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Mariana, Minas Gerais. Eu tinha 16 anos e estava em casa ouvindo “Tanhauser”, ópera de Richard Wagner, porque descobri que Nietzsche disse que esta obra o havia feito chorar e eu queria ter a dimensão do músico que comoveu o pensador alemão, quando entrou em casa uma amiga, chamada Maria Líbia. Ela era muito delicada, com uma voz doce, trazendo um disco do Beto Guedes, dizendo que era para meu irmão Adilson, que pelo que me pareceu, ela queria namorar. Disse a ela para ficar comigo para ouvirmos juntos o disco. Sentamos no sofá e ouvimos tudo, comentando as letras, a sonoridade, a bela capa do disco com o Beto Guedes nú com seu contrabaixo no colo. Nossos olhos brilhavam de emoção, quase nos levando ao choro. Depois daquele dia, já totalmente tomado pela música do Beto Guedes, procurei tudo a respeito dele e acabei encontrando, para minha felicidade, a obra de seus amigos Lô Borges, Toninho Horta e o Deus Milton Nascimento. A partir do contato com a obra dos quatro comecei a viver de forma diferente, a sentir as coisas de forma diferente, me impregnando da poesia que brotava não só da sonoridade de seus instrumentos e de suas vozes, mas de suas letras, de sua forma de sentir e de Ser. Amei, li poesia, olhei a paisagem, abracei amigos, tudo com o perfume das músicas que estarão para sempre dentro de mim. Ainda hoje, vivendo em Campinas e trabalhando em São Paulo, cidades estressantes, desumanas, sem muita poesia, com pessoas engolidas pela obsessão cega pelo sucesso puramente econômico. Ainda hoje, quando bate aquela vontade de desistir da vida, ouço os discos destes seres divinos, me deixo contaminar por sua poesia e a vida volta a vibrar em um tom maior. Com companheiros deste calibre, não há tempestade que vire nosso barco. Sem vocês a vida seria muito pobre... pois eu amaria tudo com menos intensidade. Obrigado por existirem como artistas.

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