Correios – 350 anos aproximando pessoas
Entrevistado por Olívia Paradas
Depoimento de Andreia da Silva Cavalcanti
São Paulo, 13/06/2013.
Realização Museu da Pessoa
CM_CB002_Andreia da Silva Cavalcanti
Transcrito por Cristiana Sousa
MW Transcrições
P/1 – Bom Andreia, vamos começar com você falando o seu nome, local e data de nascimento.
R – O meu nome é Andreia, eu tenho 18 anos, nasci no dia 03 de Junho de 1995.
P/1 – Aqui em São Paulo mesmo?
R – Foi.
P/1 – E você mora aonde Andreia?
R – Eu moro no Valo Velho.
P/1 – Sempre morou lá?
R – Não, eu vim do Maranhão faz nove meses.
P/1 – Você nasceu aqui e foi morar no Maranhão?
R – Com quatro anos eu fui para lá com a minha mãe.
P/1 – E os seus pais são do Maranhão também?
R – Só a minha mãe, o meu pai é de Pernambuco.
P/1 – Como é o nome dos seus pais?
R – O da minha mãe é Ivonete e do meu pai Augusto.
P/1 – Então conta pra gente Andreia como é que foi essa mudança da sua família. Como é que foi essa história de você nascer aqui e ir pra lá?
R – Eu muito pequena, aí eu fui pra lá com quatro anos, foi normal pra mim, não foi muito assustador não, eu fui morar com o meu vô e com a minha vó, na casa deles.
P/1 – Mas por que você foi mudar pra lá?
R – Porque a minha mãe queria se separar do meu pai, aí o meu pai ficou aqui e eu fui pra lá com a minha mãe ...
P/1 – Entendi.
R –... Morar com os meus avós.
P/1 – Entendi e como é que foi esse período de morar lá no Maranhão? Em que cidade vocês moraram?
R – Araioses, em Araioses eu morava mais no interior ainda, então era no interior.
P/1 – E do que você costumava brincar lá?
R – Quando eu era criança né?
P/1 – É.
R – Eu brincava de amarelinha, de cola que é pega-pega, de esconde-esconde, de comidinha, é isso.
P/1 – Você é filha única?
R – Sou, da minha mãe, o meu pai tem mais dois ainda.
P/1 – E lá você brincava com outras crianças que também...
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Correios – 350 anos aproximando pessoas
Entrevistado por Olívia Paradas
Depoimento de Andreia da Silva Cavalcanti
São Paulo, 13/06/2013.
Realização Museu da Pessoa
CM_CB002_Andreia da Silva Cavalcanti
Transcrito por Cristiana Sousa
MW Transcrições
P/1 – Bom Andreia, vamos começar com você falando o seu nome, local e data de nascimento.
R – O meu nome é Andreia, eu tenho 18 anos, nasci no dia 03 de Junho de 1995.
P/1 – Aqui em São Paulo mesmo?
R – Foi.
P/1 – E você mora aonde Andreia?
R – Eu moro no Valo Velho.
P/1 – Sempre morou lá?
R – Não, eu vim do Maranhão faz nove meses.
P/1 – Você nasceu aqui e foi morar no Maranhão?
R – Com quatro anos eu fui para lá com a minha mãe.
P/1 – E os seus pais são do Maranhão também?
R – Só a minha mãe, o meu pai é de Pernambuco.
P/1 – Como é o nome dos seus pais?
R – O da minha mãe é Ivonete e do meu pai Augusto.
P/1 – Então conta pra gente Andreia como é que foi essa mudança da sua família. Como é que foi essa história de você nascer aqui e ir pra lá?
R – Eu muito pequena, aí eu fui pra lá com quatro anos, foi normal pra mim, não foi muito assustador não, eu fui morar com o meu vô e com a minha vó, na casa deles.
P/1 – Mas por que você foi mudar pra lá?
R – Porque a minha mãe queria se separar do meu pai, aí o meu pai ficou aqui e eu fui pra lá com a minha mãe ...
P/1 – Entendi.
R –... Morar com os meus avós.
P/1 – Entendi e como é que foi esse período de morar lá no Maranhão? Em que cidade vocês moraram?
R – Araioses, em Araioses eu morava mais no interior ainda, então era no interior.
P/1 – E do que você costumava brincar lá?
R – Quando eu era criança né?
P/1 – É.
R – Eu brincava de amarelinha, de cola que é pega-pega, de esconde-esconde, de comidinha, é isso.
P/1 – Você é filha única?
R – Sou, da minha mãe, o meu pai tem mais dois ainda.
P/1 – E lá você brincava com outras crianças que também moravam lá?
R – Sim.
P/1 – Entendi. Tem alguma história da sua infância, bem marcante que você lembra?
R – Eu não lembro não.
P/1 – Quando você começou a ir pra escola? Conta um pouquinho pra gente.
R – Marcante? Quando eu aprendi a andar de bicicleta foi muito marcante pra mim, eu gosto muito de andar de bicicleta, eu sempre tive vontade, o meu pai mora aqui em São Paulo e eu sempre ficava pedindo uma bicicleta pra ele, aí eu ficava sempre pedindo pros vizinhos lá que tinham, eu ficava querendo andar também.
P/1 – E você ganhou essa bicicleta?
R – Até hoje ainda não.
P/1 – (risos) Mas como foi que você aprendeu?
R – Eu pedia pros vizinhos de lá e eles me ensinavam.
P/1 – Entendi.
R – Ah, eu ganhei aqui, quando eu tinha quatro anos ele me deu uma bicicleta, mas aí quando eu fui eu não pude levar pra lá.
P/1 – E foi nessa época que você se comunicava por cartas que você comentou com a gente?
R – Foi, o meu pai, eu sempre mandava pra ele e ele sempre mandava pra mim também.
P/1 – Era o principal jeito de vocês se corresponderem?
R – Era porque onde eu morava não tinha telefone, pra telefone tinha que ir pra outra cidade que Araioses, então era mais por carta mesmo, não tinha Correio lá, aí chegava nessa cidade, aí mandavam pra mim depois.
P/1 – Entendi, você tinha que mandar pra alguém levar pra cidade pra pôr no Correio pra você?
R – Eu colocava em uma casa de referência, aí mandavam depois pra mim, onde eu morava.
P/1 – E tem alguma carta que ele te mandou e que você lembra muito dessa carta que te marcou por algum motivo?
R – Não.
P/1 – Não? Como eram as cartas que você escrevia pra ele?
R – Que eu estava com saudade dele, que queria ver logo ele, que queria vir pra São Paulo, as que ele me mandava é que tinha saudade de mim também, tinha vezes que ele mandava coisas pra mim, roupa pelo Correio. Eu também recebia carta das minhas primas que moram aqui também, eu ficava muito feliz quando recebia carta.
P/1 – Entendi e você chegava a mandar fotografia, receber fotografia? Alguma coisa assim?
R – Sim também, huhum, ele mandava pra mim e eu também mandava pra ele fotografia?
P/1 – Você ainda guarda essas cartas, alguma delas?
R – Eu tenho uma ainda.
P/1 – Entendi e depois quando você voltou pra São Paulo, como é que foi a sua volta?
R – Foi rápido porque naquele tempo eu não sabia se vinha ou não vinha, aí foi uma decisão rápida, eu vim pra cá mais pra mim estudar e conseguir emprego porque lá não tinha mais, eu já tinha terminado o terceiro ano e não tinha mais nada, aí eu vim pra cá.
P/1 – E hoje você mora com o seu pai aqui?
R – Não, é difícil eu ver ele, eu vi ele em Fevereiro, eu nunca mais vi.
P/1 – Ele mora aqui ainda?
R – Mora.
P/1 – Mas vocês acabam não se encontrando?
R – Não.
P/1 – E hoje você mora com quem?
R – Moro com a minha mãe, a minha tia, as minhas primas, é uma que é filha da minha tia e outras duas primas que moram também lá que não são filhas da minha tia.
P/1 – Entendi.
R – São da irmã da minha mãe.
P/1 – E você hoje manda carta pros seus avós que estão lá? Eles ainda estão lá?
R – Não.
P/1 – Não?
R – O meu vô morreu, tá só a minha vó agora, ela veio pra cá em Abril, não, ela veio comigo e voltou em Abril, aí eu mais ligo mesmo.
P/1 – Lá tem telefone agora?
R – Tem.
P/1 – E hoje assim, você costuma usar o Correio pra mandar alguma coisa?
R – O quê?
P/1 – Você costuma usar os Correios hoje?
R – Sim.
P/1 – Pra mandar carta pra quem?
R – Pros meus amigos que moram lá ainda, pra mandar foto também.
P/1 – Tem alguma história da sua vinda de São Paulo? Como é que foi voltar pra casa, à primeira impressão de quando você chegou?
R – Foi normal pra mim, eu me acostumo rápido com as coisas, não foi muito estranho pra mim não.
P/1 – E esse curso que você tá fazendo de web design, onde você tá fazendo o curso?
R – Na Brigadeiro.
P/1 – E você tá gostando? Você foi procurar por que web design?
R – Minha prima, ela encontrou esse curso no Jornal Amarelinho aí eu fui, eu queria fazer alguma coisa também, aí eu fui pra fazer esse curso mesmo, eu nem pensei o que era e agora eu estou gostando.
P/1 – E hoje em dia quais são os seus sonhos?
R – O meu sonho é morar com a minha mãe, eu e ela, conseguir um emprego, viajar, fazer curso de inglês, de outras coisas.
P/1 – Quer continuar morando aqui em São Paulo mesmo?
R – Quero voltar agora pra lá, ainda não.
P/1 – Entendi. Então tá bom, tem mais alguma história que você vai contar pra gente?
R – Não.
P/1 – Então tá, obrigada.
FINAL DA ENTREVISTA
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