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De menina da roça à costureira e professora

Esta história contém:

Nascida menina na zona rural, no ano de 1966, em plena ditadura militar.

Filha de agricultores pobres e muito tradicionais, em uma família composta por quatro filhas mulheres. Não nasceu nenhum homem, tão fundamental para ajudar no trabalho pesado da roça e ainda levar adiante o sobrenome da família.

Esta menina de cabelos longos e vestido de chita não conhecia nada além de bois e galinhas. Nem sonhos. Mas não precisava de nada disso para ser feliz. Desde pequena, contentava-se em guiar o boi por entre os pés de fumo. Para encontrar a menina, era só procurar pelo boi, grande e visível, pois isto indicava o percurso daquela pequena trabalhadora.

Aos sete anos, entrou para a escola. Andava quase três quilômetros para estudar e lá, pela primeira vez, soube o que era discriminação e preconceito. Logo recebeu o apelido de dentuça e coelha, e descobriu que era feia, muito feia, e muito mais pobre que as outras crianças. E assim, foi deixando de ser feliz.

Isolada, quase sem amigos, conseguiu destacar-se nos estudos. Boa aluna, fazia tudo o que a professora mandava, sem reclamar, sem incomodar, sem questionar… Recebeu o prêmio de melhor aluna da sala: um joguinho de latinhas cor-de-rosa, com as inscrições de arroz, feijão, açúcar e café. E, deste modo, ela foi alfabetizada para o lar, para a domesticidade e repressão de qualquer sonho ou desejo. Era como se o destino daquela menina estivesse traçado nas letras daquelas latinhas, ou talvez, muito antes.

Aos nove anos, veio para a cidade com a família, pois seu pai já não conseguia mais sustentar a todos com a produção do fumo. Ele conseguiu um emprego, vendeu suas terras no meio rural, e adquiriu um pequeno lote em um bairro da periferia de Criciúma, onde permaneceu por apenas um ano, voltando a morar no interior, agora em terras arrendadas. Também voltou a trabalhar na agricultura, apenas para a subsistência familiar, embora ainda continuasse com seu emprego de vigia noturno em uma...

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