Fui uma das primeiras pessoas a nascer na maternidade D.Pedro II. Minha infância eu passei numa casa no Belenzinho que existe até hoje. Era uma casa no estilo português. A casa ficava do lado esquerdo bem comprida com um jardim bem comprido do lado, foi uma casa bem alegue, divertida e cheia de vida.
Eu morava em frente a uma fabrica Oreon, de borracha. Eu conheci muita gente dessa fabrica. Tinha muitos alemães. Pegados à nossa casa havia muitos sobradinhos, inclusive um dos chefes alemães e sua esposa, com os quais convivíamos muito. Eu morava com minha avó, meu avô, minha mãe, meu pai e minha irmã. Minha avó e esta senhora eram muito amigas, mas ela não falava português, elas se comunicavam pelas rosas.
Eu achava toda essa história da época, que os alemães eram nazistas, estranha, por que o que eu conhecia dos alemães era amizade. Eu era pequena e não conseguia entender o que fossem nazistas. Eu percebia a guerra, a pesar de ser muito pequena. Passei por blecautes e vi o Zepelim, em 1942, quando o Brasil entra na guerra. Esse Zepelim passa pela ultima vez no Brasil, foi uma coisa que eu nunca esqueci.
Brinquei muito nessa casa. De manhã era a hora das brincadeiras com meus primos, que moravam na casa de trás. Tínhamos galinha, plantas e árvores para nos divertirmos.
Minha mãe e minha avó contavam muitas histórias, mas a gente inventava muitas a também. Eu conheço todas as historinhas que são tradicionais: a da baratinha, da formiguinha, Alice no Pais das Maravilhas, que tinha musicas lindas, a história da foca...Eu tinha os discos com essas historias. Hoje eu brinco com a minha netinha de marionete contando essas histórias
Eu fiz um jardim bom numa escolhinha, depois eu fui pra uma escola publica. No começo foi meio truncado. No segundo ano, tive um problema de visão grave.. Hoje estou bem. Mas no jardim não conseguia aprender muito por que não percebiam que eu não enxergava bem. Minha mãe, que foi uma pessoa muito forte...
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Fui uma das primeiras pessoas a nascer na maternidade D.Pedro II. Minha infância eu passei numa casa no Belenzinho que existe até hoje. Era uma casa no estilo português. A casa ficava do lado esquerdo bem comprida com um jardim bem comprido do lado, foi uma casa bem alegue, divertida e cheia de vida.
Eu morava em frente a uma fabrica Oreon, de borracha. Eu conheci muita gente dessa fabrica. Tinha muitos alemães. Pegados à nossa casa havia muitos sobradinhos, inclusive um dos chefes alemães e sua esposa, com os quais convivíamos muito. Eu morava com minha avó, meu avô, minha mãe, meu pai e minha irmã. Minha avó e esta senhora eram muito amigas, mas ela não falava português, elas se comunicavam pelas rosas.
Eu achava toda essa história da época, que os alemães eram nazistas, estranha, por que o que eu conhecia dos alemães era amizade. Eu era pequena e não conseguia entender o que fossem nazistas. Eu percebia a guerra, a pesar de ser muito pequena. Passei por blecautes e vi o Zepelim, em 1942, quando o Brasil entra na guerra. Esse Zepelim passa pela ultima vez no Brasil, foi uma coisa que eu nunca esqueci.
Brinquei muito nessa casa. De manhã era a hora das brincadeiras com meus primos, que moravam na casa de trás. Tínhamos galinha, plantas e árvores para nos divertirmos.
Minha mãe e minha avó contavam muitas histórias, mas a gente inventava muitas a também. Eu conheço todas as historinhas que são tradicionais: a da baratinha, da formiguinha, Alice no Pais das Maravilhas, que tinha musicas lindas, a história da foca...Eu tinha os discos com essas historias. Hoje eu brinco com a minha netinha de marionete contando essas histórias
Eu fiz um jardim bom numa escolhinha, depois eu fui pra uma escola publica. No começo foi meio truncado. No segundo ano, tive um problema de visão grave.. Hoje estou bem. Mas no jardim não conseguia aprender muito por que não percebiam que eu não enxergava bem. Minha mãe, que foi uma pessoa muito forte na minha vida, me incentivou a aprender a ler. Eu usava um tampão na vista. Uma vez me fizeram fazer um ditado, para me avaliar. Eu não acertei absolutamente nada, e fui parar na pior classe. Só que eu era realmente boa, então quando me colocaram sentada na frente, eu enxergava melhor e eu fazia todas as contas e preenchia todos os livros. Por causa disso sempre me senti muito diferente, achava meio chato, mas mesmo assim tinha algumas amigas, tudo gente do bairro.
Na quarta série inventaram que era moda pular direto pro ginásio. Não consegui acompanhar o ritmo da escola por causa do problema da vista. Decidi que ia fazer o quinto ano, sem pular nada.
Meu avô era arquivista, revolucionário, meu porão era ceio de livros e jornais, tinha gente que ia ensaiar teatro político na minha casa. De vez em quando até participava de uma ou outra coisinha. Comecei a gostar de cantar e a tocar violão, aprendi um pouquinho de piano também. Eu não era fofoqueira, mas sabia de tudo: dos namorados, quem tinha saído quem não tinha.
Hoje eu gostaria de escrever, mas tenho dificuldade de mexer no computador. Eu tenho mestrado e pós-graduação, mas não sou independente na informática. Também gostaria de fazer uma pesquisa de história, escrever alguma coisa baseada na história real. Sou contadora de histórias também, acho muito divertido toda essa parte artística do representar, teatro, canto. Tenho amor por colocar tudo pra fora, me expressar.
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