Da máquina de escrever ao computador
José Guilherme Kock
Era o ano de 1960 e eu morava na cidade de Brotas-SP. Tinha 13 anos e minha irmã Neusa 17. Preocupada com o meu futuro, ela pediu para um dono de cartório da cidade licença para estudar datilografia na máquina de escrever dele.
Com um manual de datilografia lá estava eu todos os dias. As primeiras lições foram a s d f g, é claro e daí segui em frente até conseguir escrever sem olhar para o teclado. Foi uma conquista importantíssima. Sabe por quÊ?
É que nnos depois, por volta de 1971, li um anuncio do jornal e resolvi fazer um teste: a vaga era para digitador de computador e a empresa era o próprio jornal que havia publicado o anúncio, isto é, o jornal O Estado de São Paulo.
Com muita habilidade como datilógrafo, na máquina de perfuração de cartões fiz um teste impecável, quase sem nenhum erro e com boa produção. A vaga foi minha. Estava feita a transição da máquina de datilografia para a computação: digitador de cartões!
Daí para frente passei no teste da empresa Serpro e em 1974, fui aprovado para trabalhadr na empresa multinacional Brown Boveri, em Osasco-SP, na função de digitador.
Nesta empresa passei de digitador para operador de computador e depois para programador de computador.
Durante esse período eu me casei, tive filhos, completei minha graduação em Ciências Econômicas e, em 2001, eu me aposentei na área de informática da Faculdade de Odontologia da UNESP de Araraquara.
Uma longa caminhada, mas bem suave graças à sugestão da minha irmã, à bondade do dono do cartório e o aprendizado em uma modesta máquina de datilografia que transformou a minha vida.