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História
Por: Everaldo Lacerda, 6 de julho de 2025

Descobri o sertão como ele é!

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Descobri o sertão como ele é!

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Me chamo Conceição Aparecida de Andrade. Sou filha do Sudeste, nascida em Guarulhos, São Paulo, mas fui adotada com afeto e calor pelo sertão pernambucano. Vivo aqui desde 1992, e posso dizer com toda certeza: tem pedaço meu espalhado por essas paisagens de sol estalando e gente forte.

Minha infância foi de rua, poeira, riso alto. Brincava de peão, de bola, de carrinho de rolimã. Nunca me contentei com o “de menina” que tentavam me empurrar. Era tudo meu: as brincadeiras, os livros, o mundo. Comecei a ler com quatro anos. Não sei como explicar, mas a leitura me escolheu. Eu devorava livros como quem precisa respirar.

Minha mãe teve papel nisso. Mulher de leitura, de gráfica, de ideias. Trabalhava na montagem das letras em Petrolina, no jornal Farol. Foi ela quem plantou em mim a importância da palavra. E ainda tinha minha tia, que era babá da filha da filha de Monteiro Lobato. Era de lá que vinham os livros, como presentes sem aviso. Li o Sítio do Picapau Amarelo antes mesmo de saber quem era o autor. Me encantava com o impossível, com o faz-de-conta, com a possibilidade de outros mundos.

Estudar, pra mim, foi um caminho natural. Eu lia bem, interpretava bem, era boa em matemática. Com dez anos, já ensinava outras crianças. Dava aula para quem queria entrar no ginásio. Naquela época, precisava fazer um curso de admissão. Não era igual hoje, que se passa de ano sem cerimônia. Tinha que merecer. E eu sempre corri atrás do que eu queria. Sempre.

Com 14 anos, terminei o ginásio. Logo arrumei emprego. Trabalhava numa loja de bijuterias na 25 de Março, em São Paulo. Pegava condução cedo, descia na Estação da Luz e ia andando até o trabalho, atravessando o Viaduto do Chá. Era um tempo de coragem. Hoje, penso naquela menina e quase não acredito que era eu. Mas era. Com a cara e a coragem.

Depois, fui fazendo cursos: contabilidade, letras. Casei, me separei e resolvi recomeçar. Vim para Pernambuco, terra da minha mãe....

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