Ravi, meu primogênito, tinha a idade de 6 para 7 anos. Nessa ocasião, morávamos em uma rua sem saída na cidade de Cabo Frio. Rua tranquila e de pouca vizinhança: Ao lado esquerdo do condomínio tínhamos duas casas ocupadas e ao lado direito mais tres. E dentre essas tres casas vivia uma amiga chamada Marivânia com com o marido e um filho. Certa vez, ao fazermos uma visita, olhei pela sala procurando pelo Ravi e percebi que não estava e quando o chamei para irmos de volta para a nossa casa percebi que a sua voz de resposta saía do segundo andar da casa. Ao subirmos lá estava ele agarrado com uma boneca de pano que repousava preguiçosamente no centro da cama de casal da minha amiga.
Interpelei para que deixasse a boneca pois já era hora do nosso retorno, ele, fez muxoxo e não quis obedecer. Autorizada por minha amiga, a boneca seguiu conosco.
Dia seguinte, o corre do dia me fez escapar uma olhadela mais eficaz e ao pegar a boneca para devolução, percebi que a sua cara estava toda pintada de caneta como quem quisesse fazer uma modificação na maquiagem.
Obviamente que tomei o maior susto e como devolver para a dona do objeto em completa imperfeição?
Foi aí que me percebi sem saída a não ser tentar fazer uma outra. É claro que não tinha os mesmos tecidos em casa, mas iria tentar copiar as proporções e me aproximar ao máximo do modelo do figurino.
Aí então lembrei de minha avó e dos seus ensinamentos de costura, que repassou para a minha mãe. E eu, tal qual as duas, fui dando os cortes e dando as formas para então nascer a boneca que precisei de 4 dias para devolver à dona. Depois que marquei o molde ainda precisei preencher o corpo com algodão. Nem precisei pedir muitas desculpas e não sei se pura educação, ela adorou a “filha “ nova.
Mas foi preciso acontecer então esse fato para a modificação em minha vida. Desde aquele dia do ano de 1991 ao iniciar o processo de criação de bonecas de pano pude perceber que o...
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Ravi, meu primogênito, tinha a idade de 6 para 7 anos. Nessa ocasião, morávamos em uma rua sem saída na cidade de Cabo Frio. Rua tranquila e de pouca vizinhança: Ao lado esquerdo do condomínio tínhamos duas casas ocupadas e ao lado direito mais tres. E dentre essas tres casas vivia uma amiga chamada Marivânia com com o marido e um filho. Certa vez, ao fazermos uma visita, olhei pela sala procurando pelo Ravi e percebi que não estava e quando o chamei para irmos de volta para a nossa casa percebi que a sua voz de resposta saía do segundo andar da casa. Ao subirmos lá estava ele agarrado com uma boneca de pano que repousava preguiçosamente no centro da cama de casal da minha amiga.
Interpelei para que deixasse a boneca pois já era hora do nosso retorno, ele, fez muxoxo e não quis obedecer. Autorizada por minha amiga, a boneca seguiu conosco.
Dia seguinte, o corre do dia me fez escapar uma olhadela mais eficaz e ao pegar a boneca para devolução, percebi que a sua cara estava toda pintada de caneta como quem quisesse fazer uma modificação na maquiagem.
Obviamente que tomei o maior susto e como devolver para a dona do objeto em completa imperfeição?
Foi aí que me percebi sem saída a não ser tentar fazer uma outra. É claro que não tinha os mesmos tecidos em casa, mas iria tentar copiar as proporções e me aproximar ao máximo do modelo do figurino.
Aí então lembrei de minha avó e dos seus ensinamentos de costura, que repassou para a minha mãe. E eu, tal qual as duas, fui dando os cortes e dando as formas para então nascer a boneca que precisei de 4 dias para devolver à dona. Depois que marquei o molde ainda precisei preencher o corpo com algodão. Nem precisei pedir muitas desculpas e não sei se pura educação, ela adorou a “filha “ nova.
Mas foi preciso acontecer então esse fato para a modificação em minha vida. Desde aquele dia do ano de 1991 ao iniciar o processo de criação de bonecas de pano pude perceber que o fazer bonequeiro estava tão presente em mim. Já se passaram mais de trinta anos e eu ainda continuo a fazer bonecos e ensinando essa arte para os meus alunos de ensino público.
Hoje, sou escultora de materiais diversos dando formas humanas em muitos rostos. Figuras que me aparecem em sonhos sonhados ou mesmo estando acordada . Posso me considerar plenamente realizada, pois tenho um acervo de bonecos para teatro em torno de 75 unidades em variadas técnicas: fios, fantoches, manipulação direta entre tantos que pertencem ao meu museu permanente -Museu dos Bonecos que fica em Cabo Frio na Rua Geraldo de Abreu,4 no Jardim Excelsior.
E devo esse start a um menino curioso de nome Ravi, hoje com quase 40 anos..
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