Estava em casa, no quarto do meu avô. Ali estavamos eu e meu sobrinho de 5 anos. De alguma forma, eu soube que a cidade estava prestes a sofrer um ataque nuclear. Eu ouvi algo, abracei meu sobrinho e fomos para debaixo da cama, pensando em proteção contra os escombros que viriam. Esta cena termina aí, depois não lembro exatamente o que aconteceu, mas sei que a seguir estou em um campo aberto, já depois das explosões. Estou com uma amiga, estamos fugindo (não sei exatamente para onde) e há grande alvoroço de pessoas também fugindo. Chegamos em um local com um rio, com forte correnteza, e tínhamos que atravessar este rio a nado. Muitas pessoas pararam por ali, nós dois continuamos e fizemos uma difícil travessia. Depois, continuamos andando por estes campos, como se fossem pradarias, passamos por uma cerca com um portão. Do outro lado, era a Argentina. Por alguma razão, era mais seguro estar lá - acho que lá não haviam ataques nucleares. Estávamos mais tranquilos, ainda que em situação precária.
Que associações você faz entre seu sonho e o momento de pandemia?
No dia anterior, assisti ao filme Cinema, Aspirinas e Urubus e fiquei pensando na vida de quem foge de guerras. Também tem sido muito difícil estar em casa, insustentável eu diria, como se a pandemia estivesse destruindo as coisas. Além disso, sinto-me muito afetado pelo noticiário político e social brasileiro, é como viver em um período de guerra, de ataques, de muitos desgastes e perda de horizontes.