entendendo errado. Como confiar em alguém que não respeitava o sentimento alheio, se fiz isso com o Robson, o que me impediria de fazer com ele, e ai o Dane voltou para Franca, quando o vi novamente, pensei, agora ele veio para se vingar de mim, vai me conquistar, e vai fazer comigo o que fiz com ele.
Neste período o meu ego já não era mais o mesmo. E eu me sentia culpada por fazer o Dane, o Robson, e Marcos infelizes, então eu achava justo agora eu sofrer.
E ai tentei de tudo para voltarmos a conversar, mas ele não queria, evitava ir onde eu estava, e só cumprimentava os amigos que tínhamos em comum quando eu não estava junto.
Eu diferente dele, não podia vê-lo com um conhecido que corria lá para falar com o propósito de voltarmos a conversar, mas eu chegava e ele sai.
Então um dia estava ele a Ge e Fa e eu fui falar com Fa e ele continuou conversando com a Ge. Ai alguns minutos depois ele saiu e foi para a bolota, e eu pedi para que a Fabiana fizesse ele conversar comigo naquele dia ou eu nunca mais iria tentar.
E fui cumprimentar uns amigos que estavam chegando, e eles chamaram o Dane, mas ele não veio, e os meninos estranharam sua atitude, e eu expliquei, é por minha causa, que ele não quer chegar aqui, ele não quer conversa comigo.
E logo a Ge voltou dizendo que ele concordou em conversar comigo, desde que eu aceitasse ir ao cinema com ele, e eu aceitei, com a condição que iríamos como amigos, mas no fundo eu bem que queria voltar, e mais, queria me apaixonar.
Mas não poderia entrar assim, então impus várias condições, passei uma lista para Fabiana, do tipo, nada de pegar no meu pé, ter direito de e ir e vir, e mais um tanto de coisas, combinamos de nos encontrar na praça, ficamos juntos aos amigos, a noite toda, e quando viemos embora e paramos na pracinha é que sugiu oportunidade de conversarmos, ele perguntou o que a Fabiana tinha me dito, respondi que me lembro nada de mais, - Mas ela me falou um tanto de coisa, - disse ele, e continuou- ela disse que não é para eu pegar no seu pé, para não te proibir de fazer as certas coisas que... e eu mesmas completei a frase, “que eu não gosto” é verdade eu disse.
_ E eu disse a ela que você pode fazer o que quiser com certo limite.
_ E qual é o seu limite?
_ Eu acho que quando duas pessas estão namorando nenhum deve chifrar o outro.
_ Eu te dou toda a razão. Mas quando me referia a liberdade, é tem muitas pessoas que dizem que eu tenho uma brincadeira muito extravagante com os meus amigos.
_ Nestas pessoas referisse a mim também?
_ A verdade que eu adoro os meus amigos, e você terá que aprender a conviver com eles, caso queira ficar comigo.
Ee e deu um beijo e perguntou se eu estava afim de voltar com ele, respondi que não estaria ali se não estivesse. E lhe dei outro beijo. Dessa vez foram 4 meses de namoro, ou mais, e eu realmente me apaixonei, estava então com 16 anos, e estava certa que desta vez seria para valer, eu escrevia o dia inteiro, o quanto estava apaixonada, e feliz, queria sair cantando, e falando para os quatro ventos, no entanto, eu continuava orgulhosa, e só fazia essas confidencias para o meu companheiro e amigo confidente, diário, o Romildo fazia de tudo para me convencer que o Daniel me traia, até me apresentou uma moça, muito bonita por sinal, dizendo que era um dos casos do Dani, mas eu estava apaixonada, e ele tinha ido embora de Franca por minha causa, disse que sofreu muito, ele realmente deveria gostar de mim, marquei até a data, que voltamos, foi no dia 24 391, ele garantiu que agora tinha aprendido a lidar comigo. E tinha mesmo, quase não nos víamos, e ele sempre fazia jogo duro, eu ficava louca para encontra-lo, e beija-lo, só nos víamos nos fins de semana, e ainda assim só a noite.
Ele conseguiu o inédito até aquele momento, fez eu ficar sega de amor, todos me contava que viu o Dane hora com uma japa hora fazendo declarações para outra, hora cantando alguém, e um monte de coisa, ai eu comecei a ficar mais atenta, então no sábado fomos para a embaluz ele saiu para comprar cigarro, e nós fomos dançar, ai quando ele chegou, veio falando,
Depois fala que não sabe dançar
Eu nunca disse que não sabia, disse que fazia tempo que não dançava.
Brincamos por algum tempo, e ele saiu e me deixou sozinha novamente, quando voltou estava começando a musica lenta, e a Badia pediu que eu chamasse um rapaz para dançar com ela, quando voltei o Carlinho falou:
Chama para eu também, e eu fui, mas a moça não quis dançar, ai o Dane falou, duvido que você chame para eu também.
É só escolher quem você quer? E ele apontou para uma moça no meio do salão, achando que eu não fosse. Mesmo com o coração dilacerado eu fui, e a moça respondeu que não, e foi ao seu encontro, eu fiquei boquiaberta, mas quando ela se aproximou vi que eles já se conheciam, fiquei a certa distancia, não queria atrapalhar, mas vi que era só amizade, ela saiu e eu voltei, ai estava subindo uma moça, e ele falou chama essa ai.
Eu muito brava, disse que não pois ele estava me fazendo de boba. Então ele mesmo chamou, e a moça não aceitou, e eu achei ótimo. Eu sentei nas escadas, e ele sentou atrás de mim, me puxou e me beijou. Eu estava de quatro, sofrendo feita uma besta, e tentando manter o amor próprio, fingindo que não estava nem ai para ele.
Ficamos um tempo juntos, e ele pediu que o carlinho fosse comprar bala, o carlinho subiu ao invés de descer e ele foi atrás, os dois ficaram um tempo conversando, e algum tempo depois ele voltou para perto de mim, mas não me abraçou, e logo o carlinho desceu e o chamou para ir ao banheiro.
Conclui que boa coisa não tinha ali, então chamei o Romildo e o Jeam para darmos uma volta, e enquanto eu não encontrei o carilinho sozinho sem o Dane eu não fiquei feliz, depois voltamos para a escada, e eu deite a cabeça no ombro do Jean, nisso passou o Carlinho ruivo, amigo do Dane, não deu um minuto, o Dane estava de volta, com toda a trupe, falando que era por isso que a cabeça dele não parava de doer, onde já se viu eu fica colocando chifre nele, e os meninos zoavam, chifrudo. Em tom de brincadeira, Vamos escalar o chifre do Dane, outro dizia, então o Jean me chamou para vir embora, eu levantei, e o Dane achou que fosse por causa dele, e ficou falando que o ônibus só passava às onze horas.
Cheguei bem perto dele, e os rapazes gritavam, ai meu chifre, ai meu chifre, e eu fui bem dura com ele.
Chifrar que eu sei, não é deitar no ombro de um amigo, mas sim o que você está fazendo comigo e com Márcia, que é uma moça super legal. E isso foi a conta para ele não conversar mais comigo, até no outro dia quando a Solange o convidou para um churraco em minha casa, ai ele me ligou e perguntou se minha família estaria em casa, e que só iria se fosse para falar com o meu pai sobre o nosso namoro.
Respondi que então não precisava vir. E nos reencontramos novamente na AEC, e ele já chegou estragando um paquerinha que tinha acabado de arrumar, mas neste dia ele foi super carinho comigo, ficou apresentando-me a todos como sua noiva, e eu ria, achando graça em tudo, estávamos bem até que sem querer por causa de uma brincadeira boba, eu pisei em seu pé que estava machucado, não adiantou pedir desculpas, ele levantou e saiu, como se eu tivesse feito de pretexto. Fiquei conversando com a Claudinha, e quando ele voltou, fui falar com ele, mas ele foi muito grosso comigo, e eu sai toda sem graça, tava tocando lambada, e eu não sabia dançar então encostei na viga e fiquei, a claudinha veio falar comigo, eu juro que se ela não viesse falar comigo naquela hora ou me perguntasse qualquer coisa sobre isso naquele instante eu não conseguiria mais disfarçar e choraria. Mas ela não falou nada, e eu pedi para que olhasse discretamente e visse se o Dane estava olhando, ela disse quis sim, ai o Reinaldo veio chamar para ir embora, e eu topei. No outro dia tinha a festa da Márcia, e eu fui sozinha, morrendo de vergonha de chegar lá ela era a atual namorada do Guim na época, mesmo sabendo que todos que estavam lá eram meus amigos, estava um tanto perdida, bem sem graça. .
Cheguei e fui muito bem recebida, todos brincavam, o Marcos Kim, ficou falando para eu largar do Dani e ficar com, ele, depois veio um cara me cantar, e eu saindo da marcação dele de todos os jeitos, ai o Romildo falou que estava indo embora, e eu me ofereci para acompanhá-lo até porta, puro pretexto para me livrar do cara.
Ficamos conversando lá fora, e um fusca verde parou na minha frente e eu nem dei bola, afinal não conhecia ninguém que tivesse fusca verde, e dele desceu o Dani, ele veio e me deu um beijo, e brincou com o Romildo, “me traindo em”, e entrou para festa e se juntou com uns amigos, eu fiquei zanzando de um lado para outro, e quando voltei para sala que ele estava, olhei para todos os lados, e nada, então fui lá fora, e nada, ai de repente eu vi ele descendo, corri para dentro, para que ele não pensasse que eu estava seguindo-o.
Aproximei de uns amigos e fingi estar interessado sobre o assunto que falava, ele chegou pegou em minha mão e me puxou para fora, fui toda feliz, certa de que ficaríamos juntos.
Afastamos-nos do movimento, e eu fiquei esperando ele me abraçar, me beijar, mas nada disso aconteceu, e ele começou a falar:
Mirian você ta a fim de ficar comigo mesmo, tem certeza que não ta a fim de partir para outra?
Meu coração quase parou, tive vontade lhe dizer que o amava, mas me contive.
Não, foi tudo que respondi.
Olha eu acho que o nosso namoro ta uma bagunça.
Idem,
Ficamos um tempo em silencio, e eu louca para dizer que agora era para mim importante estar com ele. Mas foi ele quem quebrou o silencio novamente.
Quando você esta com suas amigas, e eu chego e vou direto onde você esta, só que quando eu estou com os meus amigos você nem chega perto de mim, até parece que nós não passamos de simples amigos.
Eu sei Dane, eu vou explicar uma coisa, eu não sei se é orgulho ou timidez, sei que é bobeira minha, mas mesmo assim eu não tenho cara de chegar quando você esta no meio de seus amigos, sei lá, eu me sinto muito mal, fico sem graça, posso até chegar brincando com os meninos, mas com você eu não tenho coragem, eu sinto como se tivesse pegando em seu pé. E eu não gosto disso.
Mas não tem nada haver.
Eu sei, e outra coisa, eu não gosto de ser chamada de chifruda, eu não tenho prova, mas não foi nem um nem dois foram vários que vieram me falar da japonesa Márcia, e eu quero tirar isso a limpo.
Eu já ti falei que eu e a Márcia já namoramos, e que hoje somos amigos, não tem nada ver. Se quiser falar com ela, eu te apresento, e você pergunta.
Tudo bem, deixa quieto.
Mudamos de assunto, e o Re veio nos chamar para irmos embora, subimos em sua rua, e o Dane entrou em sua casa, chamou o seu pai, os dois conversaram, o pai dele cumprimentou o Re e depois me cumprimentou com um oi meio tímido, e eu mais tímida respondi.
Íamos voltar para casa da Márcia, ai quando estávamos indo, ele falou, não vamos lá não. E eu concordei, então sentamos no banco da pracinha e ele deitou sua cabeça sobre o meu colo, e conforme a luz bateu no seus olhos eles ficaram verdes, e eu comentei com ele, ele riu e disse
Lindo né,
E eu o chamei de convencido, então peguei uma flor artificial que a Ge tinha me dado e comecei passar no contorno de seus lábios, e ele ria até, então tentou toma-la de mim no intuito de passar nos meus para ver como fazia cócegas. Nos beijamos, e eu fiquei massageando seus cabelos, e percebi que sua sobrancelhas estava toda bagunçada, então fui arruma-las e ele falou, viu como minhas sobrancelhas são grossas... e antes que ele terminasse a frase, eu completei em tom de ironia, bonitas né. Ele riu e disse como você adivinhou que eu ia dize isso.
Quem não sabe, do jeito que você é convencido.
Há mas eu tenho que ser, todas as pessoas que eu conheço diz que sou bonito.
Eu prefiro seu irmão, nem te acho tão bonito assim. E muitas pessoas dizem que eu sou linda, e nem por isso eu sou convencida.
Mas devia, porque você é linda mesmo.
Beijamos-nos, ficamos neste clima até as 2 da manhã, eu estava super feliz.
No dia seguinte não nos encontramos, e eu encontrei um antigo paquera, ficamos conversando e por algum tempo pensei na idéia de ficar com ele, acho que no intuito de recuperar minha auto-estima. Mas preferi não faze-lo,
No final de semana seguinte fomos para cascata na escursão, fui pagar para o Dane , mas ele não aceitou, então paguei para o sapinho.
Assim que descemos o Dane pegou em minha mão, e saímos juntos, ele me apresentou vario lugares lindos, na verdade não era tão lindo assim, mas eu estava feliz, porque o Dane estava lá então tudo ficava mais lindo.
Fomos a lugares que não tinha ninguém, e ele sempre muito carinho e cavalheiro. Tirou varias fotos minhas, cuidava para que eu não me machucasse, cuidou de mim, Estava tudo muito bem, mas apesar do amor que sentia, ele ainda tinha alguns defeitos que me incomodava de mais, um deles era beber de mais, ele acabou bebendo muito, e numa brincadeira boba, com a Elaine quase mataram o pacifico afogado.
Fiquei muito brava, mas isso não estragou o passeio.
Durante a semana teve um dia que fiquei sozinha, meus irmão foram para o Karate, meus pais para o cinema e eu aproveitei para ir para rua ver o Dane, ficamos na porta de casa um tempo, depois ele me pediu água, entramos e fomos até a cozinha, conversamos um pouco e eu estava louca para beija-lo, mas não tive coragem. Então voltamos lá para fora com o pessoal, e fizemos um rachinha, ai eu falei que ia bater no Dane e sai correndo atrás dele, quando viramos a esquina a surra virou surra de beijos, ficamos um pouco ali, e ele sugeriu que voltássemos antes que alguém percebesse.
Voltamos rindo, e toda hora arrumávamos um pretexto para virar a rua para que nos beijássemos mais um pouco. Foi uma noite super agradável, já no outro dia fiquei sabendo que mais tarde naquele dia, ele teria passado uma cantada em uma amiga minha na bolota, e era típico mesmo dele fazer isso.
E o meu coração voltou a ficar apertado. Ele voltou a me buscar na escola, o que me deixava também constrangida, já que estava estudando no período diurno, e eu achava que naquele horário ele deveria estar trabalhando.
Mas ele continuou carinhoso, um dia me deu uma boneca com um recado, “é difícil dizer frente a frente, mas eu te amo.” E me pediu uma resposta, e eu disse que lhe amava também. Então no domingo, ele pediu para que eu repetisse, mas eu falei que só depois que ele me falasse também. Mas ele não quis e eu repeti mesmo assim.
Fiquei pensando, eu só tinha medo dizer isso enquanto existia duvidas de meus sentimento, e medo de sofrer, e se ele não quis dizer, é porque ele ainda não sabe quais são os seus sentimento. Mesmo assim resolvi vencer os meus medos, e acreditar nesse amor tão controverso.
Continuamos saindo, e continuou as duvidas, e o medo de estar sendo passada para trás. Achava que ele gostava de mim. Mas ele continuava fumando de mais, bebendo de mais, não levando o trabalho a serio, e ainda existia a eterna duvida, será que me traia.
Ele queria que mudasse, com relação aos meus amigos, dizia que dava muito vazão ao que eles diziam, e começou a me evitar. Então decidi escrever-te uma carta bastante realista.
Escrevo-te pois vai ser meio difícil eu te encontrar nesta semana, e este é o meio mais rápido de comunicação que encontrei.
Eu não vou ficar gastando tempo com coisas fúteis, acho muito melhor eu ir direto ao assunto, Um dia na embaluz eu tentando dar um susto na Ge e Bia você entendeu tudo errado e acabou achando que eu estava correndo de você, o que não era verdade, me chamou de infantil, hoje você quem corre de mim, como se eu fosse um cachorro louco.
Sinto pelas palavras que vou dizer, mas acho que você deveria ser um pouco mais homem, ao invez de ficar correndo de mim, viesse conversar comigo da mesma forma que começamos deveríamos terminar, conversando.
Quanto ao acreditar mais em meus amigos que em você, eu tenho os meus motivos, se eu depender de você me contar alguma coisa, que aconteceu, principalmente com você, eu morrerei sem saber.
Como posso confiar em você, sendo que mesmo ao meu lado você canta outras meninas, não adianta mentir eu vi, você até perguntou o nome dela.
Teve dias que você disse sentir ciúmes de mim e eu não dar a mínima, Pois bem será que você esta dando alguma bola por eu estar com ciúmes de você, tenho certa que não.
O motivo de eu não procura-lo como você sempre diz, você está cansado de saber o motivo, e não adianta que eu não vou mudar meu comportamento nunca.
Dane se você gosta tando de mim como diz, ou melhor como escreve, pois dizer, nunca disse, não estaria tentando mudar o meu comportamento, me aceitaria como sou.
Acho melhor você pensar bem no que quer, e depois você me procura, mas vê se não fica a vida toda para dizer apenas um não da mais, ta
Beijos
Mirian R Pereira.
Então voltamos e durante mais um tempo me pareceu que estava tudo bem, mas eu já não confiava nele. Estava pronta para traí-lo, depois de tanto tempo ouvindo coisas, então reencontrei com o Marquinho, e pintou um clima de novo, e soube que ele ira numa excursão da escola, e eu resolvi ir sem o Dane. Convenci que não tinha passagem, mas ele insistiu em me levar até o ônibus, nos despedimos, e quando o ônibus estava saindo, ele entrou dizendo que sobrou passagem e que iria também.
Olhei para o Marquinho numa decepção, mesmo com ele lá, fui brincando com os amigos, e aproveitei para olhar pelo menos para o Marquinho, apesar da decepção foi um dia muito legal, meu coração estava ferido, mas no fundo eu ainda gostava dele.
Outro dia comprei uma correntinha para lhe dar de presente, e a Márcia pediu que eu abrisse o presente para ela ver, e eu fui ao banheiro, quando voltei, ela já tinha fechado o pacote, e eu inocentemente entreguei-lhe quando ele abriu, eu perdi o rebolado, dentro tinha um recado que ela escreveu dizendo, eu te amo, era verdade, eu o amava, mas não queria mais amar, não queria assumir, mas o papel estava lá.
Brigávamos e fazia as pazes, chegavam mil histórias até mim, que até hoje não sei quanto foi verdadeiras ou quantas foram mentira.
Até que ele tinha caso com bicha eu soube. Disseram-me que um foi na casa dele e deu um escândalo. Mas o que era verdade eu não sei, sei que ainda estava apaixonada e sofrendo.
Mas me fazia parecer auto suficiente, vários amigos dele tinha certeza que eu o traia, pois eu fazia banca, mas fui tão burra, e apesar da intenção, nunca cheguei a vias de fato. E eu tive certeza que ele me traia, o dia que um deles, um amigo muito intimo me disse, eu não entendo vocês, um sabe que o outro sai com outras pessoas e ainda sim continuam saindo juntos como se nada tivesse acontecendo. Falei que éramos liberais. Mas aquilo foi a gota d’água, não era mais os meus amigos que diziam, eles poderia não gostar do Dane, ou querer ficar comigo, era um amigo dele. Então não agüentei mais, mandei uma carta idiota onde eu tentava recuperar a minha auto-estima, que seria o golpe me misericórdia.
Oi Daniel
Escrevo-te para falar de algo que não tive coragem de dizer-te pessoalmente, por este motivo prefiro ir direto ao assunto, e não ficar embromando.
O caso é o seguinte:
Apesar de gostar muito de você, acha-lo uma pessoa maravilhosa, eu ando um pouco confusa com os meus sentimentos e quanto ao nosso namoro.
Há pouco tempo atrás dizia sentir um amor imenso, o que não posso negá-lo, mas surgiu alguém muito especial que mexeu com os meus sentimentos, confundindo-me.
Sei que não tenho chances com ele, ma não vou ficar te enganando simplesmente porque não sou correspondida.
Desculpe-me pela sinceridade, mas eu prefiro ser assim, que fazer o seu papel, sei que você nunca gostou de mim mesmo, e acho melhor você nem tentar me convencer do contrario, pois se penso assim tenho os meus motivos.
Sei que futuramente me arrependerei de tomar esta iniciativa, tão rapidamente, mas eu não vou negar que vou sentir sua falta, e também não posso negar que se esse rapaz chegar em mim hoje e me chamar para ficar com ele, eu ficaria. Por isso acho melhor prevenir que remediar, apesar do tamanho de meu chifre, prefiro não fazer o mesmo com você.
Mas o meu maior problema no momento, é que eu adoro você e eu sempre soube o que eu queria, e dessa vez estou tão confusa, e não gosto de ficar assim.
Olha não vou escrever mais nada, ou vou acabar desistindo de tomar essa iniciativa.
Só lhe peço que sejamos amigos, se não for pedir de mais, e lembre-se que apesar de tudo eu ainda te curto muito.
A resposta foi quase imediata,
Acompanhada com tudo que eu havia lhe dado, inclusive a correntinha, que eu adorava ver no seu pescoço.
Vai ser muito difícil eu conversar com você, mas estou mandando este bilhete porque eu gosto muito de você, e também vou sofrer muito com isso, e não quero guardar nenhuma lembrança sua, eu sei que foi dado com muito carinho, mas eu não quero ficar me recordando do passado. Espero que você tenha um futuro melhor com os seus amigos, tchau um beijo do seu namoro.
Ti amo muito
Este recado acabou comigo, pela segunda vez eu estava inventando que estava apaixonada por outro, para terminar com ele, mas dessa vez eu o amava, mas não podia continuar, pedi para que ficasse com pelo menos a correntinha que eu havia lhe dado com tanto carinho, que gostava de vê-la em seu pescoço.
Mas ele não quis, disse que só se eu ficasse com ele, então resolvi partir para outra, mas diferente dele guardei todas as recordações, tenho diários com textos claros de como gostei dele, tudo o que ele me deu ou devolveu ainda está comigo, lembranças três é um bom exemplo, ele nem deve mais se lembrar que me deu isso. Só não guardei a correntinha, era pedir de mais para mim.
Depois nos encontramos outras vezes, mas nunca mais ficamos juntos, segundo a Elaine ele estava namorando e mandava recados para mim, um tempo depois soube que ele ia se casar, e novamente alguém disse para mim, que ele disse se eu aceitasse fugir com ele, não se casaria, não sei se é verdade, mas eu falei para a pessoa retornar o recado dizendo para não se casar, se não fosse por amor, mas que eu não iria.
Ele se casou, e ai vinha às vezes em casa conversar, dizendo que brigaram, eu mandava ele tormar juízo, e ele dizia que ela não cuidava direito do filho, e coisa do tipo.
Até que um dia soube que ela brigava com ele por minha causa, então pedi para ele ficar com a esposa, e ele nunca mais me procurou.
Tempos depois ele se separou, e um dia encontrou com a Elaine e perguntou de mim, e falou para eu lhe devolver a correntinha.
Essa eu não tenho para lhe entregar, e sempre acreditei que a nossa história tinha terminado ai, muita água rolou depois disso, conheci outras pessoas, me apaixonei outras vezes, passei por uma fase em que esqueci completamente o que senti por ele um dia. Até que relendo os meus diários encontrei a nossa história, me surpreendi com tudo o que vive, e gostei de saber o quanto gostei dele. E resolvi dividir isso com ele depois de treze anos, mas esta eu só vou contar quando eu chegar neste reencontro.
Eu continuei a vida, e conheci novas pessoas, estudei e formei, e ainda estou vivendo. Resolvi mudar de vida e de escola, e fui estudar no colégio Industrial. Não por causa de nossa história, mas apesar da popularidade, dos amigos, eu sentia falta de alguma coisa, eu amava a escola, mas nunca aprendia nada, pois não levava o estudo a serio, ia todos os dias, mas era por brincadeira, colava, era terrível, e pior a queridinha dos professores.
Mas eu queria alguma coisa, fui fazer datilográfica, e lá conheci duas pessoas que foi a inspiração para minha mudança. Eles não sabem, nem sabem que eu existo. Um chama-se Luciano, um rapazinho que tem um irmão gemios, um deles trabalhou no banco mercantil e outro na fabrica de calçado neto. E uma moça, acho que Melissa.
Afinal o que ele faziam para eu decidir mudar de vida? Nada, chegavam na datilográfica, sempre sorrindo, cumprimentava a todos pegando nas mãos, perguntava como estava, e falava futilidades coisas comum do cotidiano, mas a educação me chamou a atenção, achei lindo o comportamento deles, o rapazinho não era bonito, a moça sim, mas eles ficavam lindo, só pela forma como tratava todo mundo.
Eu vivia entre pessoas, ótimas, mas que tinha o habito de dar mal resposta, queimadas como dizia na época, ganhava quem fosse mais sem educação.
Eu entrava na brincadeira, dava muitas más repostas, e mesmo sabendo que era só brincadeira, quando eu chegava em casa, eu chorava na escuridão de meu quarto, pensando puxa ninguém gosta de mim.
Vê-los agindo de forma tão educada foi uma grande inspiração, e resolvi fugir do Pedrão, mudar de escola, respirar novos ares.
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