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Personagem: Laurent Suaudeau
Por: Museu da Pessoa,

Chef Laurent: cozinha com toque humano

Esta história contém:

Chef Laurent: cozinha com toque humano

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Estou no Brasil desde 1979, quando o chef Paul Bocuse, lenda da gastronomia francesa determinou: “Quem vai para o Brasil é Laurent”. Eu tinha apenas 24 anos e vim comandar o restaurante do Hotel Meridién Saint Honoré, no Rio de Janeiro. Monsieur Bocuse foi taxativo: “Use os produtos da terra. Respeite onde você está atuando”. Na verdade, minha missão era “fazer uma cozinha à altura das expectativas do mestre Bocuse”.

Nasci em 1957, na pequena Cholet, região sul bretanha, em França. Parece que vim predestinado à gastronomia: tenho foto, aos três anos, brincando com panelas; nasci ao meio-dia, hora de comer; deram-me o nome do santo dos cozinheiros, Saint Laurent. Meus pais eram operários de esquerda, engajados politicamente, pertencentes ao movimento operário. Meu pai tinha origem italiana e o pai da minha mãe, imigrante escocês, de Glasgow, filho de irlandeses, foi preso durante a ocupação nazista unicamente por sua ascendência. Meu pai teve um AVC aos 46 anos e “era considerado um dos melhores operários metalúrgicos da França”; um homem brilhante no se expressar, através do qual eu conheci, praticamente, a história evolutiva da classe operária francesa. Minha mãe era, notoriamente, uma artista, que só não se consagrou porque foi impedida pela minha avó: cantava muitíssimo bem e amava o teatro. Eu, adolescente, tornei-me fã do rock and roll, mas, devo reconhecer, o DNA da cozinha é que predominava; estava lá, por conta da família da minha mãe: avó e duas tias cozinheiras profissionais. Dos dotes culinários da avó, o marcante era a geleia, insuperável. Quanto às tias, uma era cozinheira da escola pública, extraordinária, e a outra, dona de um bistrô. Da primeira, eu ganhei um livro-preciosidade, de meados do século XVIII, também marcante na minha história. A do bistrô,

Uma mulher que se mandou da família, foi embora jovem para Paris, foi resistência, tinha estrabismo,...

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Projeto Conte Sua História

Depoimento do chef Laurent Suaudeau

Entrevistado por Carol Margiotte

São Paulo, 26 de abril de 2019

PSCH_HV770 _ rev.

Transcrito por Selma Paiva

Revisado/Editado por Paulo Rodrigues Ferreira

P/1 – Obrigada, Laurent! Boa tarde! É um prazer recebê-lo aqui hoje!

R – Obrigado!

P/1 – E, para começar, seu nome completo.

R – Laurent Suaudeau.

P/1 – O local e a data do seu nascimento.

R – Catorze de setembro de 1957.

P/1 – Onde?

R – Na cidade de Cholet, que é na região sul bretanha, país do rio Loire, na França.

P/1 - E o senhor sabe por que seus pais lhe deram esse nome, Laurent?

R – A princípio, o que minha mãe fala é que o Saint Laurent, o Santo Laurent, era muito ligado a tudo que era relacionado à alimentação. O santo dos cozinheiros. Incrível! Eu tinha que ser cozinheiro. E ainda mais tive que nascer ao meio-dia, na hora de comer. (risos) Então, estava tudo predestinado. (risos) É isso. Mas foi por isso. Um nome, também, na moda, nas décadas de 50, 60. Então, acho que juntou o útil ao agradável, vamos dizer assim.

P/1 – E tinha algum momento em que sua mãe lhe contava essa história?

R – Me contou, mas não faz tanto tempo, eu diria assim. Quinze, vinte anos atrás. Até então, eu não tinha a menor ideia por que me chamava Laurent. Na França, quando você tem o nome de batismo, você tem mais dois, que é o nome do seu padrinho e da madrinha, que é, obviamente, feminino, transformado em masculino. Então, no caso é Roland Laurent. Roland, em França, que vem da minha madrinha Françoise e, no lugar de colocar Françoise, colocaram France. Por que eu não sei, mas enfim... O meu nome Suaudeau, extremamente complexo, que é cheio de vogais, diz a história, porque essas coisas se vai procurar - na verdade, fui eu que procurei quando tinha 14 anos de idade - que minha mãe sempre dizia que meu pai devia ter origem italiana, porque ele dava mais importância à mãe...

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