meu nome é Cristovam Freitas. Minha vida foi profundamente alterada em 1992, quando conheci a Umbanda. Eu fui criado numa família católica, mas a sexualidade me fez me afastar do cristianismo, porque embora Cristo nada tenha dito sobre o assunto, as igrejas todas, sem exceção, maldizem quem tem uma sexualidade diferente do que eles consideram padrão. A partir dessa discordância, comecei a analisar e ver o quanto o Cristianismo institucional está equivocado. Prega a tristeza e o sofrimento nessa vida para alcançar a glória num pós morte que nem sabemos se, de fato, existe. Nos iludimos com essa crença, porque somos diariamente confrontados com a finitude e isso assusta a maioria das pessoas.
Pois bem, fiquei dos 16 aos 26 anos ateu convicto. Uma amiga, certa ocasião, me convidou para ir ao terreiro que ela freqüentava (e que continuamos freqüentando até hoje). Lá eu conheci uma fé inclusiva, que fala de felicidade, prazeres, doação, caridade, causas e conseqüências. Me converti e, 6 anos depois, fui iniciado no Candomblé. É a religião da minha vida. Somos comunitários, gostamos de estar juntos e alimentar todos. Não discriminamos, não julgamos os comportamentos, mas avisamos que toda ação humana tem conseqüência e só se pode colher o que se plantou. A maioria se esquece de que um grão de milho dá uma planta com vários sabugos e incontáveis sementes. A gente planta brisa, colhe tempestade.