Nome do projeto: Memória Petrobras
Depoimento de Chateaubriand de Assis
Entrevistado por Dayse Arosa e Márcia de Paiva
Local de gravação: Betim, MG
Data: 26 de agosto de 2004
Realização Museu da Pessoa
Código do depoente PETRO_CB479
Transcrito por Andréa Penna
P/1 – Bom dia!
R – Bom dia!
P/1 – Você poderia nos fornecer seu nome completo, local e data de nascimento?
R – Meu nome completo é Chateaubriand de Assis, data de nascimento é 1/3/1964 e local de trabalho é na Regap, setor de vigilância.
P/1 – Chateaubriand, conta pra gente como é que você veio trabalhar aqui, o que você fazia antes e desde quando você está trabalhando.
R – Eu servi o Exército, depois fui trabalhar na Mendes Júnior. Na Mendes Júnior eu trabalhei na obra do Iraque e na ferrovia. Eu trabalhava com equipamentos ferroviários diversos, entre locomotiva, reguladora de linha, socadora de linha, carro-controle, que é o carro que verifica se a linha está no nível, no padrão correto.
P/1 – No próprio Iraque?
R – No próprio Iraque. E depois que a obra lá estava terminando, eu voltei para o Brasil e fiz vários concursos. Um dos concursos foi o concurso da Petrobras. Fiz concurso também na rede ferroviária. Fui chamado primeiro na Petrobras e, desde então, estou na Petrobras.
P/1 - Isso foi em que ano?
R – O concurso que eu fiz foi em 1987 e, com o processo todo, fui admitido em janeiro de 1988.
P/1 – Fala pra gente um pouquinho do seu trabalho aqui na Regap. Como é seu dia-a-dia, suas atividades?
R – As atividades da vigilância, você tem um contato muito grande com o publico, então você tem uma diversidade grande. Eu já fui também para o setor de elétrica, fiquei um período lá, mas preferi voltar para a vigilância. E teve uma oportunidade que foi dada aqui e nós fomos para a operação. Eu trabalhei uns três anos na operação, no setor de utilidades, mas também vi que não era...
P/1 – Como é o trabalho no setor de...
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Nome do projeto: Memória Petrobras
Depoimento de Chateaubriand de Assis
Entrevistado por Dayse Arosa e Márcia de Paiva
Local de gravação: Betim, MG
Data: 26 de agosto de 2004
Realização Museu da Pessoa
Código do depoente PETRO_CB479
Transcrito por Andréa Penna
P/1 – Bom dia!
R – Bom dia!
P/1 – Você poderia nos fornecer seu nome completo, local e data de nascimento?
R – Meu nome completo é Chateaubriand de Assis, data de nascimento é 1/3/1964 e local de trabalho é na Regap, setor de vigilância.
P/1 – Chateaubriand, conta pra gente como é que você veio trabalhar aqui, o que você fazia antes e desde quando você está trabalhando.
R – Eu servi o Exército, depois fui trabalhar na Mendes Júnior. Na Mendes Júnior eu trabalhei na obra do Iraque e na ferrovia. Eu trabalhava com equipamentos ferroviários diversos, entre locomotiva, reguladora de linha, socadora de linha, carro-controle, que é o carro que verifica se a linha está no nível, no padrão correto.
P/1 – No próprio Iraque?
R – No próprio Iraque. E depois que a obra lá estava terminando, eu voltei para o Brasil e fiz vários concursos. Um dos concursos foi o concurso da Petrobras. Fiz concurso também na rede ferroviária. Fui chamado primeiro na Petrobras e, desde então, estou na Petrobras.
P/1 - Isso foi em que ano?
R – O concurso que eu fiz foi em 1987 e, com o processo todo, fui admitido em janeiro de 1988.
P/1 – Fala pra gente um pouquinho do seu trabalho aqui na Regap. Como é seu dia-a-dia, suas atividades?
R – As atividades da vigilância, você tem um contato muito grande com o publico, então você tem uma diversidade grande. Eu já fui também para o setor de elétrica, fiquei um período lá, mas preferi voltar para a vigilância. E teve uma oportunidade que foi dada aqui e nós fomos para a operação. Eu trabalhei uns três anos na operação, no setor de utilidades, mas também vi que não era...
P/1 – Como é o trabalho no setor de utilidades?
R – O setor de utilidades é responsável pela geração de vapor, água, prepara a água para as caldeiras e fornece eletricidade para várias partes da operação. E o ar comprimido também.
P/1 – Você preferiu o outro setor?
R – Eu preferi voltar para o setor de vigilância. É o trabalho que me identifica mais em relação à operação, depois que você está na operação, você vê que não é aquilo que você estava querendo. O jeito de trabalhar é totalmente diferente, você fica isolado, enquanto você gosta de ter contato com pessoas diferentes, conversar com pessoas, participar de coisas diferentes. Aí você sente que na operação você está um pouco restrito só ao seu local de trabalho. Já na vigilância o local de trabalho é toda a unidade. Todo território da unidade você está trabalhando, você está circulando, você está vendo coisas diferentes, participando de coisas diferentes ao mesmo tempo.
P/1 – Você tem um roteiro pra circular? Como funciona?
R – Como a vigilância aqui é mista, com a orgânica da Petrobras e contratado, nós estamos num passo de ficar supervisionando a contratada. Então a gente não tem um roteiro fixo, nós temos que estar sempre circulando e sempre de modo a não dar aquela margem de rotina. Sempre diversificando para você poder fiscalizar melhor.
P/1 – Você acha um trabalho tranqüilo? Tem alguma história que você gostaria de contar?
R – Aqui na Regap, com a proximidade dos bairros aqui do fundo, que circundam a refinaria, são um pouco de uma renda mais baixa, muitas pessoas já vieram pedir auxílio aqui. Então, nesses casos, a gente já pegou mulheres dando à luz, você praticamente acompanhar o parto, você tem que ser quase um parteiro na situação, auxiliar mesmo.
P/1 – Aqui dentro da Regap?
R – Pela redondeza. Aí elas chegavam, pediam auxílio, a gente pegava uma ambulância e ia. Mas nesse meio caminho, quando já chegava, que já tava na ultima hora, você praticamente fazia o serviço de parteiro. Auxiliava da melhor forma, pra ela poder dar à luz, quando era parto normal. Quando não era, a gente não tinha condição, era só transportar, conduzir até o hospital mais próximo que poderia ter um atendimento melhor.
P/1 – Vocês têm essa liberdade pra poder ajudar também as pessoas daqui de perto?
R – Dentro do âmbito da vigilância, você tem que ter um bom senso na hora de, se a pedir te pedir socorro, como vigilante de uma empresa, você tem que se resguardar e, ao mesmo tempo, providenciar um socorro àquela pessoa, à necessidade daquela pessoa no momento.
P/1 – E aqui da história da Regap, tem algum fato marcante pra você, alguma história engraçada, algum fato que tenha te marcado mesmo?
R – Tem uns fatos marcantes assim, mas são coisas que passaram que você não quer lembrar, são desgastantes. O que marca você na atividade de vigilância, da segurança, seria muitas coisas e alguns você ganha experiência, mas não quer ficar relembrando, né?
P/1 – Momentos meio tensos?
R – Meio tensos, questão de socorro a acidentados, essa coisa é meio desgastante, aí você não quer ficar lembrando, e muitas pessoas não tem a sensibilidade, são muito insensíveis para escutarem o que você já presenciou, o que você já viu, o que você participou.
P/1 – A impressão é diferente pra quem está passando e pra quem está ouvindo. Mas alguma que você pudesse contar, engraçada, que você acha que tenha sido importante, alguma mudança em termo de trabalho?
R – Marcante, engraçada, no momento não vem à mente.
P/1 – A sua opinião sobre a Petrobras? 50 anos de existência? O que você destaca da empresa como um todo?
R – A empresa é uma empresa muito boa pra trabalhar e, como todas as empresas, tem muito a melhorar também, né? Com o passar do tempo, quando eu entrei, de lá pra cá melhorou bastante, já era uma empresa boa e melhorou bastante. A qualidade do trabalho, a experiência com o passar dos anos foi adquirindo, você vai vivenciando isso e você vê que melhorou bastante. Eu estou satisfeito de trabalhar na Petrobras.
P/1 – Você destaca a melhoria da qualidade do trabalho ou alguma outra coisa?
R – É. A qualidade do trabalho. É um todo, a qualidade da assistência medica, do convívio. Quando eu cheguei tinha um jeito de ver a empresa, hoje já tenho um jeito de ver mais apurado, vendo o lado mais humano também, você vê o lado social, um acompanhamento diversificado.
P/2 – Você é filiado ao sindicato?
R – Sou.
P/2 – Por que você é, qual a importância do sindicato pra você?
R – Eu vejo o sindicato pra te dar apoio em certas situações e como representante, você precisa de um representante, não adianta eu pedir sozinho que eu não vou conseguir nada. A sociedade em si tem que se organizar pra reivindicar qualquer coisa. A categoria tem que se organizar pra reivindicar qualquer coisa. Melhoria na saúde, melhoria no salário, melhoria na segurança no trabalho, tudo isso tem que ser organizado, todos tem que estar organizados. E o sindicato é um passo para isso. Também o sindicato nosso tem que melhorar, tem que evoluir, no tempo que eu entrei, de lá pra cá, também houve uma evolução nos métodos, no diálogo. Então, está sempre tendo uma melhoria contínua.
P/2 – E essa diferença da relação do sindicato que você está falando, está relacionada do sindicato com os sindicalizados e com a Petrobras ou como é que você vê a relação do sindicato com os seus sindicalistas, os sindicalizados e com a Petrobras? Essas mudanças que você falou, em que sentido elas vêm ocorrendo?
R – O diálogo está ficando mais transparente, as reivindicações estão ficando mais transparentes, então nós temos consciência do que o sindicato está pedindo, do que pode ser oferecido pela empresa e você vai acompanhando desse jeito. Quando eu entrei não era tão assim, você não tinha tanta transparência. Não está 100%, mas, vamos supor, era 50% do que é hoje. Então houve uma evolução nesse processo. A parte da empresa ficou mais recíproca e o sindicato ficou mais flexível ao diálogo nesse período.
P/2 – Você chegou a participar de algum movimento sindical importante que você se lembre?
R – Já. Num período eu participei de uma greve, fiquei um tempo na greve.
P/2 – Você queria falar um pouquinho dessa greve, você tem alguma coisa interessante pra contar da greve?
R – Na greve é aquela situação...Todo mundo fica com o nervo à flor da pele. Então naquela ansiedade, se vai dar certo, se não vai, o que vai acontecer. Você fica ansioso, o que pode acontecer, o que pode deixar de acontecer.
P/2 – Foi uma greve bem sucedida?
R – Não, não foi uma greve bem sucedida.
P/2 – O que você achou de ter participado dessa entrevista, qual a importância disso pra Petrobras, pra você? Qual a relação que você vê desse seu depoimento com a sua história na empresa?
R – Pra mim é bom participar. Hoje eu gosto de participar, eu sempre gostei de participar de tudo. E eu acho importante porque as pessoas que assistirem vão saber um pouquinho de cada coisa. Ao mesmo tempo, você não tem tempo pra falar muita coisa, mas é um pouquinho pra você conhecer, ver pessoas diferentes, informes diferentes. Vai abrir os horizontes de todo mundo, você vai passar a pensar de outra forma.
P/2 – Como é que você vê o seu depoimento pra Petrobras? O que você contou aqui, as pessoas vão ver, como você falou, e o que você acha que fica para a empresa como um todo, pros funcionários em geral, pra historia da empresa, a gente ta comemorando 50 anos, né?
R – Fica uma palavra de incentivo, de reflexão.
P/2 – Obrigado pela sua entrevista.
R – Obrigado você.
P/1 – Obrigado Chateubriand.
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