Minha história começa numa cidade da Amazônia chamada Belém, capital do Pará, sou a Grace Patrícia, terceira filha numa família pobre , de uma cidade pobre, mas cheia de ambição. Eu não tinha livros, devido à condição financeira, mas amava ler, por isso lia todo o jornal que meu pai comprava aos domingos; claro que não entendia o que lia, afinal minha idade era sete anos, então aos onze anos fui estudar em uma escola pública que possuía biblioteca, foi paixão à primeira vista, lá me encontrei, como pessoa, entendi que minha fome de viver era maior do que a escassez na minha família, compreendi que eu não tinha o talento do esporte, nem a beleza das passarelas, nem uma família influente, mas eu tinha vida, uma enorme vontade de viver e entender o mundo. Passei a ler cada vez mais, ora eram os livros emprestados da biblioteca, ora comprado nos sebos ou doações, quanto mais eu lia, mais eu queria viver. Posso dizer que os livros me salvaram da pobreza, de um futuro incerto ou triste, salvaram minha mente, minha alma. Eu queria conhecer Iracema, divertir-me com os personagens irônicos de Machado de Assis, ser amiga da Narizinho do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Conhecer Paquetá da Moreninha, quando adolescente, esses personagens se misturavam às músicas de Chico Buarque, Lô Borges, Caetano Veloso, eu assinei manifestos na igreja do meu bairro para a criação de um novo partido, o PT, era uma mistura de igreja e política, era um caldeirão em ebulição, que mudou minha vida, porque mesmo morando na periferia, eu almejava o que se discutia: melhores condições de vida, ser uma cidadã numa cidade excluída, trabalhei, estudei, casei muito jovem, para sair dessa pobreza, que sugava minha alma. Enfim só a educação me salvou, pois me formei em Letras, e fui aprovada em concursos públicos, hoje já não sou pobre, nem mora em periferia, enfim me tornei aquela cidadã que tanto desejava, graças à educação, que me salvou, que pode salvar...
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Minha história começa numa cidade da Amazônia chamada Belém, capital do Pará, sou a Grace Patrícia, terceira filha numa família pobre , de uma cidade pobre, mas cheia de ambição. Eu não tinha livros, devido à condição financeira, mas amava ler, por isso lia todo o jornal que meu pai comprava aos domingos; claro que não entendia o que lia, afinal minha idade era sete anos, então aos onze anos fui estudar em uma escola pública que possuía biblioteca, foi paixão à primeira vista, lá me encontrei, como pessoa, entendi que minha fome de viver era maior do que a escassez na minha família, compreendi que eu não tinha o talento do esporte, nem a beleza das passarelas, nem uma família influente, mas eu tinha vida, uma enorme vontade de viver e entender o mundo. Passei a ler cada vez mais, ora eram os livros emprestados da biblioteca, ora comprado nos sebos ou doações, quanto mais eu lia, mais eu queria viver. Posso dizer que os livros me salvaram da pobreza, de um futuro incerto ou triste, salvaram minha mente, minha alma. Eu queria conhecer Iracema, divertir-me com os personagens irônicos de Machado de Assis, ser amiga da Narizinho do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Conhecer Paquetá da Moreninha, quando adolescente, esses personagens se misturavam às músicas de Chico Buarque, Lô Borges, Caetano Veloso, eu assinei manifestos na igreja do meu bairro para a criação de um novo partido, o PT, era uma mistura de igreja e política, era um caldeirão em ebulição, que mudou minha vida, porque mesmo morando na periferia, eu almejava o que se discutia: melhores condições de vida, ser uma cidadã numa cidade excluída, trabalhei, estudei, casei muito jovem, para sair dessa pobreza, que sugava minha alma. Enfim só a educação me salvou, pois me formei em Letras, e fui aprovada em concursos públicos, hoje já não sou pobre, nem mora em periferia, enfim me tornei aquela cidadã que tanto desejava, graças à educação, que me salvou, que pode salvar tantas outras crianças em situação de risco, como era meu caso.
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