Meu nome é Eliana, tenho 41 anos, quando criança morava num bairro chamado Jardim Adutora, neste bairro havia uma pequena capela, que era visitada por todas as pessoas que passavam pelo bairro, pelo menos as que passavam a pé, esta capela guardava um altar com imagens de santos, mas o que mais me impressionava eram os quadros que tinham na parede. Os quadros apresentavam uma história, eles narravam a morte de uma jovem japonesa, filha de imigrantes, que plantavam e moravam naquela região, antes de virar vários bairros.
Rosa era o nome da jovem japonesa que perdeu a vida , ela foi morta por um funcionário da chácara de seu pai, essa capela era o único vestígio evidente da ocupação daquela área antes da formação dos bairros, alguns poucos japoneses que relutaram em ficar cultivavam hortaliças e verduras perto de um córrego que cortava a região.
Na capela cabia no máximo seis pessoas, em frente havia um terreno baldio, a comunidade do bairro começou a se reunir neste terreno para celebrar missas, dessas missas surgiram grupos da comunidade para organizar festas, quermesses, bingos,etc. Naquele bairro tão afastado, uma missa era um acontecimento , um evento, ninguém perdia a missa por nada, nem as crianças...imagina só quando chovia bem na hora da missa... o padre sempre começava a missa pedindo ajuda para São Pedro para conseguir rezar a missa até o final, nem sempre o padre conseguia a mãozinha tão esperada e encerrava a missa antes que os fiéis fossem embora, mas o mais prevenidos levavam um guarda chuva para garantir a bênção final, ainda que fosse rápida. Surgiram as festas...ah... a semana inteira as pessoas no bairro não falavam em outra coisa, aquela triste capela deu lugar a tanta vida que cresceu e aumentou naquele lugar. Sem falar que o terreno que aconteciam as missas e as festas era de terra, então quando tinha quadrilha de São João ou outra dança era uma poeira danada, mas quando garoava, aí era demais, o sapato...
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Meu nome é Eliana, tenho 41 anos, quando criança morava num bairro chamado Jardim Adutora, neste bairro havia uma pequena capela, que era visitada por todas as pessoas que passavam pelo bairro, pelo menos as que passavam a pé, esta capela guardava um altar com imagens de santos, mas o que mais me impressionava eram os quadros que tinham na parede. Os quadros apresentavam uma história, eles narravam a morte de uma jovem japonesa, filha de imigrantes, que plantavam e moravam naquela região, antes de virar vários bairros.
Rosa era o nome da jovem japonesa que perdeu a vida , ela foi morta por um funcionário da chácara de seu pai, essa capela era o único vestígio evidente da ocupação daquela área antes da formação dos bairros, alguns poucos japoneses que relutaram em ficar cultivavam hortaliças e verduras perto de um córrego que cortava a região.
Na capela cabia no máximo seis pessoas, em frente havia um terreno baldio, a comunidade do bairro começou a se reunir neste terreno para celebrar missas, dessas missas surgiram grupos da comunidade para organizar festas, quermesses, bingos,etc. Naquele bairro tão afastado, uma missa era um acontecimento , um evento, ninguém perdia a missa por nada, nem as crianças...imagina só quando chovia bem na hora da missa... o padre sempre começava a missa pedindo ajuda para São Pedro para conseguir rezar a missa até o final, nem sempre o padre conseguia a mãozinha tão esperada e encerrava a missa antes que os fiéis fossem embora, mas o mais prevenidos levavam um guarda chuva para garantir a bênção final, ainda que fosse rápida. Surgiram as festas...ah... a semana inteira as pessoas no bairro não falavam em outra coisa, aquela triste capela deu lugar a tanta vida que cresceu e aumentou naquele lugar. Sem falar que o terreno que aconteciam as missas e as festas era de terra, então quando tinha quadrilha de São João ou outra dança era uma poeira danada, mas quando garoava, aí era demais, o sapato mais novo usado para o passeio voltava todo cheio de barro e até a barra da calça não escapava, aquela terra bem vermelha bem difícil de tirar. Hoje naquele lugar tem uma igreja que a comunidade construiu com a ajuda da Igreja Católica, o nome da comunidade é Igreja Santa Rosa de Lima, em homenagem a jovem Rosa, mas quem vai hoje assistir uma missa, nem imagina quanta história a comunidade que morava lá já teve a honra de viver e de construir. Adorei contar esta história, eu fazia parte do grupo dessa comunidade e tenho muitas recordações boas dessa época, bailinhos, quadrilhas, aprendi a jogar truco e até fui catequista.
Eliana Martins da Silva ( POIE)
EMEF " Manoel de Paiva, Padre "
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