Facebook Informações Ir direto ao conteúdo

Minha história começa numa cidade da Amazônia chamada Belém, capital do Pará, sou a Grace Patrícia, terceira filha numa família pobre , de uma cidade pobre, mas cheia de ambição. Eu não tinha livros, devido à condição financeira, mas amava ler, por isso lia todo o jornal que meu pai comprava aos domingos; claro que não entendia o que lia, afinal minha idade era sete anos, então aos onze anos fui estudar em uma escola pública que possuía biblioteca, foi paixão à primeira vista, lá me encontrei, como pessoa, entendi que minha fome de viver era maior do que a escassez na minha família, compreendi que eu não tinha o talento do esporte, nem a beleza das passarelas, nem uma família influente, mas eu tinha vida, uma enorme vontade de viver e entender o mundo. Passei a ler cada vez mais, ora eram os livros emprestados da biblioteca, ora comprado nos sebos ou doações, quanto mais eu lia, mais eu queria viver. Posso dizer que os livros me salvaram da pobreza, de um futuro incerto ou triste, salvaram minha mente, minha alma. Eu queria conhecer Iracema, divertir-me com os personagens irônicos de Machado de Assis, ser amiga da Narizinho do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Conhecer Paquetá da Moreninha, quando adolescente, esses personagens se misturavam às músicas de Chico Buarque, Lô Borges, Caetano Veloso, eu assinei manifestos na igreja do meu bairro para a criação de um novo partido, o PT, era uma mistura de igreja e política, era um caldeirão em ebulição, que mudou minha vida, porque mesmo morando na periferia, eu almejava o que se discutia: melhores condições de vida, ser uma cidadã numa cidade excluída, trabalhei, estudei, casei muito jovem, para sair dessa pobreza, que sugava minha alma. Enfim só a educação me salvou, pois me formei em Letras, e fui aprovada em concursos públicos, hoje já não sou pobre, nem mora em periferia, enfim me tornei aquela cidadã que tanto desejava, graças à educação, que me salvou, que pode salvar...

Continuar leitura

O Museu da Pessoa está em constante melhoria de sua plataforma. Caso perceba algum erro nesta página, ou caso sinta falta de alguma informação nesta história, entre em contato conosco através do email atendimento@museudapessoa.org.

Histórias que você pode gostar

Texto

Adam Edward Drozdowicz

"Eu sou um sobrevivente, óbvio"
As Vilas de Minha Vila Isabel
Texto

Antonio Ranauro Soares

As Vilas de Minha Vila Isabel
Um menino chamado Innocente
Texto

Celso Aparecido Innocente

Um menino chamado Innocente
Tempos cruzados
Texto

Moriz Lax

Tempos cruzados

Essa história faz parte de coleções

fechar

Denunciar história de vida

Para a manutenção de um ambiente saudável e de respeito a todos os que usam a plataforma do Museu da Pessoa, contamos com sua ajuda para evitar violações a nossa política de acesso e uso.

Caso tenha notado nesta história conteúdos que incitem a prática de crimes, violência, racismo, xenofobia, homofobia ou preconceito de qualquer tipo, calúnias, injúrias, difamação ou caso tenha se sentido pessoalmente ofendido por algo presente na história, utilize o campo abaixo para fazer sua denúncia.

O conteúdo não é removido automaticamente após a denúncia. Ele será analisado pela equipe do Museu da Pessoa e, caso seja comprovada a acusação, a história será retirada do ar.

Informações

    fechar

    Sugerir edição em conteúdo de história de vida

    Caso você tenha notado erros no preenchimento de dados, escreva abaixo qual informação está errada e a correção necessária.

    Analisaremos o seu pedido e, caso seja confirmado o erro, avançaremos com a edição.

    Informações

      fechar

      Licenciamento

      Os conteúdos presentes no acervo do Museu da Pessoa podem ser utilizados exclusivamente para fins culturais e acadêmicos, mediante o cumprimento das normas presentes em nossa política de acesso e uso.

      Caso tenha interesse em licenciar algum conteúdo, entre em contato com atendimento@museudapessoa.org.

      fechar

      Reivindicar titularidade

      Caso deseje reivindicar a titularidade deste personagem (“esse sou eu!”),  nos envie uma justificativa para o email atendimento@museudapessoa.org explicando o porque da sua solicitação. A partir do seu contato, a área de Museologia do Museu da Pessoa te retornará e avançará com o atendimento.