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História
Por: Museu da Pessoa, 26 de agosto de 2020

Bullying, timidez e afirmação da Negritude

Esta história contém:

Bullying, timidez e afirmação da Negritude

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Olha, um fato muito triste que ficou muito marcado para mim e eu nunca esqueci… Porque nem tudo você lembra da infância. Você lembra de fatos que foram muito bons, uma coisa que te marcou muito boa, ou uma coisa que te marcou muito triste. Só que um fato que me marcou muito mesmo, triste, é que nós tínhamos uma família que era muito amiga da minha avó. Ela se chamava dona Florentina e era muito amiga da minha avó. O filho dela era advogado e tinha nove filhos. Eu brincava muito com as meninas dele, com as filhas dele. Nós estudávamos na mesma escola, porque antigamente era mais escola pública, né? Uma vez nós nos reunimos na casa de uma coleguinha que também era ali do lado para estudar. Nós estávamos estudando, todos ali na sala, e aí a… Eu estava falando sobre determinada matéria da qual eu não me lembro, e a filha desse senhor, desse advogado, que era neta da dona Florentina, mandou eu calar a boca, "ah, cala a boca que você não sabe de nada", e eu falei, "não, eu sei, estou certa, é isso assim", ela falou, "não, você não sabe de nada, eu é que tenho que explicar". Só que a explicação que ela estava dando, não estava certa e eu estava contradizendo, então ela saiu e foi embora. Ela foi embora e nós continuamos ali estudando. Passou um tempinho, ela entrou com a avó dela, que era essa dona Florentina, ela virou para mim e falou assim, "como que você se atreve a discutir com a minha neta e falar que ela está errada?", e eu fiquei meio assustada, porque eu era nova, era criança, éramos todos crianças. Acho que a gente deveria ter por volta de uns 11 anos, por aí. "Como você se atreve?", e eu, "não, mas eu…", ela disse, "não, você tem que ficar quieta, você vai me ouvir. Você sabe que ela é filha de um advogado, e você é o que? Você é filha do que?" Nossa, aquilo me destruiu, me destruiu. Eu fiquei assim, sem chão, eu não sabia mais o que eu falava. E naquela época, tudo que acontecia...

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P/1 – Então, vamos começar. Regina, por favor, você poderia falar seu nome completo, a cidade onde você nasceu e a sua data de nascimento?

R – Então, meu nome é Regina Luiza Gonçalves dos Santos Lopes, sou de São Paulo mesmo, Capital, nasci aqui na Capital no dia 27 de fevereiro de 1952.

P/1 – E qual é o nome dos seus pais?

R – Meu pai era Alvino Gonçalves dos Santo, e minha mãe Diná Gonçalves dos Santos. Eles eram do interior de São Paulo, porque os dois já são falecidos, né? Minha mãe era de Ribeirão Preto, da cidade de Ribeirão Preto, e meu pai da cidade de Cravinhos, no interior de São Paulo.

P/1 – E você sabe de onde vieram os seus avós?

R – Então, a minha avó também era da cidade de Cravinhos - a minha avó materna. Já a minha avó paterna, eu não sei de que cidade que ela era, porque o nosso contato maior era com os nossos avós maternos. Eu sei que minha avó materna era também da cidade de Cravinhos e meu avô materno era de Ribeirão Preto. E meus avós paternos… A minha avó paterna, eu realmente não sei de onde que ela era. Meu avô paterno era da Bahia e veio para São Paulo mais ou menos com 19 anos e fez a vida dele aqui em São Paulo.

P/1 – E antes, bisavós, a origem da família…

R – Então, a origem da família, eu tenho sim, mas eu tenho a origem da família do meu lado materno, porque assim… A minha família começou mesmo com a… De onde eu tenho a ideia, de onde eu tenho o conhecimento… A minha bisavó era da Lei do Ventre Livre e vivia em uma fazenda. A mãe dela era escrava, mas ela era do Ventre Livre. E aí, quando ela estava mocinha, chegou de Portugal um familiar desse pessoal da fazenda para ficar no Brasil. Eles pegaram a minha bisavó que morava nessa fazenda e deram para esse português. Deram assim, falaram que era para ela ir com ele, porque ela iria lavar, passar e cozinhar para ele. Ele se estabeleceu aqui no Brasil e ela foi...

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