Eu sou Pedro Aparecido Pedroso. Nasci na cidade de Bandeirantes, no estado do Paraná, no dia 22 de fevereiro de 1955. Fui batizado com esse nome em homenagem a São Pedro por escolha do meu pai.
Família de origem espanhola, meus bisavós paternos vieram da Espanha ainda jovens. Conheceram-se aqui no Brasil, no interior do estado do Paraná. Casaram-se e tiveram três filhos: tio Antonio, João e Pedro. Meu pai, João, conheceu minha mãe em uma fazenda. Lá viveram 15 anos, onde constituíram uma família numerosa de oitos filhos: Maria, Antônia, Margarida, Sebastiana, Josefina, Olívia, Vera, Ciço e Pedro. Eles se conheceram numa festa tradicional que era realizada na roça, a festa Estalo Fumo: juntava-se uma multidão de pessoas na colônia para escolher a melhor folha na produção de fumo de corda. Numa dessas reuniões, meus pais de conheceram. O casamento deles foi realizado na roça. Os padrinhos e os noivos chegaram a cavalo. No almoço comeram frango, macarronada, carne de porco, farofa, etc.
Ambos trabalhavam na roça. Os filhos mais velhos os acompanhavam, e as mais novas ficavam em casa lavando, passando e cozinhando. Minha infância foi muito boa, com várias brincadeiras (barata, rela-rela, esconde-esconde, pique, roda-cabritinho, futebol, bolinha de gude, peteca, pular-corda, betis, queimada, roda-peão).
Quando eu tinha dez anos de idade, mudamos para outra fazenda. Colônia com 300 casas, com água e luz de querosene. Lá, saíamos às 6:30 da manhã para iniciarmos nosso trabalho na lavoura de café às 7:00.
Aos 7 anos, comecei a beber por influência do meu pai. Infelizmente, ele que me dava pinga. Esse vício durou até os 30 anos de idade, destruindo minha vida e causando muito sofrimento.
Iniciei meus estudos aos 9 anos. Freqüentei somente três meses. Tenho boas lembranças desse tempo. A escola era de madeira, carteira dupla, as quatro séries juntas, média de 40 alunos, uniforme, material (caderno, lápis, borracha),...
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Eu sou Pedro Aparecido Pedroso. Nasci na cidade de Bandeirantes, no estado do Paraná, no dia 22 de fevereiro de 1955. Fui batizado com esse nome em homenagem a São Pedro por escolha do meu pai.
Família de origem espanhola, meus bisavós paternos vieram da Espanha ainda jovens. Conheceram-se aqui no Brasil, no interior do estado do Paraná. Casaram-se e tiveram três filhos: tio Antonio, João e Pedro. Meu pai, João, conheceu minha mãe em uma fazenda. Lá viveram 15 anos, onde constituíram uma família numerosa de oitos filhos: Maria, Antônia, Margarida, Sebastiana, Josefina, Olívia, Vera, Ciço e Pedro. Eles se conheceram numa festa tradicional que era realizada na roça, a festa Estalo Fumo: juntava-se uma multidão de pessoas na colônia para escolher a melhor folha na produção de fumo de corda. Numa dessas reuniões, meus pais de conheceram. O casamento deles foi realizado na roça. Os padrinhos e os noivos chegaram a cavalo. No almoço comeram frango, macarronada, carne de porco, farofa, etc.
Ambos trabalhavam na roça. Os filhos mais velhos os acompanhavam, e as mais novas ficavam em casa lavando, passando e cozinhando. Minha infância foi muito boa, com várias brincadeiras (barata, rela-rela, esconde-esconde, pique, roda-cabritinho, futebol, bolinha de gude, peteca, pular-corda, betis, queimada, roda-peão).
Quando eu tinha dez anos de idade, mudamos para outra fazenda. Colônia com 300 casas, com água e luz de querosene. Lá, saíamos às 6:30 da manhã para iniciarmos nosso trabalho na lavoura de café às 7:00.
Aos 7 anos, comecei a beber por influência do meu pai. Infelizmente, ele que me dava pinga. Esse vício durou até os 30 anos de idade, destruindo minha vida e causando muito sofrimento.
Iniciei meus estudos aos 9 anos. Freqüentei somente três meses. Tenho boas lembranças desse tempo. A escola era de madeira, carteira dupla, as quatro séries juntas, média de 40 alunos, uniforme, material (caderno, lápis, borracha), cartilha da infância. As aulas se iniciavam às 7:00 e terminavam às 12:00. No recreio de meia hora, brincávamos na frente da escola. A professora trazia merenda da cozinha piloto. Minhas primeiras professoras foram Maura e Maria (dessa não gostava, ela batia nos alunos).
A adolescência, na Fazendo do Cateto, foi marcada pelos bailes, festas juninas, Festa do Campo e pelo jogo de futebol. A vestimenta na época era calça com boca de sino, sapato “Zezinho” e camisa de tergal.
Fugi para casar aos 24 anos. Tenho três filhos: Adirana, de 24 anos; Leandro, 22; Bruna Maria, 12. No início do casamento, fui trabalhar na lavoura de cana e algodão. Ganhava mais na de algodão. Mas mudei para a cidade. Trabalhei registrado, aposentei, consegui largar do vício há nove anos.
Neste ano, voltei a estudar o curso do 1º termo da EJA (Educação de Jovens e Adultos), na cidade de Ourinhos-SP. Passei para o 2º termo. Sinto-me outra pessoa. Melhorei meus conhecimentos. Hoje me sinto outro homem, de auto-estima elevada e mais esperança para um futuro melhor.
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