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Por: Museu da Pessoa, 10 de outubro de 2013

Comunismo in loco

Esta história contém:

Comunismo in loco

Meu nome é Maria Leopoldina Moraes Veiga, eu nasci dia 20 de outubro de 1965, em São Paulo. Meu pai teve um pequeno comércio, um mercadinho que ele chamava vendinha naquela época, mas não foi, não deu muito certo, e depois ele foi ser vendedor. Como os meus pais eram estrangeiros, nem votavam eles não tinham um engajamento e nem tinham essa obrigação de votar por serem estrangeiros, mas o meu irmão tinha uma aproximação com o Partido Comunista Brasileiro. E eu aos 18 anos também comecei, que foi quando eles voltaram a legalidade, a gente se filiou e foi através de contatos que intermediou a bolsa de estudos que me levou pra União Soviética na época. Então, aí eu comecei, assim, aí quando eu fiz 18 anos foi quando acabou a ditadura e aí o Partido Comunista foi legalizado e eu também tinha terminado o colégio e também entrei. Mas, assim, fiquei mais ou menos um ano, mas não existia muita militância mesmo, na verdade eu acho que era pouco organizado. Então não existia uma formação, um curso de formação política para a juventude que estava entrando e que queria. Pelo menos naquela sede não existia uma preocupação em formação política, e eu achava ruim isso, que eu queria ler mais coisas. Eu lembro que daí pedi pro meu irmão, ele falou: “Ah, não sei”, porque o meu irmão sempre gostou de literatura, mas não de literatura política, assim. Então eu lembro que eu li o Manifesto do Partido Comunista naquela época, mas também não entendi muita coisa e não tinha ninguém que quisesse que se dispusesse a fazer um curso de formação pra juventude. E aí surgiu essa bolsa, que era uma bolsa fornecida pelo Comitê de Mulheres Soviéticas. Quem intermediou quem conseguiu a bolsa foi uma médica, chama Albertina Duarte, que faz um trabalho com adolescentes no Hospital das Clínicas, e ela foi pra um congresso de medicina em Moscou e ficou sabendo que existia esse Comitê de Mulheres Soviéticas e davam bolsas pra...

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Dados de acervo

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P/1 – Leo, você pode falar o seu nome completo, local e data de nascimento?

R – Meu nome é Maria Leopoldina Moraes Veiga, eu nasci dia 20 de outubro de 1965, em São Paulo.

P/1 – Seus pais são de São Paulo?

R – Não, meus pais eram portugueses.

P/1 – Como que é o nome do seu pai e da sua mãe?

R – Meu pai chamava Antonio Joaquim Veiga, minha mãe Maria Cândida Moraes Veiga.

P/1 – De que lugar de Portugal que eles eram?

R – Eles eram de uma vilinha em Trás-os-Montes.

P/1 – Os dois são de lá?

R – Sim, a aldeia chama Saldanha.

P/1 – Seus avós maternos e paternos são de lá?

R – Maternos e paternos da mesma aldeia.

P/1 – O que os seus avós paternos faziam?

R – Paternos, a minha avó era dona de casa, o meu avô era, como é que a gente diria? Era o administrador das terras do maior proprietário de terras da aldeia, ele era o administrador. E os meus avó maternos, eles tinham terras, eram pequenos agricultores.

P/1 – Você conviveu com os seus avós?

R – Não, só com a minha avó materna, que veio pra cá quando eu, acho que eu tinha acabado de nascer ou eu estava sendo gerada, e ela morreu quando eu tinha dez anos.

P/1 – Você sabe como os seus pais se conheceram?

R – Se conheceram na aldeia lá, assim, é uma aldeia muito pequena em Portugal, tinha duas ruas, então eles se conheceram, meu pai era 14 anos mais velho do que minha mãe, eles se conheciam, as famílias eram, todo mundo se conhecia, era uma aldeinha.

P/1 – Eles foram, como é que o seu pai e a sua mãe, eles vieram juntos para o Brasil, vieram separados, como é que é essa história?

R – Não, separados, meu pai veio, então, meu pai era sapateiro lá e depois quando teve a Segunda Guerra ele ficou no exército de prontidão, Portugal não entrou na guerra, mas ficou preparado e ele ficou cinco anos no exército em vez de servir um ano como era normal, por causa do período de guerra ele ficou cinco anos. Depois do pós-guerra a...

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