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Por: Museu da Pessoa, 20 de dezembro de 2006

Criar consciência para resistir

Esta história contém:

P/1 - Para começar, o senhor pode nos dizer o seu nome completo, local e data de nascimento?

R - Francisco Urbano de Araújo Filho, natural de São Paulo do Potengi, Rio Grande do Norte, nascido em 12 de dezembro de 1941.

P/1 - Qual que era o nome de seus pais? Posso chamar o senhor de Urbano, Francisco… ?

R - Urbano é mais conhecido. Francisco, não sabem quem é não... [risos]. Meu pai chamava Francisco Urbano de Araújo, minha mãe Antônia Nogueira de Araújo, todos nós de São Paulo do Potengi, também.

P/1 - Qual era a atividade deles?

R - Nós sempre trabalhamos na roça, na propriedade dos outros, de meia, chamávamos de lavoura branca, milho, feijão, batata, essas coisas que não eram de lavoura permanente e criava, tomava conta do gado do proprietário, fazia... Ele era meeiro e vaqueiro ao mesmo tempo, tomando conta, era pouco gado, era um proprietário médio, que era inclusive parente dele, casado com uma irmã dele, do meu pai. Nós éramos meeiros dele e trabalhava com a chamada lavoura branca.

P/1 - Sim. O senhor poderia me explicar o que é ser meeiro, assim?

R - Meeiro é o que se diz na linguagem técnica: parceiro, parceria agrícola. Era meeiro. Meeiro significa o quê? A metade da produção é entregue ao proprietário e com a metade que a gente ficava pagava as contas e se sobrasse alguma coisa era da gente. Isso que era meia, meia metade, meia da metade. Era isso.

P/1 - E o senhor tem irmãos?

R - Tenho mais nove irmãos. Somos ao todo dez e eu sou o quinto, do meio. Quinto de baixo para cima e de cima para baixo. [risos]

P/1 - O senhor pode me dizer um pouco sobre as memórias de infância? Como foi a infância do senhor?

R - Olha, minha infância foi no Nordeste, trabalhando na propriedade dos outros, né?

Trabalhei desde criança, desde os sete anos. Eu lembro que uma das atividades que era feita pelos filhos menores, porque não podiam pegar no pesado, era puxar o boi ou cavalo pra cortar, arar a...

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Dados de acervo

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Projeto: Memória DIEESE 50 Anos

Entrevistado por: Marcelo Fonseca e Nádia Lopes

Depoimento de: Francisco Urbano Araújo Filho

Local: São Paulo

Data: 20 de Dezembro de 2006

Realização: Instituto Museu da Pessoa

Código: DIEESE_HV035

Transcrito por: Marcelo Cintra de Souza

Revisado por: Érika Castro

P/1 - Para começar, o senhor pode nos dizer o seu nome completo, local e data de nascimento?

R - Francisco Urbano de Araújo Filho, natural de São Paulo do Potengi, Rio Grande do Norte, nascido em 12 de dezembro de 1941.

P/1 - Qual que era o nome de seus pais? Posso chamar o senhor de Urbano, Francisco… ?

R - Urbano é mais conhecido. Francisco, não sabem quem é não... [risos]. Meu pai chamava Francisco Urbano de Araújo, minha mãe Antônia Nogueira de Araújo, todos nós de São Paulo do Potengi, também.

P/1 - Qual era a atividade deles?

R - Nós sempre trabalhamos na roça, na propriedade dos outros, de meia, chamávamos de lavoura branca, milho, feijão, batata, essas coisas que não eram de lavoura permanente e criava, tomava conta do gado do proprietário, fazia... Ele era meeiro e vaqueiro ao mesmo tempo, tomando conta, era pouco gado, era um proprietário médio, que era inclusive parente dele, casado com uma irmã dele, do meu pai. Nós éramos meeiros dele e trabalhava com a chamada lavoura branca.

P/1 - Sim. O senhor poderia me explicar o que é ser meeiro, assim?

R - Meeiro é o que se diz na linguagem técnica: parceiro, parceria agrícola. Era meeiro. Meeiro significa o quê? A metade da produção é entregue ao proprietário e com a metade que a gente ficava pagava as contas e se sobrasse alguma coisa era da gente. Isso que era meia, meia metade, meia da metade. Era isso.

P/1 - E o senhor tem irmãos?

R - Tenho mais nove irmãos. Somos ao todo dez e eu sou o quinto, do meio. Quinto de baixo para cima e de cima para baixo. [risos]

P/1 - O senhor pode me dizer um pouco sobre as memórias de infância? Como...

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