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Por: Museu da Pessoa, 30 de novembro de -0001

Contadora de histórias

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Contadora de histórias

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Eu perguntei pra ela: “Vó, e da guerra, o que as pessoas falavam? Você tinha medo da guerra, da Segunda Guerra?”. Ela: “Guerra? Que guerra? A gente tinha medo, mesmo, era de Lampião, mas ele passou na minha cidade e não mexeu com ninguém, não”.

Então, essas histórias também do vô Francisco são coisas que me encantam, na verdade, por essa memória também, que é de dor, que a minha mãe fala que meu avô, mesmo trabalhando na roça, lá no interior da Bahia e tudo, nunca ficou, nunca, em nenhum momento, sem camisa na frente dos filhos, né? E ela, olhando pelas frestas de porta e tudo, via que ele tinha marcas, né, nas costas. Marcas muito feias, assim, nas costas, né, provavelmente de chicotada e que às vezes ele conversava com a minha avó e ele chorava, mas essas histórias eram histórias que não eram pra ser contadas. E, quando perguntavam coisas para minha avó, ela falava: “Isso é coisa que já passou”. Então, são histórias que a gente sabe que permeiam ali o seio da família, mas da série “Das coisas que não falamos”, né? Minha avó nunca quis contar essas coisas, nunca gostou de contar e meu avô também não gostava de tocar nesse assunto. Era uma coisa ali, deles, né, mas a minha mãe sabe que, em algum momento, não sabe o motivo, mas, enfim, que ele sofreu castigos físicos e que ele tinha essas marcas nas costas, que são marcas pessoais, que dizem respeito à nossa micro história familiar, mas que dizem muito, né, da macro história, do que é esse país. Escravidão. Eu lembro que tinha uma história que a minha vó, essa paterna, também teve muitos filhos, mas muitos abortos. Então, ela teve 16 partos, dos quais vingaram cinco crianças, mas entre esses 16 partos, a minha vó, que é mineira, um lugar que não tem mar, mas ela teve uma estrela do mar. Ela deu à luz uma estrela do mar. Uma tia conta

Então, tem essas histórias aí, que vão permeando a família. E, na casa desses meus avós, além das...

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