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História
Por: Museu da Pessoa, 31 de outubro de 2013

Deixado em uma caixa de sapato

Esta história contém:

Deixado em uma caixa de sapato

Meu pai é natural de Pacatuba, o nome dele é Edmilson Moreira da Silva, ele era sargento aposentado do Exército que se aposentou novo, devido a um acidente que ele teve aqui na Praça do Ferreira com um bonde, aí ele perdeu a perna e se aposentou, na época de Getúlio Vargas. Minha mãe é natural de Água Verde, ali próximo também de Pacatuba e ela se casou-se nova com o meu pai, acho que tinha uns 14 a 15 anos e naquela época o cartório não aceitou, foi preciso adulterar a idade pra poder eles se casarem, minha sempre foi doméstica, dona do lar e cuidava dos meus irmãos que na faixa, na época eram 12, né, não se contando comigo.

Sou filho adotivo, antes de acontecer essa adoção meu pai bebia muito, mas nunca faltou com responsabilidade dentro de casa, tudo o que era preciso ter ele mantinha, mas o único defeito dele era que bebia. Eu não falo isso me glorificando, mas eu glorifico realmente a Deus por ter feito isso, porque quando eu fui colocado na porta dele pra ser criado, meu pai parou de beber nesse dia, desde esse dia o meu pai parou de beber. Eu fui colocado na porta da casa numa caixa de sapato com um bilhete, não to lembrado como é que é que se resumia esse bilhete, e que por sinal muito raquítico, né, ninguém acreditava que eu fosse sobreviver, ninguém, meu pai até queria dar pra alguém, mas ninguém queria. E depois, com o passar do tempo, né, que ninguém quis, ele me registrou como filho legítimo e com o passar do tempo, como eu fui pegando forma, criando corpo, criando saúde, aí todo mundo já queria, ele disse: “Não, na época eu quis dar, ninguém quis, agora que o menino tá perfeito vocês querem tomar de mim? Não”.

Eu passei no concurso para carteiro em 2000, 18 de julho de 2000, fui destacado pro Cdd Aldeota, do Cdd Aldeota passei uns dois anos, porque depois fiquei até 2002 no Cdd Aldeota, por motivo que o meu pai faleceu peguei uma crise de depressão, então nessa crise de depressão me...

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Dados de acervo

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P/1 – Edson, antes de mais nada, antes de começar a nossa conversa aqui, pra identificação eu queria que você falasse o seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.

R – Certo, meu nome é Edson Moreira da Silva, sou natural de Fortaleza, e a minha data de nascimento, é?

P/1 – Isso, por favor.

R – É 11 de julho de 1974.

P/1 – Perfeito. Antes de começar sobre você mesmo eu queria entender um pouco sobre a sua família, qual que é o nome dos seus pais, qual que é a origem deles, da onde que eles vieram, se eles são daqui, conta um pouquinho sobre a sua família.

R – Meus pais, meu pai é natural de Pacatuba, né, o nome dele é Edmilson Moreira da Silva, né, ele era sargento aposentado do Exército, né, teve uma, ele se formou, el se aposentou novo, né, devido a um acidente que ele teve aqui na Praça do Ferreira com um bonde, né, aí ele perdeu a perna e se aposentou, na época de Getúlio Vargas. Minha mãe é natural de Água Verde, ali próximo também de Pacatuba, e ela se casou-se nova com o meu pai, acho que tinha uns 14 a 15 anos, e naquela época o cartório não aceitou, foi preciso adulterar a idade pra poder eles se casarem, minha sempre foi doméstica, dona do lar, né, e cuidava dos meus irmãos que na faixa, na época eram 12, né, não se contando comigo.

P/1 – Me fala uma coisa, mas você nasceu aqui, né, eles vieram pra cá quando, você sabe quais foram esses motivos, né, de seus pais virem pra cá, eles se conheceram aqui, se conheceram lá?

R – Eles praticamente se conheceram aqui, né?

P/1 – Aqui, você sabe como?

R – Não, assim, como eu não sei, não, sei que eles se conheceram aqui, né, era mestre, depois um, ficaram gostando e se casaram, né, como eu disse, foi preciso adulterar a idade da minha mãe pra eles poderem se casarem, né, justamente.

P/1 – Me fala como é que era, bom, como é que era essa Fortaleza, você nasceu em 74, né?

R – Setenta e quatro.

P/1 – E aí como...

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